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Gestão do Conhecimento Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Dr. Antonio Carlos da Fonseca Bragança Pinheiro Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin Inteligência Competitiva em Organizações do Século XXI • Introdução; • Processo de Inteligência Competitiva; • Gestão de Pessoas para a Inteligência Competitiva Organizacional; • Gestão e Retenção do Capital Intelectual Organizacional; • Vantagens Competitivas com Capital Humano Organizacional. • Apresentar a importância do comportamento das pessoas nas Empresas para obter vantagens competitivas; • Conceituar a Inteligência Competitiva nas organizações, citando o macroambiente e o microambiente de negócios; • Apresentar o processo de Inteligência Competitiva para a criação da cultura organizacional; • Apresentar a gestão de pessoas para a Inteligência Competitiva organizacional, mostrando o processo de aprendizagem organizacional e as atividades do Departa- mento de recursos humanos para a retenção do capital intelectual organizacional e obtenção de vantagens competitivas com o capital humano organizacional. OBJETIVOS DE APRENDIZADO Inteligência Competitiva em Organizações do Século XXI Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Inteligência Competitiva em Organizações do Século XXI Introdução Em ambientes globalizados, com alta competição organizacional, é estratégi- co saber quais são os fatores intervenientes no comportamento das pessoas nas Empresas, para que possam ser adequadamente compreendidos e, se possível, previstos e potencializados, para obter vantagens competitivas (Figura 1). Figura 1 – Comportamento de pessoas e vantagens competitivas Fonte: Acervo do Conteudista A Inteligência Competitiva (IC) é o processo que investiga o ambiente em que a Empresa está inserida, com o propósito de descobrir oportunidades e reduzir riscos, bem como diagnosticar o ambiente interno organizacional, visando ao es- tabelecimento de estratégias de ação em curto, médio e longo prazos (Figura 2). Figura 2 – Inteligência Competitiva Fonte: Acervo do Conteudista A Inteligência Competitiva é associada à ideia de processo contínuo. Sua com- plexidade está relacionada ao estabelecimento de relações e conexões, de forma a gerar a capacidade de conhecer, compreender e aprender das Organizações. Essa 8 9 condição gera a Inteligência Competitiva, que cria estratégias para atuar em cená- rios futuros, possibilitando mais segurança e assertividade ao processo decisório. Para que ocorra o processo de Inteligência Competitiva de forma adequada, as Organizações devem estar atualizadas em relação às informações referentes aos seus ambientes externo (macroambiente) e interno (microambiente) de negócios. O macroambiente de negócios é o ambiente em que as Empresas não têm domínio sobre seu comportamento, sendo composto por: • Ambiente Econômico – Está relacionado às características econômicas (cotação de moedas, Bolsa de Valores etc.); • Ambiente Político Legal – Está relacionado à legislação existente nos ambientes de negócios (leis, tributação etc.); • Ambiente Sócio Cultural – está relacionado aos hábitos da população (costumes, Religião etc.); • Ambiente Natural – Está relacionado à natureza (clima, catástrofes naturais etc.); • Ambiente Tecnológico – está relacionado à Tecnologia existente (computadores, transportes, Internet, televisão, telefonia etc.); • Ambiente Demográfico – Está relacionado às características da população de determinada região (idade, ocupação, sexo, densidade, natalidade etc.). O microambiente de negócios é o ambiente em que as Empresas têm domínio sobre seu comportamento, sendo constituído por seus ambientes interno e externo. Ambiente interno • Setores da Empresa (Produção, Financeiro, Comercial, Recursos Humanos, Administração etc.); • Produtos. Ambiente externo • Púbico; • Clientes; • Fornecedores; • Intermediários; • Concorrentes. Por isso os gerentes devem ter informações precisas e atuais de seus negócios de maneira formal e sistemática (Figura 3). 9 UNIDADE Inteligência Competitiva em Organizações do Século XXI Figura 3 – Informações gerenciais Fonte: Acervo do Conteudista Processo de Inteligência Competitiva A Inteligência Competitiva (IC) é utilizada nos ambientes corporativos com a inten- ção de identificar oportunidades e reduzir riscos. Por meio do processo da Inteligência Competitiva, as Empresas conhecem melhor os ambientes interno e externo de seus negócios, possibilitando o estabelecimento de ações estratégias. O Processo de Inteligência Competitiva Organizacional (ICO) é estruturado continuamente a partir de dados, informações e conhecimentos diversos: • Dados – São de simples observação. São facilmente estruturados e quantificados; • Informações – São relevantes e têm algum propósito. Precisam ter consenso em relação a seus significados; • Conhecimentos – São informações relevantes. São frequentemente tácitos, com difícil estruturação e transferência. O conhecimento é um recurso estra- tégico organizacional intangível; por isso, tem como maior característica sua complexidade. Quanto mais for utilizado e compartilhado, mais possibilitará a geração de novos conhecimentos. Em ambientes de negócios globalizados, em rápidas e constantes transformações, a demanda crescente necessita de novas e criativas opiniões que sejam capazes de auxiliar as Empresas nas tomadas de decisões. Essa realidade presente nos ambientes de negócios foi um dos fatores que mais influenciou o reconhecimento da importân- cia das atividades da Inteligência Competitiva (IC). 10 11 Por meio da Inteligência Competitiva (IC), as Empresas realizam a verificação da validade dos dados, informações e conhecimentos associados a itens como, por exem- plo, confiabilidade, confidencialidade, consistência, obsolescência e utilidade (Figura 4). Figura 4 – Validação de dados, informações e conhecimentos Fonte: Acervo do Conteudista Nem todos os dados, informações e conhecimentos obtidos do Mercado, ou inter- namente, são importantes para serem incorporados e gerar Inteligência Competitiva. Para isso, é necessário que cada Organização preste atenção a seus objetivos de ne- góciospara, assim, coletar e analisar os dados e as informações que forem relevantes para seus objetivos de Mercado. A Inteligência Competitiva (IC) necessita ser estruturada para realizar ações que criem uma cultura informacional e/ou intelectual nas Empresas. Essa estrutura inclui (Figura 5): • Realizar continuamente o mapeamento e a prospecção de dados, informações e conhecimentos produzidos interna e externamente à Empresa; • Conhecer profundamente as pessoas-chave da Empresa, independente de hierarquia e cargos ocupados; • Conhecer as pessoas estratégicas para a Empresa que atuam fora da Empresa; • Saber quais setores e/ou Instituições participam dos fluxos informacionais (formais e informais), tanto no ambiente interno quanto externo à Organização; • Ser sensível às necessidades informacionais dos clientes internos e externos, visando a elaborar produtos (bens e serviços) informacionais de qualidade e direcioná-los de forma adequada; • Reduzir o estresse informacional da Organização. 11 UNIDADE Inteligência Competitiva em Organizações do Século XXI Figura 5 – Cultura informacional e/ou intelectual nas empresas Fonte: Acervo do Conteudista Aplicar a Inteligência Competitiva (IC) nas Empresas, por meio de contínuo monitoramento e prospecção de dados, informações e conhecimentos internos e externos agrega valor aos conhecimentos organizacionais, possibilitando competi- tividade em seus mercados de atuação. Para o processo de Inteligência Competitiva (IC) é necessária a utilização de recursos de informação internos e externos às Organizações (Figura 6). Figura 6 – Utilização de recursos no Processo de Inteligência Competitiva Fonte: Acervo do Conteudista Para a manutenção das vantagens competitivas das Empresas, o desafio é saber constantemente criar novos produtos (bens e/ou serviços), por meio dos conheci- mentos que são gerados pelas iniciativas e pelos esforços de pessoas que se inter- -relacionam nos diversos setores das Organizações (Figura 7). Figura 7 – Manutenção das vantagens competitivas das Empresas Fonte: Acervo do Conteudista Algumas Empresas têm interesse em aumentar a criatividade de seus empregados. Assim, atuam em estratégias que mobilizam a motivação das pessoas, com a intenção de identificar os talentos (competências e habilidades) dos indivíduos. 12 13 Por meio da Inteligência Competitiva organizacional é possível criar uma cultura organizacional baseada em dados, informações e conhecimentos. Isso possibilita uma condição organizacional de maior flexibilidade de atuação no Mercado, por meio da maior capacidade de criação e geração de tecnologias, aumentando sua capacidade competitiva (Figura 8). Figura 8 – Criação da Cultura Organizacional Fonte: Acervo do Conteudista Gestão de Pessoas para a Inteligência Competitiva Organizacional Para que uma Empresa aumente sua eficiência e eficácia, ela deve desenvolver for- mas e características específicas na composição de suas equipes de trabalho, segmento de atuação, mecanismos de produção e objetivos estratégicos (Figura 9). Com isso, ela poderá ter o aprimoramento, a inovação e a aprendizagem organizacional como fato- res que agem interna e externamente para o aumento de sua competitividade. Figura 9 – Composição das equipes de trabalho nas Empresas Fonte: Acervo do Conteudista 13 UNIDADE Inteligência Competitiva em Organizações do Século XXI A implantação de um modelo de gestão de pessoas por competências objetiva criar uma base de referência, que parte da execução do processo de mapeamento das competências necessárias à execução das tarefas e, simultaneamente, a um modelo de gestão de equipes, com base na necessidade de obter novos métodos e oportunidades para as atividades executadas, compartilhando conhecimento e gerando novos processos, que sejam mais eficientes e eficazes (Figura 10). Figura 10 – Modelo de gestão de pessoas por competências Fonte: Acervo do Conteudista A base de referência do modelo de gestão de pessoas é fundamental para o desenvolvimento dos parâmetros para a gestão das equipes, conforme modelo focado nas competências relacionadas à Inteligência Competitiva (IC). Para a utilização dos princípios da Inteligência Competitiva (IC), é importante potencializar a eficiência e a eficácia dos diversos Setores de uma Organização. Para isso, é necessário desenvolver estratégias que possam melhorar a gestão de pessoas. O desenvolvimento do mapeamento de conhecimentos, habilidades e atitudes dos empregados da Empresa é uma maneira de otimizar a implantação de pro- cessos de gestão de pessoas por competências e assim atender aos princípios da Inteligência Competitiva (IC). Para o desenvolvimento de uma estratégia de ação no Setor de recursos humanos, deve ser utilizado o método da pesquisa-ação nos diversos Setores das Empresas. Por meio da análise de cada Setor, é possível identificar a necessidade que o es- tabelecimento tem de procedimentos para a divulgação de conceitos e políticas de gestão de pessoas e quais são as competências básicas para cada cargo ou função (conhecimentos, habilidades e atitudes). O estabelecimento das competências necessárias para a implantação de um modelo de trabalho com foco em Inteligência Competitiva (IC) é muito importante para o esta- belecimento de ambientes corporativos de inovação com foco na competitividade. 14 15 A competitividade organizacional está relacionada não apenas à comparação com outras Empresas de Mercado, mas também a fatores internos das Empresas, que podem otimizar seus recursos no processo de produção. As atividades da Inteligência Competitiva (IC) são complexas, devido ao dina- mismo e à instabilidade dos ambientes competitivos e das dificuldades associadas à produção da inteligência. Por isso o Setor de recursos humanos deve ter capa- cidade em realizar a contínua capacitação dos empregados para que eles tenham um conjunto adequado de competências, para que possam desempenhar adequa- damente suas funções. A construção da Inteligência Competitiva tem como base a constituição de um grupo de empregados que tenham as competências definidas estrategicamente pela alta gerência. Essas competências estão de acordo com os objetivos das organiza- ções (missão, visão e valores). A Inteligência Competitiva (IC) é baseada em profissionais que sejam competentes em suas atividades, cujo desempenho é baseado em conhecimentos, habilidades e atitudes que estejam em conformidade com o trabalho que executam. Alguns aspectos do comportamento dos indivíduos podem ser explicados por traços de personalidade. A maior parte do comportamento humano nas Empresas explica-se por meio do processo de aprendizagem, que pode ser definido como uma mudança relativamente permanente como resultado das experiências, e que instrumentalizam a multiplicação de conceitos, valores e estratégias, especialmente efetivos em ambientes de expansão. O processo de aprendizagem organizacional pode ser classificado em (Figura 11): • Condicionamento clássico – Nesse processo de aprendizagem, o comporta- mento dos empregados é baseado na relação causa e efeito, em que o ambiente organizacional é a variável fundamental. Por exemplo, os operários parecem mais atentos ao trabalho quando o chefe se aproxima deles; • Condicionamento operante – Nesse processo de aprendizagem, o com- portamento dos empregados é função das suas próprias consequências. Comportamentos com consequências agradáveis tendem a ser repetidos, enquanto comportamentos com consequências desagradáveis tendem a ser evitados. Nas Empresas, os bons comportamentos podem ser recompen- sados com prêmios monetários e reconhecimentos do chefe ou, em casos contrários, advertências e retirada de privilégios; • Aprendizagem social – Nesse processo de aprendizagem, o comportamento dos empregados é feito por meio da observação e da imitação de comporta- mentos de outros, principalmente dos gestores. 15 UNIDADE Inteligência Competitiva em Organizaçõesdo Século XXI Figura 11 – Processos de aprendizagem organizacional Fonte: Acervo do Conteudista Com a Globalização, as alterações de metodologias do trabalho relacionadas às novas tecnologias, entre outros fatores intervenientes, têm levado à crescente importância da necessidade de capacitação profissional nas Empresas. Em circunstâncias específicas, as recompensas de ordem financeira motivam os trabalhadores; contudo, existe uma fraca correlação das recompensas com o aumento da performance no trabalho, bem como na melhoria nas relações inter- pessoais e no comprometimento. Um modelo de gestão, ou um sistema de gestão, possibilita administrar por meio de um exemplo já existente, realizando as adaptações necessárias para cada tipo de Organização. A gestão de pessoas nas organizações se baseia em três premissas básicas (Figura 12): 1. As pessoas são seres humanos; por isso são passíveis de erros e falhas; 2. As pessoas são os ativadores inteligentes dos recursos organizacionais; 3. As pessoas são parceiras das Empresas. Figura 12 – Premissas básicas da gestão de pessoas Fonte: Acervo do Conteudista 16 17 O Departamento de Recursos Humanos é o Setor encarregado da gestão de pessoas nas Organizações, e faz as seguintes atividades (Figura 13): • Planejamento de Pessoal – Descrição e análise de cargos existentes no Organograma das Empresas; • Suprimento de Pessoal – Recrutamento, seleção, contratação e integração de pessoas; • Manutenção de Pessoal – Política salarial, pagamentos, carreira, benefícios, exames médicos admissional e periódicos; • Desenvolvimento de Pessoal – Capacitação, treinamento e promoção de pessoas; • Controle de Desempenho de Pessoal – Avaliação de desempenho de pessoas; • Dispensa de Pessoal – Demissão de pessoas (comunicação, exame médico demissional, acerto de pagamentos). Figura 13 – Atividades do Departamento de Recursos Humanos Fonte: Acervo do Conteudista As mudanças nas Organizações são processos contínuos que não ocorrem somente em suas estruturas organizacionais, seus produtos ou seus Mercados, mas ocorrem, principalmente, em seus padrões comportamentais (culturais, políticos e relacionais internos e externos de poder). O clima organizacional positivo depende de fatores como (Figura 14): • Equidade entre as pessoas – Os superiores nas Empresas devem ser justos em relação à estrutura social, não fazendo qualquer tipo de distinção, seja em relação à remuneração, seja em relação às avaliações realizadas ou a eventuais conflitos interpessoais; • Realização profissional – Esse fator significa crescer na carreira, na Empresa, ter salários com reajustes acima de percentuais inflacionários. Pode ser também relacionada ao fator de estar bem com a Organização, ou seja, ser considerado e respeitado no trabalho que executa; 17 UNIDADE Inteligência Competitiva em Organizações do Século XXI • Companheirismo Pessoal – Reconhecer as pessoas que procuram uma relação amistosa no ambiente de trabalho. Figura 14 – Fatores intervenientes para clima organizacional positivo Fonte: Acervo do Conteudista O desafio de todas as Empresas é obter e reter seus talentos por meio da gestão do capital humano, com o objetivo de potencializar seu capital intelectual, visando a gerar maior vantagem competitiva no Mercado globalizado, buscando um dife- rencial entre seus concorrentes e agregando valor a seus produtos. Gestão e Retenção do Capital Intelectual Organizacional O valor econômico de uma Organização é o resultado da adição de seus ativos tangíveis e intangíveis. Em ambientes globalizados, a grande valorização de Empresas que se utilizam intensamente dos ativos intangíveis tem mostrado a crescente impor- tância desses ativos na manutenção de suas vantagens competitivas e, portanto, de seus valores econômicos (Figura 15). Figura 15 – Valores econômicos das Organizações Fonte: Acervo do Conteudista Nas Organizações, dentre os ativos intangíveis considerados mais relevantes está o capital intelectual, que é considerado importante fonte de vantagem competitiva. 18 19 Embora o capital intelectual seja um bem valioso para as Organizações, por pro- porcionar vantagem competitiva, muitas Empresas não compreendem a natureza e o valor dele. Por ser multidisciplinar, o capital intelectual tem grande campo de estudo, mas apre- senta grande dificuldade de avaliação. Ele representa todo um conhecimento existente numa Empresa, seja ele tácito, seja explícito, individual ou coletivo. O conhecimento acumulado nas Empresas não tem ajuste imediato; é acumulado e aplicado por meio das ações corporativas. As Empresas consideradas intensivas em conhecimento e em pesquisa, como as do Setor farmacêutico, químico, tecnologia da informação, telecomunicações e do Setor bancário, que são altamente inovadoras e bem equilibradas no uso da inter- venção humana e de tecnologia, são largamente dependentes do capital intelectual como fonte de inovação. O capital intelectual organizacional pode ser classificado em (Figura 16): • Conhecimento escolástico e tácito de seus empregados; • Capacitação em pesquisa e desenvolvimento; • Processos facilitadores de transferência e aquisição de conhecimento; • Relacionamento com clientes, fornecedores e Mercado de trabalho. Figura 16 – Capital Intelectual Organizacional Fonte: Acervo do Conteudista O capital intelectual organizacional é o conjunto do capital humano, do capital estrutural e do capital relacional: 19 UNIDADE Inteligência Competitiva em Organizações do Século XXI • Capital humano – São os conhecimentos, as habilidades e as experiências dos empregados, que são articulados para atingir suas metas funcionais; • Capital estrutural – São as extensões e as manifestações do capital humano. Inclui os sistemas de Tecnologia da Informação, marcas e imagens da Empresa, o Banco de Dados de clientes, Manuais e Normas organizacionais; pode ser visto como o repositório não humano de informações; • Capital relacional – São os conhecimentos adquiridos e incorporados por meio das interações entre os indivíduos e as redes de relacionamento de negócios, conside- rando a capacidade de colaboração entre empregados, para troca de informações e geração de novas ideias, e interação entre diferentes áreas das Empresas. Os capitais humano, estrutural e relacional interagem entre si, criando a base formal para o aumento do valor das Empresas e das vantagens competitivas. A interação entre capital humano e capital relacional tem como resultado o au- mento das competências dos empregados, o que pode ocorrer, por exemplo, como resultado do contato direto com os clientes. Por isso, muitas Empresas aumentam a quantidade de empregados que tem contato direto com os clientes, desde que esse tipo de contato possa aumentar a qualificação dos empregados e contribuir para a elevação da imagem da Empresa. A interação entre o capital humano e o capital organizacional faz com que uma parte significativa do conhecimento dos indivíduos, por meio das formas de abordagens, prin- cípios e decisões estruturais, seja incluída nas Bases de Dados das Organizações. Esse conhecimento começa a ser acessível a todos os demais empregados, como forma de treinamentos e aprendizagens. Não adianta as Empresas terem modernas Tecnologias da Informação e não investirem na geração de capital humano e organizacional. O capital intelectual organizacional consiste no acesso e no uso dos conhecimentos de todos os empregados e suas experiências aplicadas, bem como a estrutura organi- zacional, a tecnologia e os sistemas organizacionais. O valor das Empresas se define em função do valor total de seus empregados adicionada à estrutura da Empresa. Esse valor está associado aos conhecimentos e às habilidades de cada empregado, aos conhecimentos, às habilidades e à experi- ência compartilhados por todos empregados, bem como os procedimentos organi- zacionais seguidos na Empresa. O valor das Empresas é dinâmico e vai alémde seu valor contábil, sendo difícil de ser avaliado. O capital intelectual aumenta o valor de Mercado da Empresa e torna suas operações de negócios mais eficientes; por isso, o grande interesse nos ativos de co- nhecimento ou Capital Intelectual (CI) é saber como eles são gerenciados nas Empresas. A melhor gestão do Capital Intelectual (CI) conduzirá a uma vantagem compe- titiva sustentável única. Assim, é gasta uma grande quantidade de tempo e esforço para avaliar o Capital Intelectual (CI). 20 21 Para a melhor gestão do Capital Intelectual (CL), são desenvolvidos sistemas e ferramentas para administrá-lo e avaliar o seu impacto no desempenho organiza- cional. Esse tipo de capital envolve Recursos Humanos, Tecnologia da Informação, estratégia de negócios e participação dos empregados, com o objetivo de transferir rapidamente experiências para as Empresas. A maneira como o Capital Intelectual (CI) muda e aumenta ao longo do tempo depende de estratégias de gestão do conhecimento. Para a efetiva aprendizagem organizacional, devem ser analisados os comportamentos em nível individual, cole- tivo e organizacional, bem como os processos que criam e utilizam os conhecimen- tos, para que se possa compreender de forma sistêmica como os conhecimentos mudam e fluem nas Empresas. As Empresas estão considerando o conhecimento um bem cada vez mais va- lioso e estratégico, sendo muito importante gerenciar suas capacidades e recursos intelectuais, e elas devem alinhar e integrar as tecnologias e as iniciativas organi- zacionais para desenvolver e gerenciar os processos de desenvolvimento e difusão desse conhecimento. Para o rápido crescimento do capital intelectual, são necessárias equipes de trabalho que sejam criativas e motivadas, que contribuam para mudanças nos ambientes orga- nizacionais e que estejam alinhadas às estratégias das Empresas. É importante lembrar que muitos empregados possuem conhecimentos especia- lizados, realizam produção intelectual de alta qualidade e tendem a controlar o do- mínio de seu trabalho, mas não necessariamente estão de acordo com os objetivos organizacionais. Por isso, é importante que as Organizações desenvolvam as me- lhores práticas para gerenciar seu capital intelectual, a fim de construir e sustentar uma vantagem competitiva em longo prazo. Vantagens Competitivas com Capital Humano Organizacional A vantagem competitiva das Empresas tem seu desenvolvimento em caracterís- ticas como: • Capacidade da Empresa de gerar valor para o cliente – O seu valor pode ser definido pelo cliente como, por exemplo, entrega rápida, menor preço, conveniência etc.; • Percepção do cliente sobre o aumento do valor do produto – O cliente deve perceber que o produto de determinada Empresa é superior aos produtos de outras Empresas; • Vantagem competitiva eficaz – Deve ser difícil para os concorrentes co- piarem. A vantagem competitiva organizacional é a ocorrência de níveis de performance econômica acima da média do Mercado em virtude das estra- tégias adotadas pelas Empresas. 21 UNIDADE Inteligência Competitiva em Organizações do Século XXI Os recursos de uma Empresa podem ser classificados como materiais (ativos tangíveis) e imateriais (ativos intangíveis) (Quadro 1). Quadro 1 – Recursos das Empresas Recursos materiais (Ativos tangíveis) Recursos imateriais (Ativos intangíveis) Ações Ativos intangíveis fixos (concessões, direitos autorais, licenças, marcas registradas, patentes) Clientes Ativo tangíveis fixos (edifícios, máquinas, equipamentos, terrenos, móveis) Banco de dados Competências dos empregados Capital financeiro Know-How Força de trabalho Debêntures Segredos de fabricação Fornecedores Estoques Softwares Goodwill (valor agregado) Matéria-prima Investidores Recursos naturais Relacionamentos internos e externos Trabalho em andamento Tecnologia Fonte: Elabora pelo Conteudista Quanto maior for a preocupação com o capital intelectual nas Organizações, maior será a valorização do fator humano nas Empresas. Ter empregados não significa ter talentos, isto é, pessoas competentes. A diferença entre talentos e pessoas comuns é que talento é uma pessoa que possui um diferencial competitivo que a valoriza frente às demais pessoas. O capital humano é proveniente do talento humano, isto é, das competências dos empregados, significando para a Organização um patrimônio significativo. Nas Empresas, além dos talentos, é necessário que as pessoas se enquadrem dentro de um contexto favorável e incentivador apresentado pelas Empresas, para que os indivíduos talentosos possam desenvolver suas potencialidades. Quando isso não ocorre, geralmente, esse empregado talentoso se distancia da equipe. O capital intelectual das Empresas facilmente perde talentos. Essa evasão, ge- ralmente, ocorre em virtude da existência de concorrentes com maior capacidade tecnológica. Apenas melhorias salariais, ou oferta de benefícios, não são fatores que garantem a retenção dos talentos nas Organizações. Geralmente, o que mantém os talentos nas Organizações são mecanismos de autorrealização e desenvolvimento. O desafio das Empresas é gerir seus capitais intelectuais de forma estratégica, para aperfeiçoar o desempenho organizacional e utilizá-lo como processo decisório para o desenvolvimento de novas soluções para o Mercado por meio do comparti- lhamento do conhecimento de seus empregados. 22 23 O Capital Intelectual (CI) é um conceito intangível; por isso, a dificuldade em seu adequado gerenciamento (Figura 17). Figura 17 – Construção do Capital Humano Organizacional Fonte: Acervo do Conteudista As pessoas são seres humanos que possuem personalidade própria, isto é, têm expressão, atitudes, comportamentos e escolhas pessoais. A personalidade diferencia as pessoas umas das outras. A personalidade é única para cada pessoa, apresenta características distintas cognitivas, afetivas, volitivas e físicas e a forma como ela se manifesta. 23 UNIDADE Inteligência Competitiva em Organizações do Século XXI Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Organizações do conhecimento: infraestrutura, pessoas e tecnologias ANGELONI, M. T. Organizações do conhecimento: infraestrutura, pessoas e tecnologias. São Paulo: Saraiva, 2008. As regras da inovação: como gerenciar, como medir e como lucrar DAVILA, T.; EPSTEIN, M. J.; SHELTON, R. As regras da inovação: como gerenciar, como medir e como lucrar. Porto Alegre: Bookman, 2007. Inteligência Competitiva: como transformar informação em um negócio lucrativo GOMES, E.; BRAGA, F. Inteligência Competitiva: como transformar informação em um negócio lucrativo. Rio de Janeiro: Campus, 2004. Gestão do conhecimento: os elementos construtivos do sucesso PROBST, G.; RAUB, S.; ROMHARDT, K. Gestão do conhecimento: os elementos construtivos do sucesso. Tradução de Maria Adelaide Carpigiani. Porto Alegre: Bookman, 2002. 24 25 Referências ALMEIDA, M. S. Gestão do conhecimento para tomada de decisão. São Paulo: Atlas, 2011. (E-book) OLIVA, A. Teoria do Conhecimento. Rio de Janeiro: Zahar, 2011. (E-book) PIERRE, F. O inovador modelo japonês de gestão do conhecimento. Porto Alegre: Bookman, 2010. (E-book) 25
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