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NORMAL INTRODUÇÃO • A prática médica é composta por uma tríade: história clínica, exame físico e exames complementares. • O hemograma é o exame laboratorial mais requisitado, econômico, comum e não bem interpretado. • Estudo do sangue periférico, o qual é constituído por: o Glóbulos vermelhos, eritrócitos ou hemácias o Glóbulos brancos ou leucócitos o Plaquetas ou trombócitos • Análise quantitativa e qualitativa (morfologia) das três linhagens celulares. • É um dos exames mais comuns da prática diagnóstica • É importante saber extrair ao máximo as informações e saber interpretá-las de modo correto, para elucidar sinais e sintomas presentes na história clínica e exame físico e diagnosticar de forma simples patologias sistêmicas e hematológicas. • Faz uma triagem de saúde e doença, por isso é o primeiro exame solicitado. • Ajuda a investigar de forma simples tanto doenças hematológicas quanto sistêmica. • Ajuda a acompanhar a evolução do paciente • É um exame informativo, de baixo custo e pouco invasivo OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM • Identificar as células sanguíneas • Interpretar: o Contagem global dos diferentes tipos celulares → informação básica sobre o estado funcional da MO. o Hematócrito, hemoglobina → quantifica o grau de anemia ou policitemia o Índices hematimétricos → subclassificação do tipo de anemia o Contagem de leucócitos → diagnóstico ou acompanhamento de processo maligno ou benigno. o Contagem de plaquetas → 1º passo na avaliação da hemostasia. ELEMENTOS FIGURADOS • Constituído em sua grande maioria por células vermelhas (95%) • Plaquetas (4,9%) • Células brancas (0,1%) → neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos CONSTITUIÇÃO DO HEMOGRAMA • Eritrograma → glóbulos vermelhos (eritrócitos) • Leucograma → glóbulos brancos (leucócitos) • Plaquetas (trombócitos) FASES DO HEMOGRAMA PRÉ-ANALÍTICA • Coleta da amostra de sangue → fossa anticubital, preferencialmente. As veias mais utilizadas são as veis cubital mediana e cefálica. o Assepsia e uso do torniquete. o Tubos de vácuo introduzidos em adaptador único (substituem as seringas) → aspira a quantidade correta de sangue para cada exame e já vem com anticoagulante específico para cada exame (por isso as cores diferentes) ▪ Hemograma → tubo de tampa roxa (presença do anticoagulante EDTA) ▪ Exames da coagulação → tubo de tampa azul (presença de anticoagulante citrato de sódio) ▪ Tampas vermelha e amarela → sem anticoagulante. Usados para sorologia e bioquímica. • Faz parte desta fase: o Identificação (atualmente por código de barras) o Presença de anticoagulante específico o Temperatura de armazenamento o Tempo entre a coleta e o processamento o Inspeção da amostra ▪ Hemólise, coágulo, hiperlipemia, etc. ANÁLISE AUTOMATIZADA DO SANGUE • O aparelho faz a leitura dos hemogramas (podem ser lidos 60 por hora) o Faz a contagem de 10 mil células em cada hemograma. ESTUDO DO ESFREGAÇO PERIFÉRICO • Análise microscópica • Alguns laboratórios tem critérios para análise do esfregaço periférico. • Extensão sanguínea. ERITROGRAMA • Contagem de hemácias (VR: 3,9 a 5,8) • Hemoglobina (VR: 11,5 a 16,4) • Hematócrito (VR: 36 a 47%) → razão do volume das hemácias pelo volume total de sangue. • Determinação dos índices hematimétricos o Volume Corpuscular Médio (VCM) → VR: 80 a 99 ▪ Avalia o volume (Tamanho) médio das hemácias; ▪ É um índice determinado pela distribuição das hemácias no histograma. o Hemoglobina Corpuscular Média (HCM) → VR: 27 a 32 ▪ Corresponde à média de hemoglobina por eritrócito ▪ Pode estar elevado na presença de macrocitose e diminuído na presença de hemácias microcíticas. ▪ COLORAÇÃO o Concentração da Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM) → VR: 32 a 36 ▪ É a média da concentração de hemoglobina pelo volume total de hemácias. ▪ COLORAÇÃO o Red Cell Distribution Width (RDW) → VR: 11,5 a 14,5% ▪ Coeficiente de variação do volume das hemácias → mede o índice de anisocitose. ▪ TAMANHO o Hb Cell Distribution Widht (HDW) → VR: 2,2 a 3,2% ▪ Coeficiente de variação do conteúdo da hemoglobina → mede o índice de anisocromia. ▪ COLORAÇÃO Eritrograma Normal • Avaliação morfológica das hemácias. o Tamanho o Coloração o Forma o Inclusões • A contagem de hemácias (HC) e a dosagem de hemoglobina (HB) são muito importantes para diagnóstico das anemias. LEUCOGRAMA • Contagem global de leucócitos → VR: 4.000 a 10.000 (adulto) • Contagem diferencial expressa em percentual e em valores absolutos o Estudo do esfregaço: ▪ Contagem diferencial de 100 leucócitos com resultado expresso em porcentagem. ▪ Morfologia dos leucócitos ▪ Morfologia das plaquetas • Podem ser: o Polimorfonucleares (granulócitos) → neutrófilos, eosinófilos e basófilos ▪ Neutrófilo bastonete (bastão) • 0 a 1000 (0-5%) • Aumenta em resposta à infecção ▪ Neutrófilo Segmentado • 2500 a 7500 (40 a 75%) → maior quantidade • Tonalidade neutra nas colorações de Romanoswsky • Núcleo segmentado, granulações citoplasmáticas. • Função fagocitária e de digestão de microrganismos. ▪ Eosinófilo • 40 a 440 (1 a 4%) • Grânulos eosinofílicos → núcleo contêm 1 a 3 lobos • Mediação de processos inflamatórios associados à alergia, defesa conta parasitas, etc. ▪ Basófilos • 0 a 200 (0 a 1%) • Grânulos purpúreo escuro • Mediadores inflamatórios → histamina e heparina o Mononucleares (Agranulócitos) → linfócitos e monócitos ▪ Linfócitos • 1500 a 3500 (20 a 45%) • Pequenos • Núcleo redondo ou oval • Alta relação núcleo citoplasmática (núcleo ocupa quase toda a célula). • 3 diferentes populações: o Linfócitos T (65 a 80%) o Linfócitos B (5 a 15%) o Linfócito NK ▪ Monócitos • 200 a 800 (2 a 10%) • Maior leucócito • Núcleo de forma variável • Citoplasma abundante, vacuolado • Atividade fagocítica (precursor do macrófago) • APC (células apresentadoras de antígenos) PLAQUETAS • 150.000 a 450.000 • Ponto inicial da avaliação funcional da hemostasia • Fragmentos citoplasmáticos anucleados. IMPORTANTE SABER NO HEMOGRAMA: • Valores de referência • Variações fisiológicas • Efeitos da idade, sexo e etnia • Flutuações transitórias • Variáveis da fase pré-analítica • Métodos utilizados na fase analítica ANORMAL ERITROGRAMA • Número de hemácias • Hemoglobina (Hb) • Hematócrito (Ht) • Índices hematimétricos → subclassificam o tipo de anemia de acordo com: o VCM → tamanho o RDW → variação do tamanho (índice de anisocitose) o HCM e CHCM → coloração o HDW → variação da cor (índice de anisocromia) quantificam Anemia ou Policitemia Hiprocromia → Halo central da hemácia ocupa mais de 1/3 da célula Índices hematimétricos que estarão alterados → HCM, CHCM, HDW Anisocromia → Presença de hemácias hipocrômicas e normocrômicas. Índices alterados → HCM, CHCM, HDW Microcítica → maioria das hemácias pequenas e hipocrômicas Índices alterados → VCM e RDW Macrocitose com anisocitose → hemácias grandes Índices alterados → VCM e RDW Anisocitose Índices alterados → VCM e RDW Esferócitos (Anemia Hemolítica Autoimune, Esferocitose Hereditária) → perda de membrana (perda do halo central) Índices alterados → VCM, RDW, HCM, CHCM, HDW ALTERAÇÕES NAS HEMÁCIAS NÃO ASSOCIADAS A ALTERAÇÕES NOS ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS • Detectadas à análise do esfregaço ao microscópio. POLICROMASIA Alteração na coloração das hemácias → AZULADAS → eritropoese compensatória Presença de eritroblasto no sangue periférico → eritropoese compensatória Depranócitos → em forma de foice → Anemia Falciforme (Hb SS) Ovalócito/ Eliptócito → ovaladas → Anemias Hereditárias Dacriócito → hemácias em lágrimas → mieloesclerose ou anemia megaloblásticaINCLUSÕES NAS HEMÁCIAS Hemácias em alvo → superfície desproporcional em volume → tem mais membrana do que conteúdo → hemoglobinopatias, anemia ferropriva Esquizócitos → hemácias fragmentadas → Síndrome hemolítica urêmica e em pacientes com prótese metálica Poiquilocitose → Várias alterações no mesmo esfregaço Muito comum em esplenectomia → pode estar presente em paciente por anemia falciforme (autoesplenectomia → isquemia) Conteúdo dentro das hemácias → restos de DNA PARASITAS NAS HEMÁCIAS ALTERAÇÃO EXTRA-HEMÁCIA LEUCOGRAMA • Informações dos leucócitos e das plaquetas • Alterações nos leucócitos: o Quantitativa: ▪ Leucocitose (aumento) as custas de: • Neutrófilos → neutrofilia → infecção bacteriana → > 7.000- 7.500 • Linfócitos → linfocitose → virose • Eosinófilos → eosinofilia • Basófilos → basofilia • Monócitos → monocitose ▪ Leucopenia (diminuição) • Neutrófilos → neutropenia → < 2.000-1.800 • Linfócitos → linfopenia o Qualitativa (morfológica) → congênitas, reativas, displásicas Malária → Plasmodium tem ciclo intraeritrocitário Roleaux → empilhamento → aumento de proteínas plasmáticas → presente em Mieloma Múltiplo. ALTERAÇÕES NOS NEUTRÓFILOS Leucopenia as custas de neutrófilos Desvio à esquerda → presença de células imaturas da linhagem neutrofílica na periferia Comum em: Leucemia Mieloide Crônica Infecções Bacterianas Granulações tóxicas → ficam mais evidentes Vacúolos → espaços brancos dentro destes Característicos de INFECÇÕES BACTERIANAS Neutrófilos hipersegmentados → comum em Anemia Megaloblástica Plaquetopenia/ VMC aumentado Neutrófilos hiposegmentados Determinada por doença primária da medula óssea → como Leucemia Células imaturas Presença de blasto mieloide na periferia ALTERAÇÕES NOS LINFÓCITOS • Linfocitose → > 4.500 o Primárias → doenças linfoproliferativas o Secundárias → infecções virais (principais) • Linfopenia → < 1.000 o Secundária → infecções bacterianas, uso de medicamentos (corticoesteroides) Neutrófilos não funcionantes Maior do que o normal, com mais citoplasma. Contorno se amolda as células vizinhas Observados em infecções virais Linfocitose com restos celulares → Leucemia Linfoide Crônica → comum em paciente idoso Leucemia Linfoide Aguda → faz- se a imunofenotipagem para confirmar a linhagem e o estágio evolutivo → vê quais os antígenos presentes na célula. ALTERAÇÕES NOS EOSINÓFILOS • Eosinofilia → > 550 o Primária → doença mieloproliferativa o Secundária → reacionais (mais comum → crise alérgica/ investigação parasitária) • Eosinopenia o Reações a estresse (paciente internado por muito tempo) o Uso de glicocorticóide ALTERAÇÕES NOS BASÓFILOS • Basofilias o Primárias → raras ▪ Leucemia de basófilos ▪ Leucemia mieloide crônica (além da leucocitose por neutrofilia com desvio à esquerda) ALTERAÇÕES NOS MONÓCITOS • Monocitose → >1.000 o Primárias (por mais de 6 meses) ▪ LMMoC (Leucemia monocítica crônica) ▪ LMA M4 ▪ LMA M5 o Secundárias → infecções crônicas • Monocitopenia → Leucemia de células cabeludas ALTERAÇÕES PLAQUETÁRIAS • Quantitativas: o Plaquetopenia → abaixo de 130.000 o Plaquetoses → acima de 450.000 • Qualitativas o Tamanho o Coloração Alteração qualitativa das plaquetas Plaquetas grandes → geralmente de origem reacional → é mais funcionante
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