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1 São métodos que usam imagem como meio de diagnóstico. Tem se destacado na clínica médica por se tratar de um método não invasivo de detecção de patologias. A imagiologia reúne vários métodos não invasivos de visualização das estruturas corporais internas. Nela temos: Radiografia (Raios x) É uma técnica que usa pulsos de ondas eletromagnéticas (Raios x) para produzir radiografias que representam os tecidos em duas dimensões, baseado em suas densidades. Muito usada para avaliar a anatomia do tórax, abdômen e esqueleto. Tomografia computadorizada (TC) É uma técnica que utiliza pulsos de Raios X para produzir imagens que retratam os tecidos em duas e três dimensões, baseado em suas densidades. Muito usada para o estudo do sistema musculoesquelético, parênquima de órgãos sólidos e distribuição de fluidos corporais. Ressonância magnética (RM) É uma técnica que utiliza ondas de rádio e campos magnéticos para produzir imagens baseadas nos níveis teciduais de prótons (hidrogênio). É comumente utilizada para examinar os tecidos moles e nervoso. Ultrassonografia (US) É um método de imagem que utiliza ondas acústicas de alta frequência para representar os tecidos, baseado em suas densidades. Possui ampla gama de indicações (ex: US Doppler, US da mama, US obstétrica). Medicina nuclear É um espectro de métodos de imagem utilizados para examinar a função de partes específicas do corpo, utilizando radiação gama emitida por radiofármacos Ex.: PET scan. O Raio X e a TC requerem o uso de radiação ionizante, enquanto a RM utiliza um campo magnético para detectar prótons do corpo. A RM é o método mais seguro dentre os três, mas cada técnica tem seus benefícios. O método ideal vai depender das estruturas que queremos examinar. São usados quatro tipos comuns de plano: • Plano sagital – é qualquer plano longitudinal que divide o corpo em esquerda e direita. • Observação: o plano sagital médio (ou plano mediano) é um plano sagital mediano que divide o corpo em partes iguais à esquerda e à direita. • Plano coronal (ou frontal) – é um plano longitudinal que divide o corpo em partes posteriores (trás) e anteriores (frente). • Plano horizontal (ou transversal ou axial) –são planos que passam através do corpo, o qual o divide em partes inferior e superior. • Plano oblíquo – é um plano longitudinal ou transversal inclinado em qualquer ângulo que não seja paralelo aos planos sagital, coronal ou horizontal. Observação: uma seção é uma imagem de uma “fatia” ou “pedaço” de uma parte do corpo. Imaginologia BIANCA LOUVAIN 2 A radiografia é o método de imagem que utiliza raios X ou ondas eletromagnéticas. Essas ondas passam através do corpo da pessoa, sendo alguns raios absorvidos pelos tecidos e outros não. Os não absorvidos alcançam o filme radiográfico que está logo atrás do corpo. Isto cria uma imagem bidimensional (plana), chamada de radiografia. Tecidos densos (como os ossos) vão absorver a maioria dos raios e aparecem nas radiografias como brancos, enquanto o ar não bloqueia nenhum raio e aparece preto. Outros tecidos estão dentro dessa escala de cinza. Essas regras se traduzem numa linguagem radiográfica básica: • Densidade ou opacidade se refere às áreas claras (brancas) da imagem. Exemplo: osso úmero • Lucência se refere a áreas escuras (pretas) da imagem. Exemplo: ar nos pulmões. A radiografia é utilizada principalmente nos raios x de tórax, de abdômen e dos ossos. A TC, antigamente chamada de tomografia axial computadorizada, é outro método de imagem não invasivo. A TC também utiliza raios x, mas a máquina é mais avançada. Ela roda ao redor de uma pessoa parada e cria múltiplas imagens de cortes transversais, que depois podem ser transformados em uma imagem em 3D. Como a TC utiliza raios x, as imagens também dependem da densidade dos tecidos. A densidade é expressa em unidades de Hounsfield (HU), que vão de +1000 para os ossos (claros), passando em 0 para a água (cinza) e chegando até -1000 para o ar (escuro). Cada tecido do corpo tem sua densidade normal e se a densidade está alterada, expressamos isto usando a terminologia da TC: hiperdenso (branco – osso, calcificação, sangue), hipodenso (preto – água, ar) ou isodenso (cinza – parênquima cerebral, músculo), quando comparado a alguma outra estrutura. Meio de contraste +100 a +1.000 Branca brilhante Osso 100 Branca Água (partes moles) 0 a 100 Cinza médio Gordura -60 a -100 Cinza escuro Ar -120 a -1.000 Preto A vantagem da TC em relação ao raio X é a sua capacidade de visualização tridimensional do corpo, fornecendo uma representação mais precisa da área de interesse. https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/tecidos-do-corpo-humano https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/pulmoes 3 • Existem várias técnicas de TC, como a TC de fatia única (single slice), a TC helicoidal (espiral) e a TC de múltiplas fatias (multi slice). Essas técnicas oferecem variações nas espessuras dos cortes e nas doses de radiação utilizadas para criar a imagem. • As máquinas de TC também podem mudar da “janela óssea” para a “janela de tecidos moles”, dependendo de qual estrutura queremos observar. • Além disso, as imagens de TC podem ser feitas com contraste radiológico para ajudar na visualização de determinadas estruturas. Como se orientar nas imagens de TC? Imagine que você está olhando para a pessoa a partir de seus pés (vendo o corte da TC de baixo para cima) ou que a pessoa está de cabeça para baixo. Dica: é utilizado a abreviação DAEP para comparar as posições de 9,12,3 e 6 horas de um relógio. A RM é uma modalidade que, além da anatomia, pode mostrar alguns processos fisiológicos do corpo (RM funcional). Ela usa campos magnéticos e pulsos de radiofrequência para excitar prótons (íons hidrogênio) do nosso corpo. Os íons de hidrogênio excitados emitem sinais captados pelo scanner da RM que, baseado na intensidade do sinal, cria uma imagem em escala de cinza. Uma vez que somos feitos principalmente de gordura e de água, tem muito hidrogênio para se detectar! A densidade desses prótons nos nossos tecidos está relacionada à magnitude do sinal, ou seja densidade aumentada significa sinal aumentado. • Grande intensidade de sinal é representada em branco • Moderada densidade de sinal, em cinza • Baixa intensidade de sinal, em preto. Quando uma estrutura é mais clara do que deveria ser dizemos que ela é hiperintensa. Se ela for mais escura, então é hipointensa. Anterior (frente) Lado direito do paciente Anterior (frente) Posterior (trás) Lado esquerdo do paciente Anterior (frente) https://www.kenhub.com/pt/library/ensino/rm-principios-basicos 4 • A densidade de prótons está aumentada em alguns tipos de lesões, como edema, infecção, inflamação, desmielinização, hemorragia, alguns tumores e cistos. • Em outros tipos, ela está reduzida, como no tecido cicatricial, calcificação, alguns tumores, formação de membranas e cápsulas. Usamos a palavra densidade para TC e intensidade para RM Não misturar esses termos nas provas! A RM não utiliza radiação, pode ser feita com contraste e qualquer plano do corpo pode ser analisado. Apesar de parecer o método de imagem perfeito, tem algumas desvantagens: • A RM demora mais que a TC e pode ser desconfortável para algumas pessoas, já que a máquina é muito barulhenta e requer que a pessoa fique dentro de um tubo estreito (problemático para pessoas com claustrofobia). • Além disso, a RM é absolutamente contraindicada em pacientes com implantes de metal, devido à intensidade do campo magnético criado. Com todas as suas propriedades, salvo contraindicações, a RM é a melhor técnica de imagem paratecidos moles. A RM oferece várias modalidades dentre as quais os radiologistas podem escolher, dependendo de qual estrutura eles querem focar. Os métodos básicos de RM são: • T1 – a imagem pesada em T1 mostra melhor estruturas compostas principalmente por gordura (fluidos são escuros/pretos e gordura é clara/branca). • T2 – a imagem pesada em T2 apresenta estruturas feitas tanto de água quanto de gordura (gordura e fluidos são claros). • PD ou DP (densidade de prótons) – densidade de prótons para o exame de músculos e ossos. • FLAIR (inversão recuperação) – inversão recuperação com atenuação líquida mostra melhor o cérebro. É útil para identificar doenças do sistema nervoso central, como insultos cerebrovasculares, esclerose múltipla e meningite. https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/termos-direcionais-e-planos-corporais https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/cerebro https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/sistema-nervoso 5 • DWI (difusão) – a imagem pesada em difusão detecta a distribuição de fluidos (extra e intracelular) dentro dos tecidos. Como o balanço entre os fluidos compartimentais está alterado em algumas condições (infartos, tumores), DWI é útil para o estudo estrutural e funcional dos tecidos moles. • Flow sensitive (sequências sensíveis ao fluxo) – examina o fluxo dos fluidos corporais, mas sem usar contraste. Este método nos indica se tudo está bem com o fluxo do líquido cerebroespinhal e com o fluxo sanguíneo nos vasos. A RM é principalmente utilizada para o estudo dos sistemas musculoesquelético, gastrointestinal, cardiovascular e para neuroimagem. A ultrassonografia utiliza ondas sonoras de alta frequência emitidas por um transdutor através da pele de uma pessoa. O eco do som no contorno das estruturas internas do corpo retorna ao transdutor, que o traduz em uma imagem pixelada no monitor conectado. A densidade dos tecidos define o quão ecogênicos eles são, ou seja, a quantidade de som que eles vão ressonar de volta (eco) ou que vai passar através deles. Tecidos muito sólidos (ossos) são hiperecóicos e são mostrados em branco, tecidos moles são ditos hipoecóicos e são mostrados em cinza e fluidos são anecóicos e são mostrados em preto. O ultrassom mostra o processo em tempo real e é por isso que ele é útil no acesso imediato de determinadas estruturas. Ele tem várias aplicações, como o acompanhamento do progresso da gestação (ultrassom obstétrico), rastreio de patologias (câncer de mama) e exame do conteúdo de órgãos ocos (vesícula biliar). A ultrassonografia ajustada para examinar o fluxo sanguíneo nas artérias e veias é chamada de ultrassom com Doppler, sendo a ultrassonografia transcraniana e carotídea bons exemplos. A primeira examina o fluxo sanguíneo cerebral e a última examina o fluxo nas artérias carótidas. As imagens da medicina nuclear são utilizadas para visualizar a função, mais do que as estruturas ou partes do corpo propriamente ditas. Um radiofármaco é administrado ao paciente (intravenoso) e imagens da passagem, acúmulo e excreção deste produto são criadas. Isso nos dá informações sobre as funções dos órgãos em questão. Uma técnica de medicina nuclear bastante comum é a tomografia de emissão de pósitrons (PET scan). O PET pode ser usado para o exame funcional de praticamente qualquer sistema corporal - esquelético, cardiovascular, nervoso, endócrino. Há dois exames comuns como exemplos: PET do cérebro – ocorre com a administração de uma glicose marcada radioativamente, a¹⁸FDG (fluordesoxiglicose radioativo) e que se distribui através do cérebro para avaliar sua atividade. É útil para detectar zonas de hipo ou hiperatividade do córtex cerebral e, sendo assim, para o diagnóstico de condições como a epilepsia, demência, Alzheimer e doença de Parkinson. Perfusão miocárdica – é realizada a administração de ⁸²Rb (rubídio radioativo) para a detecção do infarto miocárdico ou doença isquêmica coronariana. https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/anatomia-da-mama-feminina https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/sistema-musculo-esqueletico https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/sistema-circulatorio https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/sistema-endocrino 6 Os contrastes são substâncias que interagem especificamente com ferramentas de imagem, aumentando o contraste visual das estruturas do corpo que estão sendo examinadas. • Os contrastes absorvem radiação (Raios x, TC), têm habilidade de se magnetizar (RM) ou alteram a amplitude dos ultrassons (ultrassonografia). • A medicina nuclear (PET) utiliza radionuclídeos ou radiofármacos que emitem radiação em direção à máquina de imagem. Materiais comuns de contrastes incluem produtos à base de iodo, bário e gadolíneo. Eles podem ser deglutidos, injetados em um vaso sanguíneo ou usados como enema (colocação de um pequeno tubo pelo ânus, no qual é introduzida água ou alguma outra substância). Em uma RM do cérebro nós revisamos a anatomia do córtex cerebral (substância cinzenta), substância branca, líquido cefalorraquidiano (LCR), ventrículos, cisternas e ossos do crânio. Lembre-se que, de maneira geral, em uma RM em T1 os fluidos são escuros e a gordura é clara, enquanto que em T2, tanto a gordura quanto os fluidos são claros. Então: • Em T1, o córtex é cinza, a substância branca é cinza clara, o LCR é preto e a medula óssea dentro dos ossos é branca. • Em T2, o córtex é cinza-claro, a substância branca é cinza escura, o LCR é branco e a medula óssea é cinza clara. Esquema de RM do cérebro em T2 ao nível dos núcleos caudados: Ao nível dos núcleos caudados, as principais estruturas a reconhecer são: os ossos do crânio, os giros corticais, os ventrículos, as estruturas subcorticais e os lobos do cérebro (frontal, temporal, occipital e insular). • Primeiro, veja o círculo externo branco, que é a medula óssea dos ossos do crânio, que circundam o cérebro. Movendo internamente, o espaço preto entre os ossos do crânio e o cérebro é uma área ocupada por músculos, seios paranasais e espaços meníngeos. • Depois, dê uma olhada na superfície externa do cérebro, essa fina camada branca são os giros corticais. Note como eles estão bem juntos, mas ainda assim, distintos. • A seguir olhe para o terceiro ventrículo, ele é essa estrutura branca em forma de fenda localizada no centro do cérebro. Anterolateral a ele estão os ventrículos laterais, com sua aparência normal em forma de cornos. O plexo coróide também aparece hiperintenso em T2. As estruturas subcorticais (gânglios basais e tálamo) estão localizadas de cada lado do terceiro ventrículo. Note como elas são cinzas escuras. • Por último, os lobos cerebrais na RM: frontal, temporal, occipital e insular. https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/estruturas-subcorticais 7 Na TC, preto é tudo aquilo que é preenchido apenas com ar, o que na nossa cabeça são os seios paranasais e as células mastóides. Tudo que tenha cálcio – os ossos – fica branco. Fluidos (sangue e LCR) e tecidos moles (como cérebro, olhos, músculos) aparecem em vários tons de cinza. Para saber o que é o quê, primeiro lembre-se da localização anatômica de cada estrutura, para saber onde procurá-la e, depois, lembre-se da ordem típica de coloração nas TC: • ar > água > substância branca > substância cinzenta > sangue > osso. Esquema de TC de crânio ao nível da fossa jugular: • Primeiro, note as formas brancas na imagem, que são os ossos do neurocrânio. Podemos ver claramente os ossos frontal, zigomático, esfenóide, temporal, occipital e a mandíbula. Foque na cavidade desses ossos. • É possível ver os seios frontal, e as células etmoidais e mastoideas. Como elas estão cheias de ar, elas são vistas em preto. • Além destas estruturas, também podemos verna nossa imagem, os olhos e músculos extraoculares (músculos retos medial e lateral). Eles aparecem isodensos e simétricos entre si, exatamente como esperamos ver em uma TC normal. • O tecido cerebral é acinzentado na imagem, sendo a substância cinzenta (córtex cerebral e núcleos profundos) um pouco mais clara que a substância branca, interna. É um paradoxo, certo? E é exatamente assim que você vai se lembrar disto! As cisternas subaracnóideas e os ventrículos cerebrais estão normalmente preenchidos por LCR, sendo assim, eles aparecem pretos (hipodensas) em uma TC de crânio normal. https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/olho https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/neurocranio https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/osso-frontal https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/osso-zigomatico https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/osso-esfenoide https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/osso-temporal https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/o-osso-occipital https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/a-mandibula https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/anatomia-do-olho-humano 8 TC de pescoço ao nível de C6 e diagrama da anatomia normal do pescoço Enquanto examina uma TC de pescoço, localize as estruturas do pescoço seguindo o padrão das três cores: preto, branco e cinza. • O único sinal preto que devemos ver aqui é o ar dentro da traqueia, visto como um círculo preto na porção anterior da imagem. • O único sinal branco deve ser o da vértebra cervical, que é claramente identificada como a única estrutura hiperdensa na nossa imagem. Ela possui a forma familiar de uma vértebra, com um canal vertebral central (cinza). • O restante conteúdo do pescoço é formado por tecidos moles, que aparecem em vários tons de cinza. Eles incluem órgãos, tecido conjuntivo e músculos do pescoço. • Diretamente posterior à traqueia há um tubo muscular (esôfago), enquanto os lobos da tireóide aparecem de cada lado da traqueia. A bainha carotídea, bilateral, circunda as artérias carótidas comum e interna, a veia jugular interna, o nervo vago (NC X) e os linfonodos profundos do pescoço. https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/visao-geral-e-tipos-de-tecido-conjuntivo https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/bainha-carotidea 9 A maneira mais fácil de ler um Raio X de tórax é seguindo a regra ABCD para: • Vias Aéreas – significa examinar a traqueia, pulmões e pleura • Respiração (Breathing), • Cardíaco – se refere à silhueta cardíaca, na qual nós vemos as margens direita e esquerda • Diafragma. Esquema de Raio X de tórax – projeção em PA (póstero-anterior) • Na imagem, é possível observar a traqueia cheia de ar no plano médio-sagital, anterior às vértebras, sobrepondo-as com sua sombra. Siga a traqueia até à carina, onde ela se divide em brônquios principais direito e esquerdo. O brônquio principal então entra no hilo pulmonar com as artérias, veias e linfonodos pulmonares. Os linfonodos ao redor do hilo não são tipicamente visíveis em pessoas saudáveis, enquanto os vasos e os brônquios continuam a se ramificar no parênquima pulmonar (visto como opacidades mosqueadas/manchada se projetando nos pulmões a partir do hilo). Se não fosse pela sombra traqueobrônquica, os pulmões seriam totalmente pretos, por estarem cheios de ar. Observação: devemos prestar atenção à pleura se puder vê-la, já que em um raio x de tórax normal ela não é visível. • Cardíaco se refere à silhueta cardíaca, na qual nós vemos as margens direita e esquerda. A margem direita tem duas convexidades, a mais baixa vem do átrio (aurícula) direito e a mais alta vem da aorta ascendente. A margem esquerda mostra duas convexidades separadas por uma concavidade. A convexidade superior vem do botão aórtico, que é o local onde a aorta se continua como aorta descendente. A convexidade inferior vem do ventrículo esquerdo. A concavidade vem do tronco pulmonar e artéria pulmonar esquerda. • Quando olhamos para o diafragma, a primeira coisa que observamos é que o hemidiafragma direito é ligeiramente mais alto do que o esquerdo, devido ao fato do direito ser empurrado pelo fígado que está logo abaixo. Os ângulos respectivos onde a densidade do diafragma se mistura com as costelas e o coração são denominados ângulos costodiafragmático e cardiofrênico. Normalmente, esses ângulos são agudos e vazios. • Por fim, avalie a estrutura óssea do tórax. Identifique as clavículas, escápulas e o esterno e tente contar as costelas e as vértebras. https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/aorta-pt https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/diafragma 10 A TC de tórax é outra modalidade de imagem torácica particularmente útil para mostrar o interstício pulmonar, bem como os tamanhos e diâmetros dos órgãos e vasos. Em diferentes níveis da TC podemos ver marcos anatômicos diferentes, como a articulação esternoclavicular ao nível de T1, o tronco braquiocefálico em T3 ou o arco aórtico em T4. Esquema de TC de tórax ao nível de T3 • Em uma TC de tórax a maior parte da imagem é preta (já que o ar é preto em uma TC, então podemos deduzir que o preto em nossa imagem representa o ar que preenche o tecido pulmonar). A outra estrutura preenchida por ar é a traqueia. • Ela pode ser vista no centro da imagem, tendo um formato circular definido. • O branco visto em nossa imagem são os ossos. • Cinza é a cor dos tecidos moles e órgãos. Adjacente à traqueia, podemos ver o coração e os grandes vasos (aorta ascendente e descendente, veia cava superior e tronco pulmonar). • Externamente à caixa torácica, podemos ver a musculatura torácica em cinza, bem como os tecidos subcutâneos. Juntamente com o Raio x, a TC é o método a escolher para o exame da anatomia abdominopélvica. A TC visualiza claramente osso, ar, gordura e fluido. Lembre-se que o ar é preto, o osso é branco, enquanto os tecidos moles, órgãos e fluidos são cinza. https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/coracao 11 Esquema de TC abdominal ao nível de L3 • Vamos começar com o anel externo em cinza, ele representa a pele. Movendo internamente, vemos a camada escura de tecido subcutâneo. • A próxima camada de tecido cinza é a representação dos músculos do tronco. Anteriormente você deve ser capaz de identificar os músculos abdominais: reto abdominal, oblíquos externo e interno e transverso do abdômen. Posteriormente, nós temos os músculos do dorso: latíssimo do dorso, eretores da espinha, quadrado lombar e iliopsoas. Entre os músculos posteriores está a vértebra L3, branca (hiperdensa). Seu corpo vertebral é separado do arco posterior pelo canal vertebral, em cinza. Os órgãos abdominais estão situados internamente aos músculos. É possível observar claramente o fígado, ele é cinza e preenche a maior parte do espaço direito do paciente. Ligeiramente mais hipodensa e implantada na porção anterior do fígado, está a vesícula biliar. Em seguida, vejamos o pâncreas, este órgão é cinza médio e está localizado centralmente na nossa imagem tomográfica. Movendo posteriormente, note os órgãos pareados, idênticos nos lados esquerdo e direito, estes são os rins. Note como a pelve renal é mais escura que o parênquima renal. Já os órgãos ocos, ou seja, o estômago e intestinos delgado e grosso. Eles estão preenchidos por ar e, por isso, seus lúmens estão pretos. • Centralmente na imagem, podemos ver os círculos cinzas dos grandes vasos. Procure na imagem a veia cava inferior, a aorta abdominal, bem como a artéria renal e sua veia correspondente. A RM é o método de escolha para examinar as articulações, já que ela fornece uma imagem de alta resolução de estruturas musculoesqueléticas. Esquema de RM em PD de ombro ao nível da cavidade glenóide Aqui nós temos uma imagem axial em PD (densidade de prótons) do ombro. Nesta modalidade, os ossos são mostrados em branco,músculos em cinza-escuro, enquanto tendões e ligamentos são representados em preto. https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/musculo-latissimo-do-dorso https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/rins https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/estomago https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/intestino-delgado https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/intestino-grosso https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/articulacao-do-ombro-glenoumeral 12 • O círculo externo em branco na nossa imagem é a pele e o tecido subcutâneo, enquanto o círculo branco no centro da imagem é o úmero. Note também o processo coracoide e a escápula, ambos bem claros. • O tecido mole restante é mostrado em tons de cinza a preto. Em uma RM de ombro, esses elementos de tecidos moles são combinados em dois grupos funcionais: estabilizadores estáticos da articulação (labrum glenoide, cápsula fibrosa e ligamentos glenoumeral e coracoumeral) e estabilizadores dinâmicos da articulação (manguito rotador e músculos ao redor). • Note que o tendão do bíceps (bicípite) deve se inserir em uma posição de 12 horas, então se você o vir em algum outro local, você deve estar olhando para um ombro lesionado. Os tendões desses músculos são susceptíveis a roturas e, nesses casos, você verá um sinal hiperintenso (branco) vindo deste local. Em uma RM em T1 de punho, os ossos são brancos, os vasos são cinza-claros, os músculos são cinza- escuros e os ligamentos e nervos são pretos. Para melhor examinar uma RM de punho, divida o processo em ossos, ligamentos, túnel do carpo e tendões. Esquema de RM em T1 de punho – túnel do carpo • Nos ossos, note a estrutura clara em forma de cubo, formando um arco no centro da imagem. Esses são os ossos carpais. De medial para lateral, identifique o pisiforme, o piramidal, o semilunar e o escafóide. A seguir, dê uma olhada nos ligamentos, eles são mostrados como um tecido cinza preenchendo o espaço entre os ossos. • Logo abaixo da curvatura do arco carpal, está o túnel do carpo. Note o tecido cinza do retináculo dos flexores, o grande círculo cinza-médio do nervo mediano e os círculos pretos de todos os tendões flexores. • Os tendões dos extensores atravessa o lado dorsal da mão, coberto pelo retináculo dos extensores. Eles têm a mesma forma que seus correspondentes palmares, círculos pretos para tendões e círculos cinzas para os vasos sanguíneos. Os ligamentos e tecido conjuntivo da mão também são cinza. • Por último, os ventres dos músculos intrínsecos da mão são vistos em uma RM usual de punho. Na nossa imagem, vemos o ventre muscular cinza-escuro do adutor do dedo mínimo, cercado por tecido adiposo hiperintenso. https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/anatomia-da-mao https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/visao-geral-e-tipos-de-tecido-conjuntivo 13 A RM de joelho é o procedimento de imagem mais solicitado do sistema musculoesquelético. Esquema de RM em PD de joelho ao nível dos côndilos femorais Aqui, temos uma RM em PD (densidade de prótons), à nível dos côndilos femorais. Esta modalidade nos dá um mapa em três cores da articulação do joelho, no qual os ligamentos e meniscos são pretos, a medula óssea é cinza-escura e a cartilagem articular é branca. • Começando anteriormente, a primeira estrutura que voc ê verá é o ligamento patelar, que é mostrado em preto. Diretamente posterior, está a patela e gordura infrapatelar, ambas vistas em cinza. Em seguida, você verá os côndilos femorais, com sua forma curvada familiar, mostradas em cinza-escuro e preenchendo a maior parte desta imagem. Nos limites anterior e posterior dos côndilos, podemos ver as linhas cinza-claras da cartilagem articular. • Note a pequena estrutura preta bem no centro da imagem, entre os côndilos, que é o ligamento cruzado anterior. Os ligamentos tibial colateral e fibular (peroneal) colateral também são vistos, eles são as estruturas pretas nos lados medial e lateral do fêmur, respectivamente. Em uma RM em PD os tendões musculares são mostrados em preto, enquanto os músculos são representados em cinza. Localize os músculos bíceps (bicípite) femoral, sartório, semimembranoso, plantar, poplíteo e gastrocnêmio. https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/musculo-gastrocnemio 14 • Olhe para os ventres lateral e medial do músculo gastrocnêmio, entre eles você verá estruturas circulares familiares, representando os vasos sanguíneos. Neste caso, temos a artéria poplítea, a veia poplítea e a veia sural e, posterior e em forma menos circular, está o nervo tibial. • Por último, se você olhar com atenção, você irá notar outras estruturas neurovasculares externas ao músculo sural, note em particular o nervo fibular (peroneal) comum. Referências: KenHub e Bontrager 8ª edição.
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