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Prof. Wellington Bezerra Meireles Gomide PSICANÁLISE E APRENDIZAGEM * O DISCURSO DO DESEJO Sentido e interpretação Sobredeterminação e superinterpretação O simbolismo nos sonhos A realização dos desejos A CRIANÇA, A ESCOLA E O PROCESSO DE APRENDIZAGEM PSICANÁLISE A EDUCAÇÃO O DISCURSO DO DESEJO A interpretação de sonhos A INTERPRETAÇÃO DE SONHOS FOI MAL RECEBIDA PELOS PSIQUIATRAS E CRÍTICOS DA ÉPOCA UM DOS LIVROS MAIS IMPORTANTES DESTE SÉCULO IMPORTANTE ÉPOCA: DESCOBERTA DO COMPLEXO DE ÉDIPO “Os impulsos hostis dirigidos contra os pais são um elemento integrante das neuroses e que, no filho, esse desejo de morte está voltando contra o pai, enquanto na filha está voltado contra a mãe” A INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS É A VIA REAL QUE LEVA AO CONHECIMENTO DAS ATIVIDADES INCOSCIENTES DA MENTE – melhor caminho para o estudo da neurose O sonho dos neuróticos não difere do sonho das pessoas normais Freud chega a dizer que a diferença entre a neurose e a sáúde vigora apenas durante o dia, não se estende à vida onírica OS SONHOS NÃO SÃO APENAS A VIA PRIVILEGIADA DE ACESSO AO INCONSCIENTE, ELES SÃO TAMBÉM O PONTO DE ARTICULAÇÃO ENTRE O NORMAL E O PATOLÓGICO Os sonhos não são absurdos, possuem um sentido Os sonhos são realizações de desejos ENQUANTO FENÔMENOS PSÍQUICOS, OS SONHOS SÃO PRODUÇÕES E COMUNICAÇÕES DA PESSOA QUE SONHA, E É ATRAVÉS DO RELATO DO SONHADOR QUE TOMAMOS CONHECIMENTO DOS SEUS SONHOS. O QUE É INTERPRETADO PSICANALITICAMENTE NÃO É O SONHO, MAS O SEU RELATO. O pressuposto de Freud é que a pessoa sabe o significado do seu sonho, só não sabe que sabe, e isto ocorre porque a censura a impede de saber SENTIDO DO SONHO: inacessível ao sonhador e ao intérprete MOTIVO: o sonho é uma FORMA DISFARÇADA de realização de desejos e que nessa medida incide sobre ele uma censura cujo efeito é a deformação onírica SONHO RECORDADO = SUBSTITUTO DEFORMADO de outra coisa, de um conteúdo inconsciente, ao qual se pretende chegar através da interpretação SENTIDO E INTERPRETAÇÃO DOIS REGISTROS: 1) Sonho lembrado e contado: conteúdo manifesto do sonho 2) Um oculto, inconsciente: pensamentos oníricos latentes O TRABALHO DE INTERPRETAÇÃO é realizado ao nível da LINGUAGEM e não ao nível das imagens oníricas recordadas pelo paciente – ANÁLISE METÓDICA DO SONHO SENTIDO E INTERPRETAÇÃO PARA FREUD LINGUAGEM LUGAR DO OCULTAMENTO O SENTIDO QUE SE APREENDE OCULTA UM OUTRO SENTIDO MAIS IMPORTANTE, E ESSA IMPORTÂNCIA SERÁ TANTO MAIOR QUANTO MAIOR FOR A ARTICULAÇÃO ENTRE A LINGUAGEM E O DESEJO PAPEL DA PSICANÁLISE FAZER APARECER O DESEJO QUE O DISCURSO OCULTA, E ESSE DESEJO É O DA NOSSA INFÂNCIA, COM TODA A CARGA DE INTERDIÇÕES A QUE É SUBMETIDO ELABORAÇÃO ONÍRICA = TRABALHO QUE TRANSFORMA PENSAMENTOS LATENTES EM CONTEÚDO MANIFESTO INTERPRETAÇÃO: TRABALHO INVERSO, QUE PROCURA CHEGAR AO CONTEÚDO LATENTE PARTINDO DO CONTEÚDO MANIFESTO A interpretação é DECIFRAMENTO Freud aponta quatro mecanismos fundamentais do trabalho do sonho: condensação, deslocamento, figuração e elaboração secundária Opera omitindo, permitindo fragmentos ou combinando elementos DESLOCAMENTO Obra da censura dos sonhos. Substituição dos pensamentos significativos do sonho por pensamentos e imagens acessórias. O conteúdo latente fica dissimulado à realização do desejo CONDENSAÇÃO O conteúdo manifesto é menor que o latente. Uma “tradução abreviada”. Por exemplo, um grupo de pessoas da mesma família pode ser reduzido a um único representante Ocorre nos lapsos, no esquecimento de palavras, no dito espirituoso, etc ELABORAÇÃO SECUNDÁRIA Modificação do sonho de modo que ele pareça uma história coerente e crível Fazer o sonho perder a aparência de absurdo FIGURAÇÃO Seleção e transformação dos pensamentos do sonho em imagens Responsável pela distorção resultante da elaboração onírica O sentido do sonho não se esgota numa única interpretação TODO SONHO É SOBREDETERMINADO Ou seja, um mesmo elemento do sonho manifesto pode nos remeter a séries de pensamentos latentes inteiramente diferentes Impossível esgotar o sentido do sonho em uma única explicação (vários fatores convergem para sua formação) Atinge o sonho como um todo e seus elementos isolados SOBREDETERMINAÇÃO UMA SEGUNDA INTERPRETAÇÃO QUE SE SOBREPÕE À PRIMEIRA E QUE NOS FORNECE UM OUTRO SIGNIFICADO DO SONHO DISTINTO DAQUELE QUE FOI OBTIDO PELA INTERPRETAÇÃO ORIGINAL SUPERINTERPRETAÇÃO SUPERINTERPRETAÇÃO O SIMBOLISMO NOS SONHOS Etimologicamente SÍMBOLO vem do grego: as duas metades de um objeto partido que se aproximam Símbolo: signo convencional – não natural (desde Aristóteles) Aquilo que representa alguma coisa (seu objeto) A depender de sua relação com o objeto o signo pode ser índice (sinal), ícone ou símbolo Ex.: Rua molhada pode ser o sinal de que choveu; a foto é o ícone do retratado O SIMBOLISMO NOS SONHOS Sua relação com o objeto é arbitrária Ao contrário dos índices e ícones, o símbolos não são procuradores de seus objetos O símbolo não indica nenhuma coisa em particular; apenas denota uma espécie de coisa. Ex.: as PALAVRAS O símbolo pertence ao UNIVERSO DO SENTIDO Certos desejos e conflitos são representados no sonho de forma semelhante, independente do sonhador Os sonhos lançam mão de símbolos já existentes e presentes no inconsciente São símbolos presentes nas artes, nos mitos nas religiões. O símbolo utilizado pertence à cultura. Seu significado transcende ao sonhador Corpo humano, pais, filhos, nascimento e morte, nudez e sexualidade: campos privilegiados pelo simbolismo onírico O SÍMBOLO EM FREUD DE ONDE SE ORIGINAM OS DESEJOS (IDEIA OU PENSAMENTO) QUE SE REALIZAM NOS SONHOS? TRÊS ORIGENS: Restos diurnos não satisfeitos Restos diurnos recalcados Desejos que nada têm a ver com a vida diurna, mas que pertencem ao inconsciente e emergem durante o sono Quarta fonte de desejo: impulsos decorrentes de estímulos noturnos (fome, sede, sexo, etc) Somente os desejos do inconsciente produzem sonhos A REALIZAÇÃO DOS DESEJOS A CRIANÇA, A ESCOLA E O PROCESSO DE APRENDIZAGEM O QUE É APRENDIZAGEM? É UMA ATIVIDADE NA QUAL INDIVÍDUOS OU GRUPOS HUMANOS, MEDIANTE A INCORPORAÇÃO DE INFORMAÇÕES E EXPERIÊNCIAS, PROMOVEM MODIFICAÇÕES ESTÁVEIS NA SUBJETIVIDADE E NA OBJETIVIDADE INDIVIDUAL OU NA DINÂMICA GRUPAL, REVERTENDO A UM MANEJO INSTRUMENTAL DA REALIDADE APRENDER É CAPACIDADE DE AGIR, SE MOVIMENTAR, DE TRANSFORMAR, DE MEXER COM REFERENCIAIS ANTERIORES, DE DISPOSIÇÃO PARA FAZER MUDANÇAS PSICANÁLISE E EDUCAÇÃO COMO A PSICANÁLISE PODE NOS AJUDAR A COMPREENDER O QUE TORNA POSSÍVEL A APRENDIZAGEM? QUAL O DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO NECESSÁRIO PARA QUE UMA CRIANÇA POSSA TRANSFORMAR SUA NATURAL CURIOSIDADE INFANTIL EM DESEJO DE APRENDER? COMO ESTE DESEJO PODE MANTER-SE COMO PRAZEROSO AO LONGO DO CAMINHO QUE TRANSFORMA CURIOSIDADE INFANTIL EM DESEJO DE SABER? PSICANÁLISE E EDUCAÇÃO O processo de aquisição do conhecimento inicia antes do ingresso na escola (Piaget e Ferreiro) A criança, desde muito cedo, pensa e exercita seu saber sobre o mundo, como um sujeito intelectualmente ativo que compara, ordena, categoriza, reformula,comprova, formula novas hipóteses Freud demonstrou que crianças pequenas pesquisam e buscam conhecer o mundo a sua volta. Pesquisam os objetos ligados a seus desejos (seu corpo, seus pais, seus irmãos, seus limites, etc) FASE DOS “POR QUÊS” A criança é um ser pensante em ação PSICANÁLISE E EDUCAÇÃO O que mantém a criança neste prazer pelo pensar e pelo conhecimento? FREUD: no início da vida a única forma com que a criança lida com as suas experiências no mundo é pelo PRINCÍPIO DO PRAZER, a satisfação imediata Com o desenvolvimento psíquico surgem novas possibilidades de lidar com as tensões PRINCÍPIO DA REALIDADE:a criança torna-se capaz de tolerar, momentaneamente, o sofrimento para poder, através do pensamento, encontrar formas mais adequadas de solucionar seus problemas e alcançar prazer ACESSO AO MUNDO LETRADO: NOVO DESAFIO PSICANÁLISE E EDUCAÇÃO ALGUNS MODELOS PEDAGÓGICOS AGEM NO SENTIDO INVERSO É POSSÍVEL O CASAMENTO DA PSICANÁLISE COM A EDUCAÇÃO? O INGRESSO PRECOCE NA ESCOLA NOS DIAS ATUAIS CRIANÇA DEVE APRENDER A CONTROLAR SUAS PULSÕES (FREUD) É FUNÇÃO DA EDUCAÇÃO INIBIR E PROIBIR PSICANÁLISE E EDUCAÇÃO COMO A PSICANÁLISE PODE SER ÚTIL À EDUCAÇÃO? Tentando mostrar como se desenvolve o processo de aprendizagem (sublimação e desejo de aprender constituídos). Utilidade na pré-escola e com a família A personalidade do educador e a escola como objeto transicional (vida familiar protegida X autonomia da vida social adulta) Incremento à formação do psicólogo escolar PSICANÁLISE E EDUCAÇÃO VAMOS REFLETIR SOBRE O QUE APRENDEMOS? Construa um texto dissertativo destacando como os conhecimentos da psicanálise podem contribuir para a atuação do psicopedagogo PSICANÁLISE E EDUCAÇÃO
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