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Direito Penal II | Maria Eduarda Q. Andrade ITER CRIMINIS Caminho do crime CONCEITO Corresponde às etapas percorridas pelo agente para a prática de um crime. v Duas fases: interna (cogitação) e externa (preparação, execução e consumação). v Exaurimento não integra o iter criminis FASE INTERNA A cogitação repousa na mente do agente, nela se formando a ideia de enveredar pela empreitada criminosa. v Sempre interna v Não é punível: inexiste crime, ainda que na forma tentada. A conduta será penalmente relevante se for praticada no mundo exterior. FASE EXTERNA v Preparação Atos indispensáveis para a prática do crime, Etapa de preparação ou atos preparatórios. isto é, quando o agente recebe os elementos necessários para a prática do crime. Exemplo: No homicídio é a aquisição de um revólver. Então, cria-se as condições adequadas para a realização do resultado. Geralmente não são punidos, já que não se iniciou a realização da conduta criminosa. Art. 14, II, CP – Tentativa ou crime tentado. Fala em prática de atos executórios, excepcionalmente os atos preparatórios podem configurar crime de forma autônoma. v Execução Etapa de execução ou atos executórios. Ocorre quando inicia a agressão ao bem jurídico por meio da realização da conduta. Exemplo: No homicídio, efetuar disparo contra a pessoa que deseja matar (Haverá o crime tentado). O ato de execução deve ser idôneo e inequívoco. - Ato idôneo: Aquele que se reveste de capacidade suficiente para lesar o bem jurídico. Deve ser avaliado no caso concreto. - Ato inequívoco: Aquele direcionado ao ataque do bem. Não deixa dúvida sobre a vontade do agente. Obs: Atos executórios TEM que possuir essas duas condições ao mesmo tempo. Uma só não é suficiente para se falar em início de execução. Direito Penal II | Maria Eduarda Q. Andrade TRANSIÇÃO DOS ATOS PREPARATÓRIOS PARA OS ATOS EXECUTÓRIOS. v Teorias: 1- Subjetiva: Não há transição dos atos preparatórios para os executórios. O que importa é vontade do autor. Deliberado e iniciada a fase externa haverá sempre a punição do autor. 2- Objetiva: Os atos executórios dão início a realização do tipo penal. Antes pode não haver crime algum. Subdivide-se em: - Teoria da hostilidade ao bem jurídico: Atos executórios são aqueles que atacam o bem jurídico, enquanto que os preparatórios não. - Teoria objetivo-formal ou lógico-formal: Atos executórios são aqueles que iniciam a realização do verbo contido na conduta criminosa – é a preferida pela maioria dos doutrinadores. - Teoria objetivo-material: Aquela em que atos executórios são os que começam a prática do núcleo do tipo e também os imediatamente anteriores ao início da conduta típica, de acordo com a visão de terceira pessoa, alheia aos fatos. - Teoria objetivo-individual: Atos executórios são os relacionados ao início da conduta típica e também os que são imediatamente anterior conforme o plano concreto da conduta do autor. v Consumação: Crime pleno ou Summatum opus ou crime perfeito. Ocorre quando nele se reúnem todos os elementos da definição legal. Exemplo: Art. 121, CP- Crime de homicídio; ocorre quando todos os elementos estiverem presentes. O crime é consumado com a morte da pessoa humana. EXAURIMENTO Crime exaurido ou crime esgotado. Realizado posterior a consumação. Exemplo: Recebimento do resgate no crime de extorsão mediante sequestro. Para esse crime configurar não é necessário recebimento porque ele se consuma com a privação da liberdade. v Não faz parte do iter criminis v Influência na dosagem da pena v Em alguns casos o exaurimento pode funcionar como qualificador. Exemplo: Delito de resistência- Art. 329, § 1, CP. v Em alguns casos como causa de aumento de pena. Exemplo: Corrupção passiva- Art. 317, § 1, CP.
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