Buscar

LEI DE TORTURA ESQUEMATIZADA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

TORTURA 
ESQUEMATIZADA 
LEI DE 
 
[ www.beabadoconcurso.com.br ] PROFESSOR ALISON ROCHA 
 
LEI DE TORTURA ESQUEMATIZADA 
 
 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
LEI 9.455/97 – DELITOS DE TORTURA 
UNIDADE 1 Antinomia aparente de normas penais 
UNIDADE 2 Quadro sinótico entre a Tortura, a Constituição Federal e a lei de crimes 
Hediondos (8.072/90), em relação à vedação da anistia, graça e indulto 
UNIDADE 3 As principais diferenças entre os efeitos da condenação na tortura e no abuso de 
autoridade (4.898/65) 
UNIDADE 4 Análises dos crimes de tortura 
 4.1.1 Delitos preceituados no Art. 1.° , inciso I, alínea a, b, c 
 4.1.2 Delito preceituado no Art.1.°, inciso II 
 4.1.3 Delito preceituado no Art.1°, § 1.° 
 4.1.4 Tortura Qualificada tipificada no Art.1.°,§3.° 
 4.1.5 Aumento de Pena nos delitos de Tortura, § 4º. Art.1º 
UNIDADE 5 Delito de omissão de dever tipificado no Art.1.°, §2° 
 5.1.1 Jurisprudência 
 5.1.2 Equiparação aos crimes hediondos 
 5.1.3 Exceção em relação ao regime de cumprimento de pena 
UNIDADE 6 Princípio da extraterritorialidade 
UNIDADE 7 Gabaritos comentados das questões de provas e simulado anteriores pautadas 
na filosofia das principais bancas examinadoras do país. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEI DE TORTURA PARA CONCURSOS 
[ www.beabadoconcurso.com.br ] PROFESSOR ALISON ROCHA 
 
LEI DE TORTURA ESQUEMATIZADA 
 
 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 
 
UNIDADE 1 
 
ANTINOMIA APARENTE DE NORMAS PENAIS 
 
CONCEITO: A doutrina moderna define que “há um conflito estabelecido, entre duas ou mais 
normas aparentemente aplicáveis ao mesmo fato”. Por isso, o conflito é aparente, pois há mais de 
uma norma pretendendo regular o mesmo fato; entretanto, somente uma delas será aplicada ao 
caso. Assim, para solucionar tal conflito, torna-se necessário que busquemos a aplicação de alguns 
princípios, como por exemplo: Especialidade, subsidiariedade, consunção e alternatividade. 
 
ATENÇÃO: Trabalharemos somente o princípio da especialidade, por ser o cerne da obra, 
porquanto esse assunto está atrelado diretamente às leis especiais ou extravagantes. 
 
EXEMPLO: Tício, imputável entrega uma arma para Mévio, de 17 anos completos, em ato continuo, 
Tício é detido em flagrante por policiais que passavam próximo ao local. Nessa situação hipotética, 
a autoridade policial ao lavrar o auto de prisão em flagrante, indiciará Tício na conduta tipificada no 
art. 242 do Estatuto da Criança e Adolescente (8.069/90), porquanto tal dispositivo menciona 
“ARMA”, o que é apresentado na questão, nesse caso, não se aplica o princípio da 
especialidade, porque não foi explicitado “ARMA DE FOGO”, que se fosse, haveria a conduta do 
Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/03), em seu V. Parágrafo único do art. 16 (vender, 
entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a 
criança ou adolescente). Nesse caso, o Estatuto do Desarmamento torna-se ESPECIAL em 
relação ao ECA, por tratar das tipificações dos delitos de arma de fogo, seja de uso permitido, 
seja de uso proibido. Já no ECA, em seu art.242 só se aplica se a arma for BRANCA (própria ou 
imprópria), ou seja, punhal, espada de samurai, faca de cozinha, etc. Além disso, foi derrogada 
(revogação parcial) pelo Estatuto do Desarmamento, a parte final do art. 242 que trata de explosivo 
e munição, aplicando-se a tipificação somente no caso de arma branca. 
 
 
 
 
 IMPORTANTE: A norma Especial será aplicada, seja ela mais grave ou não. 
UNIDADE 2 
QUADRO SINÓTICO 
COM OUTRO 
EXEMPLO
HOMICÍDIO 
ART. 121 do CP
MATAR QUALQUER
ALGUÉM
NORMA GERAL
INFANTICÍDIO
ART. 123, CP
A vítima não é qualquer pessoa, 
mas sim, especificamente, o 
PRÓPRIO FILHO, durante o 
parto ou logo após, sob a 
influência do estado puerperal.
NORMA 
ESPECIAL
[ www.beabadoconcurso.com.br ] PROFESSOR ALISON ROCHA 
 
LEI DE TORTURA ESQUEMATIZADA 
 
 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 
 
 
Quadro sinótico entre a tortura, a constituição federal e a lei de crimes hediondos (8.072/90), em relação 
à vedação da fiança, anistia, graça e indulto. 
 
 
CUIDADO: Pegadinha frequente nas provas de concursos públicos é a afirmativa que “a lei de 
tortura e a CF/88 trazem a previsão legal” que é insuscetível a concessão da graça, anistia e 
INDULTO. Nesse caso, está errada, como visto no quadro sinótico acima, em relação à vedação 
legal, essa não alcança o indulto, somente há tal previsão na lei de crimes hediondos. Agora, 
cuidado, porquanto se o examinador da banca direcionar a questão para a jurisprudência, por 
exemplo: Caberá a concessão de indulto aos crimes de tortura consoante a jurisprudência? 
Resposta: Segundo a jurisprudência do STF e STJ (informativo 257 do STF), posição majoritária, 
caberá a vedação do indulto nos crimes de tortura, uma vez que as cortes entendem que “a 
Constituição Federal de 1988, ao vedar a graça, também o fez em relação ao indulto, já que o termo 
graça tem um sentido amplo, abrangendo o instituto do indulto. 
 
POSIÇÃO MINORITÁRIA: A doutrina minoritária defende que, no inciso XLIII, do art. 5º da CF/88 
vedou apenas a anistia e a graça, portanto, não há possibilidade de vedação infraconstitucional. 
 
 
QUESTÕES DE PROVAS 
 
(TÉCNICO DE SEGURANÇA- MPU- CESPE) 
1. O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. 
 
COMENTÁRIO: No que tange às regras preceituadas no § 6º do art.1º da lei 9.455/97, há a 
vedação da fiança e a insuscetibilidade de graça ou anistia. Com isso, a assertiva prospera. 
 
GABARITO: Certo. 
 
 
(DEFENSOR PÚBLICO-SP- FCC) 
2. De acordo a Lei 9.455, de 1997, que define os crimes de tortura passou a ser previsto como 
crime autônomo a partir da entrada em vigor da Constituição Federal de 1988 que, no art. 5o, inciso 
III afirma que ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento desumano e degradante e que 
a prática de tortura será considerada crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. 
 
 
 
COMENTÁRIO: A assertiva torna-se errada, quando afirma que o crime de tortura passou a ser 
previsto como autônomo a partir da CF/88, pois, quase uma década depois da promulgação da 
 
 
 
 
TORTURA (9.455/97) 
 
 
 
 
CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL/88 
LEI DE CRIMES 
HEDIONDOS (8.072/90) 
 
§ 6º DO ART. 1º. 
 
 
XLIII do ART. 5º, CF 
 
Inciso I, do art. 2º 
(EQUIPARADO) 
VEDAÇÕES 
 
FIANÇA, GRAÇA OU ANISTIA 
VEDAÇÕES 
 
FIANÇA, GRAÇA OU ANISTIA 
VEDAÇÕES 
 
FIANÇA, GRAÇA, ANISTIA E 
INDULTO 
 
INDULTO 
 
 
 
INDULTO 
 
----- x x 
[ www.beabadoconcurso.com.br ] PROFESSOR ALISON ROCHA 
 
LEI DE TORTURA ESQUEMATIZADA 
 
 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 
 
CF, editaram a lei de tortura (9.455/97). Assim, antes dela, a tortura era punida como crime comum 
- homicídio, lesão corporal, entre outros. 
GABARITO: Errado. 
 
 
UNIDADE 3 
 
As principais diferenças, entre os efeitos da condenação na tortura e no abuso de autoridade (4.898/65), 
MAIS COBRADAS EM PROVA 
 
 
 
QUESTÕES DE PROVAS 
 
(AGENTE DE INVESTIGAÇÃO - PC-PB - CESPE) 
3. César, oficial da Polícia Militar, está sendo processado pela prática do crime de tortura, na 
condição de mandante, contra a vítima Ronaldo, policial militar. César visava obter informações a 
respeito de uma arma que havia sido furtada pela vítima. Se César for condenado, a sentença deve 
declarar expressamente a perda do cargo e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da 
pena aplicada, pois esses efeitos não são automáticos. 
 
COMENTÁRIO: A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou o entendimento 
de quenão é necessária motivação na sentença de condenação por crime de tortura (Lei n. 
9.455/97) para a perda do cargo, função ou emprego público. Outro efeito automático e obrigatório 
de tal condenação é a interdição para a prática de outra função pública por período duas vezes o 
tempo da pena privativa de liberdade. 
A questão foi decidida por unanimidade, segundo o voto da relatora, ministra Laurita Vaz, que 
negou o pedido de policial militar que pretendia obter a anulação da perda do cargo e da interdição 
de exercício sob a alegação de ausência de motivação específica. Em sua defesa, o PM alegou 
afronta ao artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal. Ele foi condenado à pena de três anos e 
seis meses de reclusão em regime fechado pela prática do crime de tortura. Em seu voto, a relatora 
explica que a necessidade de motivação para a perda do cargo, função ou emprego público é 
estabelecida no artigo 92, inciso I, do Código Penal. Na Lei de Tortura é efeito automático da 
PERDA DO CARGO SERÁ AUTOMÁTICA E SUA 
INTERDIÇÃO PELO DOBRO DA PENA APLICADA
PERDA DO CARGO NÃO SERÁ AUTOMÁTICA
SUA INABILITAÇÃO POR PRAZO ATÉ TRÊS ANOS
§5º DO ART. 1º §3º, ALÍNEA C DO ART. 6º
EFEITO DA CONDENAÇÃO NA TORTURA
EFEITO DA CONDENAÇÃO NO DELITO DE 
ABUSO DE AUTORIDADE≠ 
≠ 
≠ 
[ www.beabadoconcurso.com.br ] PROFESSOR ALISON ROCHA 
 
LEI DE TORTURA ESQUEMATIZADA 
 
 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 
 
condenação e não depende de fundamentação. O entendimento da ministra reforça a 
jurisprudência do STJ, e é a corrente que as bancas de concurso público é adotada. 
 
GABARITO: Errado. 
 
(PROCURADOR DF- CESPE) 
4. Se um integrante de corporação policial militar for processado penalmente pela prática de tortura 
ao submeter agente preso por sua guarnição a sofrimento físico intenso com a intenção de obrigá-
lo a delatar os comparsas, o julgamento do processo deverá ocorrer na justiça comum, e a eventual 
condenação implicará, automaticamente, a perda do cargo, função ou emprego público e a 
interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada, como efeito automático da 
condenação, dispensando-se motivação circunstanciada. 
 
COMENTÁRIO: TORTURA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM PERDA DO CARGO COMO 
EFEITO AUTOMÁTICO E NECESSÁRIO DA CONDENAÇÃO PENAL. - O crime de tortura, 
tipificado na Lei nº 9.455/97, não se qualifica como delito de natureza castrense, achando-se 
incluído, por isso mesmo, na esfera de competência penal da Justiça comum (federal ou 
local, conforme o caso), ainda que praticado por membro das Forças Armadas ou por 
integrante da Polícia Militar. Doutrina. Precedentes. A perda do cargo, função ou emprego público 
que configura efeito extrapenal secundário constitui consequência necessária que resulta, 
automaticamente, de pleno direito, da condenação penal imposta ao agente público pela prática do 
crime de tortura, ainda que se cuide de integrante da Polícia Militar, não se lhe aplicando, a despeito 
de tratar-se de Oficial da Corporação, a cláusula inscrita no art. 125, § 4º, da Constituição da 
República. Doutrina. Precedentes. (AI 769.637-AgR-ED-ED,Relator o Ministro Celso de Mello, 
Segunda Turma, DJe 16.10.2013). 
 
GABARITO: Certo. 
 
 
(ESCRIVÃO DA POLÍCIA FEDERAL - CESPE) 
5. Um agente de polícia civil foi condenado a 6 anos de reclusão pela prática de tortura contra 
preso que estava sob sua autoridade. Nessa situação, o policial condenado deve perder seu cargo 
público e, durante 12 anos, ser-lhe-á vedado exercer cargos, funções ou empregos públicos. 
 
COMENTÁRIO: De acordo com expressa cominação legal: § 5º do Art. 1º. A condenação 
acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo 
dobro do prazo da pena aplicada. Na questão o agente de polícia civil que praticou a tortura foi 
condenado a 6 anos, em decorrência da regra prevista no § 5º, ele ficará 12 anos (dobro da pena 
aplicada), sendo-lhe vedado ocupar qualquer cargo, função ou emprego públicos. 
 
GABARITO: Certo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
[ www.beabadoconcurso.com.br ] PROFESSOR ALISON ROCHA 
 
LEI DE TORTURA ESQUEMATIZADA 
 
 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 
 
UNIDADE 4 
 
Análise dos crimes de tortura (9.455/97) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ART. 1º CONSTITUI CRIME DE TORTURA: 
 I - Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento 
físico ou mental: 
 
OBS.: À luz da doutrina moderna o crime se consuma com o constrangimento, independentemente 
da ocorrência do resultado, sendo considerado crime formal. 
 
O que é delito FORMAL? 
É aquele (crime) que se considera consumado independente do resultado naturalístico, isto 
é, não exige para a consumação o resultado pretendido pelo agente ou autor. 
 
 
UNIDADE 4.1.1 
 
DELITOS PRECEITUADOS NO ART. 1°, INCISO I, ALÍNEA A, B, C 
 
a) TORTURA PERSECUTÓRIA OU TORTURA PROVA: com o fim de obter informação, 
declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; 
 
b) TORTURA CRIME: para provocar ação ou omissão de natureza criminosa (não existe tortura 
crime contra contravenção penal – DL 3.688/41, só contra fato delituoso); 
 
MENTAL FÍSICA 
TORTURA 
[ www.beabadoconcurso.com.br ] PROFESSOR ALISON ROCHA 
 
LEI DE TORTURA ESQUEMATIZADA 
 
 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 
 
c) TORTURA RACISMO: em razão de discriminação RACIAL OU RELIGIOSA (macete para 
acertar na prova, mentalize as palavras RE RA, ou seja, religião ou raça). 
 
CUIDADO: Não há tortura por motivos homossexuais, por procedência nacional, por 
vingança ou paga promessa. Porquanto, o legislador delineou para a prática da tortura 
prevista no I, do art.1º, alínea a , b e c tem uma finalidade especifica, não alcançando essas 
outras hipóteses. 
 
 
QUESTÕES DE PROVAS 
 
(AGENTE DE POLÍCIA CIVIL/ES-CESPE) 
6. Considerando que X, imputável, motivado por discriminação quanto à orientação sexual de Y, 
homossexual, imponha a este intenso sofrimento físico e moral, mediante a prática de graves 
ameaças e danos à sua integridade física resultantes de choques elétricos, queimaduras de 
cigarros, execução simulada e outros constrangimentos, essa conduta de X enquadrar-se-á na 
figura típica do crime de tortura discriminatória. 
 
COMENTÁRIO: Interessante, pois o CESPE/UnB adora cobrar esse tema. Observe que o 
examinador traz a casca de banana no momento em que ele afirma que os constrangimentos 
sofridos por Y homossexual são caracterizados como tortura discriminatória. Assim, o erro 
da questão está evidenciado por não haver outras hipóteses de tortura discriminatória que não 
sejam com a finalidade de atingir RELIGIÃO ou RAÇA. Agora, nada impede que o agente X seja 
responsabilizado pelos seus atos pelo código penal, analisando o caso concreto, ele poderá 
responder por Lesão Corporal, Constrangimento ilegal, etc. 
 
GABARITO: Errado. 
 
(AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL-CESPE) 
7. A prática do crime de tortura torna-se atípica se ocorrer em razão de discriminação religiosa, 
pois, sendo laico o Estado, este não pode se imiscuir em assuntos religiosos dos cidadãos. 
 
COMENTÁRIO: O examinador da banca CESPE adora esse tópico, pois nesse caso, ele aborda o 
item negando a existência do delito de tortura religiosa, fato que não prospera, devido à previsão 
legal no I, alínea c do art. 1º. Da lei 9.455/97. Com isso, o item encontra-se errado. 
 
GABARITO: Errado. 
 
(AGENTE DE POLÍCIA CIVIL/ES-CESPE) 
8. Se um policial civil, para obter a confissão de suposto autor de crime de roubo, impuser a este 
intenso sofrimento mediante a promessa de mal injusto e grave dirigido à sua esposa e filhos e, 
mesmo diante das graves ameaças, a vítima do constrangimento não confessar a pratica do delito, 
não se consumará delito de tortura, mas crime comum do Código Penal, pois a confissão do fato 
delituoso não foi obtida. 
 
COMENTÁRIO: Questão muito importante,porquanto cobra a classificação do delito de tortura 
preceituado no I, alínea a (tortura prova), do art.1º. Da lei 9.455/97. Dessa forma, a pegadinha está 
na afirmação que por não ter conseguido, o policial civil, a confissão do suposto autor do delito de 
roubo, não haveria a consumação de tal crime. Nessa hipótese, o item está errado, uma vez que o 
delito em comento é FORMAL, ou seja, aquele (crime) que se considera consumado 
independente do resultado naturalístico, isto é, não exige para a consumação o resultado 
pretendido pelo agente ou autor. 
GABARITO: Errado. 
[ www.beabadoconcurso.com.br ] PROFESSOR ALISON ROCHA 
 
LEI DE TORTURA ESQUEMATIZADA 
 
 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 
 
(SIMULADO - AGENTE DA POLÍCIA FEDERAL) 
9. Um agente da polícia federal, em atividade rotineira, vem abordar Carlos, proveniente da região 
nordeste, em decorrência disso, o agente submeteu Carlos a longa sessão de ofensas, ameaças e 
castigos físicos, dizendo que não gostava de pessoas de “cabeça chata”. Nesse caso, o policial 
praticou delito tipificado na lei de tortura. 
 
COMENTÁRIO: Essa questão, realizada para um simulado, cobra o raciocínio do examinador da 
banca, pois traz a afirmativa de uma hipótese de tortura não prevista no inciso I, alíneas a, b, c do 
art. 1º. Da lei 9.455/97. Dessa forma, não há o dolo específico para a conduta de torturar em 
decorrência de procedência nacional, tornando o item errado. 
 
GABARITO: Errado. 
 
(DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL) 
10. Como forma de punir um ex-membro de sua quadrilha que o havia delatado à polícia, um 
traficante de drogas espancou um irmão do delator, em plena rua, quando ele voltava do trabalho 
para casa. Nessa situação, o referido traficante praticou crime de tortura. 
 
COMENTÁRIO: O art. 1º, da lei 9455/97, estabelece como crime de tortura a conduta de 
constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico 
ou mental com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; 
ou para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; ou em razão de discriminação racial ou 
religiosa. Portanto, precisa do elemento subjetivo do tipo (antigo dolo específico), isto é, um fim 
especial para o qual se direciona a conduta do agente delitivo. Conforme se observa do enunciado 
da questão, a ação criminosa foi um ato de vingança, não se enquadrando entre os fins do crime 
de tortura. 
GABARITO: Errado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE 4.1.2 
 
Delito preceituado no Art.1.°, inciso II 
 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave 
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida 
de caráter preventivo. 
 
OBS.: O crime se consuma no momento em que a pessoa submetida à guarda, ao poder ou à 
autoridade efetivamente passa por intenso sofrimento físico ou mental. 
A tentativa é possível, quando há o início da submissão da vítima a intenso sofrimento físico ou 
mental e ocorre a interrupção por circunstância alheia vontade do agente. 
[ www.beabadoconcurso.com.br ] PROFESSOR ALISON ROCHA 
 
LEI DE TORTURA ESQUEMATIZADA 
 
 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 
 
A doutrina classifica esse delito como de forma livre, pois o legislador não trouxe a forma como 
será realizada a tortura, como por exemplo, pode ser por meio de choque elétrico, farpa de bambu 
embaixo da unha, etc. Tem a classificação, também, de delito próprio, uma vez que o sujeito ativo 
é somente aquele que possui a guarda, autoridade ou poder sobre outra. 
 
O sujeito passivo desse delito é a pessoa submetida à guarda, poder ou autoridade, ao sofrer a 
ação da tortura. 
 
IMPORTANTE: A tortura do art.1º, inciso II é uma exceção à regra, pois ela, como a explanado 
acima é classificada como delito próprio, porquanto a regra é que os delitos preceituados na lei 
9.455/97 sejam classificados como delito comum, ou seja, é aquele que pode ser praticado por 
qualquer pessoa, penalmente responsável, que lesa o bem jurídico do cidadão, da família ou da 
sociedade. 
 
ATENÇÃO: O crime de maus-tratos preceituado no art.136 do Cód. Penal NÃO foi revogado pela 
Lei de Tortura (9.455/97). 
 
 
QUESTÕES DE PROVAS 
 
(AGENTE DE POLÍCIA CIVIL/ES - CESPE) 
11. O artigo que tipifica o crime de maus-tratos previsto no Código Penal foi tacitamente revogado 
pela Lei da Tortura, visto que o excesso nos meios de correção ou disciplina passou a caracterizar 
a prática de tortura, porquanto também é causa de intenso sofrimento físico e mental. 
 
COMENTÁRIO: Não houve a revogação do delito de maus tratos (art.136 do CP) pelos crimes 
de tortura. O candidato tem que ficar atento para não confundir uma tipificação com outra, pois no 
crime de maus tratos o fim é a título corretivo, educacional, diferentemente ocorre na tortura, em 
que o animus do agente é causar intenso sofrimento físico ou mental na vítima. 
 
GABARITO: Errado. 
 
(AGENTE PENITENCIÁRIO - SERES - PE - UPENET) 
12. A tortura é crime próprio, apenas podendo ser praticada por agentes públicos. 
 
COMENTÁRIO: À luz da Convenção Interamericana o crime de tortura é crime próprio, sendo 
necessária a condição do sujeito ativo de agente público. Entretanto, no caso da lei 9.455/97, o 
crime de tortura não exige condição especial do sujeito ativo, podendo, em regra, ser praticado 
por qualquer pessoa, caracterizando-se em crime comum, sendo essa regra aplicada na 
sistemática penal brasileira (crime comum). 
 
GABARITO: Errado. 
 
(TÉCNICO DE SEGURANÇA- MPU- CESPE) 
13. É considerado crime de tortura submeter alguém, com emprego de violência ou grave ameaça, 
a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar-lhe castigo pessoal ou medida de 
caráter preventivo. 
 
COMENTÁRIO: Essa questão não oferece dificuldade ao candidato, uma vez que cobra a letra 
fria do art. 1º, inciso II, vejamos: II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com 
emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de 
aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. 
GABARITO: Certo. 
[ www.beabadoconcurso.com.br ] PROFESSOR ALISON ROCHA 
 
LEI DE TORTURA ESQUEMATIZADA 
 
 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 
 
UNIDADE 4.1.3 
 
Delito preceituado no Art.1°, § 1.° 
 
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a 
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante 
de medida legal. 
 
ATENÇÃO: Essa forma de Tortura é a única na lei 9.455/97 que admite a realização por meio de 
violência imprópria, ou seja, o legislador não trouxe uma forma específica para que o agente delitivo 
a cometesse (dolo genérico), como por exemplo, essa tortura pode ser realizada por mio de 
hipnose, sonífero ou substância psicoativa utilizada contra pessoa presa ou sujeita a medida de 
segurança. 
 
OBS.: Segundo a doutrina tradicional o sujeito ativo do delito em comento (art.1º,§1°) pode ser 
qualquer pessoa, enquanto o sujeito passivo somente pode ser a pessoa presa ou sujeita à medida 
de segurança, denominada: sujeito passivo qualificado. 
 
 
QUESTÕES DE PROVAS 
 
(ESCRIVÃO DA POLÍCIA CIVIL- ES – CESPE) 
14. No crime de tortura em que a pessoa presa ou sujeita a medida de segurança é submetida a 
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante 
de medida legal, não é exigido, para seu aperfeiçoamento, especial fim de agir por parte do agente, 
bastando, portanto, para a configuração do crime, o dolo de praticar a conduta descrita no tipo 
objetivo. 
 
COMENTÁRIO: Essa forma de Tortura é a única na lei 9.455/97 que admite a realização por meio 
de violência imprópria, ou seja, o legislador não trouxe uma forma específica paraque o agente 
delitivo a cometesse (dolo genérico), como por exemplo, essa tortura pode ser realizada por meio 
de hipnose, sonífero ou substância psicoativa utilizada contra pessoa presa ou sujeita a medida de 
segurança. 
 
GABARITO: Certo. 
 
(DEFENSOR PÚBLICO - DPE - SP - FCC) 
15. A Lei nº 9.455, de 7 de abril de 1997, estabelece que pratica crime de tortura o agente público 
que submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança, a sofrimento físico ou mental, ainda 
que por intermédio da prática de ato previsto em lei ou resultante de medida legal. 
 
COMENTÁRIO: Pegadinha capciosa realizada pelo examinador, porquanto a lei afirma justamente 
o contrário. Veja: art. 1º, § 1º na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a 
medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto 
em lei ou não resultante de medida legal. 
GABARITO: Errado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
[ www.beabadoconcurso.com.br ] PROFESSOR ALISON ROCHA 
 
LEI DE TORTURA ESQUEMATIZADA 
 
 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 
 
UNIDADE 4.1.4 
 
TORTURA QUALIFICADA OU PRETERDOLOSA 
 
§ 3º, ART. 1º 
Resulta-se lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez 
anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos. 
 
CUIDADO: A tortura qualificada, por ser preterdolosa, não admite tentativa. 
 
O que é um delito preterdoloso ou preterintencional? 
Resposta: O crime preterdoloso, ou preterintencional, é um crime misto, em que há uma conduta 
que é dolosa, por dirigir-se a um fim típico, e que é culposa por causar outro resultado, que não era 
objeto do crime fundamental. No caso, diz-se que há dolo na conduta antecedente e culpa no 
resultado consequente. 
 
ATENÇÃO: Consoante a doutrina moderna, a diferença entre o crime de tortura qualificada pelo 
resultado morte (art. 1º, § 3º) e o crime de homicídio qualificado pelo emprego da tortura (121, § 2º, 
III do CP) reside no dolo (animus ou vontade) do agente criminoso. Destarte, se o agente desejar 
o resultado morte, ainda que eventual, estará configurado o delito de homicídio qualificado (pela 
tortura). 
 
IMPORTANTE: Existe a possibilidade de o agente responder pelo crime de tortura em concurso 
material com homicídio, quando, por exemplo, tentar obter informação por meio da tortura e, logo 
após, matar a vítima com disparos de arma de arma de fogo, ou torturar a vítima e matá-la para 
ficar impune. Nesse caso dado como exemplo, a tortura não foi à causa da morte da vítima, mas 
sim o delito de homicídio. 
 
 
QUESTÕES DE PROVAS 
 
(AGENTE DE POLÍCIA CIVIL/ TO -CESPE 
16. Considere a seguinte situação hipotética. Carlos, após a prática de atos eficientes para causar 
intenso sofrimento físico e metal em José, visando à obtenção de informações sigilosas, matou-o 
para que sua conduta não fosse descoberta. Nesse caso, Carlos responderá pelo crime de tortura 
simples em concurso material, com delito de homicídio. 
 
COMENTÁRIO: Essa questão é muito inteligente, uma vez que cobra do candidato as regras da 
lei de tortura e do código penal. Ao analisarmos o item, observamos o direcionamento para dois 
raciocínios: O primeiro é a pratica do delito de tortura, tipificado na alínea a, inciso I do art.1º, da 
lei 9.455/97 (tortura simples). O segundo está tipificado no art. 121, § 2º, inciso V do CP - para 
assegurar a ocultação de outro crime, ou seja, o criminoso não quer que ninguém descubra o 
delito (a tortura) que cometeu. Assim, houve em concurso material (com mais de uma ação o agente 
pratica dois ou mais crimes) os delitos de tortura simples, como também o delito de homicídio 
qualificado para assegurar a ocultação de outro delito. O interessante é percebermos que o 
examinador da banca CESPE, na questão, trouxe somente a expressão, HOMICÍDIO; entretanto, 
de forma sedimentada, a banca considera itens incompletos como corretos, desde que não 
constituam exceções à regra. 
 
GABARITO: Certo. 
 
 
 
[ www.beabadoconcurso.com.br ] PROFESSOR ALISON ROCHA 
 
LEI DE TORTURA ESQUEMATIZADA 
 
 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 
 
(DELEGADO DE POLÍCIA – PB- CESPE) 
17. Não se aplica a lei de tortura se do fato definido como crime de tortura resultar a morte da 
vítima. 
 
COMENTÁRIO: Tema recorrente em prova. O examinador tenta confundir o candidato, observe: § 
3º - se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a 
dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos. Com isso, a assertiva não 
prospera. 
 
GABARITO: Errado. 
 
 
UNIDADE 4.1.5 
 
Aumento de Pena nos delitos de Tortura 
 
§ 4º. Art.1º 
 
 
 
AUMENTA-SE A PENA DE UM SEXTO ATÉ UM TERÇO: 
 
 
 
 
 
CUIDADO: O STJ entende que o aumento de pena se estende, também, ao delito de cárcere 
privado (art. 148 CP) e extorsão mediante sequestro (art. 159, CP). 
 
ATENÇÃO: A doutrina moderna aceita a punição do agente que pratica tortura qualificada com as 
circunstâncias que aumentam à pena (§4º), não há bis in idem. Nesse caso, incidirão as causas de 
aumento ainda que a tortura seja qualificada. 
 
 
 
 
QUESTÕES DE PROVAS 
 
(AGENTE DE POLÍCIA CIVIL/ES CESPE) 
18. O crime de tortura é crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, não sendo 
próprio de agente público, circunstância esta que, acaso demonstrada, determinará a incidência de 
aumento da pena. 
 
COMENTÁRIO: O item é interdisciplinar, pois aborda a regra em relação à classificação dos delitos 
de tortura, que é comum, além disso, traz as regras estabelecidas no § 4º do art. 1º na presente 
lei, veja: I - se o crime for cometido por agente público. Dessa forma, o item está corretíssimo. 
 
GABARITO: Certo. 
 
(AGENTE DE POLÍCIA CIVIL - FUNIVERSA) 
19. A pena do crime de tortura não aumenta quando é cometido contra criança, gestante, portador 
de deficiência, adolescente ou maior de sessenta anos de idade. 
 
I - se o crime é cometido por agente público; 
II - se o crime é cometido contra criança, gestante, 
portador de deficiência, adolescente ou maior de 
60 (sessenta) anos; 
III - se o crime é cometido mediante sequestro. 
[ www.beabadoconcurso.com.br ] PROFESSOR ALISON ROCHA 
 
LEI DE TORTURA ESQUEMATIZADA 
 
 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 
 
COMENTÁRIO: Questão fácil, pois o examinador cobra do candidato a letra da lei. Vide: § 4.º 
Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: I - se o crime é cometido por agente público; II – se 
o crime for cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior 
de 60 (sessenta) anos; III - se o crime for cometido mediante sequestro. 
 
GABARITO: Errado. 
 
 
UNIDADE 5 
 
Crime de Tortura Omissiva 
 
§ 2º, ART. 1º 
Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, 
incorre na pena de detenção de um a quatro anos. 
 
OBS.: Essa tortura recebe conceitos doutrinários de tortura imprópria, anômala ou atípica. 
 
ATENÇÃO: Esse delito não pode ser classificado, propriamente como crime de tortura. Somente 
abrange a conduta daquele agente que se omitiu na apuração do fato, após tomar conhecimento 
deste. Não existe essa pratica de tortura na modalidade culposa, por se tratar de delito classificado 
como próprio ou puro, como também não admite a modalidade tentada. 
 
IMPORTANTE: O dolo do agente não pode estar direcionado para o cometimento da tortura, pois 
se isso ocorrer, aplicaremos a regra do art. 29 CP (concurso de pessoas), ou seja, configuraria, 
nessa hipótese, a coautoria ou a participação no delito em comento. O agente delitivo que comete 
a tortura omissiva não deseja torturar a vítima, nem mesmo anuir para a sua pratica; entretanto, 
sabendo da existência do crime de tortura e tendo o dever de apurá-la, não o faz. 
 
 
QUESTÕES DE PROVAS 
 
(DELEGADO DE POLÍCIA - PB- CESPE) 
20. Aquele que se omite em facede conduta tipificada como crime de tortura, tendo o dever de 
evitá-la ou apurá-la, é punido com as mesmas penas do autor do crime de tortura. 
 
COMENTÁRIO: O CESPE/UnB tenta induzir o candidato ao erro, porque na lei 9.455/65, art. 1º, § 
2º diz que: aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou 
apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos. Assim, na tortura omissiva ou atípica, 
a punição será dada com pena de detenção e não de reclusão como nas demais torturas. Cuidado, 
uma vez que essa tortura (omissiva), não é equiparada a delito hediondo, somente as demais 
práticas de tortura são equiparadas aos crimes hediondos da lei 8.072/90. 
 
GABARITO: Errado. 
 
(AGENTE DE POLÍCIA CIVIL/RN - CESPE) 
21. Um delegado de polícia civil que perceba que um dos custodiados do distrito onde é chefe está 
sendo fisicamente torturado pelos colegas de cela, permanecendo indiferente ao fato, não será 
responsabilizado criminalmente, pois os delitos previstos na Lei nº 9.455/1997 não podem ser 
praticados por omissão. 
 
[ www.beabadoconcurso.com.br ] PROFESSOR ALISON ROCHA 
 
LEI DE TORTURA ESQUEMATIZADA 
 
 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 
 
COMENTÁRIO: Aquele que se omite em face de tortura, quando tinha o dever de evitá-las ou 
apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos. Destarte, o item está incorreto, já 
que há expressa cominação legal para punir esse fato delituoso (§ 2º, art.1º da lei 9.455/97). 
 
GABARITO: Errado. 
 
 
UNIDADE 5.1.2 
 
Equiparação aos Delitos Hediondos (8.072/90) 
 
IMPORTANTE: A doutrina moderna (majoritária) defende que a tortura omissiva não se equipara 
ou se assemelha aos delitos hediondos, porque se trata do crime de omissão, daquele que tendo 
o dever de evitar a tortura ou apurá-las, nada faz, previsto no § 2º do artigo 1º da lei de regência, 
tendo em vista que a pena prevista é a de detenção. 
 
 
 
UNIDADE 5.1.3 
 
Exceção em relação ao regime de cumprimento de pena 
 
IMPORTANTE: A doutrina tradicional e a moderna vêm delineando sobre as regras expressas na 
lei excepcionando-se o referido crime (tortura omissiva), quando do tratamento do regime inicial no 
§ 7º, senão vejamos": § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de 
evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos. 
 
No § 7º: O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o 
cumprimento da pena em regime fechado. Assim, o omitente que tinha o dever de evitar o crime de 
tortura ou de apurá-lo, poderá ser condenado a uma pena de detenção de um a quatro anos, cujas 
regras de regime prisional serão as mesmas do código penal, ou seja, o regime poderá ser 
semiaberto ou aberto, tendo em vista que para pena de detenção não existe o regime inicial 
fechado. Dependerá então da pena fixada, e das circunstâncias pessoais do condenado, tais como 
reincidência (se reincidente o regime será o semiaberto), e circunstâncias judiciais que autorizam, 
caso sejam totalmente desfavoráveis, a aplicação do regime semiaberto, sendo que fora essas 
hipóteses, o regime será aberto. 
Quanto à progressão, segue-se a regra do art. 112 da Lei de Execuções penais, Lei 7.210/84, ou 
seja, progressão de regime após o cumprimento de 1/6 da pena, e não a regra dos delitos 
equiparados a hediondos trazida pela lei 11.464/07 que dispõe: A progressão de regime, no caso 
dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois 
quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente. Não se 
esqueçam que as regras do livramento condicional, para os delitos de tortura, estão previstas no 
inciso v, do art.83 Cód. Penal. 
 
 
QUESTÕES DE PROVAS 
 
(ESCRIVÃO DA POLÍCIA CIVIL- ES-CESPE/UnB 2011) 
22. Excetuando-se o caso em que o agente se omite diante das condutas configuradoras dos crimes 
de tortura, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, iniciará o agente condenado pela prática 
do crime de tortura o cumprimento da pena em regime fechado. 
 
 
[ www.beabadoconcurso.com.br ] PROFESSOR ALISON ROCHA 
 
LEI DE TORTURA ESQUEMATIZADA 
 
 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 
 
COMENTÁRIO: No que tange as regras do § 7º. O condenado por crime previsto nesta Lei, SALVO 
A HIPÓTESE DO § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado. Assim, o item encontra-
se correto, visto que a tortura omissiva é a única hipótese se regime da pena diferenciado, em 
decorrência da pena de detenção. Agora, os demais delitos de tortura obedecem à regra do § 7º, 
pois a pena é de reclusão, por isso, o agente condenado iniciará o cumprimento da mesma em 
regime fechado. 
 
GABARITO: Certo. 
 
 
UNIDADE 6 
 
Princípio da extraterritorialidade 
 
ART. 2º 
O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território 
nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição. 
 
ATENÇÃO: Esse instituto constitui uma exceção ao princípio da extraterritorialidade, apresentando 
duas hipóteses em que a lei penal brasileira poderá ser aplicada a delitos de tortura cometidos 
fora do Brasil. 
 
 
 
 
JURISPRUDÊNCIA! 
 
“DIREITO PROCESSUAL PENAL. COMPETÊNCIA PARA PROCESSAR E JULGAR CRIME DE 
TORTURA COMETIDO FORA DO TERRITÓRIO NACIONAL. […] O fato de o crime de tortura, 
praticado contra brasileiros, ter ocorrido no exterior não torna, por si só, a Justiça Federal 
competente para processar e julgar os agentes estrangeiros. De fato, o crime de tortura praticado 
integralmente em território estrangeiro contra brasileiros não se subsume, em regra, a nenhuma 
das hipóteses de competência da Justiça Federal previstas no art. 109 da CF. Esclareça-se que 
não há adequação ao art. 109, V, da CF, que dispõe que compete à Justiça Federal processar e 
julgar "os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no 
País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente", pois não se 
trata de crime à distância. De igual modo, não há possibilidade de aplicar o inciso IV do art. 109 da 
CF, visto que não se tem dano direto a bens ou serviços da União, suas entidades autárquicas ou 
empresas públicas. Ademais, ressalte-se que o deslocamento de competência para a jurisdição 
federal de crimes com violação a direitos humanos exige provocação e hipóteses extremadas e 
taxativas, nos termos do art. 109, V-A e § 5º, da CF. Desse modo, o incidente só será instaurado 
em casos de grave violação aos direitos humanos, em delitos de natureza coletiva, com grande 
repercussão, e para os quais a Justiça Estadual esteja, por alguma razão, inepta à melhor apuração 
dos fatos e à celeridade que o sistema de proteção internacional dos Direitos Humanos exige. […].” 
CC 107.397-DF, 24/9/2014. 
 
2
1 Quando a vítima do crime de tortura for brasileira; 
 
Quando o torturador estiver em local sujeito à jurisdição brasileira. 
 
[ www.beabadoconcurso.com.br ] PROFESSOR ALISON ROCHA 
 
LEI DE TORTURA ESQUEMATIZADA 
 
 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 
 
QUESTÕES DE PROVAS 
 
(AGENTE DE POLÍCIA CIVIL/RNCESPE/UNB 2009) 
23. Se um membro da Defensoria Pública Estado do Rio Grande do Norte, integrante da Comissão 
Nacional de Direitos Humanos, for passar uma temporada de trabalho no Haiti País que não pune 
o crime de tortura — e lá for vítima de tortura, não haverá como aplicar a Lei 9.455/97. 
 
COMENTÁRIO: O item cobra do candidato o conhecimento do dispositivo explicitado no art. 2º da 
lei de tortura. Observe que o examinador traz a informação de que o membro da Defensória, que 
venha passar uma temporada no Haiti, país que não pune a conduta de torturar, não seria aplicada 
a lei brasileira, caso o mesmo viesse a sofrer, no Haiti, o crime de tortura. Nesse contexto, o item 
está incorreto, porquese a vítima torturada for brasileira, ainda que esteja fora do país, aplicam-
se as regras da lei 9.455/97, ao autor da conduta (estrangeiro ou não), sem se condicionar as 
regras extraterritoriais. 
 
GABARITO: Errado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
[ www.beabadoconcurso.com.br ] PROFESSOR ALISON ROCHA 
 
LEI DE TORTURA ESQUEMATIZADA 
 
 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
 
 
BRANCO, Emerson Castelo. Legislação Penal Especial para Concurso-Editora Método, 
Ed. 2010; 
 
 NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal Comentado, Editora Revista dos Tribunais, 2010; 
 
 HABIB, Gabriel - Leis Especiais para Concursos - v.12 - Tomo I - Leis Penais Especiais – 3ª 
Ed.: Rev., ampliada e atual 2011; 
 
 GOMES, Luiz Flavio; CUNHA, Rogério Sanches - Legislação Criminal Especial - Col. Ciências 
Criminais - Vol. 6 - 2ª Ed. 2010; 
 
 GRECO, Rogério. Curso de direito penal – parte especial. v. III; 6. ed. Niterói: Impetus, 2010. 
 
 CAMPOS, Pedro Franco de; THEODORO, Luis Marcelo Mileo; BECHARA, Fábio Ramazzini 
e; ESTEFAM, André. Direito Penal Aplicado. 2. Ed. São Paulo: Saraiva, 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://click.shopping.uol.com.br/click-log?id=34865436&tipo=1&par=uol&fBhAsH=Bah0w%2BWW4Xeykorjoejhl1fdikL7eDr02yEcd1oukzE%3D&bur=OZhdTEssxKyzUcAUcZXgzGKukoxyjuKBnqNFL17dXhQIypgqLN2DGJ%2BBtreE0YpmT9P9uhPY2z%2B1qPXTy9bqNEiarkKSUz4EEr5dwZa3y26xaNddlVaJsY60F%2F8nhAaNpxNzVC1kYeuFQHMCJFyOaSC%2FWBDGao8Ot07zL9rv8E%2FZjz2kHxoMEBvbHcuwE8N%2B4nfl4VecHT1lEPKyqVVpZYJ1ujHzt8DQxKH8TVfV0ILd6qgWNNlE88QQLLmKLlhmFnJERSMWM8haVyF9gzvULYpmeHZjv1mmhIkO3fB9j46aJlF%2BaYFk%2BH8GRdMx7D5h6rBjvMmObm1zhb8gQSDo6vd22GXBT3ygtbcdcj7rpV4cai9zmQAizZsBYFYnmq7g%2F%2F1TMZ4m9tobve9qlHYLqdyD0RKgazLQfbg6El3I3pNqeBpiQcsmJJSCefUO3ZyakXHoUAbvff3zqfaNmF5DxgOIOd7wwdrF7VtS4BecaSI8pamcOysD1yhs%2Fc4iV%2FIK7KvDSbZYaKHoc2ker29%2F0pauzduCiRWI477ZNjfSqVBS9QwPIuNzXPN7fImqiUdY%2FpU1DKohW7PzcCWLXBUy%2FLfX5FffPSR3uFanrsz6aBnVDIdpu4gFcnTkRLL9zVVz5r2X6XEE6d97kUo6GdFq79o1HyALsXbx4XX6ZC0s4js%3D&page=1&pos=2&pagetp=3
http://click.shopping.uol.com.br/click-log?id=34865436&tipo=1&par=uol&fBhAsH=Bah0w%2BWW4Xeykorjoejhl1fdikL7eDr02yEcd1oukzE%3D&bur=OZhdTEssxKyzUcAUcZXgzGKukoxyjuKBnqNFL17dXhQIypgqLN2DGJ%2BBtreE0YpmT9P9uhPY2z%2B1qPXTy9bqNEiarkKSUz4EEr5dwZa3y26xaNddlVaJsY60F%2F8nhAaNpxNzVC1kYeuFQHMCJFyOaSC%2FWBDGao8Ot07zL9rv8E%2FZjz2kHxoMEBvbHcuwE8N%2B4nfl4VecHT1lEPKyqVVpZYJ1ujHzt8DQxKH8TVfV0ILd6qgWNNlE88QQLLmKLlhmFnJERSMWM8haVyF9gzvULYpmeHZjv1mmhIkO3fB9j46aJlF%2BaYFk%2BH8GRdMx7D5h6rBjvMmObm1zhb8gQSDo6vd22GXBT3ygtbcdcj7rpV4cai9zmQAizZsBYFYnmq7g%2F%2F1TMZ4m9tobve9qlHYLqdyD0RKgazLQfbg6El3I3pNqeBpiQcsmJJSCefUO3ZyakXHoUAbvff3zqfaNmF5DxgOIOd7wwdrF7VtS4BecaSI8pamcOysD1yhs%2Fc4iV%2FIK7KvDSbZYaKHoc2ker29%2F0pauzduCiRWI477ZNjfSqVBS9QwPIuNzXPN7fImqiUdY%2FpU1DKohW7PzcCWLXBUy%2FLfX5FffPSR3uFanrsz6aBnVDIdpu4gFcnTkRLL9zVVz5r2X6XEE6d97kUo6GdFq79o1HyALsXbx4XX6ZC0s4js%3D&page=1&pos=2&pagetp=3
[ www.beabadoconcurso.com.br ] PROFESSOR ALISON ROCHA 
 
LEI DE TORTURA ESQUEMATIZADA 
 
 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
www.beabadoconcurso.com.br 
facebook.com/deltaalisonrocha 
instagram.com/deltaalisonrocha 
periscope.tv/deltaalisonrocha 
youtube.com/user/deltaalisonrocha 
contato@beabadoconcurso.com.br 
••● NAS REDES SOCIAIS ●•• 
MINICURRÍCULO 
 
• Natural do Rio de Janeiro 
• Atualmente exerce a função de Delegado de PC/SC 
• Graduado em Direito pela UNIGRANRIO/RJ 
• Especializado em Direito Penal e Processo Penal 
• Professor de Direito Penal e Leis Extravagantes em diversos 
cursos preparatórios 
• Criador do site Beabá do Concurso e do Treinamento com 
Personal do Concurso 
• Criador do Edital Codificado para Concursos 
• Palestrante sobre motivação e emocional, técnicas de organização 
e memorização para concursos 
• Aprovado em diversos concursos, dentre esses, Investigador e 
Oficial de Cartório da PC/RJ, Agente Federal de Execução Penal, 
PRF, Delegado do ES e SC

Continue navegando