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TEORIA GERAL DOS CONTRATOS

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DIREITO CIVIL III 
TEORIA GERAL DOS 
CONTRATOS 
CONTRATO: sempre negócio jurídico 
bilateral 
Contractus: contrair/unir 
Conventio: cum venire/vir junto 
Pacis si: estar de acordo 
Não há um contrato de uma só pessoa, 
nem consigo mesmo. 
Ex: sujeito passa poderes p/ outro 
sujeito, p/ que ele venda uma casa, só 
que na procuração, pode vender p/ um 
terceiro ou p/ si mesmo. 
Contrato deve ser instrumento de trocas 
uteis e justas. 
ATÉ DOAÇÃO É CONTRATO 
BILATERAL 
Ex: doação de um carro para vizinho e o 
vizinho não quer, não aceita. 
CONTRATO: maior fonte de 
obrigações (dar, fazer ou não fazer) 
Ato ilícito: indenização 
(responsabilidade civil) Ex: obrigação 
da paternidade 
O contrato é só um pedaço de papel? 
A maioria dos contratos, você não 
assina papel algum e a lei está 
visualizando contrato. 
Contratos solenes – 5% 
Alguns países não tem direitos 
contratuais. Ex: Cuba 
PRINCÍPIOS CONTRATUAIS 
TRADICIONAIS X MODERNOS 
Os modernos não revogaram os 
tradicionais, contudo mitigaram. Ambos 
com aplicações prática. 
1 PRINCÍPIO DA AUTONOMIA 
PRIVADA/VONTADE (alma mater) 
Liberdade para contratar; para escolher 
com quem contratar; escolher o 
conteúdo, cláusulas; de executar, 
cumprir. 
Mitigações no 3º milênio 
Seguro obrigatório, não posso escolher; 
serviço de faxina no condomínio; se 
você trabalhar numa companhia aérea, 
seguros obrigatórios que a empresa terá 
de contratar; locadora de veículos, tem 
que ter seguro. 
Contrato de trabalho não pode colocar 
jornada de 18h 
Cláusula que não haverá DSR 
Algumas cláusulas são obrigatórias por 
lei 
Locação imóvel residencial urbano 30 
meses não dá para colocar 10 meses. 
2 PACTA SUNT SERVANDA 
Força obrigatória dos contratos; o 
contrato faz lei entre as partes. 
Contrato é um negócio jurídico que gera 
obrigações jurídicas. 
3 CONSENSUALISMO 
Nasce do consenso das partes. Ex: 
compra e venda; seguro-locação 
Exceção: contratos reais, é aquele que 
para existir juridicamente, é necessário 
a entrega da res. Ex: comodato, mútuo, 
depósito. 
Existe um 4º contrato real que não é 
unanime na doutrina. 
Doação manual: pequeno valor a qual 
segue imediatamente a entrega da coisa. 
Ex: uma caneta. 
Ex da exceção: empréstimo do meu 
carro (comodato é real), só vai valer 
quando eu entregar a coisa, toda 
documentação anterior só será efetivada 
com a entrega, antes não há contrato, no 
máximo quebra de tratativas, boa-fé 
contratual. 
4 RELATIVIDADE DOS EFEITOS 
CONTRATUAIS 
O que foi combinado entre eu e você 
não atingirá terceiros. 
“A coisa que foi combinada entre as 
partes, nem prejudica, nem beneficia.” 
Exceção: para concurso, mas se formos 
muito rigorosos, só a uma pessoa seria 
exceção. 
Estipulação em favor de terceiro: 
Art. 436. O que estipula em favor de 
terceiro pode exigir o cumprimento da 
obrigação. 
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor 
de quem se estipulou a obrigação, 
também é permitido exigi-la, ficando, 
todavia, sujeito às condições e normas 
do contrato, se a ele anuir, e o 
estipulante não o inovar nos termos 
do art. 438. 
Ex: eu assino um contrato com uma 
seguradora, com a estipulação de se eu 
falecer em 12 meses, a minha filha 
receberá indenização. A criança é 
credora, pode acionar o judiciário 
mesmo não tendo assinado o contrato. 
Exceção ao princípio da relatividade 
dos contratos. 
Ex: contrato com a escola de inglês da 
minha filha. Estipula em favor de 3, 
filha é credora, pode cobrar. Contrato 
no qual o beneficiário não anuiu. 
Com relação ao P.U não é rigor uma 
exceção, mas a doutrina trata como 
exceção. 
Aquele que estipula em favor de 3, pode 
exigir o cumprimento da obrigação. 
Eu contratei, eu posso exigir. Mas ao 
terceiro, beneficiário, também é 
permitido exigir seu cumprimento. 
Promessa de fato terceiro: 
Art. 439. Aquele que tiver prometido 
fato de terceiro responderá por perdas e 
danos, quando este o não executar. 
Eu combinei com B que C iria cumprir 
uma obrigação jurídica. Para concurso é 
exceção da relatividade. 
Mas o CC diz que o sujeito C só será 
devedora se ela anuir os termos do 
contrato. Se anui, não é terceiro. 
Parágrafo único. Tal responsabilidade 
não existirá se o terceiro for o cônjuge 
do promitente, dependendo da sua 
anuência o ato a ser praticado, e desde 
que, pelo regime do casamento, a 
indenização, de algum modo, venha a 
recair sobre os seus bens. 
Contrato com pessoa a declarar: 
Art. 467. No momento da conclusão do 
contrato, pode uma das partes reservar-
se a faculdade de indicar a pessoa que 
deve adquirir os direitos e assumir as 
obrigações dele decorrentes. 
Eu combino com você que vamos fazer 
um contrato, mas no decorrer do 
contrato, eu tenho o direito de indicar 
uma pessoa e esta assumirá os direitos e 
obrigações que se tinha no contrato. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art438
Ela somente se obrigará se anuir aos 
termos... 
Art. 470. O contrato será eficaz somente 
entre os contratantes originários: 
I - se não houver indicação de pessoa, 
ou se o nomeado se recusar a aceitá-
la; 
II - se a pessoa nomeada era insolvente, 
e a outra pessoa o desconhecia no 
momento da indicação. 
Art. 471. Se a pessoa a nomear era 
incapaz ou insolvente no momento da 
nomeação, o contrato produzirá seus 
efeitos entre os contratantes originários. 
5 FUNÇÃO SOCIAL DO 
CONTRATO 
Art. 2.035. A validade dos negócios e 
demais atos jurídicos, constituídos antes 
da entrada em vigor deste Código, 
obedece ao disposto nas leis anteriores, 
referidas no art. 2.045, mas os seus 
efeitos, produzidos após a vigência 
deste Código, aos preceitos dele se 
subordinam, salvo se houver sido 
prevista pelas partes determinada forma 
de execução. 
Parágrafo único. Nenhuma convenção 
prevalecerá se contrariar preceitos de 
ordem pública, tais como os 
estabelecidos por este Código para 
assegurar a função social da 
propriedade e dos contratos. 
A cláusula geral da função social do 
contrato é matéria de ordem pública e 
enseja atividade hermenêutica 
integrativa do juiz. 
 
Art. 421. A liberdade de contratar será 
exercida em razão e nos limites da 
função social do contrato. 
Dirigismo contratual; supremacia dos 
interesses públicos; prestigio ao 
coletivo; proteção ao mais fraco. 
2 vertentes 
VERTENTE INTERNA: respeita o 
contratante e a dignidade da pessoa 
humana. Horizontalização – sem o 
Estado dos Direitos Fundamentais – 
cidadão/cidadão. Com isso surgiu a 
proibição da prisão civil do depositário 
infiel. Ex: homem placa (fere a dig 
humana) 
Conselho da Justiça Federal: o art 421 
não elimina o princípio da autonomia 
contratual, mas atenua ou reduz o 
alcance desse princípio quando 
presentes interesses metaindividuais ou 
interesse individual relativo à dig 
humana. 
Nos requeremos vários direitos do 
cidadão junto ao Estado. Se eu exijo 
isso do Estado (relação vertical), como 
não vou oferecer isso ao outro (relação 
horizontal) 
VERTENTE EXTERNA: implica na 
ideia de quem num contrato celebrado 
entre as partes, a sociedade não pode ser 
prejudicada. 
6 EQUILÍBRIO CONTRATUAL 
(RAZOABILIDADE) 
Boa parte da doutrina não considera um 
princípio autônomo, mas um 
subprincípio que decorre da função 
social do contrato na versão interna. 
Tanto faz, o importante é saber que a lei 
busca esse equilíbrio. 
Artigos que demonstram a busca do CC 
no equilíbrio contratual. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art2045
ESTADO DE PERIGO 
Art. 156. Configura-se o estado de 
perigo quando alguém, premido da 
necessidade de salvar-se, ou a pessoa de 
sua família, de grave dano conhecido 
pela outra parte, assume obrigação 
excessivamente onerosa. 
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa 
não pertencente à família do declarante, 
o juiz decidirá segundo as 
circunstâncias.LESÃO – VICIO DE 
CONSENTIMENTO 
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma 
pessoa, sob premente necessidade, ou 
por inexperiência, se obriga a prestação 
manifestamente desproporcional ao 
valor da prestação oposta. 
§ 1
o
 Aprecia-se a desproporção das 
prestações segundo os valores vigentes 
ao tempo em que foi celebrado o 
negócio jurídico. 
§ 2
o
 Não se decretará a anulação do 
negócio, se for oferecido suplemento 
suficiente, ou se a parte favorecida 
concordar com a redução do proveito. 
Premente necessidade ou inexperiência; 
prestação desproporcional. 
Art. 317. Quando, por motivos 
imprevisíveis, sobrevier desproporção 
manifesta entre o valor da prestação 
devida e o do momento de sua 
execução, poderá o juiz corrigi-lo, a 
pedido da parte, de modo que assegure, 
quanto possível, o valor real da 
prestação. 
REBUC SIS STANDIBUS – 
RESOLUÇÃO DO CONTRATO 
Art. 478. Nos contratos de execução 
continuada ou diferida, se a prestação 
de uma das partes se tornar 
excessivamente onerosa, com extrema 
vantagem para a outra, em virtude de 
acontecimentos extraordinários e 
imprevisíveis, poderá o devedor pedir a 
resolução do contrato. Os efeitos da 
sentença que a decretar retroagirão à 
data da citação. 
REVISÃO DO CONTRATO 
Art. 620. Se ocorrer diminuição no 
preço do material ou da mão-de-obra 
superior a um décimo do preço global 
convencionado, poderá este ser revisto, 
a pedido do dono da obra, para que se 
lhe assegure a diferença apurada. 
Art. 625. Poderá o empreiteiro 
suspender a obra: 
I - por culpa do dono, ou por motivo de 
força maior; 
II - quando, no decorrer dos serviços, se 
manifestarem dificuldades imprevisíveis 
de execução, resultantes de causas 
geológicas ou hídricas, ou outras 
semelhantes, de modo que torne a 
empreitada excessivamente onerosa, e o 
dono da obra se opuser ao reajuste do 
preço inerente ao projeto por ele 
elaborado, observados os preços; 
III - se as modificações exigidas pelo 
dono da obra, por seu vulto e natureza, 
forem desproporcionais ao projeto 
aprovado, ainda que o dono se disponha 
a arcar com o acréscimo de preço. 
EXEMPLOS DE DESRESPEITO 
Art. 187. Também comete ato ilícito o 
titular de um direito que, ao exercê-lo, 
excede manifestamente os limites 
impostos pelo seu fim econômico ou 
social, pela boa-fé ou pelos bons 
costumes. 
Capacidade ou responsabilidade civil; 
liberdade ou igualdade; normas de 
ordem públicas; bons costumes ou 
organização da família. 
7 PRINCÍPIO DA BOA FÉ 
OBJETIVA 
Dever de conduta entre as partes. 
Comportamento honesto, integro, 
zeloso. Agir de acordo com a boa-fé. 
Art. 422. Os contratantes são obrigados 
a guardar, assim na conclusão do 
contrato, como em sua execução, os 
princípios de probidade e boa-fé. 
Boa-fé objetiva (princípio contratual) – 
lealdade/respeitabilidade/comportament
o probo. 
X 
Boa-fé subjetiva – ignorância de um 
vício que macula um negócio. Ex: casar 
com alguém que já é casado sem saber. 
DEVERES ANEXOS (deveres que não 
são nucleares) - lealdade – Informar ao 
comprador que o veículo está com um 
problema a ser consertado (pequeno 
defeito) 
BOA-FÉ PRÉ E PÓS CONTRATUAL; 
INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO 
DOS CONTRATOS; 
LIMITAÇÃO AOS DIREITOS 
SUBJETIVOS 
NOVAS MANIFESTAÇÕES 
CONTRATUAIS 
Diminuição das negociações paritárias 
(contratação em massa) 
1 Despersonalização do 
contratante 
Necessidade de identificação 
(inadimplemento) 
 2 Contrato de Adesão (423 – 424) 
 Standard – Cláusulas Gerais – 
Condições Gerais 
CJF- ART 422: Em virtude do princípio 
da boa-fé, positivado no art. 422 do CC, 
a violação dos deveres anexos/laterais 
constitui espécie de inadimplemento, 
independe de culpa. Mesma coisa que 
violar o contrato. 
A boa-fé objetiva deve ser aplicada pré 
(tratativas) e pós contratual. 
Ex: comodato – só nasce com a entrega; 
O comodato é o empréstimo gratuito de 
coisas não fungíveis. Coisas fungíveis é 
a característica de bens que podem ser 
substituídos por outro da mesma 
espécie, qualidade ou 
quantidade (exemplo: dinheiro, 
mercadorias). Portanto, o comodato é 
um empréstimo de algo que não pode 
ser substituído por outro da mesma 
espécie e qualidade (exemplo: 
comodato de imóvel ou veículo). 
Ex: pós contratual – após um longo 
período de uma relação contratual, não 
posso sair falando mal do contratante – 
postura correta, leal. 
OBS: CNJ – Art.422: O art. 422 do CC 
não inviabiliza a aplicação pelo julgador 
do princípio da boa-fé nas fases pré-
contratual e pós-contratual. 
Toda vez que se fala de conduta dos 
contratantes, estar-se-á falando da boa-
fé objetiva (colaboração) 
Institutos a serem tratados (3 brocardos 
em latim) 
1) SUPRESSIO 
2) SURRECTIO 
3) VENIRE CONTRA FACTUM 
PROPRIUM NON POTEST 
No exemplo acima ocorreu a 
SUPRESSIO (perda da eficácia de um 
direito de anular) – confirma 
tacitamente o negócio, perdendo o 
direito de pedir a anulação, não pode ir 
contra a confirmação que ele realizou. 
SURRECTIO – vendedor da moto – 
ganhou o direito de ver o negócio 
confirmado. 
Art. 330 CC - O pagamento 
reiteradamente feito em outro local faz 
presumir renúncia do credor 
relativamente ao previsto no contrato. 
Contrato que fica jogado na gaveta, o 
sujeito que aceitou receber no local 
diferente ocorreu a supressio e a outra 
parte a surrectio. 
CLASSIFICAÇÃO DOS 
CONTRATOS 
1) QUANTO AS OBRIGAÇÕES 
UNILATERAIS 
Não confundam. Contrato unilateral não 
de uma pessoa só. Produz obrigações 
para apenas a uma das partes. 
Doação pura – obrigação para o doador. 
Comodato – é unilateral (só nasce com 
a entrega da coisa) a partir do momento 
que foi emprestada a coisa, nasce a 
obrigação para o comodatário 
(conservar, manter) e principalmente 
devolver a coisa no tempo pactuado. 
E a obrigação de emprestar/dar a 
coisa??? Isso não é obrigação 
contratual. A obrigação só surge após a 
entrega da coisa. 
BILATERAIS 
Constituição de obrigações reciprocas. 
É o que gera obrigação para ambas as 
partes; Uma obrigação é causa da outra. 
Ex: só estou entregando o carro porque 
estou recebendo 50 mil. 
Ex: compra e venda; permuta; 
empreitada; locação 
Não são 2 obrigações (mútuo: devolver 
o dinheiro e pagar o juros – obrigações 
da mesma pessoa) 
GRATUITOS 
Quando tiver vantagens apenas para 
uma das partes. Ex: mútuo com juros – 
é unilateral (obrigação para o mutuário) 
e é oneroso porque tem vantagens 
recíproca. 
ONEROSOS 
Vantagens reciprocas. 
Quanto aos efeitos: Unilaterais, 
bilaterais e plurilaterais 
Unilaterais criam obrigações 
unicamente para uma das partes. Ex: 
doação pura, mútuo, comodato, 
mandato, fiança. 
Prestação a cargo de uma só parte, 
mesmo envolvendo duas partes e duas 
declarações de vontade. 
Bilaterais geram obrigações para 
ambos os contratantes. Ex: compra e 
venda, locação, contrato de transporte. 
Obrigações são recíprocas. A prestação 
de um representa, de acordo com a 
vontade de ambas as partes, a 
contraprestação, a compensação pela 
outra. Não é necessário que as 
prestações sejam equivalentes segundo 
um critério objetivo, basta que cada 
parte veja na prestação da outra uma 
compensação suficiente à sua própria. 
Basta que as prestações principais 
tenham esse nexo de reciprocidade, 
podendo haver prestações acessórias ou 
deveres de conduta apenas de uma das 
partes. 
Nestes, pode uma das partes recusar-se 
à prestação que lhe incumbe, se, depois 
de concluído o contrato, sobrevier ao 
outro contratante diminuição em seu 
patrimônio capaz de comprometer ou 
tornar duvidosa a prestação pela qual 
se obrigou. 
Plurilaterais contêm mais de duas 
partes. Há várias partes, como ocorre 
no contrato de sociedade, em que cada 
sócio é uma parte. Rotatividade dos 
membros. Principal característica: 
mediante sua realização, as partes 
perseguem um fim comum. Exclusãodo rol dos contratos por ser na verdade 
um ato coletivo e haver a ausência do 
elemento „consentimento‟. 
A classificação em unilateral e bilateral 
é feita sob o prisma dos efeitos dos 
contratos e não sob o da formação. 
Parte da doutrina vislumbra uma 
doutrina intermediária: contrato 
bilateral imperfeito. É o unilateral que 
por circunstância acidental, ocorrida no 
curso da execução, gera alguma 
obrigação para o contratante que não se 
comprometera. Pode ocorrer com o 
depósito ou o comodato quando surgir 
para o depositante ou comodante a 
obrigação de indenizar certas despesas 
realizadas pelo comodatário e pelo 
depositário. Ou aquele contrato que já 
na sua celebração atribui prestações às 
duas partes, mas não em reciprocidade. 
O contrato bilateral imperfeito 
subordina-se ao regime dos contratos 
unilaterais porque aquelas 
contraprestações não nascem com a 
avença, mas de fato eventual, posterior 
à sua formação, não sendo, assim, 
consequência necessária de sua 
celebração. 
Contratos gratuitos/ benéficos e 
onerosos 
Quanto às vantagens patrimoniais que 
podem produzir, podem ser gratuitos 
ou onerosos. 
Gratuitos são aqueles em que apenas 
uma das partes aufere benefício ou 
vantagem. Ex: doação pura, comodato, 
reconhecimento de filho. Para a outra, 
só há sacrifício, obrigação. Outorgam-
se vantagens a uma das partes sem 
exigir contraprestação da outra. 
Nos contratos onerosos, ambas as 
partes obtêm proveito, ao qual 
corresponde um sacrifício. Impõem 
ônus e ao mesmo tempo acarretam 
vantagens a ambas as partes. 
Sacrifícios e benefícios recíprocos. 
Ambos buscam um proveito, ao qual 
corresponde um sacrifício. Dividem-se 
em: 
Contratos comutativos 
Prestações certas e determinadas. As 
partes podem antever as vantagens e os 
sacrifícios, que geralmente se 
equivalem, decorrentes de sua 
celebração, porque não envolvem 
nenhum risco. 
Na ideia de comutatividade está 
presente a de equivalência das 
prestações. 
 
Contratos aleatórios por natureza 
Pelo menos um dos contraentes não 
pode antever a vantagem que receberá, 
em troca da prestação fornecida. É que 
a perda ou o lucro dependem de um 
fato futuro e imprevisível. Ex: 
contratos de jogo, aposta e seguro. O 
contrato de seguro é comutativo porque 
o segurado o celebra para se acobertar 
contra qualquer risco. No entanto, para 
a seguradora sempre é aleatório, pois o 
pagamento ou não da indenização 
depende de um fato eventual. 
Contratos acidentalmente aleatórios 
Contratos tipicamente comutativos que 
em razão de certas circunstâncias, 
tornam-se aleatórios. Duas espécies: a) 
venda de coisas futuras; b) venda de 
coisas existentes mas expostas a risco. 
Nos que tem por objeto coisas futuras, 
o risco pode referir-se à própria 
existência da coisa e à sua quantidade. 
Do risco respeitante à própria 
existência da coisa tem-se a hipótese da 
venda da esperança, isto é, da 
probabilidade de as coisas ou fatos 
existirem. 
Quanto à formação: 
Contratos paritários e de adesão. 
Contrato-tipo 
Paritários são do tipo tradicional em 
que as partes discutem livremente as 
condições porque se encontram em 
situação de igualdade. Há uma fase de 
negociações preliminares na qual as 
partes discutem as cláusulas e 
condições do negócio. 
De adesão são os que não permitem 
essa liberdade, devido à 
preponderância da vontade de um dos 
contratantes, que elabora todas as 
cláusulas. O outro adere ao modelo de 
contrato previamente confeccionado, 
não podendo modifica-las: aceita-as ou 
rejeita-as, em bloco. Ex: contratos de 
seguro, consórcio, de transporte, 
celebrados com as concessionárias de 
serviços públicos. 
Neste nos deparamos com uma 
restrição mais extensa ao tradicional 
princípio da autonomia da vontade. 
Comumente é celebrado em relação de 
consumo, sendo regido pelo CDC. Na 
dúvida, a interpretação deve favorecer 
o aderente, porque quem estabelece as 
condições é o outro contratante, que 
tem a obrigação de ser claro e evitar 
dúvidas. 
São nulas as cláusulas que estipulem 
renúncia antecipada do aderente a 
direito resultante da natureza do 
negócio. 
Contrato-tipo ou contrato de massa. É 
apresentado por um dos contraentes, 
em fórmula impressa ou datilografada, 
ao outro, que se limita a subscrevê-lo. 
Não lhe é essencial a desigualdade 
econômica e admite discussão sobre o 
conteúdo. As cláusulas não são 
impostas, apenas pré-redigidas. Em 
geral, são deixados claros, a serem 
preenchidos pelo concurso de vontades. 
Os contratos de adesão são 
endereçados a um número 
indeterminado de pessoas, enquanto os 
contratos-tipo destinam-se a pessoas ou 
grupos identificáveis. 
Podem ser acrescentadas às impressas, 
cláusulas datilografadas ou 
manuscritas. 
Quanto ao momento da execução: 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
Contratos de execução instantânea, 
diferida e de trato sucessivo 
Momento em que devem ser 
cumpridos. 
De execução instantânea são os que se 
consumam num só ato, sendo 
cumpridos imediatamente após sua 
celebração. Ex: compra e venda à vista. 
Cumprida a celebração, exaurem-se. 
Extingue-se a obrigação. A nulidade ou 
resolução por inadimplemento 
reconduz as partes ao estado anterior. 
De execução diferida ou retardada são 
os que devem ser cumpridos em um só 
ato, mas em momento futuro. A 
prestação de uma das partes não se dá 
imediatamente após a formação do 
vínculo, mas a termo. 
De trato sucessivo ou execução 
continuada são os que se cumprem por 
meio de atos reiterados. A ação para 
exigir o cumprimento das prestações 
vencidas, nos contratos de trato 
sucessivo, começa a fluir da data do 
vencimento de cada prestação. 
Quanto ao agente: 
Contratos personalíssimos e 
impessoais 
Personalíssimos são os celebrados em 
atenção às qualidades pessoais de um 
dos contraentes. O obrigado não pode 
fazer-se substituir por outrem, pois 
essas qualidades tiveram influência 
decisiva no consentimento do outro 
contratante. São intransmissíveis aos 
sucessores e não podem ser objeto de 
cessão. Havendo erro essencial sobre a 
pessoa do outro contratante, são 
anuláveis. 
Impessoais são aqueles cuja prestação 
pode ser cumprida, indiferentemente 
pelo obrigado ou por terceiro. 
Contratos individuais e coletivos 
No individual as vontades são 
individualmente consideradas, ainda 
que envolva várias pessoas. Não é a 
singularidade da parte que o identifica. 
Os coletivos perfazem-se pelo acordo 
de vontades entre duas pessoas 
jurídicas de direito privado, 
representativas de categorias 
profissionais, sendo denominados 
convenções coletivas. Não tem eles 
verdadeiramente natureza contratual, 
constituem um acordo normativo. 
Porém a doutrina em geral tem 
admitido essa classificação e a natureza 
contratual. Gera deliberações 
normativas, que poderão estender-se a 
todas as pessoas pertencentes a uma 
determinada categoria profissional, 
independente do fato de terem ou não 
participado da assembleia que votou a 
aprovação de suas cláusulas. 
Quanto ao modo porque existem: 
Contratos principais e acessórios. 
Contratos derivados 
Acessórios dependem de outro como 
premissa indispensável. Tem sua 
existência subordinada à do contrato 
principal. Ex: cláusula de fiança. Tem 
como função principal garantir o 
cumprimento do principal (maioria). 
Principais são autônomos, têm 
existência própria. 
Nulo o contrato principal, nulo o 
acessório, mas a recíproca não é 
verdadeira. A prescrição da obrigação 
principal acarretará a da acessória, mas 
a recíproca também não é verdadeira. 
As partes podem convencionar a 
extinção do contrato principal em 
virtude do desparecimento do 
acessório. Ex: nos contratos de locação 
pode haver uma cláusula resolutória 
baseada no falecimento, na falência ou 
na interdição do fiador, salvo seo 
locatário dentro de certo prazo 
apresentar outro fiador idôneo a 
critério do locador. 
Os contratos acessórios podem ser 
preparatórios, integrativos ou 
complementares. 
Alguns são denominados derivados ou 
subcontratos. Derivados têm por objeto 
direitos estabelecidos em outro 
contrato. Ex: sublocação, 
subempreitada e subconcessão. Tem 
em comum com os acessórios que 
também dependem de outrem, mas 
diferem dos mesmos por participar da 
própria natureza do direito versado no 
principal. 
Quanto à forma: Contratos solenes e 
não solenes 
Como se aperfeiçoam. 
Solenes devem obedecer à forma 
prescrita em lei para se aperfeiçoar. A 
forma é exigida como condição de 
validade do negócio. Constitui a 
substância do ato. Não observada, o 
contrato é nulo. Ex: escritura pública 
na alienação de imóveis, pacto 
antenupcial, testamento público. A 
vontade das partes não basta à 
formação do contrato. 
Não solenes são os de forma livre. 
Basta o consentimento para sua 
formação. Em regra, os contratos têm 
forma livre, salvo expressas exceções. 
Não dispondo a lei em contrário, a 
escritura pública é essencial à validade 
dos negócios jurídicos que visem 
à constituição, transferência, 
modificação ou renúncia de direitos 
reais sobre imóveis de valor superior a 
trinta vezes o maior salário mínimo 
vigente. 
As partes podem convencionar que 
determinado contrato só poderá ser 
celebrado por instrumento público. 
Nesse caso este será „substância do 
ato‟. O contrato que não seria, em 
princípio, formal, passa a sê-lo. 
Distinção entre solenes e formais: 
solenes exigem escritura pública e 
formais exigem apenas a forma escrita. 
Contratos consensuais e reais 
Consensuais são aqueles que se 
formam unicamente pelo acordo de 
vontades, independentemente da 
entrega da coisa e da observância de 
determinada forma. 
Reais são os que exigem, para se 
aperfeiçoar, além do consentimento, a 
entrega da coisa que lhe serve de 
objeto, como os de depósito, comodato, 
mútuo e alguns poucos. Não se formam 
sem a tradição da coisa. Antes pode 
existir a promessa de contratar. 
Quanto ao objeto: 
Contratos preliminares e definitivos 
Preliminar é aquele que tem por objeto 
a celebração de um contrato definitivo. 
Assim tem um único objeto. Também 
denominado de pré-contrato. Quando 
tem por objeto a compra e venda de 
imóvel é denominado promessa de 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
compra e venda ou compromisso de 
compra e venda, se irretratável e 
irrevogável. 
Quando o contrato preliminar gera 
obrigações para apenas uma das partes, 
constituindo promessa unilateral, 
denomina-se opção. Uma parte assume 
uma obrigação enquanto a outra não. 
Na sua formação a opção é negócio 
jurídico bilateral, mas nos efeitos é 
contrato unilateral. A parte que recebe 
a oferta verificará a conveniência de 
aceita-la ou não. Seu exercício pode 
culminar em outro contrato preliminar 
ou em um definitivo. Se para a 
aceitação do destinatário da promessa 
não se estabeleceu o termo, este pode 
ser fixado pelo juiz. 
Definitivo tem objetos diversos, de 
acordo com a natureza de cada avença. 
Quanto à designação: 
Contratos nominados e inominados, 
típicos e atípicos, misto e coligados. 
União de contratos 
Contratos nominados têm designação 
própria. Espécies contratuais que têm 
nome jurídico e servem de base à 
fixação dos esquemas, modelos ou 
tipos de regulamentação específica da 
lei. 
23 contratos no CC. O legislador não 
consegue prever todas as situações que 
levam as pessoas a se relacionar e a 
contratar. Contratos não tipificados são 
chamados inominados e atípicos. Não 
tem denominação própria. 
Contratos típicos são regulados pela 
lei, tem o seu perfil nela traçado. Todo 
contrato nominado é típico e vice-
versa. 
Atípicos são os que resultam de um 
acordo de vontades, não tendo, porém, 
as suas características regulados na lei. 
Para que sejam válidos basta o 
consenso, que as partes sejam livres e 
capazes e o seu objeto lícito, possível, 
determinado ou determinável e 
suscetível de apreciação econômica. 
A celebração de contratos dessa 
espécie justifica-se como aplicação dos 
princípios da liberdade de obrigar-se e 
do consensualismo. 
O contrato típico não requer muitas 
cláusulas, pois passam a integrá-lo 
todas as normas regulamentadoras 
estabelecidas pelo legislador. Já o 
contrato atípico exige uma minuciosa 
especificação dos direitos e obrigações 
de cada parte, por não terem disciplina 
legal. 
O contrato misto resulta da combinação 
de um contrato típico com cláusulas 
criadas pela vontade dos contratantes. 
Deixa de ser um contrato 
essencialmente típico, mas não se 
transforma em outro totalmente atípico. 
A nova combinação gera uma nova 
espécie contratual. 
Pode ser atípico misto. Não se 
enquadra em nenhum tipo contratual 
legal mas reúne em seu conteúdo dois 
ou mais tipos contratuais previstos. 
Pode ainda ser atípico misto em sentido 
amplo, quando reúne em seu conteúdo 
elementos que apenas apresentam 
afinidades com outros institutos 
jurídicos 
 
VÍCIOS REDIBITORIOS 
É um vício oculto em uma coisa, que a 
torna imprestável para sua utilidade ou 
que cause uma depreciação em seu 
apreço financeiro. Em regra, se aplica 
aos contratos bilaterais, onerosos e 
comutativos. É uma das manifestações 
do princípio da segurança jurídica, já 
que o alienante tem que garantir o uso 
da coisa, para que sua finalidade seja 
alcançada, ao adquirente. Válido aqui 
diferenciarmos o vício redibitório, do 
erro (vício do negócio jurídico): 
enquanto no vício redibitório o defeito 
está na coisa, no erro a coisa é perfeita e 
o adquirente é quem a adquire por 
engano; o prazo para reclamação no 
vício redibitório é de 30 dias para bens 
móveis e um ano para bens imóveis, 
enquanto no erro o prazo é de quatro 
anos; por fim, o vício redibitório dá 
ensejo à rescisão ou revisão contratual, 
enquanto o erro é passível de anulação 
do negócio. São requisitos do vício 
redibitório: vício oculto desconhecido 
do adquirente, o vício precisa ser grave 
a ponto de impedir o bom uso da coisa e 
deve existir no tempo do contrato. O 
adquirente, uma vez tendo descoberto o 
vício redibitório, tem duas alternativas: 
pedir a rescisão do contrato e exigir a 
devolução do valor pago, por meio de 
uma ação redibitória; ou ficar com a 
coisa e pedir o abatimento do preço, 
exigindo o valor proporcional mediante 
ação estimatória. A cláusula de garantia, 
implícita em todos os contratos, pode 
expressamente ser diminuída, 
aumentada ou renunciada, obedecendo-
se aos princípios contratuais. 
EVICÇÃO 
É a perda da coisa (posse ou 
propriedade) para seu legítimo dono, 
fundada em motivo jurídico anterior, 
que a confere a outrem, seu verdadeiro 
dono, e o reconhecimento em juízo da 
existência de ônus sobre a mesma coisa, 
não denunciado oportunamente no 
contrato. Os personagens da evicção 
são: o alienante, que transfere o 
domínio do bem por meio oneroso; o 
evicto, que perde o bem e que tem o 
direito de pleitear reparação do 
alienante, e o evictor, o verdadeiro dono 
do bem que recupera sua coisa. 
Diferentemente do vício redibitório, na 
evicção o defeito não está na coisa, e 
sim na titularidade dela. A evicção 
permite também a exclusão da cláusula 
de garantia. Requer a evicção: um 
contrato oneroso, bilateral e comutativo; 
a perda total ou parcial de um bem por 
sentença judicial em ação movida por 
terceiro titular do bem; e a ignorância 
do adquirente sobre a litigiosidade da 
coisa. 
Vale dizer, no mais, que a evicção 
subsiste mesmo que a aquisição tenha 
ocorrido em hasta pública. 
PARTES 
Evicto – Adquirente 
Alienante – Será obrigado a indenizar 
Evictor – 3º, autor da ação que geroua 
evicção. 
 
CONTRATO DE COMPRA E 
VENDA 
 
É o contrato em que uma das partes 
(vendedor) obriga-se a transferir o 
domínio de uma coisa e a outra 
(comprador) a pagar-lhe o preço em 
dinheiro (art. 481 CC). 
 
Todo contrato de compra e venda é 
consensual. 
Características – res, pretius et 
consensus 
Coisa: 
- Possuir existência presente ou futura 
- Pode ser corpórea ou incorpórea 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10701561/artigo-481-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
- Ser determinada ou determinável 
- Ser alienável 
- Ser passível de transferência 
(pertencer ao alienante) 
Preço: 
- Pecuniaridade 
- Seriedade (real – verdadeiro) 
- Certo ou determinado 
- Fixação posterior (bolsa, tabelas, 
fixação por terceiro) 
 
Contrato consensual se constitui 
quando o vendedor e comprador 
chegam a um acordo relativamente a 
preço e coisa. Fazem um acordo de 
vontades entre eles em relação ao preço 
e coisa (elementos da compra e venda). 
O Contrato de compra e venda é um 
contrato bilateral, ou seja, quando há 
obrigação para ambas as partes. 
É também contrato oneroso, pois 
ambas as partes auferem benefícios, 
mas que correspondem a um sacrifício. 
Se tiver por objeto bem imóvel de valor 
superior a 30 salários mínimos, 
classifica-se como contrato formal, por 
ser a escritura pública indispensável à 
validade do negócio (art. 108 CC). 
Porém, como regra geral, o contrato de 
compra e venda é contrato não formal, 
não solene. 
 
Elementos do contrato: 
Os elementos subjetivos são os 
sujeitos da relação contratual 
(vendedor e comprador) 
Os elementos objetivos é o objeto do 
contrato (coisa e preço) 
Qualquer sujeito pode, em regra, 
vender livremente os seus bens, mas 
atenção quando: 
Venda de ascendente para 
descendente: É condição de validade a 
anuência expressa dos demais 
descendentes e do cônjuge do 
alienante, salvo se o regime do 
casamento é o da separação 
obrigatória. 
Compra e venda entre cônjuges: é 
lícita relativamente aos bens excluídos 
da comunhão. 
Tutor, curador, testamenteiro e 
administrador não podem comprar os 
bens que administram. Assim como 
leiloeiros e seus prepostos não podem 
contratar a compra daqueles bens cuja 
venda se encarregam. 
Obrigações das partes: 
As obrigações do vendedor são: 
transferir o domínio da coisa (caso 
descumpra esse dever, o comprador 
tem o direito de optar entre a entrega 
da coisa ou a resolução do contrato 
mais perdas e danos; despesas com a 
tradição; débitos atinentes à coisa, até a 
tradição, salvo convenção em 
contrário; responsabilidade por vício 
redibitório; responsabilidade por 
evicção; 
As obrigações do comprador são: pagar 
em dinheiro, como regra geral da 
compra e venda, o pagamento é à vista, 
salvo convenção em contrário (só será 
à prazo se as partes convencionarem). 
O descumprimento dá ao vendedor o 
direito de optar pela resolução do 
contrato ou pela cobrança judicial mais 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10723015/artigo-108-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
perdas e danos; pagamento das 
despesas de escritura e registro; 
Cláusulas especiais: 
Vendas condicionais: as obrigações 
das partes ficam sujeitas ao 
implemento de condição suspensiva ou 
resolutiva. São vendas sob condição. 
Existem dois tipos: 
 
Venda a contento (satisfação/agrado) 
do comprador: a coisa é apreciada 
subjetivamente. O contrato torna-se 
exigível quando ela for do agrado do 
comprador e se desconstitui no caso 
contrário. 
 
Venda sujeita à prova: a avaliação é 
objetiva. Opera a condição, tornando 
exigíveis as obrigações sempre que a 
coisa vendida corresponder ao padrão 
descrito pelo vendedor. 
 
Retrovenda: a venda volta. Só é 
permitida na compra e venda de bem 
imóvel em virtude do qual é outorgada 
ao vendedor a opção de recomprar o 
bem no prazo assinalado em contrato, 
de no máximo 3 anos, mediante a 
restituição do preço, reembolso de 
despesas autorizadas e indenização de 
benfeitorias necessárias. 
 
Preempção: vem de preferência. O 
comprador se obriga a dar preferência 
ao vendedor na hipótese de revenda do 
bem adquirido (não pode ultrapassar o 
prazo de 180 dias, se móvel ou 2 anos, 
se imóvel), sob pena de perdas e danos 
se não notificar o contratante. 
 
Reserva de domínio: é cláusula de 
garantia, em que o vendedor continua a 
titularizar a propriedade da coisa, 
enquanto o comprador exerce desde 
logo a posse. Quando inteiramente 
adimplida a obrigação de pagar o 
preço, resolve-se a propriedade do 
vendedor sobre a coisa vendida, 
passando a titularizá-la o comprador ou 
o vendedor adquire a titularidade plena 
do bem, caso o comprador não cumpra 
a obrigação. 
 
Tradição e riscos da coisa: 
Até a tradição, os riscos da coisa 
correm por conta do vendedor e os do 
preço por conta do comprador 
(art. 492, do CC). 
 
Venda “ad mensuram” e venda “ad 
corpus”: 
Venda “ad mensuram”: é aquela que se 
determina a área do imóvel vendido 
estipulando-se o preço por medida de 
extensão. A especificação da área é que 
determinará o preço. 
Venda “ad corpus”: alienação do 
imóvel como corpo certo e 
determinado. O bem é adquirido pelo 
conjunto e não em atenção à área 
declarada (não haverá complemento de 
área, nem devolução de excesso). 
 
 
 
 
 
PERMUTA: Rem pro re 
 Tudo o que se pode comprar se pode 
trocar (dinheiro não) 
 Dificilmente de valores idênticos – 
complementação 
A prevalência como requisito de 
caracterização 
 Em caso de descumprimento pode-se 
pedir a devolução 
 Aplicam-se as regras da compra e 
venda supletivamente. 
 
DOAÇÃO 
Expressa – Escrita, verbal ou gestos 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10701073/artigo-492-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02
Tácita – Comportamento incompatível 
com recusa 
Presumida – 539 
Dispensa-se no caso de absolutamente 
incapaz (se pura) 
Espécies 
Pura (não se admite contrato preliminar) 
Remuneratória 
Com encargos, impõe uma 
contraprestação 
 Restrições a liberdade de doar 
Parte indisponível 
Ao cúmplice do adultério 
Revogação (é negócio jurídico) 
Descumprimento do encargo (e se for 
sem data?) 
Por ser resolúvel (em caso de morte do 
donatário) 
Ingratidão do donatário que: (somente 
pura) 
Atentou contra a vida 
Cometeu agressão física 
Injuriou gravemente ou o caluniou; 
Recusou alimentar, sem prejuízo 
próprio 
Depende de ação e não pode ser 
renunciada antecipadamente. 
LOCAÇÃO 
Fornecimento remunerado do uso e 
gozo – Do que? 
Coisa infungível (se não seria mútuo) - 
Só imóveis? 
Prestação de serviço – inclusive 
intelectuais 
Execução de trabalho - (empreitada) 
“Remunerado” – pode ser pago em 
bens? 
Periodicidade – Tem que ser por mês? 
(Semana, quinzena, dia, a vista) 
Duração 
 
Obrigações do locador 
Entregar a coisa em condições de uso 
Conservar a coisa em condições de uso 
(salvo culpa do locatário) 
Descumprimento: Rescisão, execução 
ou locatário faz e depois exige o 
pagamento 
Garantir o uso pacífico da coisa 
(locador ou 3º) 
Obrigações do locatário 
Zelar pela coisa 
Não alterar o uso sem anuência 
Pontualidade no pagamento 
Restituir no prazo e mesmo estado 
Desrespeito – Notificação já fixando o 
valor do aluguel. 
 
Rescisão 
Término do prazo 
Descumprimento 
Iniciativa do locatário – multa 
Iniciativa do locador – indenização 
A venda respeita a locação? (lei do 
inquilinato?) 
Direito de retenção – perdas sofridas e 
benfeitorias realizadas. 
EMPRÉSTIMO 
COMODATO 
Objeto (aperfeiçoa-se com a entrega) 
Obrigações do comodatário 
Conservar a coisa “como se sua fosse” 
Uso adequadoRestituir a coisa no prazo (e se não tiver 
prazo? 581) 
Mora permite a fixação de aluguel 
Responde pelos danos causados por 
culpa (inclui dolo) 
Extingue-se pelo descumprimento ou 
necessidade imprevista urgente! 
MÚTUO 
(aperfeiçoa-se com a entrega) 
Objeto (torna-se proprietário) (dólar? 
Ouro?) 
Não pode ser feito a menores (posso 
cobrar do fiador?) 
Exceções: _ Autorização simultânea ou 
posterior 
 _ Ausência dos pais + necessidade 
alimentar 
 _ Empréstimo malicioso 
 _ Se o mutuário trabalhar 
 _ Se o empréstimo reverteu em favor 
do menor 
Observações: 
Numus numum non gerat 
Juros (quanto?) 
Correção? MHD, SV, AW X Silvio 
Rodrigues 
Garantia – Pode ser fixada ou reforçada 
Prazo – Por regra 30 dias 
DEPÓSITO 
Objeto – guarda de bem móvel alheio 
Pode usar? 
Forma do contrato? 
Se aplica a óculos esquecido em 
restaurante? 
Se aplica ao paletó entregue na 
chapelaria? 
Obrigações do depositário 
Guardar a coisa (salvo para evitar 
perigo) 
Conservar a coisa (devolução no estado 
recebido) 
Restituir a coisa (inclusive frutos) 
(quando?) 
Retenção pelo depositário 
Despesas com a guarda e conservação 
Remuneração? (CB) 
Obrigações do depositante 
Remunerar (se não gratuito) 
Pagar pelas despesas e indenizar (ex: 
vício oculto) 
Indenização por benfeitorias? 
 
Espécies de depósito 
Irregular – Bens fungíveis (regras do 
mútuo) 
Necessário – Inexiste escolha quanto ao 
depositário 
Obrigação legal (§U do 649) 
Miserável - Calamidade 
MANDATO 
Os atos do representante vinculam o 
representado 
Exceções: 
_ Ato praticado em nome próprio 
_ Sem poderes para o ato 
_ Após a extinção do mandato 
É um contrato paritário 
Todos os atos podem ser realizados por 
procuração? 
Substabelecimento (com ou sem 
reserva) 
Responsabilidade no substabelecimento: 
Procurador tem poderes – não responde 
(salvo feito por incapaz ou insolvente 
{notórios}) 
Não tem poderes – Responde por culpa 
Não tem poderes e consta essa vedação 
expressa! 
 Responde, inclusive, pelos fortuitos! 
Poderes 
Gerais – mera administração (não 
permite qualquer redução do 
patrimônio) 
Especiais – 661 
A prática recomenda especificar. 
Obrigações do mandatário 
o Agir em nome do mandante 
o Transferir as vantagens 
o Prestar contas 
o Indenizar (responde por culpa) 
Obrigações do mandante 
o Honrar os compromissos 
assumidos (ação regressiva) 
o Adiantar ou reembolsar as 
despesas 
o Indenizar os prejuízos 
o Remunera (se oneroso) 
Extinção 
o A revogação pode ocorrer a 
qualquer momento 
o Pode ser legal ou convencional 
(682) 
o E se tiver a cláusula de 
irrevogabilidade? 
o Cláusula “em causa própria” 
FIANÇA 
É um contrato acessório e escrito 
Não depende da vontade do devedor 
Pode ser inferior ao valor principal 
(superior não) 
Pode ser restrita ao principal 
Não presta se o devedor principal for 
insolvente ou falido 
Exige fiador apto durante todo o 
contrato 
Efeitos: 
Benefício de ordem (até a contestação) 
Solidariedade entre os co-fiadores. 
Direitos e obrigações na fiança: 
Transmitem-se aos herdeiros do fiador 
(as dividas já vencidas) 
Permite-se regressiva contra os co-
fiadores 
O credor principal deve o valor e, 
eventual, indenização 
O fiador pode se exonerar, em fiança 
sine die, (ficará +60 dias) 
 O fiador pode promover o andamento 
da execução (parada) 
O fiador pode opor todas as exceções 
extintivas da obrigação 
Extingue-se a fiança: 
o Pelo decurso do prazo 
o Por qualquer ato do credor que 
impossibilite a sub-rogação 
Ex: exoneração da garantia 
o Qualquer causa extintiva da obrigação 
principal 
o Demora na execução que gere o 
perecimento 
o Moratória concedida a revelia do fiador 
o Se após a alegação de excussão, a 
demora na execução implicar na 
insolvência do devedor (incapacidade 
de realizar o pagamento com os 
próprios bens que outrora existiam) 
TRANSAÇÃO 
Princípios: 
o Indivisibilidade – a 
nulidade de cláusula 
anula o todo 
o Interpretação restritiva 
o Elementos 
o Consentimento 
o Existência de uma 
contenda (senão é 
doação ou remissão) 
o As concessões 
recíprocas não precisam 
ser equivalentes 
Classificação 
o Judicial 
o Extrajudicial 
o Objeto (direitos patrimoniais 
privados) 
o Não podem versar sobre: 
o Direitos personalíssimos 
o Inalienáveis ou indisponíveis 
o Questões de ordem pública 
o Somente gera efeitos entre as 
partes (exceto 844) 
OUTROS CONTRATOS 
 Estimatório (equivale a venda 
em consignação) 
 Comissão (equivale a venda 
vulgarmente chamada “por 
corretor”) 
 Agência e distribuição (equivale 
a vulgarmente chamada 
“representação comercial”) 
 Corretagem – obtenção de 
negócio para o contratante 
 Transporte – Pessoas ou coisas 
 Seguro – Pessoas ou coisas 
(riscos determinados) 
 Constituição de renda – 
Prestação periódica (gratuita)

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