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Apostila - Jejum Intermitente

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Apostila do Curso de Jejum Intermitente. 
Ensino à Distância 
 
 
 
 
 
DEFINIÇÃO 
Jejum Intermitente são estratégias onde os indivíduos são submetidos a diferentes 
períodos de jejum, com efeito positivo sobre a correção de anormalidades metabólicas, 
e melhor adesão de alguns pacientes em relação a outras estratégias dietéticas. 
 
Jejum Intermitente Controle Energético 
Privação de comida por um certo período 
de tempo. 
Manutenção da frequência alimentar. 
Protocolos que ainda aceitam o consumo 
de 20-25% VET. 
Redução de 20-40% VET. 
Objetivo de alcançar a cetogênese. Objetivo de proporcionar um déficit 
energético. 
 
MODALIDADES DE JEJUM 
Os efeitos do jejum podem ser observados nas bases cientificas com resultados 
positivos sobre a perda de peso, diabetes tipo II, doenças cardiovasculares e câncer. 
 
Dias alternados 
de jejum 
Alternância de dias de jejum (alimentos e bebidas sem teor 
calórico) com dias de consumo (comidas e bebidas livremente). 
Regimes 
modificados de 
jejum 
Permitem o consumo de 20-25% VET em dias de jejum 
programado. Base da dieta popular 5:2, que envolve uma 
restrição energética severa em 2 dias não consecutivos da 
semana e consumo alimentar livre nos outros dias. 
Jejum Intermitente 
Parte I – Introdução 
 
 
 
 
Apostila do Curso de Jejum Intermitente. 
Ensino à Distância 
Horário restrito 
de alimentação 
Permite ao indivíduo que se alimente livremente em períodos 
específicos do dia, o que induz a períodos de jejum na rotina 
diária. Estudos com menos de 3 refeições ao dia são avaliações 
indiretas de períodos prolongados de jejum diurno ou noturno. 
Jejum religioso Jejum por finalidade religiosa/espiritual. 
Ramadan 
Jejum desde o nascer até o pôr do sol por todo o mês do 
Ramadan. A prática mais comum é consumir uma grande 
refeição após o pôr do sol e uma refeição leve antes do dia 
amanhecer. Com isso, períodos de jejum x alimentado alcançam 
na média 12h. 
Outras culturas 
religiosas 
Mórmons rotineiramente abstém-se de comidas e bebidas por 
períodos extensos. Adventistas do Sétimo Dia consomem suas 
duas últimas refeições do dia ao entardecer, resultando em um 
jejum noturno prolongado que pode ser biologicamente 
importante. 
 
 
Estudos mostram que os adventistas do sétimo dia apresentam, em 
média, 7 anos a mais de vida em comparação ao resto da população. 
 
 
Estado de jejum X Estado Alimentado 
FORNECIMENTO ENERGÉTICO METABOLISMO CELULAR E TECIDUAL 
• Estoques corporais. 
• Macronutrientes da dieta. 
• Hemácias 
• Cérebro 
• Músculo 
• Fígado 
• Tecido Adiposo 
 
 
 
 
Apostila do Curso de Jejum Intermitente. 
Ensino à Distância 
METABOLISMO ENERGÉTICO 
Sabe-se que a presença ou ausência de alimentos influencia drasticamente o 
metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas. E ainda, que cada tecido tem 
características metabólicas próprias. Este tópico revisa o metabolismo dos principais 
combustíveis celulares nos períodos pós-prandial e de jejum considerando as 
especificidades metabólicas das seguintes células e tecidos: hemácias, cérebro, fígado, 
músculo e tecido adiposo, enfocando a profunda integração metabólica existente nos 
organismos vivos. 
 
Estoques Corporais 
No estado de jejum, a glicemia é então mantida através da gliconeogênese, uma rota 
do metabolismo de alto custo metabólico pois depende de ácidos graxos e 
aminoácidos, o que pode comprometer a integridade do tecido muscular pois o SNC 
adapta-se paulatinamente a chegada do novo nutriente e após algumas semanas 
inverte sua preferência nutricional, passando de consumidor exclusivo de glicose 
(120g/dia) a consumidor preferencial de corpos cetônicos (100g/dia), embora seja 
sempre dependente de glicose. 
 
Neste contexto, a cetose é favorecida, pois, o outro caminho possível para a utilização 
dos ácidos graxos, a beta-oxidação, está inibida no fígado neste momento, já que há 
um desvio do oxaloacetato para a gliconeogênese, diminuindo a velocidade do ciclo do 
ácido cítrico. A produção de corpos cetônicos pelo fígado tem como principal objetivo 
fornecer um nutriente alternativo à glicose para os tecidos extra-hepáticos. 
 
É preciso lembrar que a síntese de glicose que ocorre no fígado durante períodos de 
jejum prolongados tem como principais precursores os aminoácidos advindos do 
músculo esquelético; glicerol, advindo da mobilização de triglicerídeos do tecido 
adiposo; e lactato, advindo das hemácias; e tendo como fonte de energia a intensa 
beta oxidação dos ácidos graxos liberados pela mobilização dos triglicerídeos. 
 
 
 
 
 
Apostila do Curso de Jejum Intermitente. 
Ensino à Distância 
A profunda adaptação do SNC em relação à fonte energética se deve ao fato de que no 
jejum, a manutenção continuada da gliconeogênese significa importante depleção de 
proteínas do músculo esquelético, assim, caso a gliconeogênese fosse a única forma de 
suprimento energético, haveria uma debilidade proteica importante no organismo. 
 
Transporte de Glicose dependente do GLUT4 (insulina) 
Quando a razão insulina/glucagon for alta, novas moléculas de TG podem ser 
armazenadas. Quando a razão insulina/glucagon diminui, com os níveis de insulina 
diminuídos e os de glucagon aumentados, as enzimas lipases que promovem a quebra 
de TG em ácido graxo e glicerol serão ativadas, acarretando na liberação de ácidos 
graxos e glicerol. 
 
Hemácias 
 O metabolismo da hemácia é predominantemente anaeróbico. Sem o aparato 
mitocondrial para a oxidação dos demais nutrientes, as hemácias tornam-se 
dependentes da via glicolítica anaeróbica. O consumo de glicose nestas células ocorre 
de modo constante e independente do perfil nutricional. A captação da glicose pelos 
transportadores GLUT1 da membrana da hemácia independe da presença de insulina. 
Nestas células, a via glicolítica culmina na produção constante de lactato, o qual será 
captado pelo fígado. O lactato produzido pelas hemácias é convertido em glicose pela 
gliconeogênese hepática e é uma das fontes de manutenção da glicemia em jejum. 
 
Cérebro 
O cérebro não tem qualquer reserva energética, e por isso, independentemente do 
estado nutricional é necessário que haja um suprimento de glicose constante para este 
tecido. Os transportadores de glicose no SNC são do tipo GLUT1 e GLUT3, trabalham 
de forma independente à presença de insulina. Além da glicose, os corpos cetônicos 
podem ser utilizados como substratos energéticos no SNC em situações especiais 
como veremos a seguir. 
 
 
 
 
 
Apostila do Curso de Jejum Intermitente. 
Ensino à Distância 
Músculos 
De acordo com a intensidade do exercício, tem-se a utilização do glicogênio muscular, 
o que depende da intensidade e duração do exercício, bem como da capacidade do 
organismo em produzir tal glicogênio. Mediante contração muscular, a musculatura faz 
a captação de glicose do sangue, porém ela também possui seus triglicerídeos (TGs) 
intramusculares que servem como importante fonte energética. Assim, o jejum atua 
na mudança da necessidade do músculo por glicose, melhorando a utilização de TGs 
como fonte energética e a biogênese muscular, através do aumento do número de 
mitocôndrias. 
 
Fígado 
Como o fígado é capaz de usar outros substratos energéticos como ácidos graxos ou 
aminoácidos como fonte energética, assim, por não ser dependente direto da glicose, 
esta só será utilizada por este órgão como fonte energética quando a relação insulina 
glucagon for suficientemente alta para ativar a via glicolítica (hepatócitos com GLUT2, 
não dependente de insulina). 
 
Tecido adiposo 
O grande volume lipídico é sem sombra de dúvida a maior reserva energética do 
organismo. A entrada de glicose no tecido adiposo é feita pelos receptores GLUT4 
dependentes da ação da insulina, e, assim, quando a razão insulina/glucagon for alta, o 
glicerol-3-fosfato é produzido no tecido adiposo pela redução da di-hidroxiacetonafosfato, intermediária da via glicolítica, e novas moléculas de TG podem ser 
armazenadas. No entanto, quando a razão insulina/glucagon diminui, a disponibilidade 
de glicose diminui. Com a diminuição da produção de glicerol-3-fosfato, a síntese de 
TG no tecido adiposo será dificultada. Por outro lado, quando a presença de insulina 
está diminuída e a de glucagon aumentada, as enzimas lipases que promovem a 
quebra de TG em ácido graxo e glicerol serão ativadas, e assim, tanto os ácidos graxos 
como o glicerol serão liberados para a corrente circulatória e serão captados pelo 
fígado. 
 
 
 
 
Apostila do Curso de Jejum Intermitente. 
Ensino à Distância 
 
Gliconeogênese e produção de corpos cetônicos 
É preciso lembrar que a síntese de glicose que ocorre no fígado durante períodos de 
jejum prolongados tem como principais precursores os aminoácidos, advindos do 
músculo esquelético; glicerol, advindo da mobilização de triglicerídeos do tecido 
adiposo; e lactato, advindo das hemácias, e tendo como fonte de energia a intensa 
beta oxidação dos ácidos graxos liberados pela mobilização dos triglicerídeos. 
 
Reações metabólicas associadas às concentrações dos hormônios 
As reações metabólicas diferem de acordo com as concentrações dos hormônios 
insulina e glucagon. Na presença de níveis elevados de insulina, observa-se o efeito 
anabólico, que é atingido pelo estado alimentado. Já com altos níveis de glucagon, 
mediante jejum, observa-se um estado de catabolismo e ativação da gliconeogênese. 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila do Curso de Jejum Intermitente. 
Ensino à Distância 
No período pós-prandial (alimentado), ocorre a síntese de ácidos graxos no fígado e 
transporte de ácidos graxos pelas lipoproteínas plasmáticas até os adipócitos. Em 
contrapartida, no estado de jejum este processo é invertido, resultando na captação 
hepática de ácidos graxos liberados pela mobilização de triglicerídeos do tecido 
adiposo e síntese de corpos cetônicos, por via de β-oxidação (inibida). 
 
 
 
 
 
FÍGADO 
MÚSCULO 
URINA 
AC. GRAXOS LIVRES 
ADIPOCITOS 
Β-HIDROXIBUTIRATO 
+ ACETOACETATO 
Β-HIDROXIBUTIRATO 
+ ACETOACETATO 
AC
ET
O
N
A 
GL
IC
OS
E 
GLICOSE 
GLICOSE 
RIM 
LACT
ATO 
E 
PIRU
VATO 
HEMÁCEAS 
GL
IC
ER
OL 
AC. 
GRAX
OS 
LIVRE
S 
ALANINA 
GLUTAMINA 
 
 
 
 
Apostila do Curso de Jejum Intermitente. 
Ensino à Distância 
Adaptação metabólica ao jejum 
 
 
Um período de 12-24h de jejum em humanos parece reduzir em 20% a glicemia, 
depleta parte dos estoques hepáticos de glicogênio, aumenta corpos cetônicos e 
ácidos graxo livres. Ácidos graxo livres servem como fonte energética para todo o 
organismo, exceto para o cérebro, o qual depende dos corpos cetônicos mediante 
ausência de glicose. 
 
Os gráficos abaixo apresentam a concentração de corpos cetônicos (acetonas, 
bhidroxibutirato e ácido acético) e ácidos graxos durante 40 dias de jejum em 
humanos. Nota-se o importante aumento nas concentrações de betahidroxibutirato, 
substrato cerebral no jejum em voluntários obesos, após semanas deprivação 
alimentar. Muitos estudos sugerem que que as células cerebrais humanas podem 
sobreviver com pouca ou sem glicose, mas isto ainda não está totalmente elucidado. 
 
 
 
 
 
 
Apostila do Curso de Jejum Intermitente. 
Ensino à Distância 
Assim, observa-se que o jejum promove aumento da lipólise, aumento de corpos 
cetônicos, aumento da gliconeogênese e redução da glicogenólise. Os corpos cetônicos 
utilizados são o acetoacetato e o β-Hidroxibutirato, os quais têm sua produção 
hepática na β-oxidação de ácidos graxos livres. 
 
Os ácidos graxos produzidos atuam no fígado e se transformam, através da beta-
oxidação da carnitina-acil-transferase, em Acetil-Coa. O excesso de Acetil-CoA, quando 
não utilizado no Ciclo de Krebs, gera Acetoacetato e β-hidroxibutirato, que por 
descarboxilação geram a Acetona. No caso do Acetoacetato e β-hidroxibutirato, é 
possível uma reversão à Acetil-CoA, porém, o mesmo não acontece com a Acetona que 
é eliminada na urina e até por evaporação na pele. Essa eliminação gera um odor 
característico dos corpos cetônicos. 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila do Curso de Jejum Intermitente. 
Ensino à Distância 
 
 
EFEITOS DO JEJUM 
Resumindo todo este processo, pode-se observar alguns dos efeitos do jejum realizado 
nos protocolos anteriormente citados. No fígado, pelo uso aumentado de ácidos 
graxos, pode ocorrer uma redução dos níveis de esteatose hepática e o aumento da 
sensibilidade à insulina. Nos vasos sanguíneos, percebe-se o aumento de óxido nítrico, 
e consequentemente, da vasodilatação, bem como uma redução do estresse oxidativo 
e do risco de desenvolvimento de placas de ateroma. No tecido adiposo, há maior 
mobilização de triglicerídeos, redução da inflamação crônica e melhora da 
sensibilidade à insulina. No pâncreas, há uma redução do declínio funcional 
relacionado à idade, justamente pelo fato de os estados não alimentados pouparem 
suas células por períodos. E no músculo esquelético, por fim, há maior captação de 
glicose (em função da melhora da sensibilidade à insulina) e adaptação para maior 
utilização de gorduras como fonte energética. 
 
 
 
 
Apostila do Curso de Jejum Intermitente. 
Ensino à Distância 
 
 
CONSUMO ALIMENTAR X ESTRESSE OXIDATIVO E INFLAMAÇÃO 
Sabe-se que a alimentação é um dos maiores estressores do organismo, pois acarreta 
no ↑ de Leucócitos, Eosinófilos e Metamielócitos, responsáveis pela inflamação; ↓ 
Monócitos e Basinófilos, que aumentam a susceptibilidade a patógenos; e no ↑ de 
catecolaminas, com aumento da hipóxia em tecidos periféricos, o que aumenta a 
geração de Espécies Reativas de Oxigênio (EROS). Neste contexto, a não alimentação 
poupa o organismo desta inflamação, susceptibilidade a patógenos e radicais livres 
induzidos pela alimentação. 
 
Ressalta-se que todos os macronutrientes promovem estresse oxidativo no organismo, 
conforme pode ser observado a seguir: 
 
Carboidratos (Glicose) = ↑ Superóxidos, ↑ atividade do NF-κβ 
• Dieta Hiperglicídica, pobre em Fibras (diabéticos) = ↓ Adiponectina. 
• Dieta Hipoglicídica (45-55% x 55-60%) = ↓ PCR. 
• Baixo IG e CG – redução do Inibidor do Fator Ativador de Plasminogênio 1 (PAI-1). 
 
Proteínas = ↑ EROs por Leucócitos após 3h 
• Proteína animal versus proteína vegetal: sem efeitos significativos no processo 
inflamatório. Porém, sabe-se que os alimentos fontes de proteínas vegetais também 
 
 
 
 
Apostila do Curso de Jejum Intermitente. 
Ensino à Distância 
são fontes de substâncias antioxidantes e anti-inflamatórias, o que já acarreta num 
menor impacto com relação à inflamação pós-prandial. 
• Dieta Hipolipídica associada a proteína vegetal versus Dieta Hipolipídica associada a 
proteína animal, não apresentam diferenças. 
• O consumo de proteínas com maiores concentrações de Arginina pode ↓ o PCR. 
 
Lipídeos = ↑ EROs por Leucócitos após 3h 
• ↑IL-18 e ↓ Adiponectinas. 
• Dieta com alto teor de Fibras e Hipolipídica = ↓ IL-18. 
• Existe um efeito negativo da dieta Hiperlipídica sobre marcadores inflamatórios (39% 
x 30%). 
• Gordura saturada = ↑ valores de PCR e ↑ Fibrinogênio, aumentando o risco de DCV. 
• Gordura Trans = ↑PCR, ↑IL-6 e TNF-α. 
 
Com relação aos tipos de gorduras, pode observar que: 
• Gorduras monoinsaturadas (MUFAs) = Dieta Mediterrânea - ↓PCR, IL-6, IL-7, IL-18 e 
RI (quando comparada à dieta convencional). 
• Gorduras poli-insaturadas – PUFAs (w3 e w6) X dieta convencional = ↓ICAM 
(molécula de adesão intercelular). 
• ALA (w3 x dieta convencional) = ↓PCR, IL-6, Proteína Sérica Amiloide, VCAM-1 
(molécula de adesão a célula vascular). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila do Curso de Jejum Intermitente. 
Ensino à Distância 
Um estudo que avaliou o perfil de fitoquímicos das castanhas e das sementes 
demonstra que o conteúdo de fitoquímicos das mesmas pode equilibrar o efeitonegativo (oxidativo e inflamatório) resultante do consumo dos macronutrientes 
presentes nestas castanhas e sementes. 
 
 
Por isso que, quando se trabalha com jejum com o objetivo de reduzir a formação de 
EROs e da inflamação, é importante que nos momentos de alimentação, o indivíduo 
esteja consciente da importância de boas escolhas alimentares, preferencialmente 
com relação à compostos antioxidantes e anti-inflamatórios. 
 
O esquema abaixo ilustra os importantes benefícios do jejum na saúde cardiovascular, 
principalmente com relação à frequência cardíaca e pressão arterial; melhora da 
oxidação lipídica e redução da oxidação e carboidratos, o que melhora muito o 
metabolismo da glicose; Maior expressão gênica de tecido muscular; no perfil 
metabólico e inflamatório, pela redução dos quadros de hiperglicemia e 
hiperinsulinemia. 
 
 
 
 
Apostila do Curso de Jejum Intermitente. 
Ensino à Distância 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila do Curso de Jejum Intermitente. 
Ensino à Distância 
 
 
 
 
 
Após descrever as alterações metabólicas provocadas pelo jejum, vamos então aplica-
las sobre parâmetros bioquímicos e composição corporal, trazendo informações sobre 
seus benefícios dentro do controle das doenças cardiovasculares (DCV) e da 
composição corporal. 
 
JEJUM E SISTEMA CARDIOVASCULAR 
Sabendo-se da grande incidência de DCV na população e todos os seus efeitos 
maléficos à saúde, qualquer conduta nutricional que possa controlar ou reduzir seus 
fatores de riscos é sempre bem-vinda. De acordo com a literatura científica, os riscos 
para desenvolvimento de DCV estão fortemente relacionados com o sedentarismo, 
tabagismo, altos níveis de colesterol, sobre peso/obesidade e hiperglicemia. Cruzando 
as informações do primeiro módulo com a figura abaixo, vemos que a aplicação de 
protocolos de jejum em pacientes com risco de DCV mostra-se válido, uma vez que o 
metabolismo energético do jejum promove efeitos benéficos sobre a oxidação lipídica, 
controle e redução do peso corporal (o que impacta positivamente sobre a redução do 
estado de inflamação crônico, com efeitos positivos sobre o endotélio vascular) e 
melhora da sensibilidade à insulina. 
 
Jejum Intermitente 
Parte II – Efeitos Metabólicos 
 
 
 
 
Apostila do Curso de Jejum Intermitente. 
Ensino à Distância 
 
 
Neste contexto, verifica-se que em indivíduos com sobrepeso/obesidade, a aplicação 
da dieta 5:2 com controle do consumo energético nos dias de não jejum, promove um 
efeito tão positivo sobre os marcadores do risco de DCV quanto uma dieta com 
controle energético contínuo e com caraterísticas anti-inflamatórias, como a dieta 
 
 
 
 
Apostila do Curso de Jejum Intermitente. 
Ensino à Distância 
mediterrânea, por exemplo. Desta forma, o protocolo de jejum intermitente, se 
utilizado para promover uma melhor adesão à dieta que a simples restrição energética, 
mostra-se como uma boa tática para pacientes com risco de desenvolvimento de DCV. 
A redução de 5% do peso corporal total reduz a incidência e progressão de DCV, porém, 
observa-se na prática clínica uma grande dificuldade na adesão dos pacientes às dietas 
propostas. 
 
Um estudo realizado em 2011, com uma coorte de mulheres com IMC entre 24 e 
40kg/m², avaliou por 6 meses os efeitos de uma dieta padrão de jejum (5:2), com 5 
dias de dieta mediterrânea e 2 dias de controle energético (jejum), com consumo de 
apenas 25% do consumo energético total. Este grupo foi comparado a outro grupo de 
indivíduos que realizaram uma dieta também mediterrânea, porém com restrição 
energética de 25% do valor calórico total nos 7 dias da semana, sem realização de 
jejum. A característica da dieta mediterrânea utilizada neste estudo foi de 30% do 
conteúdo proveniente dos lipídeos, com 45% de carboidratos de baixo índice glicêmico 
e 25% de proteínas. 
 
O quadro a seguir apresenta a avaliação de marcadores relacionados às DCV como 
colesterol total (CT), triglicerídeos (TG), HDL-colesterol, LDL-colesterol, pressão 
sistólica e diastólica, e pode-se observar que, ao longo dos 6 meses de intervenção, 
mudanças significativas destes parâmetros ocorreram nos dois grupos, de forma 
semelhante. Isto indica que o jejum não é a única solução, mas sim mais uma 
alternativa eficaz para a melhora dos fatores de risco para DCV. 
 
 
 
 
 
Apostila do Curso de Jejum Intermitente. 
Ensino à Distância 
 
 
Outro estudo realizado em 2012, com mulheres de IMC entre 30-39,9 kg/m² durante 8 
semanas, avaliou a aplicação de 6 dias de dieta com restrição de 30% do valor 
energético total. Um grupo realizou 2 refeições líquidas (café da manhã e almoço), 
com 240 kcal no café da manhã e 240 kcal no almoço. Outro grupo alimentou-se 
apenas de alimentos sólidos, nas 3 refeições diárias. Os dois grupos realizaram 1 dia de 
jejum de 24h/semana, com o consumo de apenas 120 kcal no dia através de sucos. 
 
Através do gráfico a seguir, observa-se que houve uma redução significativa, em 
ambos os grupos, do inicio ao final do estudo, em relação ao colesterol total e LDL-
colesterol, sendo que somente o grupo com controle energético e consumo de dieta 
líquida teve efeitos positivos sobre os TG plasmáticos. Tais achados sugerem que o 
protocolo de jejum, com consumo de alimentos ou dietas líquidas associadas, é uma 
boa proposta para pacientes dislipidêmicos. 
 
 
 
 
 
Apostila do Curso de Jejum Intermitente. 
Ensino à Distância 
Ainda neste mesmo estudo, avaliando a diferença pré e pós intervenção, o consumo 
de dieta líquida ainda apresentou redução significativa na frequência cardíaca (FC), 
glicemia e insulinemia, bem como dos níveis séricos de homocisteína, adiponectina e 
leptina. Por outro lado, o jejum com restrição calórica e refeições sólidas, só 
apresentou efeito positivo sobre a adiponectina e a leptina, demonstrando uma 
melhor eficácia das dietas líquidas neste contexto. Na comparação entre grupos, mais 
uma vez, a intervenção com líquidos trouxe resultados mais significativos, com 
melhores resultados associados à FC e aos níveis de homocisteína. 
 
 
 
Em outro estudo publicado em 2013, realizou-se a avaliação do jejum feita em um 
grupo de mulheres com sobrepeso/obesidade (IMC 30,4±6,7 Kg/m²), mas comparando 
os efeitos do jejum sobre as participantes com e sem síndrome metabólica. As 
participantes seguiram 7 dias de jejum, com consumo diário de apenas 300kcal, e 
então foram avaliados os seguintes parâmetros: avaliação da composição corporal, 
pressão arterial, lipidograma, cortisol, resistina, qualidade do sono e bem-estar 
psicológico. 
 
Como nesta parte do modulo o assunto tratado são as DCV, os efeitos desta 
intervenção no grupo com síndrome metabólica (SM) serão apresentados 
posteriormente. Sendo assim, no grupo sem SM, observou-se redução significativa da 
 
 
 
 
Apostila do Curso de Jejum Intermitente. 
Ensino à Distância 
pressão sistólica e diastólica das participantes, acompanhada da redução significativa 
do colesterol total, LDL e do índice de Castelli 2, além da resistina, que é uma citocina 
associada à resistência à insulina (RI). Entretanto, este não é o primeiro estudo que 
apresenta uma queda no HDL-colesterol, a qual foi significativa neste trabalho. Sendo 
assim, com o resultado deste estudo, sugere-se manter ainda a indicação de 
protocolos de jejum para pacientes com risco de DCV e em quadro de 
sobrepeso/obesidade, porém com muita cautela em indivíduos que apresentam 
concentrações séricas de HDL baixas ou limítrofes. 
 
 
 
Desta forma, relembrando a primeira imagem deste módulo, onde os fatores de risco 
da DVC incluíam as concentrações de colesterol plasmático, controle de peso, controle 
da pressão arterial e resistência à insulina, verifica-se que, dentro das limitações dos 
estudos, o jejum pode ser um grande aliado para esta população. 
 
 
 
 
Apostila doCurso de Jejum Intermitente. 
Ensino à Distância 
JEJUM E GORDURA CORPORAL 
Obesidade e Inflamação Crônica 
O sobrepeso e a obesidade apareceram em todos os estudos apresentados 
anteriormente, e investigando o quadro de obesidade e a atividade do tecido adiposo, 
devemos considerar que em grande parte das alterações metabólicas dos pacientes, 
existe uma grande contribuição das adipocinas, substâncias produzidas pelo tecido 
adiposo. A obesidade é um quadro metabólico que apresenta relação com a genética, 
metabolismo e estilo de vida. 
 
Um individuo saudável, quando passa por um período de excesso alimentar, promove 
um aumento de macrófagos tipo M1 no tecido adiposo, estimulando a produção de 
adipocinas que alteram o gasto energético corporal, o apetite, a produção de glicose 
hepática, utilização de lipídios intramusculares, e por fim, a instalação da resistência à 
insulina (RI). Neste contexto, o tecido adiposo produz peptídeos bioativos que 
sinalizam um processo inflamatório, RI, coagulação sanguínea, homeostasia vascular, 
alteração no apetite e no gasto energético total. 
 
Estas substâncias podem ter características pró ou anti-inflamatórias, sendo que as 
principais com característica pró-inflamatórias são a IL1, 6, 8 o Fator de Necrose 
Tumoral alfa, leptina e resistina. Já dentre os de características anti-inflamatórias, 
encontra-se o antagonista do receptor IL1, o fator de crescimento de transformação-β 
(TGF-β) e a adiponectina, já comentada anteriormente. 
 
O tecido adiposo com sua característica de tecido endócrino, produz através dos 
adipócitos células mesenquimais e macrófagos – Citocinas e Adipociocinas, que atuam 
como imunomoduladores, alterando o equilíbrio entre as citocinas pró e as anti-
inflamatórias; influenciam a sensibilidade à insulina, interferindo na homeostase 
glicêmica; e regulam o mecanismo central da fome e do gasto energético, com 
consequências diretas sobre o peso corporal. Além disso, apresentam efeitos sobre o 
tônus vascular, a proliferação celular e a aterogênese, modificando o risco 
 
 
 
 
Apostila do Curso de Jejum Intermitente. 
Ensino à Distância 
cardiovascular, e influenciando outros fatores determinantes da síndrome metabólica, 
como os níveis pressóricos, o perfil lipídico e o grau de esteatose e inflamação 
hepáticas. Um desequilíbrio entre as citocinas pró e anti-inflamatórias pode induzir 
respostas inflamatórias ou de hipersensibilidade (alergias). O jejum em modelos 
animais promove redução da insulina, glicemia, redução de gordura visceral e aumento 
de adiponectina. 
 
 
 
 
 
 
 
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Ensino à Distância 
Sendo a adiponectina uma citocina anti-inflamatória, podemos elencar seus efeitos 
benéficos no tecido muscular, no fígado e no endotélio. O aumento da oxidação de 
ácidos graxos reduz o acúmulo de TG hepáticos. No músculo, a adiponectina melhora a 
sensibilidade à insulina (SI), promovendo uma melhor captação de glicose plasmática, 
facilitando o controle da glicemia, e também promove maior oxidação de lipídios, 
reduzindo o seu acumulo no fígado. Neste mesmo tecido, a adiponectina reduz a 
produção de glicose, promovendo um melhor controle da glicemia, com menores 
estímulos para produção de insulina, e melhora do influxo de ácidos graxos e oxidação 
dos mesmos, com efeitos positivos sobre os lipídeos plasmáticos. Com relação aos seus 
efeitos sobre o endotélio, ela atua reduzindo a adesão de células de defesa, reduzindo 
a produção de células espumosas e a proliferação do músculo liso vascular, atuando 
assim no controle dos eventos responsáveis pela formação de ateromas. Por fim, esta 
citocina parece melhorar a produção de óxido nítrico, importante para a vasodilatação, 
resultando em efeitos positivos em quadros de hipertensão. 
 
 
 
 
 
 
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Ensino à Distância 
Retomando o estudo de Li e colaboradores realizado em 2013, a avaliação do jejum foi 
feita em um grupo de mulheres com sobrepeso/obesidade, comparando os efeitos do 
jejum sobre as participantes com e sem síndrome metabólica. As participantes 
seguiram 7 dias com consumo diário de 300cal e então foram avaliados os seguintes 
parâmetros: composição corporal, pressão arterial, lipidograma, cortisol, resistina, 
qualidade do sono e bem-estar psicológico. 
 
Tendo em vista os benefícios da adiponectina, observa-se mais um efeito positivo do 
jejum em indivíduos obesos, uma vez que 7 dias de jejum com consumo de apenas 
300cal por dia, levou ao aumento significativo da adiponectina, com redução 
significativa das concentrações plasmáticas de insulina. Por fim, como que a leptina 
tem caráter pró-inflamatório, a redução significativa dos seus níveis após 7 dias de 
jejum reforça os efeitos benéficos do jejum intermitente. 
 
 
 
A adiponectina também tem a função de promover mudanças na microbiota intestinal, 
que é fortemente associada ao tecido adiposo. A disbiose exerce influência negativa 
sobre a saciedade; induz um aumento na inflamação e dos estoques de ácidos graxos 
no tecido hepático; aumenta a deposição de TG no adipócito, aumentando ainda a 
 
 
 
 
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Ensino à Distância 
inflamação característica do quadro e promovendo a produção de mais citocinas 
inflamatórias; no músculo, ela reduz a oxidação de ácidos graxos; e por fim, afeta a 
absorção, utilização e estocagem de nutrientes, bem como a permeabilidade intestinal 
e consequente inflamação sistêmica. 
 
 
 
 
 
Apostila do Curso de Jejum Intermitente. 
Ensino à Distância 
Segundo Patterson e colaboradores, o estado de jejum realmente promove um 
aumento na adiponectina, e esta, além dos benefícios já comentados sobre o tecido 
adiposo, hepático e muscular, ainda promoveria uma mudança na microbiota 
intestinal, melhorando sua composição e atuando no controle dos efeitos do quadro 
de disbiose. 
 
O PERFIL DA DIETA E A MICROBIOTA INTESTINAL 
Sabendo que a disbiose intestinal promove um aumento no risco de doenças 
metabólicas como obesidade e DM2, uma melhor na composição da microbiota 
mostra-se importante, sendo que este processo pode então ser desencadeado por 
protocolos de jejum, uma vez que estes promovem um aumento na adiponectina, e 
esta traz consigo o benefício uma alteração da microbiota. Porém, conforme 
mencionado no primeiro módulo, a própria composição da dieta promove um efeito 
maior ou menor sobre o estresse oxidativo e inflamatório, assim como no crescimento 
bacteriano intestinal. Em posse destas informações, é importante destacar que 
indivíduos obesos apresentam uma disbiose caracterizada por um aumento na 
população de Firmicutes e redução de Bacteroidetes. Segundo pesquisadores, dietas 
ricas em fibras auxiliam a inverter este desequilíbrio, assim como a redução do peso 
corporal e o controle energético. Uma vez que o jejum promove um aumento dos 
níveis de adiponectina, o controle do valor energético total e a redução do peso 
corporal, podemos dizer que ele é sinônimo de controle da disbiose. Entretanto, para 
garantir os benefícios do jejum, parece ser importante a adesão à uma dieta rica em 
fibras. 
 
 
 
 
Apostila do Curso de Jejum Intermitente. 
Ensino à Distância 
 
 
JEJUM E GORDURA CORPORAL 
A partir dos achados já apresentados, observa-se que o jejum intermitente atua na 
melhora da atividade e da diversidade da microbiota intestinal, que automaticamente 
gera uma regulação metabólica que diminui os riscos para obesidade, DM2, câncer e 
DCV. Por outro lado, a prática de jejum intermitente altera também o estilo de vida, 
pois pode melhorar a qualidade do sono e dos níveis de energia para realização de 
atividades rotineiras. Isto estaria associado à uma reprogramação do ciclo circadiano, 
que atua como o relógio metabólico do organismo. 
 
 
 
 
Apostila do Curso de Jejum Intermitente. 
Ensino à DistânciaRELÓGIO BIOLÓGICO 
O Relógio Biológico está localizado no núcleo supraquiasmático no hipotálamo anterior, 
e é responsável pela geração e manutenção do ciclo circadiano no organismo, 
regulando o ciclo sono e 
alerta, temperatura corporal, 
pressão arterial, e secreção 
de melatonina, cortisol, 
prolactina e hormônio do 
crescimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila do Curso de Jejum Intermitente. 
Ensino à Distância 
O esquema abaixo ilustra a atividade do organismo de acordo com o ciclo circadiano 
do organismo, o qual pode ser beneficiado com o jejum, que é sempre associado ao 
período da noite (ou que se está dormindo). 
 
 
 
Em um estudo realizado com ratos mostrou que o consumo de uma dieta rica em 
lipídeos, associada à realização de jejum intermitente, trouxe benefícios metabólicos 
aos ratos. Isto ocorre pois a característica da dieta também modula o ciclo circadiano. 
 
 
 
 
 
 
Apostila do Curso de Jejum Intermitente. 
Ensino à Distância 
Durante o jejum, ocorre grande redução na expressão hepática de "rhythmically 
cycling transcripts", com efeito positivo do controle alimentar ou período de jejum 
sobre o metabolismo. Durante o jejum, o aumento do glucagon promove um aumento 
na transcrição de genes gliconeogênicos, resultando no aumento na atividade de 
PGC1α e NR4A1, relacionadas à biogênese mitocondrial. A redução de glicose no jejum 
e dietas hipocalóricas promove um ajuste no relógio circadiano que estava atrasado 
(usualmente por dietas hiperlipídicas ou hipercalóricas). 
 
Dentre os disruptores alimentares relacionados ao Relógio Biológico e ao aumento de 
peso, encontra-se o açúcar, a gordura, os aminoácidos, a cafeína e o álcool. 
 
 
 
JEJUM INTERMITENTE E PESO CORPORAL 
Voltando à mesma referência, um estudo realizado em 2011, com uma coorte de 
mulheres com IMC entre 24 e 40kg/m², avaliou por 6 meses os efeitos de uma dieta 
padrão de jejum (5:2), com 5 dias de dieta mediterrânea e 2 dias de controle 
energético (jejum), com consumo de apenas 25% do consumo energético total. Este 
grupo foi comparado a outro grupo de indivíduos que realizaram uma dieta também 
mediterrânea, porém com restrição energética de 25% do valor calórico total nos 7 
 
 
 
 
Apostila do Curso de Jejum Intermitente. 
Ensino à Distância 
dias da semana, sem realização de jejum. As participantes do estudo foram avaliadas 
no começo, e após 3 e 6 meses de intervenção, e em todas as avaliações o grupo que 
estava realizando o jejum apresentou resultados significativos com relação à redução 
de peso corporal. O % de gordura corporal também teve uma redução, porém não 
significativa entre os grupos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila do Curso de Jejum Intermitente. 
Ensino à Distância 
Ainda com relação ao estudo acima citado, observou-se uma adesão dietética maior 
no grupo de jejum nos 6 meses. Com relação ao consumo calórico e macronutrientes, 
houve diferença significativa entre grupos: 
• Calorias - com maior redução no grupo de jejum; 
• Proteína - com maior redução no grupo de jejum; 
• Carboidratos - com maior redução no grupo de jejum; 
• Fibras - com maior redução no grupo de jejum; 
 
Com relação à insulina de jejum, houve maior redução no grupo do jejum; A 
sensibilidade à insulina teve melhora significativa no grupo do jejum; e a adiponectina 
teve diferença significativa entre grupos, sendo aumentada somente no grupo de que 
realizou jejum. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Voltando à uma referência já citada anteriormente, um estudo realizado em 2012, com 
mulheres de IMC entre 30-39,9 kg/m² durante 8 semanas, avaliou a aplicação de 6 dias 
de dieta com restrição de 30% do valor energético total. Um grupo realizou 2 refeições 
líquidas (café da manhã e almoço), com 240 kcal no café da manhã e 240 kcal no 
 
 
 
 
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almoço. Outro grupo alimentou-se apenas de alimentos sólidos, nas 3 refeições diárias. 
Os dois grupos realizaram 1 dia de jejum de 24h/semana, com o consumo de apenas 
120 kcal no dia através de sucos. Neste contexto, observou-se controle energético 
significativamente maior no grupo com refeições líquidas. 
 
 
Outro estudo realizado em 2015 apresenta uma compilação de dados de diversas 
pesquisas realizadas sobre o tema, demonstrando que, em 22 dias alternados de jejum, 
resulta em uma média de redução de 2,5% Peso Corporal, efeito positivo sobre o 
metabolismo de glicose, aumento dos níveis de HDL-colesterol, redução dos níveis de 
Triglicérides, aumento dos níveis de LDL-colesterol e melhora dos marcadores 
inflamatórios. 
 
Ainda, em 12 semanas de dieta 2:5, com consumo de 20-25% VET no jejum, pode-se 
esperar uma redução de 3,8% no Peso Corporal e efeitos positivos sobre o humor. A 
maior parte dos estudos observa redução na insulinemia, sem alteração da glicemia, e 
menos da metade dos estudos observam efeito positivo sobre os lipídeos plasmáticos, 
parâmetros inflamatórios, adiponectina e fator neurotrófico do cérebro (BDNF). 
 
Observa-se ainda uma maior redução de peso corporal quando o jejum é associado a 
ao exercício físico; redução maior do peso corporal quando o jejum é intercalado com 
 
 
 
 
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dias de consumo alimentar entre 1200-1500cal/dia; sem efeitos significativos na 
redução de gordura visceral, insulinemia de jejum, resistência à insulina e glicemia. 
 
O Jejum entre refeições acima de 11h por 8 semanas parece acarretar em maior 
redução do peso corporal quando comparado à uma dieta bioenergética dividida em 3 
refeições. Estudos no Ramadã, que é uma prática de jejum religiosa, sem controle 
energético, mas associado a redução do peso corporal (aprox. – 1,24kg/mês) parece 
ter efeito positivo sobre a redução do LDL colesterol, glicemia de Jejum e marcadores 
inflamatórios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SÍNDROME METABÓLICA 
Síndrome caracterizada por resistência a insulina, intolerância a glicose, dislipidemia, 
hipertensão e obesidade. Presença de pelo menos 3 dos fatores abaixo: 
• Adiposidade abdominal (>88 cm); 
• HDL-colesterol baixo (<50 mg/dl); 
• Hipertrigliceridemia (>150 mg/dl); 
• Hipertensão (>130/85 mm Hg); 
• Glicemia de jejum aumentada (>110 mg/dl) 
 
 
 
JEJUM E SÍNDROME METABÓLICA 
A síndrome Metabólica é associada a níveis aumentados de leptina, elevados de 
insulina, reduzidos de grelina e adiponectina. Neste contexto, a dieta 2:5 dias com 
Jejum Intermitente 
Parte III – Efeitos Metabólicos 
 
 
 
 
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restrição de 500-600cal/dia de jejum durante 6 meses parece resultar na redução de 
gordura abdominal e da pressão sanguínea, bem como na melhora da sensibilidade à 
insulina. 
 
Em um estudo realizado com mulheres com IMC 30,4±6,7 Kg/m², com ou sem 
Síndrome Metabólica, foram feitos 7 dias de Jejum (300cal/dia) e posterior avaliação 
da composição corporal, pressão arterial, lipidograma, cortisol, resistina, qualidade do 
sono e bem-estar psicológico. Neste estudo, observou-se redução significativa do peso 
corporal e do IMC, bem como da pressão arterial sistólica, do colesterol total, da 
relação LDL/HDL, dos níveis de cortisol e resistina, e até mesmo da ansiedade. 
 
 
 
 
 
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JEJUM E EXERCÍCIO FÍSICO 
Dietas hiperlipídicas e o acúmulo de lipídeos intramusculares, em sedentários, 
promove a resistência à insulina. Um estilo de vida sedentário somado à falta de 
exercício regular, acarreta no aumento de riscos cardiovasculares como diabetes, 
gordura abdominal, dislipidemia e hipertensão arterial. 
 
Sabe-se que, com relação ao metabolismo de glicose, aproximadamente 75% dacaptação insulinodependente é realizado pelo musculo esquelético. Neste contexto, 
qual o impacto do exercício regular realizado na condição de restrição de carboidratos 
ou jejum? 
 
A prática de exercícios em jejum ou na restrição de carboidratos é associada à indução 
de adaptações ao treinamento nas células musculares, facilitando o turnover oxidativo, 
assim como o transporte de ácidos graxos, com maior estímulo a oxidação de gorduras 
durante o exercício em jejum. 
 
METABOLISMO ENERGÉTICO 
Os músculos possuem, como fonte energética, a glicose, os corpos cetônicos e os 
ácidos graxos livres, e o metabolismo disto depende da intensidade do exercício, que o 
que caracteriza o mesmo como aeróbico ou anaeróbico. 
 
A característica energética anaeróbica demonstra a necessidade do acúmulo muscular 
de glicose na forma de glicogênio. A ausência muscular da enzima glicose-6fosfatase, 
faz com que a glicose liberada pelo glicogênio muscular se mantenha fosforilada e seja 
incapaz de ser transportada para fora da célula. 
 
No músculo esquelético em alta atividade, a velocidade da glicólise é maior do que a 
do ciclo do ácido cítrico, então, uma grande parte do piruvato será convertido a lactato, 
o qual é captado pelo fígado, tornando-se substrato para a gliconeogênese. Nesta 
situação, fígado e músculo estabelecem uma relação de interdependência, o músculo 
 
 
 
 
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consome glicose de maneira importante, produzindo lactato, o lactato é levado ao 
fígado pela corrente circulatória e lá é novamente convertido em glicose. Este ciclo de 
reações é também conhecido como ciclo de Cori. 
 
Parte do piruvato produzido no músculo é convertido em alanina por reação de 
transaminação, e esta alanina também irá alimentar a via de gliconeogênese hepática. 
Em períodos de trabalho muscular intenso, ou ainda, durante o jejum prolongado, 
ocorre uma proteólise importante, e liberação do aminoácido alanina que funciona 
como importante substrato da gliconeogênese nestas situações. 
 
Nos períodos de exercício físico moderado e de longa duração, o principal combustível 
para o tecido muscular passa a ser os lipídeos, e nesse sentido, os depósitos de 
triglicerídeos do próprio músculo assumem especial importância. Em todo o caso, o 
músculo cardíaco parece dar prioridade aos corpos cetônicos, preferindo-os inclusive à 
glicose. O tipo de substrato energético utilizado pelo músculo é determinado 
primariamente pela intensidade e duração do exercício, mas pode ser influenciado 
pelo nível de treinamento, dieta e fatores externos que poderiam modificar a resposta 
metabólica ao exercício. 
 
 
 
 
 
 
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Fazendo uma comparação entre os exercícios aeróbicos e os exercícios de força, pode-
se fazer uma divisão pontual dentro do processo onde se trabalha a síntese e a 
degradação proteica, e onde há biogênese mitocondrial. A biogênese mitocondrial 
deve ocorrer em longo prazo, mediante estímulo aeróbico, que aumentará a produção 
energética de ATP. A partir do momento em que o ATP é fosforilado e a energia é 
liberada, forma-se a adenosina monofosfato, a qual vai se acumulando dentro da 
célula, estimulando a AMPK, que por sua vez, estimula diretamente a condição gênica 
da PGC-1alfa, envolvida na biogênese mitocondrial. Assim, todo o metabolismo 
energético envolvido pelo treinamento aeróbico faz com que exista uma expressão 
gênica potencializando a produção de novas mitocôndrias no tecido muscular, e desta 
forma, torna-se facilitada a produção energética a partir de gordura. Ao mesmo tempo 
que o AMPK é estimulado neste processo, a via da mTOR, que é estreitamente 
relacionada à síntese proteica, acaba sendo inibida. 
 
No jejum, há grande quantidade de ácidos graxos sendo mobilizados de suas reservas, 
pelo aumento dos níveis de glucagon e redução dos níveis insulinêmicos, e muitas 
vezes isto não pode ser metabolizado apenas pelo fígado. Por isso, um tecido muscular 
adaptado para este fim pode fazer com que a produção energética a partir das 
reservas de gordura seja mais eficiente. 
 
Por outro lado, nos exercícios de força, o estímulo acontece através de outra via 
metabólica, a qual envolve o IGF-1, a leucina e contração muscular, os quais fazem o 
estímulo direto de AKT. A AKT, por sua vez, inibe a cascata de degradação proteica e 
estimula a mTOR, e consequentemente, a síntese proteica. Sendo assim, parece mais 
coerente a realização de exercícios aeróbicos de baixa intensidade no estado de jejum, 
já que nesta situação apenas ácidos graxos e corpos cetônicos estarão disponíveis 
como substrato energético, e isto pode gerar uma adaptação interessante no contexto 
esportivo. Já no trabalho de síntese muscular, a disponibilidade de ácidos graxos ou 
corpos cetônicos como fonte energética não parece apresentar benefícios. 
 
 
 
 
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JEJUM E EXERCÍCIO FÍSICO 
Um estudo avaliou o efeito da sessão de exercício associado ao índice glicêmico (IG) da 
refeição pré ou pós-exercício sobre a oxidação de gordura corporal. O estudo foi 
realizado com homens jovens e saudáveis, com 4 sessões randomizadas de exercício 
em esteira até atingir 400cal. 
Neste estudo, houve variação do 
consumo de refeições entre alto 
índice glicêmico versus baixo 
índice glicêmico. As avaliações 
foram realizadas em repouso, 
durante o exercício e nas 2 
primeiras horas após o exercício. 
 
 
 
 
 
 
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Assim, avaliou-se qual a importância da oxidação de gorduras durante e após o 
exercício, de acordo com o IG da refeição pré e pós-exercício. O gráfico acima ilustra os 
resultados do estudo, indicando que o exercício físico realizado em jejum (após o 
período noturno) acarretou em maior oxidação de gorduras do que quando realizado 
no estado alimentado, independentemente do IG da refeição pós-treino. Duas horas 
após a refeição, os indivíduos que tiveram uma refeição pós-treino de alto IG 
apresentaram significativa redução da oxidação de gorduras, quando comparados 
àqueles que tiveram uma refeição de alto IG. 
 
Pesquisadores sugerem que, com a realização do exercício em jejum e não liberação 
de insulina na corrente sanguínea, também não há ativação da lipoproteína lipase. Não 
tendo esta ativação, não há mobilização de triglicerídeos para o tecido adiposo, 
evitando a deposição de gordura corporal. 
 
O início do exercício físico sem a presença de insulina acarreta em estresse metabólico 
aumentado, que leva ao aumento de catecolaminas, e consequentemente, ao estímulo 
da lipase hormônio-sensível, aumentando os níveis de ácidos graxos livres na corrente 
sanguínea para serem utilizados como fonte energética. 
 
 
 
 
 
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Em um estudo realizado em 2011, foram realizadas 6 semanas de treino de endurance 
(1,5h de ciclismo – 70% VO₂max, 4x/semana), consumindo uma dieta Isocalórica, rica em 
carboidratos, sendo que um grupo realizou o treino em jejum, e outro grupo no estado 
alimentado. Ambos os rupos aumentaram o V o2max (+9%) e no teste simulado de 
60min (+8%). Este estudo mostra que, mesmo no estado jejum, existe uma melhora da 
performance física mediante o treinamento. 
 
Porém, dependendo da fibra muscular utilizada, se pôde perceber algumas 
particularidades entre os indivíduos que realizaram o exercício em jejum, em 
comparação aos que o realizaram no estado alimentado. Nas fibras do tipo 1 (gráfico 
A), houve um aumento da quantidade de gorduras intramusculares nos indivíduos que 
realizaram o exercício em jejum. Não apenas a quantidade de TG intramusculares 
foram aumentadas, como também a degradação destas gorduras para uso como 
substrato energético (gráfico B). Com relação àsfibras do tipo 2, houve um aumento 
do conteúdo de TG intramuscular, porém a diferença não foi significativa (gráfico em 
amarelo). Mesmo assim, a degradação de lipídeos foi também aumentada nas fibras 
do tipo 2 quando os indivíduos realizaram o exercício físico em jejum (gráfico em 
vermelho). 
 
 
 
 
 
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Ainda, como curiosidade, pode-se observar que a glicemia desses indivíduos após 2 
horas de exercícios foi semelhante. Porém o estresse metabólico ocasionado pelo 
exercício é menor nos indivíduos adaptados ao jejum, conforme pode ser observado 
nos gráficos a seguir: 
 
 
Comparando os benefícios do exercício no Jejum e no Estado Alimentado, pode-se 
observar que existe realmente uma maior efetividade na capacidade oxidativa 
muscular e na degradação de triglicerídeos intramusculares induzidos pelo exercício, 
bem como melhor manutenção da glicemia ao longo do treino. Porém, com relação ao 
peso corporal, não existem diferenças significativas, quando realizada uma dieta 
isoenergética. 
 
 
 
 
 
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JEJUM E EXERCÍCIO FÍSICO 
O acúmulo de lipídeos intramusculares está associado a resistência à insulina em 
indivíduos sedentários. Em uma dieta hiperlipídica, há o desequilíbrio entre o acúmulo 
de lipídeos e a oxidação nas células musculares, porém, com a realização de exercício 
físico regular e jejum, ocorrem adaptações musculares que facilitam o turnover 
energético oxidativo e o transporte de ácidos graxos. 
 
Em um estudo realizado com indivíduos saudáveis do sexo masculino, foi aplicada 6 
semanas de dieta hipercalórica e hiperlipídica, combinada à realização de 60 a 90 
minutos de exercício físico em jejum ou no estado alimentado (refeição 70% CH +1g 
CH/kg/h de exercício). A figura a seguir ilustra o efeito da dieta hiperlipídica, sozinha 
ou com exercício, com o estado de jejum ou alimentado, sobre a sensibilidade à 
insulina. 
 
Jejum Intermitente 
Parte IV – Efeitos Metabólicos 
 
 
 
 
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Inicialmente (antes do início dos treinamentos físicos) a sensibilidade à insulina era 
aumentada no grupo controle (alimentado), porém após as 6 semanas de exercício 
houve redução da sensibilidade à insulina. Já no grupo que realizou a mesma dieta, 
porém com refeições pré-treino ricas em carboidratos e reposição de carboidratos a 
cada hora de exercício, houve aumento da sensibilidade à insulina após as 6 semanas. 
Este grupo, por sua vez, apresentou um aumento da sensibilidade à insulina após 6 
semanas de exercício. 
 
 
Em outro estudo de 2012, homens ativos realizaram treinos aeróbicos contínuos de 40 
a 60min de duração, com 60-80%Fcmax, no mínimo 3x por semana. Comparou-se 
então a realização de tal exercício no estado de jejum e no estado alimentado, com 
relação aos seguintes parâmetros: composição corporal, exame de urina e bioquímico 
de sangue. Para tanto, foram realizadas avaliações 3 dias antes do início do Ramadã, 
15 dias de Ramadã, 29 dias de Ramadã e 21 dias após o Ramadã. Os resultados deste 
estudo indicaram que os indivíduos que realizaram o exercício em jejum tiveram maior 
perda de peso e redução de gordura corporal, quando comparados aos indivíduos que 
praticaram o exercício em estado alimentado. 
 
 
 
 
 
 
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Alguns exames bioquímicos dos indivíduos em jejum também apresentaram alterações, 
conforme pode ser observado no quadro abaixo: 
 
 
 
Em outro estudo, jovens saudáveis foram avaliados em duas sessões de 2h de pedal 
(75% VO₂max), com 4h de recuperação monitorada. Este período então foi comparado 
entre os indivíduos que realizaram a sessão de exercício em jejum e no estado 
alimentado. No estado alimentado, foram consumidos aprox. 150g de carboidratos 
antes do exercício e 1g de carboidrato por kg/h durante o exercício. Após os exercícios, 
os dois grupos receberam 5g cho/kg durante a recuperação, e foram avaliadas a 
facilidade em degradar lipídeos Intramusculares e a melhora na ressíntese de 
glicogênio pós exercício. 
 
 
 
 
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No gráfico 1, pode-se observar o efeito do exercício em jejum versus estado 
alimentado com carboidratos com relação ao conteúdo de lipídeos intramusculares 
(fibras tipo 1 e fibras tipo 2a) antes, imediatamente após e 4h após o treino. No gráfico 
2, é ilustrado o efeito do exercício em realizado em jejum, em comparação ao estado 
alimentado com carboidratos, no glicogênio muscular após atividade de síntese (antes, 
após e 4h após o treino). 
 
 1 2 
 
 
Conclui-se deste estudo que, durante o exercício em jejum, existe maior utilização 
tanto de gorduras intracelulares que já está aumentada para produção de energia, 
quanto do glicogênio muscular estocado. No pós exercício, observou-se ainda que o 
grupo em jejum realizou maior reposição de glicogênio muscular dentro do período de 
4 horas de recuperação, quando comparado ao grupo alimentado. 
 
A tabela abaixo apresenta a avaliação e comparação de alguns parâmetros entre os 
indivíduos que realizaram o exercício em jejum ou no estado alimentado. Com relação 
 
 
 
 
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aos metabólitos de glicose, observou-se que os indivíduos alimentados tiveram uma 
manutenção da glicemia no pré e no pós treino. Já os indivíduos em jejum fizeram uma 
redução significativa destes metabólitos no pós-treino, porém após 4 horas os níveis 
glicêmicos estavam ainda melhores do que quando iniciaram este exercício físico, o 
que indica uma potencialização do metabolismo da glicose. 
 
Observando os ácidos graxos livres, o grupo alimentado apresentou uma mobilização 
do tecido adiposo no exercício e aumento deste parâmetro no sangue. 4 horas depois, 
com o consumo de carboidratos, os níveis caíram drasticamente, inclusive quando 
comparados aos valores pré-exercício. Já no grupo do jejum, o exercício foi iniciado 
com um nível 7x maior de ácidos graxos no sangue, quando comparado com o grupo 
alimentado. Durante o exercício, os níceis de ácidos graxos livres são ainda 
potencializados, e no pós exercício, tal quesito volta aos níveis normais. 
 
Com relação ao cortisol, não existiram alterações significativas no pré, durante ou pós 
exercício dos indivíduos alimentados. Já no grupo do jejum, houve um aumento dos 
níveis de cortisol durante o exercício (não significativo), porém no pós-exercício esses 
níveis voltam a níveis muito mais baixos, o que é significativo quando comparado aos 
níveis de cortisol antes do treinamento. Assim o estresse metabólico do exercício não 
é prolongado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Partindo para o treino de resistência, pode-se citar um estudo feito em 2010 com o 
objetivo de estimular mecanismos anabólicos e miogênicos nas células musculares. 
Lembrando que, no exercício de força, o objetivo é a resposta anabólica através da via 
do mTOR1, que promove a síntese proteica através de proteínas regulatórias como a 
p70S6K. Neste estudo os indivíduos foram avaliados após a sessão de exercícios de 
resistência e de 4h de descanso (com comparações entre indivíduos que realizaram 
exercícios no estado alimentados e no jejum). No estado alimentado, foi consumido 
um líquido contendo 50g carboidratos/L + 16,6g leucina/L + 30g proteína hidrolisada/L 
- 6ml/kg de peso. 
 
 
 
Os gráficos a seguir demonstram que, quando se trata de ganho de massa muscular, o 
principal estímulo ocorre pelo exercício, e a melhor performance é no estado 
alimentado. 
 
 
 
 
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JEJUM E EXERCÍCIO DE RESISTÊNCIAUma avaliação do efeito do treino de resistência no estado de jejum e alimentado 
durante o Ramadã foi realizada em um estudo, com posterior avaliação sobre o efeito 
na composição corporal e em parâmetros metabólicos em Bodybuilders. 16 Homens 
foram divididos em 2 grupos: a) Treino de resistência no final da tarde em estado de 
Jejum; b) treino de resistência no final da noite em estado Alimentado. A coleta de 
dados foi realizada 2 dias antes de iniciar o estudo e no 29° dia de Ramadã, e incluiu 
antropometria, questionário dietético, glicemia em Jejum e amostras de urina. 
 
Observa-se que os indivíduos em jejum não tiveram alteração da composição corporal 
no Ramadã, da mesma forma que o grupo alimentado. O percentual de gordura 
diminuiu no exercício em jejum, porém não apresentou diferença significativa, e da 
mesma forma ocorreu nos indivíduos alimentados. Sendo assim, a princípio, fazer 
exercício de resistência em jejum não parece trazer benefício algum, porém mostra-se 
 
 
 
 
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a necessidade de garantir consumo de misturas contendo carboidratos, proteína e 
leucina logo após a sessão de exercício. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Outro estudo, realizado em 2013, avaliou o dano muscular através dos níveis de 
marcadores inflamatórios e oxidativos. Para tanto, foram realizados exercícios 
excêntricos de membros superiores por 5 dias consecutivos, com um grupo em jejum 
de 8h e em um grupo alimentado (refeição com 810–860 kcal). Houve maiores níveis 
de Oxido Nítrico nos indivíduos em jejum, ao longo do período de exercícios, porém 
tais resultados não são significativos. Com relação à inflamação, também não existem 
efeitos significativamente diferentes, porém o exercício em jejum tende a resultar em 
menores níveis de inflamação induzida pelo exercício, pela observação de menores 
níveis de TNFα. Com relação ao dano e dor muscular, não houve diferença significativa. 
 
 
 
 
 
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JEJUM EM OUTRAS OCASIÕES 
Em situações de asma, estudos mostram a redução de marcadores de danos oxidativos 
e inflamação com jejum de dias alternados entre 2-4 semanas. No sobrepeso e risco de 
câncer de mama, observa-se redução do estresse oxidativo e inflamação com dieta 2:5. 
E com relação ao percentual de gordura corporal e o humor, observa-se efeito 
benéfico em homens com idade avançada com dieta 2:5. 
 
Em terapias antiaging, o jejum se aplica no controle dos níveis de IGF e níveis de 
Insulina, com protocolos de 3-5 dias de jejum. Também há redução da glicemia, 
 
 
 
 
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insulinemia e IGF-1, bem como aumento do IGFBP1 (que inibe a ação do IGF-1). 
Apenas a restrição energética já pode trazer esse efeito benéfico, porém ela deve ser 
acompanhada pelo controle do consumo de aminoácidos (que pode estimular o IGF-1 
de forma não desejada). Também há estudos que apresentam benefícios do jejum nos 
quadros de artrite reumatoide, com possível redução de dor e de marcadores 
inflamatórios com jejum de 1-3 semanas. 
 
CONTRA INDICAÇÕES DO JEJUM 
• Longos períodos de jejum são associados a queixas como dores de cabeça, tonturas 
e irritabilidade. 
• Risco em indivíduos de idade avançada, pois pode ocorrer redução na eficiência do 
sistema imunológico, na capacidade de responder a doenças infecciosas e 
cicatrização. 
• Indivíduos de baixo peso. 
• Distúrbios Alimentares. 
• IMC > 40 kg/m². 
• Doença Hepática e/ou Renal. 
• Úlcera gástrica. 
• Alcoolismo. 
• Psicose. 
• Gestação/Lactação. 
• Perda de peso inexplicável. 
• Uso de diuréticos.

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