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Adenite Equina (Garrotilho) @medvethelenbezerra Nomenclatura: Adenite Equina Agente: Streptococcus equi subespécie equi, bactéria β-hemolítica. Hospedeiro: Acomete a família equídea, mas já foi relatado em ser humano e em cão. Epidemiologia: A bactéria não tem predileção por sexo, idade ou clima, porém animais em 3 e 6 meses são mais acometidos; ambientes frios e úmidos favorecem a manutenção da enfermidade. Possui distribuição mundial e pode causar vários transtornos, caso as medidas terapêuticas não sejam adotas em tempo hábil. Transmissão: A porta de entrada para a infecção é a oronasal, através do contato com animais doentes (forma direta) ou insetos, aerossóis, ingestão de água, pasto, cochos e fômites contaminados (forma indireta). Animais imunodeprimidos podem apresentar um quadro clínico miais grave e com rápida evolução, já que o sistema imunológico atua no controle da ação bacteriana e na evolução da doença. O estresse, transporte, excesso de trabalho, viroses e parasitoses crônicas também debilitam os animais aumentando a suscetibilidade aos quadros de garrotilho. Patogenia: A infecção começa quando a bactéria penetra a cavidade oronasal e infecta as células epiteliais da mucosa nasofaríngea. Dentro de poucas horas o agente progride para a mucosa e tecido linfático da faringe, causando faringite aguda e rinite. A medida que a doença se instala, desenvolve-se abcessos nos linfonodos parotídeos e submandibulares que podem causar obstrução total por compressão. De 7 a 14 dias após a infecção, os abcessos fistulam, drenando na faringe, na bolsa gutural ou no exterior, liberando o pus de cor amarelada e consistência cremosa que contém a bactéria (que contamina o ambiente por semanas). Alguns animais podem desenvolver o garrotilho bastardo através da disseminação do agente por via linfática ou hematógena, promovendo a formação de abcessos bastardos na cavidade abdominal ou torácica; mais raramente no cérebro. Sinais clínicos: Angina grave que provoca a morte por sufocamento. Refere-se a cavalos doentes que apresentam dificuldade respiratória similar a um estrangulamento por um garrote, devido ao aumento dos linfonodos retrofaríngeos e submandibulares, que obstruem a faringe. Inicialmente, os animais apresentam inapetência, depressão e febre, evoluindo para descargas nasais, serosa a mucopurulenta, tosse produtiva, dor a palpação da região mandibular (aumento de volume dos linfonodos) e posição de pescoço estendido devido a dor na região da laringe e faringe. Após disseminação bacteriana, o animal pode evoluir para dispneia constante, conjuntivite, faringite, sinusites, púrpura hemorrágica, epiema das bolsas guturais e paralisia do nervo laríngeo recorrente. Figura - Secreção purulenta no animal a esquerda e a presença de abscessos no animal a direita. Diagnóstico: Realizado de acordo com os sinais clínicos e pode ser confirmado por isolamento de cultura do S. equi, a partir de secreção nasal purulenta ou do conteúdo de abcessos. Existem outras técnicas para diagnóstico, como Enzyme Linked Immunosorbent Assay (ELISA), diagnóstico indireto da enfermidade, demonstrando a presença de anticorpos. A técnica de PCR que detecta o agente vivo ou morto pela amplificação do gene da proteína M, permite quando associada à cultura bacteriana, a detecção de até 90% dos portadores. Tratamento: O tratamento é feito de acordo com o estágio da doença (AMARAL et al., 2012) e levando em consideração a sensibilidade da bactéria às penicilinas, sulfonamidas e cloranfenicol. Caso os animais apresentem abcessos, além do tratamento sistêmico, serão feitas punção e lavagens com iodo 2%. Animais em risco podem ser tratados previamente com o mesmo antibiótico durante de período de exposição à bactéria. Controle e profilaxia: Como profilaxia é importante separar os animais doentes, além de ser recomendada a desinfecção das instalações onde foi manejado. Todos os utensílios utilizados com os doentes também devem ser desinfectados para não servirem como fonte de infecção. Em propriedades que irão introduzir novos animais, eles devem permanecer em quarentena, e sempre que possível acompanhados de aferições de temperatura e swabs nasais. A doença tem grandes relações com a queda de imunidade dos animais, causadas ocasionalmente por estresse. Dessa forma a equipe técnica deve ser treinada, para melhoria das técnicas de manejo geral. No controle de insetos, atenção especial as moscas, pois se alimentam da secreção dos animais doentes e transmitem para os sadios. Os programas de vacinação contra o garrotilho não demonstram eficiência no controle da enfermidade. Dados revisados na literatura mostram que no máximo 50% dos animais vacinados ficam imunes. Referências: Moraes CM, Vargas APC, Leite FPL, Nogueira CEW, Turnes CG. Adenite Equina: sua etiologia, diagnóstico e controle. Ciência rural set 2009; 39(6): 1944-1952. Preparatório para residência em medicina veterinária / Anna Paula Balesdent Barreira... [et al.], autores; Clifton Davis da Cruz Conceição, coodernador. – Salvador: SANAR, 2018;. Imagens: https://brt.ifsp.edu.br/phocadownload/userupload/213354/IFMAP160002%20ADENITE%20EQUI NA%20%20GARROTILHO.pdf
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