Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
S2 Medicina Alina Villela Hipertensão arterial sistêmica Definição A hipertensão arterial sistêmica é uma condição clínica multifatorial, que é caracterizada por uma elevação sustentada dos níveis pressóricos ≥ 140 e/ou 90 mmHg. Elevação da tensão exercida pelo sangue nas artérias. Percebe-se que, frequentemente, se associa com distúrbios metabólicos, alterações funcionais e estruturais de órgãos-alvo e é agravada pela presença de outros fatores de risco, como: dislipidemia, obesidade e diabetes melito (DM). A hipertensão arterial essencial ou primária (HA) é uma das causas mais comuns de doenças cardiovasculares, afetando aproximadamente 20% da população adulta em sociedades industrializadas 1. A doença é um fator de risco para o desenvolvimento da doença coronária, acelera o processo de aterosclerose e pode ser um fator determinante para o surgimento prematuro de morbidade e mortalidade cardiovascular associado a doença coronária, insuficiência cardíaca congestiva, acidente vascular encefálico e doença renal terminal. A regulação da pressão arterial (PA) é uma das funções fisiológicas mais complexas do organismo, dependendo das ações integradas dos sistemas cardiovasculares, renal, neural e endócrino. Mas o que é Pressão arterial? Pressão= Força/ Área Pressão= Volume de sangue/ área dos vasos PA= DC x RVP Os principais fatores de risco associados com a HAS são Idade, sexo (masculino), etnia (negros), obesidade, ingestão exacerbada de sal, ingestão de álcool, sedentarismo, fatores socioeconômicos e a questão genética. Diagnóstico Inicialmente, ao se avaliar um paciente com suspeita de HAS, deve-se incluir a confirmação diagnóstica, a suspeição e identificação de causa secundária, além de investigar lesões de órgãos-alvo (LOA) e a avaliação do risco cardiovascular. Vale salientar que, fazem parte dessa avaliação a aferição da PA no consultório e fora dele. É importante que seja realizada aferição da PA fora do consultório, para tornar o diagnóstico mais preciso, sendo possível diagnosticar a hipertensão do jaleco branco e/ou a hipertensão mascarada. Para isso, pode-se lançar mão da monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) e monitorização residencial da pressão arterial (MRPA). S2 Medicina Alina Villela Fisiopatologia A renina é uma enzima liberada pelas células justaglomerulares dos rins quando estimulada através da redução do fluxo sanguíneo renal, contração de volume intravascular, redução da ingesta de sódio na dieta, estímulo β- adrenérgico nas células justa glomerulares e redução nos níveis plasmáticos de aldosterona. A renina liberada atua sobre o angiotensinogênio produzido pelo fígado, convertendo-o em um decapeptídeo a angiotensina I, que é imediatamente transformada na circulação pulmonar, através da enzima conversora da angiotensina (ECA), em um octapeptídeo com potente ação vasoconstrictora, a angiotensina II. A angiotensina II atua na musculatura lisa dos vasos produzindo constricção, no córtex adrenal liberando aldosterona, na medula adrenal liberando catecolaminas, em certas áreas do sistema nervoso central iniciando a liberação de adrenalina no cérebro e promovendo a ingesta de líquidos através de estímulo no centro da sede no cérebro. Essas ações, fisiologicamente atuam como uma defesa da PA, aumentando a RVP e a retenção de sódio e água. O feedback negativo dessa sequência homeostática fisiológica ocorre quando, na presença de excesso de angiotensina II, a liberação de renina é inibida. S2 Medicina Alina Villela Fatores implicados na gênese da Hipertensão Aumento da atividade do Sistema Nervoso Simpático Aumento da produção de hormônios que retém sódio Aumento da produção de vasoconstritores Ingesta aumentada de sal Ingestão inadequada de potássio e cálcio Secreção aumentada ou inapropriada de Renina com resultante aumento da produção de Angiotensina II e Aldosterona Deficiência de vasodilatadores tais como Prostaciclinas, óxido Nítrico e Peptídeos natriuréticos Anormalidades nos vasos de resistência, incluindo lesões seletivas na microvasculatura renal. Estratificação de Risco Na prática clínica a estratificação de risco no paciente hipertenso pode ser baseada em duas estratégias, sendo que a primeira tem como objetivo determinar o risco global diretamente relacionado à hipertensão (leva em conta os níveis da PA, fatores de risco associados, lesão de órgão alvo, presença de doença cardiovascular ou doença renal), enquanto que a segunda tem como objetivo determinar o risco de um indivíduo desenvolver uma DCV, em geral nos próximos 10 anos (não sendo específica para o paciente hipertenso). Classificação Hipertensão: Para que essa condição seja determinada através de medidas feitas em consultório, deve-se utilizar aferições repetidas, em condições ideais, em duas ou mais ocasiões, e confirmado por medições fora do consultório, excetuando-se aqueles pacientes que já apresentam LOA detectada. HAS não controlada: é definida quando o paciente mesmo sob tratamento anti- hipertensivo permanece com a PA elevada. Hipertensão do Jaleco Branco: Situação clínica caracterizada por valores anormais da PA no consultório, mas com valores considerados normais pela MAPA ou MRPA. Alguns estudos revelam que o risco cardiovascular dos portadores desta condição é intermediário entre a hipertensão arterial e a normotensão. Hipertensão Mascarada: Caracterizada por valores normais de PA no consultório, mas com PA elevada pela MAPA ou MRPA. Hipertensão Sistólica Isolada: Situação definida como PAS aumentada com a PAD normal. A hipertensão sistólica isolada e a pressão de pulso são importantes fatores de risco cardiovascular em pacientes de meia-idade e idosos.
Compartilhar