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Prévia do material em texto

Principais
procedimentos e
atos em cartório
privativos do
advogado
 Lucas Monteiro | Advocacia e Cartórios
Direitos autorais
Este ebook está protegido por leis de direitos autorais.
Todos os direitos sobre o ebook são reservados. Você não
tem permissão para vender este livro digital, nem para
copiar e reproduzi-lo em site, redes sociais, blogs, jornais
ou quaisquer outros veículos de distribuição de mídia.
Qualquer violação dos direitos autorais estará sujeita as
sanções legais.
Onde me encontrar nas
redes sociais?
No meu Canal Exclusivo no
Telegram, eu compartilho
diariamente conteúdos
sobre a prática da advocacia
nos cartórios extrajudiciais.
Além disso, compartilho
todas as novidades que
estejam surgindo dentro dos
cartórios. Minha atuação
prática em um cartório de
registro de imóveis auxilia
muitos advogados que
queiram tirar dúvidas de
procedimentos específicos.
Para entrar no canal, clique
em qualquer lugar desta
coluna.
Já no instagram,
compartilho de tudo um
pouco. Precisamente o tema
dos áudios que são
postados diariamente no
Telegram, além de vídeos
com temas práticos para o
advogado, nos
procedimentos específicos
em cartório. 
Para acompanhar e me
seguir no instagram, clique
em qualquer lugar desta
coluna.
https://bit.ly/adv-cartorios-telegram
https://instagram.com/lucasmonteiroadv
Introdução
Olá, seja bem vindo a este livro! Quero compartilhar
algumas sacadas que tive em minha trajetória na
advocacia privada e prestando um serviço público no
cartório de registro de imóveis.
Primeiramente quero agradecer por ter baixado este
E-book. Obrigado! Foi escrito com bastante carinho e com
o objetivo de esclarecer algumas questões interessantes
dentro do direito, especificamente no exercício da
advocacia. Fico feliz que tenha manifestado interesse
neste assunto.
Bom, estou prestes a compartilhar com você um assunto
que não aprendemos na faculdade, embora seja de muita
relevância, seja em qual área do direito você advoga. Nós
vamos conversar aqui sobre os cartórios extrajudiciais!
Tenho quase certeza que você não aprendeu esse assunto
na faculdade. Pode até ser que saiba sobre os serviços
extrajudiciais, mas porque estudou sozinho ou teve alguma
experiência profissional na área.
O que muitos não sabem é que os serviços notariais e de
registro são ferramentas valiosíssimas para o advogado
defender o direito de seus clientes, seja em juízo ou
advogando extrajudicialmente.
03
Introdução
Teremos um capítulo só para listar os documentos
necessários nos principais procedimentos a serem
realizados em cartórios, que dependa da intervenção de
um advogado.
Dito isso, desejo a você uma ótima leitura! 
04
Como este ebook é
dividido?
05
Capítulo 1 – A importância de se estudar o Direito Notarial e
Registral;
Capítulo 2 – Cartórios Extrajudiciais no Brasil: tipos e
atribuições;
Capítulo 3 – Documentos necessários para a prática dos
principais atos privativos de advogado em cartório.
Capítulo 1 - A importância
de se estudar o Direito
Notarial e Registral
06
Esse capítulo serve de orientação a você advogado ou
advogada. Observe bem o que será dito, pois as informações
aqui contidas podem mudar de forma significativa a maneira
como você se prepara para encarar a advocacia.
As chances são que durante a faculdade você estudou muito
bem grandes áreas do direito, como direito material e direito
processual. Ao bem da verdade, a matéria atrelada à teoria
que é ensinada ao aluno, na maioria das vezes, difere do que
se aplica ao caso concreto.
Percebi que a maioria dos advogados que conheço não
estudaram sobre os cartórios durante a faculdade. Essa
realidade tende ser regra, pelo que vejo os colegas me
contando. Tenho quase certeza que você não estudou muito
sobre os cartórios durante o período de faculdade, quiçá
depois de se tornar advogado(a). E se estudou após se
formar, foi por necessidade de alguma demanda que envolvia
ora o direito imobiliário ou o próprio serviço prestado pelos
cartórios.
Capítulo 1 - A importância
de se estudar o Direito
Notarial e Registral
07
Em abril de 2015, desesperado para trabalhar em algum
lugar, já no 5º período de faculdade, me inscrevi para
participar de um processo seletivo em um cartório em
Goiânia-GO.
Naquela época, eu já havia tentado de tudo, e não conseguia
êxito em nenhuma entrevista de estágio ou de emprego. Pra
mim seria só mais uma entrevista pela qual eu iria me
apresentar, falar algumas coisas sobre minha vida e pronto,
iria esperar o resultado. Como em todas as outras, receberia
um “não foi dessa vez”. 
Neste mesmo dia, eu tinha uma prova de direito empresarial
na faculdade. O fato é que momentos antes da prova
começar o telefone toca. Para minha surpresa era a ligação
do gerente do cartório, me informando que eu havia sido
aprovado no processo seletivo. Fiquei muito feliz e agradeci
a oportunidade!
Capítulo 1 - A importância
de se estudar o Direito
Notarial e Registral
08
A verdade é que eu não sabia absolutamente nada do que se
fazia em um cartório de registro de imóveis. Pelos próprios
termos sabia que era algo relacionado a imóveis, algo
jurídico sobre imóveis. Apenas isso. Não sabia que existiam
7 tipos de cartórios diferentes e que cada um deles possui
regulação própria, com serviços próprios e atividades
totalmente diferentes uma das outras, como será
demonstrado neste livro nos próximos capítulos.
No início do estágio eu observava a quantidade de
funcionários que trabalhavam no cartório e refletia sobre a
necessidade de todas aquelas pessoas. Esse tipo de reflexão
se justificava, pois eu não sabia quais serviços eram
prestados.
Inicialmente comecei a trabalhar no arquivo. Era um local
fechado, que possuía uma porta estreita e com 4 corredores
de prateleiras bem altas até o teto. As prateleiras eram
bastante altas e com muita poeira. O meu serviço era
etiquetar as pastas que ficavam nas prateleiras. Eram
aproximadamente 2 mil pastas, com arquivos de
incorporações imobiliárias, documentos da prefeitura,
contratos de financiamento, entre outros.
Capítulo 1 - A importância
de se estudar o Direito
Notarial e Registral
09
A descrição das minhas atividades era confeccionar e
escrever cada etiqueta de cada pasta no Libre Office, realizar
a impressão e colocar manualmente em cada pasta do
arquivo. Não eram todas, havia algumas que já possuíam
etiquetas. Achei ótimo o serviço. Pra quem não tinha nada
para fazer, era uma terapia ficar naquele arquivo todos os
dias, na grande parte do tempo sentado no chão. A poeira
incomodou no início, mas logo me acostumei.
Os dias foram se passando e conclui a etiquetagem em
aproximadamente 1 mês e meio. Após isso me passaram
para outra atividade. Todo documento que entra no cartório,
deve-se passar por uma análise de vários setores. Um
desses setores é o setor de cadastro, que possui a finalidade
de literalmente cadastrar o nome das partes envolvidas
naquele negócio jurídico no sistema do cartório, facilitando
eventuais buscas e relatórios de proprietários,
ex-proprietários, credores, devedores, exeqüentes,
executados, etc.
Fui treinado para cadastrar contratos particulares de
financiamento imobiliário. Comecei a trabalhar com
documentos sem poeira. Já era um avanço enorme! O
serviço era fantástico. 
Capítulo 1 - A importância
de se estudar o Direito
Notarial e Registral
10
Eu recebia o contrato de financiamento de diversos bancos,
analisava os requisitos legais para aquela transação,
realizava a conferência do pagamento do imposto de
transmissão, e de fato cadastrava os nomes dos
ex-proprietários e novos proprietários.
Com aproximadamente 3 meses de estágio, eu já estava
cadastrando documentos de financiamento imobiliário. Pra
mim era algo relevante. Senti que estava sendo útil às
transações imobiliárias, como de fato estava!
Nos dias 4 a 25 de julho de 2015, o Tribunal de Justiça do
Estado de Goiás realizaria o 1º Congresso Notarial e
Registral do Estado de Goiás. Movidos pela recente outorga
de delegações aos novos delegatários do Serviço
Extrajudicial(2014), este seria o maior evento destinado à
classe notarial e registral do Estado!
Pensando na oportunidade de agregar conhecimento, logo
pensei na idéia de participar. Para um estagiário, se inscrever
em um curso deste, com taxa de inscrição a 240 reais não
era uma decisão muito fácil. Decidido a aprender, decidi que
iria e comuniquei pessoalmente a meu chefe, que pouco me
conhecia (3 meses de estágio). 
Capítulo 1 - A importância
de se estudar o Direito
Notarial e Registral
11
Com olhar meio desconfiado ele me questionou se eu tinha
interesse na área e se estava gostando de trabalhar no
cartório. Com resposta afirmativa, disse a ele que estava me
apaixonando por estudar o direito notarial e registral, e que o
curso seria uma oportunidade de aprender mais! Neste
instante, alucino que foi um dos principais momentos em
minha carreira profissional. Ele me questionou se eu queria
ser contratado ou se continuar como estagiário estava bom
pra mim. 
Sendo bem sincero, fui pego de surpresa. Sem pensar de
mais, disse que meu objetivo era ser contratado porque eu
havia encontrado minha paixão no direito. Ele com um olhar
de gratidão, disse-me: “ – que ótimo, pois estamos
precisando!”. 
Por que estou te contando isso? Quero demonstrar com
detalhes por onde entrei nessa jornada, e quais foram meus
passos até chegar onde estou. 
Capítulo 1 - A importância
de se estudar o Direito
Notarial e Registral
12
O curso foi excelente! Apesar do formato palestra não ser o
mais adequado, na minha opinião, para compartilhar
conhecimento, os palestrantes eram os melhores do Brasil.
Tivemos conosco os principais doutrinadores do direito
notarial e registral, como por exemplo Ricardo Dip, Luis Paulo
Aliendi, João Pedro Lamana Paiva, Vitor Frederico Kumpel,
entre muitos outros. 
O engraçado é que hoje eu sei muito bem quem são todos
eles. Na época, não sabia nada sobre nenhum deles. 
De lá para cá, pude aprender muito com a prática notarial e
registral, tendo contato direto com as notas e com os
registros. Mesmo trabalhando em um cartório de imóveis, é
natural que se analise escritura pública das mais variadas
formas e modalidades. Com o tempo, e adquirindo mais
experiência, tive a oportunidade de compor outro setor: o
registro! 
A partir daí pude realizar uma análise mais profunda nos
documentos. Para se registrar quaisquer atos em cartório,
deve-se apresentar um requerimento, e este deve estar
pautado pela legalidade, pois cartórios, em regra, não
praticam atos de ofício. 
Capítulo 1 - A importância
de se estudar o Direito
Notarial e Registral
13
Foi nesta etapa que percebi o quão era importante que a
sociedade soubesse mais sobre os cartórios. Todos os atos
que são praticados são revestidos de Fé Pública, com
garantia de veracidade. Muitas pessoas, ainda hoje, não
valorizam o registro de uma escritura pública, achando que
ele é dispensável.
Fui percebendo a dificuldade dos clientes em conseguir
entender o que o cartório estava exigindo, por mais que
sejamos transparentes com o cliente, “traduzindo” muitas
vezes o que é para ser feito. Alguns entendem, outros não. A
verdade é que esse assunto, ou seja, os cartórios e registros
públicos deveriam ser um conhecimento propagado todos os
profissionais do direito desde a academia.
Os serviços públicos dos cartórios são prestados com a
finalidade de segurança jurídica à diversas áreas da vida,
como por exemplo à propriedade, à personalidade, à
recuperação de crédito, ao livre comércio, entre muitas
outras.
Capítulo 1 - A importância
de se estudar o Direito
Notarial e Registral
14
Sentindo essa carência por parte principalmente dos
advogados que precisam utilizar-se dos cartórios em algum
momento da sua advocacia, senti o desejo de propagar esse
conhecimento à frente! Aquilo que aprendi, ao longo de
minha tragetória no cartório, decidi compartilhar neste
E-book para te ajudar em sua carreira e quiçá despertar
também uma paixão por uma matéria fundamental.
É claro que não vou conseguir compartilhar tudo apenas
neste livro, mas a intenção foi unir as principais dificuldades
que os colegas têm, por hora, e clarear para um auxilio direto
na sua advocacia!
Espero que goste! Foi escrito com carinho e dedicação!
Novamente boa leitura e bons estudos!
Capítulo 2 - Cartórios
Extrajudiciais no Brasil:
tipos e atribuições
15
Os serviços notariais e de registro possuem natureza
constitucional através do art. 236 da Carta da República, ao
dizer que “os serviços notariais e de registro, serão prestados
em caráter privado, por delegação do Poder Público”.
Entende-se que esse tipo de serviço, embora seja de
prestação privada, através de um particular, aprovado em
concurso público de provas e títulos, não perde sua natureza
pública. Sendo assim, é errado dizer que o Tabelião ou
Registrador (como é chamado este profissional), seja um
servidor público. 
Em verdade, ele é um agente público, prestador de um
serviço público, em nome do estado, de forma privada. Em
decorrência da previsão Constitucional dos serviços, pelo art.
236 da CF, tem-se a Lei n. 8.935/94, que trouxe a
regulamentação desse tipo de serviço. 
Capítulo 2 - Cartórios
Extrajudiciais no Brasil:
tipos e atribuições
16
A Lei dos Notários e Registradores, mais conhecida como
LNR, é o regramento pelo qual os agentes delegados são
submetidos. Na referida Lei, há previsão de todos os serviços
extrajudiciais que existem no Brasil, bem como suas
atribuições, responsabilidades, penalidades.
Nesse sentido, iremos analisar cada um dos profissionais
que prestam os serviços extrajudiciais existentes, bem como
suas particularidades e especificidades.
2.1 Tabelionato de Notas
Para dar início, vamos falar sobre as atividades do tabelião
de notas, que é o profissional que atua perante o serviço
extrajudicial exercendo a delegação de um Tabelionato de
Notas. 
Este é um dos cartórios mais conhecido entre os brasileiros,
e por boa parte dos advogados. Os serviços mais comuns
prestados neste cartório são: reconhecimento de firma,
autenticação de cópias, lavratura de escrituras públicas em
geral e ata notarial.
Capítulo 2 - Cartórios
Extrajudiciais no Brasil:
tipos e atribuições
17
2.2 Tabelionato e Oficialato de Contratos Marítimos
Exercem a mesma função de um tabelionato de notas, porém
com uma especificidade: atuação perante as relações do
comércio marítimo. 
Basicamente é um profissional que atua perante as relações
do comércio marítimo, dando-lhe proteção jurídica e
formalizando os documentos necessários à efetividade das
relações de comércio nesta característica. 
2.3 Tabelionato de Protesto de Título
São profissionais atuando em uma serventia extrajudicial,
que prestam um serviço público destinado a uma finalidade
específica: atuam diretamente no direito empresarial. Outra
finalidade implícita é o auxílio aos órgãos de proteção ao
crédito como SPC e SERASA. 
Isso porque quando um devedor está inadimplente, e o
credor solicita a atuação do cartório de protesto, o título será
protestado (e não a pessoa), fazendo com que os órgãos de
proteção ao crédito tenham ciência daquela dívida,
ocasionando na grande maioria das vezes, a recuperação
daquele crédito.
Capítulo 2 - Cartórios
Extrajudiciais no Brasil:
tipos e atribuições
18
Portanto, dizer que os tabelionatos de protesto protestam o
nome da pessoa é um equívoco. É certo dizer que o título foi
protestado objetivando a recuperação do crédito ao credor.
2.4 Registro de Imóveis
Diferentemente dos serviços acima mencionados, o Registro
de Imóveis possui uma atuação limitada a uma circunscrição
geográfica. Ou seja, só podem atuar perante os imóveis que
estiverem descriminados na circunscrição competente. Já os
tabelionatos acima, ficam sujeitos a quaisquer interessados
que solicitarem a prestação do serviço.
O registro de imóveis é a real proteção jurídica de um imóvel
no Brasil. O que prova a propriedade é a certidão de registro
do imóvel emitida pelo cartório de imóveis. Só se consegue
alienar o imóvel perante o banco e solicitar umempréstimo
se o imóvel estiver devidamente registrado em cartório.
Conforme determina o que estabelece o Código Civil,
somente será proprietário aquele que constar no registro de
imóveis. Todas as atribuições do cartório de imóveis estão
descriminadas no art. 167, inciso I e II da Lei n. 6.015/73.
Capítulo 2 - Cartórios
Extrajudiciais no Brasil:
tipos e atribuições
19
2.5 Oficiais de Registro de Títulos e Documentos e Civis das
Pessoas Jurídicas
Nesse contexto, passa-se aos comentários do RTD e RCPJ,
como comumente são chamados. Tem-se a prestação de
dois tipos de serviço em um mesmo cartório por
determinação legal. Quanto a RTD (Registro de Títulos e
Documentos), caracteriza-se pelo registro de documentos
que não tenham por imposição o registro em outro órgão ou
repartição. 
Já o RCPJ (Registro Civil das Pessoas Jurídicas) é um
serviço destinado ao direito comercial. São serventias
responsáveis pelo registro de pessoas jurídicas não
empresárias, ou seja, que o objetivo não seja estritamente
comercial. 
2.6 Oficiais de Registro Civil das Pessoas Naturais
Acredito que é o tipo de cartório mais “conhecido“ pelos
brasileiros. O CNJ caracteriza esse tipo de cartório como o
cartório da cidadania, pelos serviços prestados. São feitos
nesse cartório os registros de nascimento, óbito, casamento,
averbação de divórcio, alteração de regime de bens, entre
outros. 
Capítulo 2 - Cartórios
Extrajudiciais no Brasil:
tipos e atribuições
20
É o tipo de cartório que cuida dos assentos referente a
pessoa natural e suas relações civis. É com a certidão de
casamento que se prova o estado civil de casado, apenas.
Não há outro documento que tenha a fé pública contida na
certidão de casamento. Da mesma forma, a prova de se estar
solteiro é a certidão de nascimento. Da mesma forma, como
você já pode imaginar, somente se prova o óbito com a
certidão de óbito, nenhum outro documento possui fé pública
nesse sentido. 
2.7 Oficiais de Registro de Distribuição
Trata-se aqui de especialistas em um mundo de
especialidades. Isso porque não temos esse tipo de serviço
em todo território nacional. Em Goiás, por exemplo, não se
tem esse tipo de serventia. São, em verdade, serventias que
cuidam de distribuir processos judiciais, em determinada
comarca a fim de organização do trâmite dos processos ou
emissões de certidões referentes a eles. Um exemplo de
estado no qual tem este serviço é o Rio de Janeiro-RJ.
Os serviços acima apresentados referem-se a todos os tipos
de serviço extrajudicial que encontramos espalhados pelo
Brasil. 
Capítulo 2 - Cartórios
Extrajudiciais no Brasil:
tipos e atribuições
21
O termo Tabelião refere-se aos titulares de Tabelionato de
Notas. Já a denominação Registrador é conferida aos
Oficiais de Registro. O termo notário, que vem do latim
referindo àquele que toma nota de algo, exclusivamente,
refere-se aos Tabeliães de Notas titulares de tabelionato de
notas.
Bom, acredito que essas orientações sirvam para pelo menos
você ter uma noção mais detalhada de como funcionam os
serviços extrajudiciais no Brasil. 
Como é um assunto pouquíssimo discutido nas
universidades é normal que você advogado(a) esteja pela
primeira vez tomando nota de quantos cartórios existem!
Saiba que o primeiro passo já foi dado, que é ter baixando
este Ebook. Saiba que com os conhecimentos que você
aprendeu e irá aprender aqui, com certeza já está na frente
de muitos profissionais. Digo na frente não no sentido de ser
melhor, mas sim no sentido de estar na frente em
conhecimento! Conhecimento é o poder!
Ele está disponível para todos, bastando apenas interesse.
Isso você já demonstrou ter!
Capítulo 3 - Documentos necessários
para a prática dos principais atos
privativos de advogado em cartório
22
Depois da parte introdutória anteriormente, sobre os
cartórios extrajudiciais e as áreas de atuação, vamos falar
agora sobre documentos necessários para determinados
atos em cartório.
Se você pulou direto para cá, na intenção de obter os
documentos necessários aos atos em cartórios, recomendo
fortemente que leia o capítulo 2. É importantíssimo entender
a base dos cartórios, entender a forma que se organizam
para posteriormente se aprofundar. Isso vai fazer com que
você possa compreender melhor o problema do seu cliente e
evitar problemas para ele ou resolver com rapidez e eficácia
os já existentes.
Feito o alerta, passaremos a partir de agora comentar e
explicar os documentos necessários para os principais atos
em cartórios que tenham a intervenção de um(a)
advogado(a). Acredito fortemente que esse conteúdo servirá
de cartilha e de orientação a diversos colegas advogados
que eventualmente possam ter dúvidas no exercício da
advocacia no momento em que se depararem com algum
assunto sobre os cartórios. 
Capítulo 3 - Documentos necessários
para a prática dos principais atos
privativos de advogado em cartório
23
3.1. Inventário e Partilha de Bens Judicial e Extrajudicial
Sabe-se que há dois tipos de inventários: judicial e
extrajudicial. Inicialmente vamos destacar o inventário
extrajudicial e os documentos necessários a sua confecção e
desdobramento.
No inventário extrajudicial, deve-se apresentar ao Tabelião de
Notas escolhido pelas partes, os seguintes documentos: 
A) Certidões de matrícula em interior teor e negativa de ônus
reais e de ações reais e pessoais reipersecutórias.
Observa-se que tais certidões devem ser emitidas no cartório
de registro de imóveis responsável da localidade do(s)
imóvel(is) objeto(s) do inventário;
B) Certidão negativa de débitos relativos aos tributos
federais e à dívida ativa da União, administrados pela Receita
Federal e Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional; Certidão
negativa de débitos em dívida ativa, expedida pela Secretaria
da Fazenda do Estado. Essas são as famosas certidões
fiscais;
Capítulo 3 - Documentos necessários
para a prática dos principais atos
privativos de advogado em cartório
24
C) Certidão Negativa de Débito Trabalhista, conforme
recomendação n. 03/2012 do CNJ e art. 642-A da CLT;
D) Certidões dos feitos ajuizados da Justiça Estadual Cível e
Criminal da pessoa falecida (estas podem ser dispensadas
pelas partes por mera liberalidade, e por assumirem a
responsabilidade);
E) Certidão Negativa de Distribuição para fins gerais (Cível e
Criminal) da Justiça Federal;
F) Certidões Negativas Municipal, conforme Lei n. 7.433/85,
regulamentada pelo decreto 93.240/86;
G) ITCD (Imposto de Transmissão Causa Mortis). Apresentar
guia de recolhimento devidamente paga no ato da 
apresentação dos documentos ao tabelião de notas.
Quando o imóvel for rural, além dos documentos acima
apresentar os seguintes documentos:
H) Certidão Negativa de Débitos do ITR, para com a
Secretaria da Receita Federal do Brasil;
I) Declaração do Imposto de Propriedade Territorial Rural
(ITR) para com a Secretaria da Receita Federal do Brasil;
Capítulo 3 - Documentos necessários
para a prática dos principais atos
privativos de advogado em cartório
25
J) Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR) para com o
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA)
do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA);
H) Inscrição do Imóvel Rural no CAR.
No inventário extrajudicial, para a obtenção do registro
deve-se apresentar ao Registrador de Imóveis competente,
os seguintes documentos:
1) Escritura Pública de Inventário Extrajudicial devidamente
lavrada por Tabelião de Notas;
2) Escrituras de Rerratificações ou aditivos, se houver alguma
correção de ofício pelo tabelião;
3) ITCD (Imposto de Transmissão Causa Mortis), com guia
devidamente recolhida;
4) Certidão de óbito (caso a averbação de óbito ainda não
tenha sido feita na matrícula do imóvel).
Capítulo 3 - Documentos necessários
para a prática dos principais atos
privativos de advogado em cartório
26
Somente esses documentos serão exigidos pelo registrador
de imóveis, para o registro do inventário extrajudicial. O
tabelião de notas possui fé pública, portanto o que ele disse
que foi apresentado na serventiaem que é responsável, é
encarado como verdade. Ele falou “tá falado”.
Quanto ao formal de partilha, que nada mais é do que a
distribuição de bens atribuída e processada perante o Juízo
competente no inventário judicial deve-se atentar para os
documentos que devem ser apresentados no cartório de
registro de imóveis objetivando o registro. 
São eles: 
1) O próprio formal de partilha, que deve constar além de
outros documentos, sentença, certidão do seu transito em
julgado, e comprovantes de pagamento dos impostos
devidos (ITCMD).
Obs.: o imóvel deve estar descrito exatamente como consta
na matrícula (descrição do terreno, área do terreno,
existência de construção, área construída). Caso esteja
descrito de modo diferente na matrícula, há as seguintes
soluções:
Capítulo 3 - Documentos necessários
para a prática dos principais atos
privativos de advogado em cartório
27
a) A descrição no formal está errada. Nesse caso o formal
deve ser retificado;
b) A descrição no formal está correta. Neste caso a matrícula
deve ser retificada;
c) A descrição no formal está atualizada em relação à
matrícula (ex.: consta uma construção de casa, enquanto
que na matrícula consta apenas um lote). Neste caso deve
ser requerida previamente a averbação da edificação ao
cartório de registro de imóveis.
2) Certidão de Óbito: caso o formal de partilha for advindo de
herança, será necessário apresentar certidão de óbito e
requerimento devidamente assinado e com firma
reconhecida solicitando a averbação na matrícula;
3) Certidão de casamento atualizada: caso o formal for
advindo de separação ou divórcio, será necessário
apresentar certidão de casamento com a averbação da
separação ou divórcio e requerimento com firma reconhecida
solicitando a averbação na matrícula, da alteração do estado
civil. 
Capítulo 3 - Documentos necessários
para a prática dos principais atos
privativos de advogado em cartório
28
3.2 Usucapião Extrajudicial 
Talvez este seja um dos assuntos mais comentados no que
se refere à advocacia e cartórios nos últimos anos. Tendo em
vista as grandes mudanças legislativas, que permitiu o
reconhecimento da propriedade originária através do
procedimento de usucapião extrajudicial, é imperioso que o
advogado saiba o procedimento e os documentos
necessários ao processamento deste instituto em cartório.
Nesse sentido, abaixo tome nota dos documentos
necessários para o reconhecimento da usucapião
administrativa perante os cartórios extrajudiciais. Lembrando
que os mesmos documentos que forem apresentados no
Tabelionato de Notas para lavratura da Ata Notarial para fins
de Usucapião, serão apresentados no Registro de Imóveis,
para registro da usucapião.
Então vamos lá, os documentos são os seguintes:
Capítulo 3 - Documentos necessários
para a prática dos principais atos
privativos de advogado em cartório
29
1) Petição Inicial: basicamente será uma petição endereçada
ao cartório competente para o registro daquele imóvel
usucapiendo. A petição atenderá no que couber, os requisitos
do art. 319 do Código de Processo Civil, e indicará a
modalidade da usucapião requerida e o fundamento legal ou
constitucional; a origem e as características da posse, a
existência de edificação, de benfeitorias ou qualquer acessão
no imóvel, indicando as datas de ocorrência; o nome e
estado civil de todos os possuidores anteriores cujo tempo
de posse foi somado ao do requerente para completar o
período aquisitivo; o número da matrícula ou da transcrição
do assento do imóvel em cartório, ou quiçá a informação que
não se encontra matriculado ou transcrito; e, o valor atribuído
ao imóvel usucapiendo;
2) Ata Notarial: este é o documento público que o advogado
deve solicitar antes de ir ao cartório de imóveis solicitar o
registro da usucapião. Primeiramente, o advogado deve
comparecer ao tabelionato de notas, munindo de toda a
documentação necessária à lavratura da ata notarial,
conforme documentos a seguir;
Capítulo 3 - Documentos necessários
para a prática dos principais atos
privativos de advogado em cartório
30
3) Planta e memorial descritivo assinados por profissional
legalmente habilitado e com prova da Anotação da
Responsabilidade Técnica – ART ou do Registro de
Responsabilidade Técnica RTT no respectivo conselho de
fiscalização profissional e pelos titulares dos direitos
registrados ou averbados na matrícula do imóvel
usucapiendo ou na matrícula dos imóveis confinantes ou
pelos ocupantes a qualquer título;
4) Justo título ou qualquer outro documento que comprove a
posse, a origem e sua continuidade, formando a cadeia
possessória;
5) Certidões negativas dos distribuidores da Justiça Estadual
e da Justiça Federal do local da situação do imóvel
usucapiendo expedidas nos últimos trinta dias,
demonstrando a ausência de ações que caracterizem
oposição à posse do imóvel, em nome das seguintes
pessoas:
- do requerente, cônjuge/companheiro, se houver;
- do proprietário do imóvel usucapiendo e respectivo
cônjuge/companheiro, se houver;
- de todos os demais possuidores e respectivos cônjuges ou
companheiros, se houver.
Capítulo 3 - Documentos necessários
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privativos de advogado em cartório
31
6) Descrição georeferenciada nas hipóteses previstas na Lei
n. 10.267/2001, e nos decretos regulamentadores;
7) Procuração Pública ou particular, com poderes especiais e
com firma reconhecida, por semelhança ou autenticidade,
outorgado a(o) advogado(a) pelo requerente e por seu
cônjuge/companheiro;
8) Certidão dos órgãos municipais e/ou federais que
demonstre a natureza urbana ou rural do imóvel
usucapiendo, nos termos da Instrução Normativa Incra n.
82/2015 e da Nota Técnica Incra/DF/DFC n. 2/2016,
expedida até trinta dias antes do requerimento.
3.3 Ata Notarial
A ata notarial basicamente é uma escritura pública que
possui uma finalidade específica: atestar determinado fato.
Logo, não tem o condão de prova absoluta e possui uma
característica fundamental: não há juízo de valor por parte de
quem a lavra (pelo tabelião). Vejamos mais a seguir sobre
isso.
Capítulo 3 - Documentos necessários
para a prática dos principais atos
privativos de advogado em cartório
32
É uma escritura pública, lavrada por um tabelião de notas,
com a finalidade de atestar determinado fato ou ato com
base nas circunstâncias percebidas por pessoa de diligência
normal. Ou seja, não é a condição do tabelião que faz o ato a
ser atestado como diferente, mas sim a sua condição
enquanto delegatário do serviço público. O que quero dizer
com isso é o seguinte: a circunstância de se utilizar uma ata
notarial para lavrar determinado ato ou fato não os torna, por
esse motivo, um ato ou fato verdadeiro. O tabelião
simplesmente vai atestar o que viu, ouviu, ou presenciou.
Nesse sentido, é imperioso que o Tabelião não faça nenhum
juízo de valor no ato a ser lavrado. Por exemplo: se o tabelião
receber uma diligência para lavrar uma ata notarial para fins
de usucapião extrajudicial, e, ao se deslocar para o imóvel
usucapiendo, percebendo que o telhado esteja quebrado e
cheio de danificações por toda a casa, não é de sua alçada
atestar, por exemplo, que “a casa encontra-se em péssimas
condições, possuindo um telhado todo quebrado, com mau
cheiro e com madeiras ruins”. Não! Negativo. Está errado e
foge aos princípios notariais e registrais o profissional que
atua desta maneira.
Capítulo 3 - Documentos necessários
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33
Nesse mesmo contexto, caso o tabelião perceba tais
condições, simplesmente deverá atestar, algo mais ou menos
assim: “uma casa, com paredes no tamanho x, telhado com
telha x, e madeira y. Não cabe ao tabelião dizer se a casa
está em boas ou ruins condições. Este profissional não é a
defesa civil para testar se a casa está ou não em condições
de habitação, portanto deve-se ater apenas as características
que interessem do ponto de vista jurídico.
Ainda, é possível se utilizar da Ata Notarial para atestar não
só a posse de determinado imóvel.É possível constatar
determinados fatos ou atos que acontecem no dia-a-dia.
Com o avanço da tecnologia e o uso de ferramentas digitais,
as pessoas passaram a utilizar as mídias sociais para além
de sua finalidade precípua, que era a comunicação de longa
distância. Utilizam-na também para relações comerciais,
formalizando contratos, prestando serviços, etc.
Em decorrência disso, surgem às desavenças, resoluções, e
quiçá as ameaças. É fato que se comprovar uma ameaça
com uma ata notarial é juridicamente mais seguro do que
apenas apresentar ao juiz um print de celular, pois o que se
atesta na ata notarial possui fé pública. Lembre-se, não é que
o tabelião torna o que foi dito verdadeiro, mas ele
simplesmente atesta o que presenciou. Ou seja, que o
número de telefone X enviou ao número Y mensagens com a
descrição a seguir: ”W” para o número YX, na data de
xx.xx.xxxx. 
Capítulo 3 - Documentos necessários
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34
O que se atesta na ata notarial, é encarado como verdadeiro
o fato e não seu conteúdo. Logo, verdadeiro é o fato de que a
mensagem foi enviada, no exemplo acima, e não o que está
escrito. Portanto, é uma ferramenta relevante aos advogados
que pretendem utilizar da ata como uma verdadeira prova no
âmbito dos processos judiciais. 
Dito isso, os documentos necessários para solicitar a
lavratura de uma ata notarial no cartório de Tabelionato de
Notas, basicamente são os mesmos de uma escritura
pública convencional, acrescendo dos documentos
específicos que se referem à situação fática que se pretenda
relatar no documento público. 
1) Documentos pessoais do solicitante;
2) Pagamento dos emolumentos devidos pelo ato;
3) Informações ou quaisquer documentos que será utilizado
pelo tabelião na confecção da ata (essas informações
podem ser por meios eletrônicos).
3.4 Averbação e Registro de Ações Judiciais na matrícula do
imóvel
Iremos comentar agora algumas particularidades do registro
de imóveis. As informações contidas nesse tópico será útil a
qualquer advogado(a) que atue em ações judiciais nos mais
diversos ramos do direito.
Capítulo 3 - Documentos necessários
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privativos de advogado em cartório
35
Portanto, se você advogado possui ações na área trabalhista
e cível em geral, as informações que está prestes a ler, será
muito útil na defesa e garantia do direito de seus clientes.
Os cartórios podem ser ferramentas valiosíssimas, bastando
apenas o advogado saiba utilizá-lo. Geralmente são
acionados no início do processo (solicitação de certidões
para comprovar propriedade, etc) e quando do fim do
processo de conhecimento para dar início a execução
(averbação ou registro do que foi decidido judicialmente).
Você sabe os procedimentos em cartório a serem tomados
pelo advogado após findar-se o processo de conhecimento e
iniciar-se o processo de execução com os atos constritivos?
Talvez sim, talvez não. A minha intenção aqui é mostrar a
diferença entre AVERBAÇÃO e REGISTRO de ações judiciais
em cartório, especificamente no cartório de registro de
imóveis e quais documentos serão necessários para a
averbação ou o registro dessa ação na matrícula do imóvel.
As ações judiciais podem gerar registro, quando há citação
em alguns casos, ou averbação nos demais casos. 
Vejamos:
Capítulo 3 - Documentos necessários
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1) Registro: quando o objetivo do advogado seja registrar
citação de ação real ou ação pessoa reipersecutória, ou seja,
uma ação que se dispute o imóvel ou possa afetar a
propriedade. Neste caso os documentos que devem ser
levados ao cartório de registro de imóveis são:
a) Requerimento com firma reconhecida, solicitando o
registro do art. 167, I, “21”, da Lei n. 6.015/73;
b) Certidão do Juízo perante o qual tramita o processo,
indicando que se trata de uma ação real ou ação pessoa
reipersecutória, com a informação de houve a citação do réu.
2) Averbação: o mais comum de se ocorrer é os dois casos a
seguir. Processo em fase de execução ou cumprimento de
sentença: a fundamentação legal está no art. 828, §1º do
Código de Processo Civil. O interessado deverá levar ao
cartório de registro de imóveis:
a) Requerimento com firma reconhecida, solicitando a
averbação do art. 828, §1º do Código de Processo Civil,
indiciando expressamente em qual imóvel ele requer a
averbação. O requerimento deve conter a identificar expressa
do requerente e do imóvel em questão, pois isso serve para
prevenir responsabilidade por eventual abuso, nos termos do
art. 828, §5º do CPC;
 
Capítulo 3 - Documentos necessários
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3) Outros processos e em qualquer fase: após a vigência da
Lei n. 13.097/2015, a chamada Lei da Concentração na
Matrícula, é possível solicitar a averbação de existência de
qualquer processo, em qualquer fase, que possa levar o
proprietário à insolvência. Os documentos que devem ser
levados ao cartório de registro de imóveis para solicitar esse
tipo de AVERBAÇÃO, são os seguintes:
a) Requerimento com firma reconhecida, requerendo a
averbação constante no art. 54, IV, da Lei n. 13.097/2015,
com indicação expressa do imóvel objeto do requerimento de
averbação;
b) Certidão do Juízo perante o qual tramita o processo, ou do
distribuidor judicial, indicando o Juízo, processo,
autor/exeqüente e réu/executado, e o valor da causa.
c) Ordem judicial deferindo expressamente a averbação.
Obs.: conforme se verifica na referida Lei n. 13.097/2015, que
tem como objetivo facilitar os negócios imobiliários, se o
processo contra o proprietário não estiver averbado na
matrícula do imóvel, não será possível atingir um futuro
adquirente. 
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3.5 Divórcio e Dissolução de União Estável Extrajudicial
Com o advento da Lei n. 11.441/2007, passou-se a permitir a
realização de divórcio extrajudicialmente, ou seja, em
cartório. A vantagem é que não há mais a necessidade de se
ajuizar uma ação para que haja o rompimento do vinculo
conjugal. 
Mas, para que o procedimento seja validado perante o
cartório, são necessárias algumas ponderações e requisitos,
principalmente quais documentos levar ao cartório.
Primeiramente é importante destacar que, embora o
casamento seja registrado no Registro Civil das Pessoas
Naturais, para que se faça o divórcio extrajudicial, deve-se
comparecer ao cartório de Tabelionato de Notas e solicitar a
lavratura de escritura pública de divórcio. Somente após a
lavratura, deve-se comparecer ao Cartório de Registro Civil
das Pessoas Naturais e solicitar a AVERBAÇÃO do divórcio
no assento de casamento.
Para que se solicite o divórcio extrajudicial, se faz necessário
alguns requisitos. São eles: 1) as partes devem estar em
consenso; 2) não haja filho incapaz; e, 3) as partes devem
estar representadas por advogado.
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1) Documentos necessários para a lavratura da escritura
pública de Divórcio ou Dissolução de União Estável: 
a) Certidão de casamento mais atual possível (somente no
divórcio);
b) Documentos de identidade oficial, CPF e informação sobre
profissão e endereço dos cônjuges;
c) Escritura de pacto antenupcial ou contrato estipulando
regime diverso do legal (se houver necessidade, a depender
do regime de bens que eram casados os cônjuges ou o
regime da união dos companheiros;
d) Documento de identidade oficial, CPF e informação sobre
profissão e endereço dos filhos maiores (se houver) e
certidão de casamento (se casados);
e) Documentos necessários à comprovação da titularidade
dos bens (se houver bens a partilhar);
- se imóveis urbanos: certidão de matrícula do imóvel
(atualizada 30 dias), além de IPTU, certidão de tributos
municipais e declaração de quitação de débitos
condominiais (se for imóvel em condomínio);Capítulo 3 - Documentos necessários
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- se imóveis rurais: certidão de matrícula do imóvel
(atualizada 30 dias), além de ITR dos últimos 5 anos ou
CNDIR (Certidão Negativa de Débitos de Imóvel Rural)
emitida pela Receita Federal, CCIR expedido pelo INCRA.
- se bens móveis: documento de veículos, extratos bancários
e de ações, contratos sociais de empresas, notas fiscais de
bens e jóias, etc.
f) Descrição da partilha de bens (se houver);
g) Descrição sobre a retomada do nome de solteiro/solteira
ou da manutenção do nome de casado (somente no
divórcio);
h) Definição sobre o pagamento ou não de pensão
alimentícia;
i) Identidade Profissional do(a) advogado(a) (OAB),
informando sobre estado civil e endereço do advogado(a);
j) Procuração particular das partes para o(a) advogado(a).
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2) Documentos necessários para averbação de divórcio no
Registro Civil das Pessoas Naturais: importante destacar que
após a lavratura da Escritura de Divórcio, é necessário levar
essa escritura para a devida alteração do estado civil no
Cartório que cuida dos assentos de casamento.
Logo, o documento que deve ser apresentado para a devida
alteração do estado civil no Registro Civil das Pessoas
Naturais é:
- a própria Escritura Pública de Divórcio.
Como é um documento dotado de Fé Pública, todas as
informações necessárias relativas aos ex cônjuges
constaram do próprio documento. A escritura será submetida
a uma análise e qualificação registraria, verificando se houve
o cumprimento dos requisitos legais por parte do Tabelionato
de Notas, e somente após será feito a averbação no assento
de casamento.
Importante destacar que o assento de casamento não
deixará de existir. Haverá a anotação nos livros registrais que
houve o casamento, seguida da averbação de divórcio.
Capítulo 3 - Documentos necessários
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3) E quanto aos bens imóveis? Será necessária a alteração
de estado civil na matrícula do imóvel? 
Sim. 
Os documentos necessários para se solicitar a averbação de
alteração de estado civil, seja de casamento ou de divórcio,
nas matrículas dos imóveis do ex cônjuges são:
a) Requerimento, com firma reconhecida, assinado pelos
proprietários, no qual conste o endereço do imóvel e o
número da sua respectiva matrícula, além da qualificação
completa do novo cônjuge (se for o caso de casamento). RG,
CPF, domicílio e profissão;
b) Certidão de casamento atualizada. Deve ser original ou
cópia autenticada;
c) CPF e RG do cônjuge (ou cópia autenticada), daquele
cônjuge que for inserido na matrícula.
Observações importantes referentes ao casamento e
divórcio:
1- Se o requerimento for assinado por advogado, deverá ser
apresentada juntamente com a documentação acima,
procuração;
Capítulo 3 - Documentos necessários
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2- Se o casamento foi realizado após 27.12.1977 (início da
vigência da Lei n. 6.515/77), o regime de bens não for o legal,
será necessário também o registro do Pacto Antenupcial no
Cartório de Registro de Imóveis do domicílio do casal.
Agradecimentos e Alerta
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Espero sinceramente que este Ebook possa contribuir para
sua advocacia. Como dito no início do livro, esta área do
direito é pouco explorada, mesmo com a demanda que se
observa.
Com isso, acredito que o advogado que busca se dedicar
cada vez mais em uma área pouco explorada, tende a se
tornar autoridade naquele tema.
Com autoridade, a capacidade que ele terá de gerar
resultados para seus clientes é maior. A advocacia mudou.
Não se procura mais advogados(as) que têm títulos, são
especialistas, mestres, etc. 
Cada vez mais a procura está por aquele profissional que
gera maior resultado. Atente-se para isso que sua advocacia
poderá mudar denifitivamente.
Um grande abraço, e até a próxima.
Lucas Monteiro | Advocacia e Cartórios.

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