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Obstrução das vias biliares: tumores Definição ↳ Segundo Leitão (1997) decorre do bloqueio na passagem do fluxo biliar, em qualquer nível (via biliar extra-hepática ou “porta-hepatis”), produzido por: ↪ Cálculos ↪ Tumores ↪ Cistos ↪ Estenoses Introdução ↳ Destaca-se os pulmões e o fígado que são considerados os órgãos viscerais mais envolvidos em metástases. ↳ Os tumores mais comuns são os carcinomas metastáticos, cuja origem primaria são: de cólon, pulmão e de mama. ↳ As neoplasias hepáticas de origem primária, ou seja, aquelas originarias diretamente do fígado, temos os carcinomas hepatocelulares. Classificação dos tumores ↳ Eles são classificados em benignos e malignos. ↪ Benignos: dentre os benignos temos a hiperplasia nodular focal e adenoma de células hepáticas do tipo displasia celular (mesmo sendo um tumor benigno, ele pode se diferenciar em tumor maligno) e nódulo hepático. ↪ Malignos: destaca-se o carcinoma hepatocelular, por ser mais frequente é considerada a segunda causa mundial de câncer no mundo e de maior mortalidade. Carcinoma Hepatocelular ↳ É mais comum na Ásia e África, com incidência crescente nos Estados Unidos. ↳ É considerada a segunda maior causa de mortalidade por câncer no mundo e mais comum. ↳ Os CHC podem ser localizados (focal) ou multifocais (afeta todo o fígado) e tendem a invadir os vasos sanguíneos e afetam em graus variados a arquitetura hepática normal, ou seja, ele altera a morfologia hepática, o tecido hepático, os vasos e os ductos de drenagem da bile. ↳ É de maior ocorrência e altamente fatal. Distribuição demográfica ↪ Ásia, Oceania, Continente Africano, América Central, América do Sul e América do Norte. Característica demográfica ↳ A idade frequente para o aparecimento do CHC se dá na idade de 75 anos. No Egito se dá mais precoce com 58 anos e nos países africanos com 46 anos. ↳ A ocorrência é mais frequente em homens do que em mulheres. ↳ Uma das causas mais frequentes do CHC é a Cirrose Hepática de origem alcoólica. Agentes Etiológicos ↳ Alguns fatores etiológicos estão diretamente relacionados com o desenvolvimento do CHC, dentre eles destaca-se: ↪ Vírus da Hepatite B e Hepatite C; ↪ Cirrose alcoólica; ↪ Síndrome metabólica; ↪ Obesidade e diabetes; ↪ Doença gordurosa não alcoólica do fígado; ↪ Aflatoxina B1, é subsequente à uma infecção fúngica por Aspergillus species; ↪ Tabaco; ↪ Susceptibilidade genética: hemocromatose, tirosinemia, doença de Wilson, porfiria, deficiência de alfa1-antitripsina. Em negrito, destaca-se um dos principais indicadores para transplante hepático. ↳ Esses agentes etiológicos, levam a uma inflamação que no primeiro momento pode ser aguda e depois pode se cronificar e ter como consequência uma repopulação células das células remanescentes que podem favorecer o aparecimento do CHC. Fisiopatologia ↳ Os agentes que pré-dispõe o aparecimento do CHC promovem uma lesão no tecido hepático e isso faz com que as células hepáticas sofrem um processo de morte celular (necrose). Como consequência, há uma proliferação das células remanescentes (células sobreviventes) que tem o objetivo de repopular o tecido hepático. Essa proliferação precisa ser controlada, então ocorre uma parada da proliferação dos hepatócitos e ativação de um tipo celular chamado: Células estreladas. ↳ Essas células estreladas levam a formação extensa de nódulos (representados em amarelo). ↳ Após a ativação dessas células formam-se os nódulos, cicatrizes e uma extensiva área de deposito de colágeno e matriz extracelular (representado em azul). ↳ Esses fatores caracterizam a cirrose hepática e levam a uma hiperplasia nodular. Os nódulos macro causam uma instabilidade no genoma e isso faz com que essas células sofram uma alteração na sua forma que chamamos de displasia. Como consequência há inativação do gene P-53, que é um gene controlador da proliferação celular e isso promove uma diferenciação dos hepatócitos. ↳ Esses hepatócitos indiferenciados podem ser muito, moderado ou pouco indiferenciado, caracterizando células diferentes em forma, tamanhos e uma divisão rápida e incontrolada, caracterizando o CHC. ↳ Pode-se observar o aspecto saudável do tecido hepático e dos tecidos com fibrose, cirróticos e com carcinoma. ↳ Um tecido cirrótico pode se transformar em um carcinoma. Imagens histológicas ↳ Pode-se observar nessa imagem o CHC cuja forma é multifocal, que são essas manchas claras e hipocrômicas, mostrando sua característica difusa e infiltrativa. ↳ Nessa imagem pode-se observar outro modelo de tumor e que possui maior ocorrência na infância. Ele possui pontos de necrose. Cirrose Hepática - imagens Imagem 1 Imagem 2 Imagem 3 Imagem 4 Imagem 5 ↳ Na imagem 4 observa-se um corte histológico com coloração de HE. As setas representam um vaso hepático com espessamento e uma presença de colágenos. ↳ Na imagem 5 observa-se uma alteração na arquitetura do tecido hepático com presença de infiltrados celulares, ou seja, presença de células inflamatórias. Em azul representa uma fibrose hepática com a presença de colágenos. ↳ Pode-se observar em A um sistema hepático com o sistema porta funcionando normal. ↳ Na imagem B representa uma lesão por cirrose. ↳ A cirrose hepática contribui para o desenvolvimento do CHC. Tanto na cirrose hepática quanto no CHC, o fígado sofre uma atrofia, ou seja, ele perde sua capacidade funcional, consequentemente o sangue começa a acumular o sangue venoso no sistema porta, aumentando a pressão do sistema porta, que se chama hipertensão portal que é caracteriza pelo aumento da pressão de sangue maior que a pressão na veia cava. Isso contribui para a estagnação do sangue na veia mesentérica superior e inferior e na veia esplênica. ↳ Devido a um aumento do volume de sangue nesse sistema porta mesentérico esplênica, há uma promoção de varizes gástricas e varizes de esôfago, chamadas de varizes esofagianas. ↳ Na presença do suco gástrico essas veias expostas podem se romper e causar uma hemorragia digestiva alta é caracterizada pelo sangramento ativa tanto na mucosa gástrica quanto na mucosa de esôfago. Sintomatologia ↳ Assintomático em estado inicial; ↳ Ascite; ↳ Diarreia; ↳ Dor abdominal; ↳ Emagrecimento frequente; ↳ Esplenomegalia e hepatomegalia; ↳ Febre; ↳ Icterícia; ↳ Massa abdominal palpável. Imagem 1 Imagem 2 ↳ IMAGEM 1: ↪ Na cirrose hepática acontece uma lesão no tecido hepático alterando sua morfologia e perdendo sua capacidade funcional, promovendo um aumento da resistência vascular intra-hepática. Isso faz com que haja uma estagnação do sangue venoso na veia-porta, caracterizando a hipertensão portal. Como consequência, há uma vasodilatação da veia esplênica, essa veia é um ramo da veia-porta. Isso faz com que o volume plasmático diminua porque devido a vasodilatação, o plasma sai do espaço intravascular para o interstício, diminuindo o volume circulante efetivo, levando uma diminuição na pressão arterial do paciente e como consequência, ocorre uma ativação dos fatores neuro-humorais, dentre eles a ativação do sistema renina angiotensina aldosterona e ativação na síntese do hormônio antidiurético e esse hormônio atua diretamente no túbulo distal e no ducto coletor, aumentando a retenção de sódio e agua para manter o volume plasmático na tentativa de melhorar a pressão arterial que esta baixa. Quanto mais agua chegar dentro do vaso, mais agua vai sair para o interstício, levando a ascite. ↳ IMAGEM 2: ↪ Uma cirrose hepática leva a uma hipertensão do sistema portal dilatando a artéria esplânica, ativando o sistema vasoconstrictor na tentativa de manteruma pressão arterial devido ao volume plasmático estar reduzido intravascular e aumentado o interstício, isso faz com que o rim promova uma vasoconstricção para reter agua no organismo, caracterizando a síndrome hepato renal. Diagnóstico ↳ Exames de raio X de abdômen e observa a presença de uma massa que não da para identificar se a massa é benigna ou maligna; ↳ Associado ao histórico do paciente é feita uma tomografia computadorizada com contraste ou ressonância magnética; ↳ Eco-cardiografia vai mostrar o fluxo do sistema porta e se tem presença de hipertensão portal; ↳ Marcadores tumorais ↳ Biopsia do fígado (menos comum); ↳ Analise da alfa-fetoproteína, que é produzida no fígado fetal e no saco vitelino e tende a aumentar, seu valor normal é de 10-20 microgramas/L e seu valor vai estar maior que 500 microgramas/L.
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