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HISTOLOGIA – 19/02/2021 Histofisiologia do sistema urinário Os principais componentes do sistema urinário são: 1. 2 rins: produzem urina através da filtração glomerular 2. 2 ureteres (ductos): transportam a urina para a bexiga 3. 1 bexiga: retém a urina por um tempo 4. 1 uretra: canal por onde a urina é eliminada Funções: 1. Homeostase: manutenção da constância corporal Atua através da eliminação de água, regulação de eletrólitos e resíduos do metabolismo (como a ureia e creatinina) Eliminação de água está relacionado com a regulação da pressão arterial Uma vez que se controla a volemia, quantidade de água no sangue, auxilia no controle da pressão arterial pH normal do sangue é neutro e, para mantê-lo dessa forma, é preciso uma integração entre os rins e o pulmão Para que o indivíduo não entre em uma condição de alcalose ou acidose (metabólita ou respiratória) Ao entrar em um processo de alcalose, o indivíduo começa a eliminar muito CO2 e o sangue encontra-se alcalino (vai haver eliminação de bicarbonato pelos rins) No caso de acontecer o inverso, ou seja, haver uma maior produção de CO2, os rins irão liberar mais bicarbonato para neutralizar a quantidade de ácido 2. Secreção de hormônios: renina e eritropoietina Renina é um hormônio envolvido na regulação da pressão arterial Eritropoietina é fundamental para a produção dos eritrócitos (hemácias) 3. Ativação da vitamina D3: através de uma hidroxilação da 25-OH vitamina D3, um precursor esteroide produzido no fígado, em 1,25-(OH)2 vitamina D3 Importante para a manutenção da estrutura óssea Se não tem uma quantidade adequada de vitamina D, não se tem uma absorção adequada de cálcio influenciando na estrutura óssea Os pacientes com doenças renais crônicas terminais apresentam conversão inadequada de vitamina D em metabólitos ativos Apresenta, como consequência, deficiência de vitamina D3 Nos adultos, a deficiência de vitamina D3 manifesta-se por comprometimento da mineralização óssea e redução da densidade óssea Rins produzem, por minuto, 125 mL de filtrado 124mL são reabsorvidos nos túbulos contorcidos Cerca de 1mL vai para o cálice, onde vai fazer parte da formação de urina Em 24 horas, são produzidos 1500mL de urina Em relação a estrutura do rim: Córtex renal: parte externa castanho- avermelhada Observa-se uma maior quantidade de sangue Região onde se encontram os corpúsculos renais Medula renal: parte interna de coloração muito clara Essa região apresenta sangue devido aos capilares presentes Capilares recobrem os néfrons É o local onde se encontram as pirâmides renais Pirâmides se projetam em estruturas semelhantes a um cálice (cálice menor) Os cálices menores convergem para formar o cálice maior Cálices maiores se juntam e convergem na pelve renal Aproximadamente 90-95% do sangue que passa pelos rins encontram-se no córtex, enquanto que apenas 5-10% estão na medula Córtex e pirâmides renais da medula renal constituem a parte funcional do rim (parênquima) Macroscopicamente é possível visualizar: 1. Extremidade superior 2. Margem lateral 3. Extremidade inferior 4. Hilo 5. Pelve renal 6. Ureter 7. Cápsula fibrosa: recobrindo todo o rim 8. Glândulas suprarrenais: acima dos rins Urina: formada pelos néfrons e drenada para os grandes ductos papilares Néfron é a unidade funcional do rim, responsável pela filtração Caminho percorrido: ureter bexiga uretra ESTRUTURA RENAL Rins são constituídos por lobos Lobo renal: é formado pela pirâmide medular e tecido cortical associado à sua base e lados (metade de cada coluna renal) 8 a 18 lobos Cada pirâmide corresponde a um lóbulo renal É na região cortical que se encontra o glomérulo com suas cápsulas Cápsula de tecido conjuntivo revestindo todo o rim Em cada lóbulo renal, vários néfrons são encontrados Primeira parte do néfron: CORPÚSCULO RENAL Também conhecido como corpúsculo de Malpighi Formado por arteríolas aferente e eferente Sangue entra e passa por uma série de capilares (glomérulos) onde vai ser filtrado Apresenta também uma cápsula de Bowman Podócitos recobrem os capilares do glomérulo TÚBULO CONTORCIDO PROXIMAL Local onde ocorre uma intensa reabsorção ALÇA DE HENLE TÚBULO CONTORCIDO DISTAL São 600-800mil néfrons por rim Depois do túbulo contorcido distal, existem os TÚBULOS COLETORES Estruturas finas e pequenas São responsáveis por levar a urina, já formada, para o ducto coletor TÚBULO URINÍFERO: formado pelo néfron e o túbulo coletor No córtex, é possível observar os corpúsculos renais e, na medula, tem-se parte do túbulo contorcido distal, alça de Henle e ducto coletor (regiões diferentes dos néfrons) O ápice é a região que faz contato com o cálice menor O ápice da papila contém aberturas dos ductos coletores (ou ductos de Bellini) Esses ductos lançam a urina nas pirâmides do cálice menor Setas indicam os ductos coletores NÉFRON Apresenta dois componentes principais: 1. Corpúsculo renal (de Malpighi) Cápsula glomerular (de Bowman) Glomérulo: rede de capilares sanguíneos 2. Túbulo renal Túbulo contorcido proximal Alça do néfron (de Henle) Túbulo contorcido distal Túbulo coletor Extremamente vascularizado devido ao processo de reabsorção do filtrado CORPÚSCULO RENAL Corpúsculo renal apresenta uma arteríola aferente e uma eferente por onde entra ou sai o sangue Dividido em dois polos: 1. Polo vascular: região onde entram e saem as arteríolas 2. Polo urinário: por onde o ultrafiltrado vai passar Não é a urina ainda É preciso que o filtrado, que saiu do glomérulo, passe por todas as partes do néfron e se tenha, então, a formação de urina Durante a passagem pelo néfron, o organismo absorve o que precisa e “joga fora” o que não é útil, de acordo com a necessidade fisiológica daquele momento Cápsula de Bowman está revestindo todo o corpúsculo Vai ser dividida em duas partes: folheto parietal da cápsula de bowman (é um folheto mais externo que forma o revestimento do glomérulo) e folheto visceral da cápsula de bowman (folheto mais interno, formado pelos podócitos) Capilares encontram-se por baixo dos podócitos Para que o sangue seja filtrado, as moléculas devem ultrapassar: a. Capilar e sua membrana b. Membrana basal do capilar junto com a membrana basal do podócito c. Podócito Folheto parietal da cápsula de Bowman é formado por um epitélio simples pavimentoso Espaço entre o glomérulo e seus podócitos é chamado de ESPAÇO CAPSULAR Fica preenchido por filtrado Vai sendo esvaziado ao ser lançado no polo urinário Corpo celular dos podócitos vai se espalhando através de prolongamentos (prolongamentos maiores prolongamentos primários; prolongamentos menores prolongamentos secundários) Local onde se encontra o núcleo da célula Podócitos “abraçam” os capilares Fendas de filtração são os espaços entre dois prolongamentos primários e um podócito Expõe a membrana basal São recobertas por um diafragma da fenda de filtração ultrafino, que se estende pela fenda de filtração um pouco acima da membrana basal glomerular A proteína nefrina é um componente estrutural e funcional essencial do diafragma da fenda Epitélio que recobre os capilares é fenestrado Tem espaços entre as células que determinam o que vai passar e o que vai ficar na célula Auxiliam no processo de filtração Membrana basal é constituída pela membrana basal do vaso e do podócito Essa membrana serve como uma barreira de filtração Formada por 3 lâminas (lâmina rara interna (faz parte do endotélio) lâmina densa e lâmina rara externa (faz contato com os podócitos) Membrana também apresenta a presença de colágeno IV + laminina, na parte da lâmina densa Barreira de filtração é constituída por: a. Células endoteliais fenestradas b. Membrana basal c. Fenda de filtração d. Barreira formada por proteínas CÉLULAS MESANGIAIS No corpúsculo renal, a membrana basal glomerular (MBS) é compartilhada por vários capilares As mutações no gene da nefrina (NPHS1) estão associadas à síndrome nefrótica congênita Doença caracteriza da por proteinúria maciça e edema Síndrome de Alport: glomerulonefrite hereditária A mutação no gene que codifica a cadeia α5 do colágeno do tipo IV Se manifesta por hematúria (eritrócitos na urina), proteinúria (quantidade significativa de proteína na urina) e insuficiência renal progressiva A membrana basal glomerular sofre espessamento irregular com a lâmina densa laminada e não consegue atuar como barreira de filtração efetiva Colágeno do tipo IV também constitui um alvo em doenças autoimunes, como a síndrome de Goodpasture e a doença pós-transplante de Alport Ambas as doenças caracterizam-se por autoanticorpos que atacam a membrana basal glomerular e causam glomerulonefrite progressiva O quadro clínico da síndrome de Goodpasture consiste em glomerulonefrite (inflamação dos glomérulos) rapidamente progressiva e hemorragia pulmonar devido à ruptura da barreira hematoaérea Em resposta ao depósito de IgG no glomérulo, o sistema do complemento é ativado, e os leucócitos circulantes elaboram uma variedade de proteases, levando à ruptura da membrana basal glomerular e ao depósito de fibrina Cria um espaço contendo um grupo adicional de células: CÉLULAS MESANGIAIS Células mesangiais e sua matriz extracelular consitituem o mesângio Desempenham diversas funções, como: 1. Fagocitose e endocitose 2. Suporte estrutural 3. Secreção Interleucina-1 (IL-1), PGE2 e o fator de crescimento derivado das plaquetas (PDGF) 4. Contração As células mesangiais podem atuar na regulação da distensão glomerular em resposta a um aumento da pressão arterial 5. Síntese de matriz extracelular 6. Receptor de angiotensina II Diminui o fluxo de sangue no glomérulo 7. Receptor do hormônio natriurético Relaxa as células mesangiais, aumentando o volume de sangue nos capilares e a área disponível para filtração 8. Síntese de endotelina Causam contração da musculatura lisa das arteríolas aferentes e eferentes do glomérulo APARELHO JUSTAGLOMERULAR O aparelho justaglomerular inclui a mácula densa, as células justaglomerulares e as células mesangiais extraglomerulares Esse aparelho regula a pressão arterial por meio da ativação do sistema renina- angiostensina-aldosterona CÉLULAS JUSTAGLOMERULARES (JG) Células encontradas próximo as células da mácula densa São células musculares modificadas das arteríolas aferente e eferente Apresentam núcleo esférico e citoplasma com grânulos de secreção Produzem renina Importante para o balanço hídrico/iônico Uma vez que a renina é liberada, há ativação do sistema renina- angiostensina-aldosterona CÉLULAS DA MÁCULA DENSA Monitoram a concentração de Na+ no líquido tubular e regulam tanto a taxa de filtração glomerular quanto a liberação de renina pelas células justaglomerulares “Sentem” quando há alteração de pressão Induzem a liberação de renina através de uma série de substâncias liberadas Causa um aumento do volume sanguíneo suficiente para promover o estiramento das células justaglomerulares na arteríola aferente pode constituir o estímulo que fecha a alça de retroalimentação e interrompe a secreção de renina Clinicamente, foi observado que as células mesangiais proliferam em determinadas doenças renais, nas quais quantidades anormais de proteína e de complexos proteicos são aprisionados na MBG A proliferação das células mesangiais constitui uma característica proeminente da nefropatia por imunoglobulina A (doença de Berger), da glomerulonefrite membranoproliferativa, da nefrite de lúpus e da nefropatia diabética Sobre o sistema renina-angiostensina-aldosterona: INTERSTÍCIO RENAL É o espaço entre néfrons e vasos linfáticos/ sanguíneos Preenchido por tecido conjuntivo com fibroblastos, colágeno e substância fundamental hidratada-proteoglicanos A quantidade varia entre o córtex e a medula Mais escasso no córtex e mais abundante na medula As células intersticiais, na medula, participam da produção de prostaglandinas e prostaciclinas Já no córtex, produzem 85% da eritropoietina (somente 15% é produzido no fígado) Importância: produção de eritropoietina TÚBULO CONTORCIDO PROXIMAL Formado por um epitélio cuboide ou colunar baixo É a continuação do folheto parietal da cápsula de Bowman Citoplasma apical com microvilos (orla em escova) Constitui o local inicial e principal de reabsorção Reabsorve glicose, aminoácidos, água, NaCl, bicarbonato de sódio, íons cálcio e fosfato Vai ser circundado por capilares Lúmen amplo Circundado por capilares Local onde vai acontecer a síntese de creatinina e ácido úrico No seu interior, o epitélio vai apresentar uma delimitação diferente devido às microvilosidades ALÇA DE HENLE Alça em forma de “U”, dividida em três segmentos: 1. Segmento espesso: semelhante ao tecido conjuntivo distal Formado por epitélio cúbico simples 2. Segmento delgado: formado por epitélio simples pavimentoso 3. Segmento espesso: igual ao segmento 1 Essa alça retém água O segmento delgado descendente da alça de Henle é completamente permeável à água O segmento ascendente inteiro é impermeável No segmento espesso ascendente, o cloreto de sódio é transportado ativamente para fora da alça Existem porções que são mais finas e achatadas (na porção delgada) TÚBULO CONTORCIDO DISTAL Alça tortuosa Formada por epitélio cúbico simples Células menores do que dos túbulos contorcidos proximais (com núcleos mais visíveis) Sem orla em escova Lúmen regular Epitélio cilíndrico simples região próxima ao corpúsculo renal Importante para a manutenção do equilíbrio ácido-base Transportam íons Absorve Na+ Secreta K+/H+/Amônia A mácula densa produz moléculas sinalizadoras que promovem a liberação da enzima renina na circulação DUCTOS COLETORES Túbulos coletores ≠ ductos coletores Túbulos são mais delgados, formados por epitélio cúbico simples Ductos apresentam um diâmetro maior, são formados por epitélio cilíndrico simples Fazem um trajeto retilíneo Células são pouco coradas e pobres em organelas Retém água, logo, concentram a urina Resumindo... Túbulo contorcido proximal: Célula cúbica Região central em forma de “estrela” Túbulo contorcido distal e parte espessa da Alça de Henle: Epitélio cúbico simples Parte delgada da alça de Henle é menor e mais fininha, com células mais achatadas Ducto coletor: Maior que os túbulos Células um pouco mais altas e bem delimitadas URETER O epitélio de transição reveste os cálices, os ureteres, a bexiga e o segmento inicial da uretra A pressão exercida pela urina dá a impressão de que se tem menos camadas e as células ficam mais comprimidas bexiga cheia Quando a bexiga está vazia, o inverso acontece: impressão de se ter mais camadas e células mais altas/maiores Ureter é formado por um epitélio de transição + tecido conjuntivo muito vascularizado Apresenta uma camada de músculo liso E, externamente, tem-se tecido conjuntivo da adventícia BEXIGA Tem a função de armazenar urina Sua mucosa é formada por um epitélio de transição + lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo e denso As células apresentam uma membrana plasmática especial (com lipídeos polares) Mucosa constituída por cerebrosídeos Túnica muscular é longitudinal internar + circular externa (mal definida) Adventícia, na parte inferior, e serosa no peritônio superior URETRA Transporta urina da bexiga para o exterior A uretra masculina é maior Uretra se divide em: 1. Prostática: formada por epitélio de transição 2. Membranosa: formada por epitélio pseudoestratificado colunar + esfíncter de músculo estriado (esfíncter externo da uretra) 3. Cavernosa ou peniana: formada por epitélio pseudoestratificado colunar ou epitélio estratificado pavimentoso A uretra feminina apresenta um ducto e uma porção final Ducto é formado por epitélio estratificado pavimentoso com áreas de pseudoestratificado colunar Porção final é formada por um esfíncter externo da uretra, de músculo estriado Cerca de 85% das infecções urinárias são causadas por bactérias Escherichia coli uropatogênicas Colonizam o epitélio de transição A adesão inicial ao epitélio possibilita a fixação das bactérias à superfície epitelial, impedindo, assim, a sua eliminação durante a micção Essa ligação é mediada pelas adesinas FimH de E. coli, que interagem com as uroplaquinas na membrana das placas uroteliais Além disso, a interação com as uroplaquinas desencadeia uma cascata de eventos que levam à invasão das células do epitélio de transição pela bactéria
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