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2º ANO - LINGUAGENS

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1 
 
CADERNO DE FÉRIAS 2020 – 2º ANO 
 
 
 
 
LINGUAGENS 
 
2º ANO 2020 
 
2 
 
CADERNO DE FÉRIAS 2020 – 2º ANO 
 
 
 
 
 
 
 
L.PORTUGUESA 
 
01. 
 
Disponível em: <http://desniveissociais.blogspot.com.br/2010_04_01_archive.html>. Acesso em: 25 abr. 2013. 
 
Assinale a alternativa que relaciona corretamente o que é exposto na charge com os textos a seguir. 
 
a) Mais ricos têm renda 39 vezes maior que os mais pobres, diz Censo 2010: Segundo IBGE, receita média 
mensal per capita do brasileiro é de R$ 668, entretanto, dados indicam que metade da população recebe até 
R$ 375, inferior ao salário mínimo do período. 
Disponível em: <www.estadao.com.br/noticias/cidades,mais-ricos-tem-renda-39-vezes-maior-que-os-mais-pobres-diz-
censo-2010-,799093,0.htm>. Acesso em: abr. 2013. 
 
b) De acordo com o IBGE, no Brasil, em dez anos, a renda dos mais ricos cai 6% e a dos mais pobres cresce 
0,9%, mostrando a verdadeira distância entre os mais ricos e os mais pobres no país. 
Disponível em: <www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2012/11/28/em-10-anos-renda-dos-mais-ricos-cai-6-e-dos-mais-
pobres-cresce-0-9>Acesso em: abr. 2013. (Adapt.). 
 
c) Há 40 anos, a renda dos 5% mais ricos da população [mundial] era trinta vezes maior que a dos 5% mais 
pobres, quinze anos atrás já era sessenta vezes maior; em 2002 atingiu um fator de 114. 
Z. Bauman. Danos colaterais. Rio de Janeiro: Zahar, p. 34. 
 
 
d) No mundo há 1,017 bilhão de famintos, dos quais 642 milhões são da Ásia e do Pacífico, 265 milhões da 
África, 42 milhões da América Latina e Caribe, e 15 milhões dos países desenvolvidos, segundo a FAO, a 
Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação. 
Disponível em: <http://desniveissociais.blogspot.com.br/2010_04_01_archive.html>. Acesso em: maio 2013. 
 
e) A fome existe desde os primórdios da humanidade, mas, desde meados do século XX, as pessoas passaram 
a se referir às dificuldades decorrentes desse flagelo como um problema de segurança alimentar, [...] quando 
a Europa e o Japão, [...] destroçados pelo conflito, passaram a ter dificuldade para alimentar as próprias 
populações. 
Disponível em: <www.cartacapital.com.br/carta-na-escola/um-bilhao-de-famintos/>. Acesso em: maio 2013. (Adapt.). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CADERNO DE FÉRIAS 2020 – LINGUAGENS 
 
 
 
http://desniveissociais.blogspot.com.br/2010_04_01_archive.html
http://desniveissociais.blogspot.com.br/2010_04_01_archive.html
 
3 
 
CADERNO DE FÉRIAS 2020 – 2º ANO 
 
 
 
Textos para a questão 02. 
 
Texto I 
 
Victor Hugo Deppman, 19 anos, está morto! Um facínora, o ECA, o Código Penal e a Constituição deram um tiro 
em sua cabeça! Assassino estará livre em 3 anos. Faz sentido? [...] Tudo foi filmado pela câmera de segurança do 
prédio. A cena provoca revolta, asco. Às 11h desta quarta, a polícia identificou o assassino que se apresentou à 
unidade da Fundação Casa do Brás. [...] Está, portanto, abrigado e protegido pelo Estatuto da Criança e do 
Adolescente, o tal ECA, que se transformou num verdadeiro valhacouto de assassinos. [...] O que vai acontecer, 
agora, com o homicida de 17 anos? O ECA responde em seu Artigo 121. Leiam [...]: § 3º Em nenhuma hipótese o 
período máximo de internação excederá a três anos. 
Para quem não entendeu direito: a pena possível para o monstro é de, NO MÁXIMO, três anos, entenderam? 
Mas não há um mínimo. Isso vai sendo reavaliado. Se o anjinho souber se comportar e passar a ser um rapaz 
exemplar, enquanto estiver internado na “unidade educacional”, pode ser solto antes. [...] A vida de Victor Hugo 
Deppman vale, NO MÁXIMO, uma reclusão de três anos. [...] 
Blog de Reinaldo Azevedo, 11 abr. 2013. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/victor-hugo-deppman-
19-anos-esta-morto-um-facinora-o-eca-o-codigo-penal-e-a-constituicao-deram-um-tiro-em-sua-cabeca-assassino-estara-livre-em-
3-anos-faz-sentido-ou-cade-a-maria-do-rosario/>. Acesso em: 25 abr. 2013. (Adapt.). 
 
Texto II 
 
Já por várias vezes o nosso jornal [da Tarde], que é sem dúvida o órgão das mais legítimas aspirações da 
população baiana, tem trazido notícias sobre a atividade criminosa dos “Capitães da Areia”, nome pelo qual é 
conhecido o grupo de meninos assaltantes e ladrões que infestam a nossa urbe. Essas crianças que tão cedo se 
dedicaram à tenebrosa carreira do crime [...]. Esse bando que vive da rapina se compõe, pelo que se sabe, de um 
número superior a 100 crianças das mais diversas idades, indo desde os 8 aos 16 anos. Crianças que, naturalmente 
devido ao desprezo dado à sua educação por pais pouco servidos de sentimentos cristãos, se entregaram no verdor 
dos anos a uma vida criminosa. São chamados de “Capitães da Areia” porque o cais é o seu quartel-general. E têm 
por comandante um mascote dos seus 14 anos, que é o mais terrível de todos, [...]. O que se faz necessário é uma 
urgente providência da polícia e do juizado de menores no sentido da extinção desse bando e para que recolham 
esses precoces criminosos, que já não deixam a cidade dormir em paz o seu sono tão merecido [...]. 
Jorge Amado. Capitães da areia. Disponível em: <http://margem-da-palavra.jimdo.com/livros-para-download/>. 
 Acesso em: 25 abr. 2013. 
 
02. Embora tratem de situações bem diferentes, uma real e outra ficcional, ambos os textos têm elementos em 
comum. Assinale a alternativa que apresenta uma afirmativa correta sobre os textos. 
 
a) Enquanto o texto I condena os menores infratores, o texto II compreende a situação deles. 
b) O texto II e o texto I apresentam a mesma posição diante dessas situações: ambos condenam os menores 
infratores. 
c) O blogueiro, texto II, contradiz-se, pois inicia o texto condenando o menor infrator e, depois, refere-se a ele 
como “anjinho”. 
d) Em ambos os textos, a vida de uma vítima deve ser medida pelos anos de prisão decretado ao criminoso. 
e) É possível inferir que ambos os textos animalizam o comportamento de garotos infratores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/victor-hugo-deppman-19-anos-esta-morto-um-facinora-o-eca-o-codigo-penal-e-a-constituicao-deram-um-tiro-em-sua-cabeca-assassino-estara-livre-em-3-anos-faz-sentido-ou-cade-a-maria-do-rosario/
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/victor-hugo-deppman-19-anos-esta-morto-um-facinora-o-eca-o-codigo-penal-e-a-constituicao-deram-um-tiro-em-sua-cabeca-assassino-estara-livre-em-3-anos-faz-sentido-ou-cade-a-maria-do-rosario/
http://margem-da-palavra.jimdo.com/livros-para-download/
 
4 
 
CADERNO DE FÉRIAS 2020 – 2º ANO 
 
 
 
03. Observe a charge a seguir. 
 
Disponível em: <http://karlacunha.com.br/charge-calvin-e-haroldo-01//>. Acesso em: maio 2013. 
 
A charge estabelece uma relação de causa diante das questões ambientais. Assinale a alternativa que expressa 
corretamente essa causa. 
 
a) A vida inteligente em outros planetas poderia ajudar a humanidade com as questões ambientais. 
b) A causa consiste na incapacidade de preservar as florestas, que são importantes para a qualidade do ar. 
c) A humanidade não tem agido de modo inteligente no que diz respeito à preservação do meio ambiente. 
d) A consequência da negligência humana diante do meio ambiente é o comprometimento da qualidade de vida. 
e) A causa da destruição ambiental reside na ganância humana pelo lucro, colocado acima de qualquer valor. 
 
04. O poema visual a seguir pertence ao poeta Sady Bianchin, que recorreu a efeitos de sentido com base em um 
procedimento lexical e multissemiótico para criá-lo. 
 
 
 
 Disponível em: <www.antoniomiranda.com.br/poesia_visual/sady_bianchin.html>. 
Acesso em: 23 abr. 2013. 
 
Dentre as alternativas a seguir, assinale aquela que traz um poema em que se pode observar um procedimento 
lexical semelhante ao adotado por Bianchin em seu processo de criação. 
 
a) 
 
 Disponível em: <http://ajafia.blogspot.com.br>. Acesso em: abr. 2013. 
http://ajafia.blogspot.com.br/
 
5 
 
CADERNO DE FÉRIAS2020 – 2º ANO 
 
 
 
 
b) 
 
 Disponível em: <www.poesiaspoemaseversos.com.br/poeminho-do-contra-mario-quintana>. Acesso em: abr. 2013. 
 
c) 
 
 Disponível em: <http://ejasacograndejoaopaulo2011.blogspot.com.br/2011/06/sexta-na-eja-joao-paulo-1006.html>. 
Acesso em: abr. 2013. 
 
d) 
 
Disponível em: <http://ejasacograndejoaopaulo2011.blogspot.com.br/2011/06/sexta-na-eja-joao-paulo-
1006.html>.Acesso em: abr. 2013. 
 
e) 
 
 Disponível em:<www.antoniomiranda.com.br/poesia_visual/paulo_leminski.html>. Acesso em: abr. 2013. 
 
 
 
6 
 
CADERNO DE FÉRIAS 2020 – 2º ANO 
 
 
 
05. Leia a tirinha a seguir. 
 
 
<www.releituras.com.br>. Acesso em: 30 jan. 2012. 
 
A tirinha é um tipo de texto que geralmente destina-se à geração de humor. Assinale a alternativa que explica a 
presença desse efeito, no texto acima. 
 
a) A primeira ratinha não entende o sentido do convite feito pelo ratinho. 
b) A segunda ratinha atribui um sentido malicioso ao convite feito pelo ratinho. 
c) O ratinho não completou adequadamente o sentido do convite feito por ele, gerando ambiguidades. 
d) As ratinhas atribuem o mesmo sentido ao convite feito pelo ratinho. 
e) A terceira ratinha entende que o ratinho estava convidado-a para ouvirem música juntos. 
 
06. Leia o texto a seguir: 
 
A beleza através dos tempos 
 
O que torna uma pessoa feia ou bela é, na verdade, um mistério. Mas cada lugar e cada época estabelecem 
critérios para definir a aparência desejável às pessoas, ainda que muitas delas superem esses critérios por causa de 
sua personalidade, de sua segurança, de sua capacidade de adaptação ou de seu poder. […] 
A beleza também não foi sempre fundamental para a aceitação das pessoas pela sociedade: Foi com o 
Renascimento que houve o resgate do ideal greco-romano de beleza, e o corpo voltou a ter um papel importante nos 
valores da sociedade ocidental. Foi nessa época que as mulheres gordinhas (na verdade, as mulheres nobres que 
conseguiam se alimentar direito) se tornaram referenciais de beleza. “Mas não era como agora. Essas referências 
serviam muito pouco para as pessoas comuns”. […] 
Mas o que dizer do século XX? Foram tantas as mudanças que a gente chega a se perder: as beldades da 
década de 20 se parecem mais com as de hoje, por exemplo, do que com a rechonchuda Marilyn Monroe da década 
de 50. “Mas o padrão que se estabeleceu nos últimos dez ou quinze anos, principalmente, é o que se pode chamar 
de ‘padrão aborígene’: o bonito é introduzir coisas no corpo, como o silicone e os anabolizantes, ou mesmo tatuagens 
e piercings.” O único problema é que, assim como acontece com os aborígenes, corremos o risco de ficar cada vez 
mais parecidos uns com os outros. “Isso faz sentido, pois é totalmente coerente com a sociedade de consumo 
capitalista em que vivemos.” 
<http://saude.terra.com.br/interna/0,,OI277352-EI1521,00-A+beleza+atraves+dos+tempos.html>. 
 
http://www.releituras.com.br/
http://saude.terra.com.br/interna/0,,OI277352-EI1521,00-A+beleza+atraves+dos+tempos.html
 
7 
 
CADERNO DE FÉRIAS 2020 – 2º ANO 
 
 
 
As formas arredondadas não são mais consideradas, hoje, padrão de beleza. De acordo com o texto “A beleza 
através dos tempos”, a inversão do conceito de beleza e o padrão de beleza estabelecido nos últimos anos são 
decorrentes, respectivamente: 
 
a) da mudança de ideologia acerca da beleza em dados momentos da história e da sociedade consumista. 
b) da preocupação com a saúde no século XX e com a aparência próxima a dos aborígenes. 
c) da submissão das mulheres à sociedade de consumo atual e da constante mudança de critérios sobre o belo. 
d) da opinião alheia que se modifica ao longo dos anos e do capitalismo que determina os padrões de beleza. 
e) da descrença das mulheres em relação ao poder exercido pela sociedade de consumo atual e da mudança 
de critérios sobre o belo década após década. 
 
Texto para as questões 07, 08 e 09. 
 
Os donos da comunicação 
 
Os presidentes, os ditadores e os reis da Espanha que se cuidem porque os donos da comunicação duram 
muito mais. Os ditadores abrem e fecham a imprensa, os presidentes xingam a TV e os reis da Espanha cassam o 
rádio, mas, quando a gente soma tudo, os donos da comunicação ainda tão por cima. Mandam na economia, 
mandam nos intelectuais, mandam nas moças fofinhas que querem aparecer nos shows dos horários nobres e 
mandam no society que morre se o nome não aparecer nas colunas. 
Todo mundo fala mal dos donos da comunicação, mas só de longe. E ninguém fala mal deles por escrito 
porque quem fala mal deles por escrito nunca mais vê seu nome e sua cara nos “veículos” deles. Isso é assim aqui, 
na Bessarábia e na Baixa Betuanalândia. Parece que é a lei. O que também é muito justo porque os donos da 
comunicação são seres lá em cima. Basta ver o seguinte: nós, pra sabermos umas coisinhas, só sabemos delas pela 
mídia deles, não é mesmo? Agora vocês já imaginaram o que sabem os donos da comunicação que só deixam sair 
10% do que sabem? 
Pois é; tem gente que faz greve, faz revolução, faz terrorismo, todas essas besteiras. Corajoso mesmo, eu 
acho, é falar mal de dono de comunicação. Aí tua revolução fica xinfrim, teu terrorismo sai em corpo 6 e se você 
morre vai lá pro fundo do jornal em quatro linhas. 
(Millôr Fernandes. Que país é este?, 1978.) 
 
07. Para Millôr Fernandes, no texto apresentado, os donos da comunicação são 
 
a) produtores de tecnologia de informação e comunicação. 
b) dirigentes de órgãos governamentais que regem a comunicação no país. 
c) proprietários de veículos de comunicação em massa. 
d) apresentadores de telejornais e programas populares de televisão. 
e) funcionários executivos de empresas de publicidade. 
 
08. Com a frase “Parece que é a lei”, no segundo parágrafo, o humorista tenta explicar que 
 
a) as pessoas poderosas se unem em sociedades secretas. 
b) o poder dos donos da comunicação parece ter força de lei. 
c) parece que a lei não existe no mundo da comunicação. 
d) o poder dos grandes empresários emana de uma lei que os protege. 
e) as leis não foram criadas para proteger os cidadãos. 
 
09. As repetições, o uso de palavras e expressões populares, a justaposição fluente de ideias e as ironias constantes 
atribuem ao texto de Millôr Fernandes 
 
a) tom descontraído e bem-humorado. 
b) dificuldade de leitura e compreensão. 
c) feição arcaica e ultrapassada. 
d) estilo agressivo e contundente. 
e) imagens vulgares e obscenas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
CADERNO DE FÉRIAS 2020 – 2º ANO 
 
 
 
Texto para a questão 10. 
 
Não há crenças que Nelson Leirner não destrua. Do dinheiro à religião, do esporte à fé na arte, nada resiste 
ao deboche desse iconoclasta. O principal mérito da retrospectiva aberta em setembro na Galeria do SESI–SP é 
justamente demonstrar que as provocações arquitetadas durante as últimas cinco décadas pelo artista quase 
octogenário continuam vigorosas. 
Bravo, n. 170, out. 2011 (adaptado). 
 
10. Um dos elementos importantes na constituição do texto é o desenvolvimento do tema por meio, por exemplo, do 
encadeamento de palavras em seu interior. A clareza do tema garante ao autor que seus objetivos sejam 
atingidos. No parágrafo do artigo informativo, os termos em negrito 
 
a) evitam a repetição de termos por meio do emprego de sinônimos. 
b) fazem referências a outros artistas que trabalham com Nelson Leirner. 
c) estabelecem relação entre traços da personalidade do artista e suas obras. 
d) garantem a progressão temática do texto pelo uso de formas nominais diferentes. 
e) introduzem elementos novos, que marcam mudança na direção argumentativa do texto. 
 
11. A preposição DE pode preceder diferentes tipos de funções sintáticas, por exemplo, objeto indireto, como na 
frase Eu preciso de você. O termo destacado também exerce a função de objeto indireto em 
 
a) A construção de novas casas deve ser uma prioridade no governo atual. 
b) Necessitamos de novas casas para abrigar a população.c) A necessidade de novas casas não pode ser esquecida pelo governo. 
d) A banca de madeira quebrou completamente. 
e) A mesa de madeira está no outro cômodo. 
 
12. Na frase: "Talvez eu ainda faça um monte de gente feliz", o elemento sublinhado exerce função sintática de 
 
a) complemento nominal. 
b) agente da passiva. 
c) sujeito. 
d) adjunto adnominal. 
e) adjunto adverbial. 
 
Texto para a questão 13. 
 
“A gente não quer só comida 
A gente quer comida 
Diversão e arte 
A gente não quer só comida 
A gente quer saída 
Para qualquer parte” (...) 
 (Arnaldo Antunes / Marcelo Fromer / Sérgio Britto) 
 
13. Podemos afirmar que os termos “comida, diversão e arte”, nesse trecho, exercem sintaticamente a função de 
 
a) complemento nominal. 
b) sujeito composto. 
c) objeto indireto. 
d) objeto direto. 
e) vocativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
CADERNO DE FÉRIAS 2020 – 2º ANO 
 
 
 
Texto para as questões 14 e 15. 
 
O século 20, com suas guerras mundiais e os conflitos que semearam, deixou muitas cicatrizes sobre a face 
da Terra. Entre elas, o famigerado Muro de Berlim, cuja demolição marcou o fim da Guerra Fria e o suposto final da 
história. 
A história não termina, contudo. Novos e gigantescos muros continuam a ser erguidos, com alturas e 
extensões suficientes para deixar na sombra a barreira à liberdade erguida na capital alemã, que existiu por 28 anos. 
A proliferação desses obstáculos a apartar pessoas e comunidades motivou a série de reportagens da Folha 
“Um Mundo de Muros”. 
O Brasil tem os seus, desde sempre para manter a distância entre ricos e pobres – como o que impede a 
visão da miséria e do esgoto a céu aberto da Vila Esperança, em Cubatão/SP, a quem trafega pela via Imigrantes. 
Nada diverso dos 10 km do Muro da Vergonha que apartam, na capital peruana, a esquálida comunidade de 
Pamplona Alta do afluente bairro Casuarinas, outro retrato desolador. 
São situações, problemas e conflitos muito díspares, contra os quais se erguem barreiras que evocam o pior 
do século passado. 
(Folha de S.Paulo, 10.09.2017. Adaptado) 
 
14. O texto mostra que 
 
a) a superação das diferenças, que semearam conflitos pelo mundo, faz com que as sociedades de hoje se 
protejam delas. 
b) a segregação, que deixou muitas marcas no planeta, ainda tem presença expressiva em várias sociedades 
nos dias de hoje. 
c) a sociedade contemporânea vive diuturnamente a combater as formas de segregação, na esperança de um 
mundo mais justo. 
d) a existência dos conflitos ainda perturba a sociedade, mas hoje eles estão praticamente superados na maior 
parte do planeta. 
e) a permanência de problemas e conflitos tão antigos mostra a falta de interesse das pessoas pela busca de 
um mundo melhor. 
 
15. No contexto em que está empregada, a frase “A história não termina, contudo.” expressa sentido de 
 
a) explicação e pode ser substituída por “Porque a história não termina”. 
b) conclusão e pode ser substituída por “Não termina, pois, a história”. 
c) conformidade e pode ser substituída por “Segundo tudo isso, a história não termina”. 
d) oposição e pode ser substituída por “Todavia, a história não termina”. 
e) condição e pode ser substituída por “Desde que a história não termina”. 
 
Texto para a questão 16. 
 
Entre Dercy e sua plateia, o grande intermediário, a solda, o agente infalível do riso, era o palavrão. “O 
palavrão... quando virá o palavrão?”, perguntava-se a plateia, ansiosa, quando ele tardava. Dercy não fraudava a 
expectativa. Se o palhaço não pode deixar de tropeçar, ela não podia deixar de soltar o palavrão. 
Veja, 30.07.2008. (Adaptado) 
 
16. O último período do texto pode ser parafraseado e substituído por 
 
a) À medida que o palhaço não pode deixar de tropeçar, ela não podia deixar de soltar o palavrão. 
b) Assim como o palhaço não pode deixar de tropeçar, ela não podia deixar de soltar o palavrão. 
c) Embora o palhaço não pode deixar de tropeçar, ela não podia deixar de soltar o palavrão. 
d) O palhaço não pode deixar de tropeçar, tanto que ela não podia deixar de soltar o palavrão. 
e) O palhaço não pode deixar de tropeçar, no entanto ela não podia deixar de soltar o palavrão. 
 
Texto para a questão 17. 
 
Será através da educação que faremos a revolução no campo. Para tanto é necessário capital. Como Zé 
Américo podemos dizer: “eu sei onde está o dinheiro”. O dinheiro existe, mas o que não pode continuar é essa 
roubalheira escancarada... 
(Correio da Paraíba, 24/05/05) 
 
17. Assinale, entre as propostas abaixo, aquela em que a expressão COMO tem a mesma classificação daquele em 
destaque no trecho citado, mantendo um sentido aproximado. 
 
a) “O resto é calúnia, eles são dois velhinhos que dividem uma linda história de amor, tratam-se de senhor e 
senhora, como se fazia antigamente, e sempre viveram juntos, embora em domicílios separados”, diz a 
advogada dele, Paule Le Bail. 
(Veja, n. 23, ano 38, 08/06/05) 
 
b) (...) os consumidores mais endinheirados trocam de celular todo ano, em busca de funções mais avançadas, 
como telas com mais cores e câmaras com resolução superior. 
(Veja, n.14, ano 38, 06/04/05) 
 
10 
 
CADERNO DE FÉRIAS 2020 – 2º ANO 
 
 
 
c) Como escolher um plano familiar (...) O primeiro passo ao escolher um plano de descontos em ligações no 
celular é levantar quanto cada pessoa da família usa o telefone. 
(Veja, n.14, ano 38, 06/04/05) 
 
d) O Banco Central estuda como tornar os caixas eletrônicos compatíveis entre si. 
(Veja, n. 23, ano 38, 08/06/05) 
 
e) Como todo sucesso tem seu preço, Gislaine convive com ameaças de morte ... e anda escoltada por 
seguranças. 
 (Veja, n.14, ano 38, 06/04/05) 
 
Texto para a questão 18. 
Da timidez 
 
Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a ser notório. Se 
ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal, que retumbante timidez é essa, que atrai tanta 
atenção? Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja 
apenas um estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico, só 
alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque só ele acha 
que se sentir inferior é doença. [...] 
O tímido tenta se convencer de que só tem problemas com multidões, mas isto não é vantagem. Para o 
tímido, duas pessoas são uma multidão. Quando não consegue escapar e se vê diante de uma plateia, o tímido não 
pensa nos membros da plateia como indivíduos. Multiplica-os por quatro, pois cada indivíduo tem dois olhos e dois 
ouvidos. Quatro vias, portanto, para receber suas gafes. Não adianta pedir para a plateia fechar os olhos, ou tapar 
um olho e um ouvido para cortar o desconforto do tímido pela metade. Nada adianta. O tímido, em suma, é uma 
pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que seu vexame ainda será lembrado quando as estrelas 
virarem pó. 
VERISSIMO, L. F. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. 
 
18. Entre as estratégias de progressão textual presentes nesse trecho, identifica-se o emprego de elementos 
conectores. Os elementos que evidenciam noções semelhantes estão destacados em: 
 
a) “Se ficou notório por ser tímido” e “então tem que se explicar”. 
b) “então tem que se explicar” e “quando as estrelas virarem pó”. 
c) “ficou notório apesar de ser tímido” e “mas isto não é vantagem”. 
d) “um estratagema para ser notado” e “tão secreto que nem ele sabe”. 
e) “como no paradoxo psicanalítico” e “porque só ele acha”. 
 
Texto para a questão 19. 
 
 É impossível ter cãibras no coração, apesar de ser comum pacientes se queixarem de dores semelhantes a 
uma contratura no órgão. A musculatura cardíaca é diferente da musculatura esquelética das pernas e braços, onde 
sentimos as cãibras. Isso porque o coração possui um tipo especial de fibra muscular estriada,que tem movimento 
involuntário. O órgão contrai e relaxa automaticamente. Não há registro de casos em que ele permaneça contraído 
sem relaxamento imediato, que é como a cãibra se apresenta. 
 Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 30 jun. 2012 (fragmento). 
 
19. Os conectivos são elementos fundamentais para a ligação de palavras e orações no texto. Contextualmente, o 
conectivo "apesar de" expressa 
 
a) explicação, porque apresenta os motivos que impossibilitam o aparecimento de cãibras no coração. 
b) concessão, pois introduz uma ideia contrária à afirmação "é impossível ter cãibras no coração". 
c) causa, tendo em vista que introduz a razão da manifestação da doença no coração. 
d) conclusão, já que finaliza a afirmação "é impossível ter cãibras no coração". 
e) consequência, uma vez que apresenta os efeitos das cãibras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CADERNO DE FÉRIAS 2020 – 2º ANO 
 
 
 
Tirinha para a questão 20. 
 
 
 
20. Os dois primeiros quadros da tirinha criam no leitor uma expectativa de desfecho que não se concretiza, gerando 
daí o efeito de humor. Nesse contexto, a conjunção e estabelece a relação de 
 
a) conclusão. 
b) explicação. 
c) oposição. 
d) consequência. 
e) alternância. 
 
Texto para a questão 21. 
 
Mais escolarizadas, mulheres ainda ganham menos e têm dificuldades de subir na carreira 
 
 As mulheres brasileiras já engravidam menos na adolescência, estudam mais do que os homens e tiveram 
aumento maior na renda média mensal, segundo mostram as Estatísticas de Gênero do IBGE, retiradas da base de 
dados do Censo de 2010, mas elas ainda ganham salários menores e tem dificuldades em ascender na carreira. 
<http://tinyurl.com/gnbsmbs> Acesso em: 29.08.2016. Adaptado. 
 
21. O título do artigo – Mais escolarizadas, mulheres ainda ganham menos e têm dificuldades de subir na carreira – 
poderia ser substituído, sem causar prejuízo de sentido, por: 
 
a) Mulheres, mais escolarizadas, porventura ganham mais, entretanto possuem empecilhos para subir na 
carreira. 
b) Mulheres, mais escolarizadas, ainda ganham menos, bem como enfrentam obstáculos para subir na carreira. 
c) Mulheres, mais escolarizadas, às vezes ganham menos, por conseguinte apresentam especificidades para 
se elevarem na carreira. 
d) Mais escolarizadas, mulheres, ainda que enfrentem dificuldades para progredirem na carreira, ganham o 
mesmo ou mais. 
e) Mais escolarizadas, mulheres apresentam particularidades para subir na carreira, porquanto já ganham mais. 
 
Texto para a questão 22. 
 
 “Pela primeira vez na história, pesquisadores conseguiram projetar do zero o genoma de um ser vivo (uma 
bactéria, para ser mais exato) e ‘instalá-lo’ com sucesso numa célula, como quem instala um aplicativo no celular. 
É um feito e tanto, sem dúvida. Paradoxalmente, porém, o próprio sucesso do americano Craig Venter e de 
seus colegas deixa claro o quanto ainda falta para que a humanidade domine os segredos da vida. Cerca de um 
terço do DNA da nova bactéria (apelidada de syn3.0) foi colocado lá por puro processo de tentativa e erro – os 
cientistas não fazem a menor ideia do porquê ele é essencial. 
 Folha de S. Paulo, 26/03/2016. 
 
22. O texto informativo acima, que apresenta ao público a criação de uma bactéria apenas com genes essenciais à 
vida, contém vários conectivos, propositadamente destacados. Pode-se afirmar que 
 
a) para inicia uma oração adverbial condicional, pois restringe o genoma à condição de bactéria. 
b) e introduz uma oração coordenada sindética aditiva, pois adiciona o projeto à instalação do genoma. 
 
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CADERNO DE FÉRIAS 2020 – 2º ANO 
 
 
 
c) como introduz uma oração adverbial conformativa, pois exprime acordo ou conformidade de um fato com 
outro. 
d) porém indica concessão, pois expressa um fato que se admite em oposição ao da oração principal. 
e) para que exprime uma explicação: falta muito para a humanidade dominar os segredos da vida. 
 
23. O trecho abaixo transcrito revela a insatisfação de LI-HU ANG-PÔ, vice-rei de Cantão, com o seu exército. 
 
O vice-rei, porém, não parecia satisfeito. Notava hesitações, rapidez e exatidão nas evoluções e pouca 
obediência ao comando em chefe e aos comandados particulares; enfim, pouca eficiência militar naquele 
exército que devia ser uma ameaça à China inteira, caso quisessem retirá-lo do cômodo e rendoso lugar de vice-
rei de Cantão. 
Comunicou isto ao general, que lhe respondeu: 
- É verdade o que Vossa Excelência Reverendíssima, Poderosíssima, Graciosíssima, Altíssima e Celestial 
diz; mas os defeitos são fáceis de remediar. 
 
A oração “que lhe respondeu” 
 
a) indica uma restrição. 
b) adiciona uma definição. 
c) introduz uma explicação. 
d) apresenta uma oposição. 
e) apresenta uma consequência. 
 
Texto para a questão 24. 
 
Tem gente que não entendeu a campanha de camisinha com Pabllo Vittar 
 
 "Para que usar camisinha se a Pabllo não engravida?" é o tom de diversos comentários nas redes sociais do 
novo clipe de Pabllo Vittar no Youtube. No vídeo de "Corpo Sensual", a cantora drag queen aparece dançando e 
seduzindo Mateus Carrillo, até que entram em um carro e Pabllo pega uma camisinha. Feito em parceria com o 
Ministério da Saúde, o vídeo foi pensado para lembrar o público da importância do uso do preservativo quando o 
clima esquenta. No entanto, nem todos os internautas entenderam a mensagem. 
(UOL. 08/09/2017. Disponível em: https://estilo.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2017/09/08/tem-gente-que-nao-
entendeu-a-campanha-de-camisinha-com-pablo-vittar.htm. Adaptado. Acesso em: 9 set. 2017) 
 
24. A apropriada relação entre diferentes partes de um texto é garantida pela coesão textual. Analisando os trechos 
“Para que usar camisinha” (referência 1) e “se a Pabllo não engravida” (referência 2), verifica-se que a segunda 
oração estabelece com a primeira uma relação de 
 
a) causa, uma vez que uma das causas de uma gravidez pode ser a não utilização de preservativos. 
b) oposição, visto que, no texto, fica inferida uma oposição entre as concepções de homem e mulher no que, 
biologicamente, diz respeito à capacidade de engravidar. 
c) finalidade, uma vez que, na concepção dos internautas que se manifestaram, o uso da camisinha tem a 
contracepção como finalidade exclusiva. 
d) condição, porque a biologia feminina é condição para a gravidez e, portanto, para esse grupo específico de 
internautas, o uso da camisinha na relação sugerida no clipe justifica o questionamento sobre essa escolha. 
e) concessão, uma vez que é possível inferir, pelo contexto, que o uso da camisinha seria uma exigência para o 
consentimento de uma relação íntima. 
 
Texto para a questão 25. 
Brasil é o maior desmatador, mostra estudo da ONU 
 
O Brasil reduziu sua taxa de desmatamento em vinte anos, mas continua líder entre os países que mais 
desmatam, segundo a FAO (órgão da ONU para a agricultura). A entidade apresentou ontem estudo sobre a 
cobertura florestal no mundo e o resultado é preocupante: em apenas dez anos, uma área de floresta do tamanho de 
dois estados de São Paulo desapareceu do país. 
De forma geral, a queda no ritmo da perda de cobertura florestal foi de 37% em dez anos. Entre 1990 e 1999, 
16 milhões de hectares por ano sumiram. Entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares. Mas o 
número é considerado alto. A América do Sul é apontada como a maior responsável pela perda de florestas do 
mundo, com cortes anuais de 4 milhões de hectares. A África vem em seguida, com 3,4 milhões de hectares/ano. 
O Estado de São Paulo, 26 mar. 2010. 
 
25. Na notícia lida, o conectivo “mas” (terceiro parágrafo) estabelece uma relação de oposição entre as sentenças: 
“Entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares” e “o número é considerado alto”. Uma das 
formas de se reescreverem esses enunciados, sem que lhes altere o sentido inicial, é:a) Porque, entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares, o número é considerado alto. 
b) Entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares, por isso o número é considerado alto. 
 
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CADERNO DE FÉRIAS 2020 – 2º ANO 
 
 
 
c) Entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares, uma vez que o número é considerado 
alto. 
d) Embora, entre 2000 e 2009, esse número tenha caído para 13 milhões de hectares, o número é considerado 
alto. 
e) Visto que, entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares, o número é considerado alto. 
 
Texto para a questão 26. 
 
 Talvez o esquecimento seja o aspecto mais predominante da memória, mas conservamos e usamos o 
suficiente dela para ter uma vida satisfatória como pessoas. 
 
26. Assinale a alternativa que contém paráfrase apropriada do trecho acima. 
 
a) Se conservássemos e usássemos o suficiente da memória, talvez o esquecimento não predominasse em 
relação às nossas lembranças. 
b) O esquecimento talvez nos leve a aproveitar e conservar melhor a parte da memória que nos permite ter uma 
vida satisfatória enquanto pessoas humanas. 
c) Uma parte suficiente da memória é conservada e usada para levarmos uma vida satisfatória, apesar de o 
esquecimento provavelmente superar nossas lembranças. 
d) Conservamos e usamos a parte predominante da memória, embora o esquecimento talvez nos impeça de ter 
uma vida satisfatória. 
e) O esquecimento certamente é o fator predominante quando usamos a memória; porém, conseguimos nos 
lembrar daquilo que é importante para uma vida satisfatória. 
 
Texto para a questão 27. 
 
 O major era pecador antigo, e no seu tempo fora daqueles de que se diz que não deram o seu quinhão ao 
vigário: restava-lhe ainda hoje alguma cousa que às vezes lhe recordava o passado: essa alguma cousa era a Maria-
Regalada que morava na prainha. Maria Regalada fora no seu tempo uma mocetona de truz, como vulgarmente se 
diz: era de um gênio sobremaneira folgazão, vivia em contínua alegria, ria-se de tudo, e de cada vez que se ria fazia-
o por muito tempo e com muito gosto; daí é que vinha o apelido - regalada - que haviam ajuntado a seu nome. Isto de 
apelidos, era no tempo destas histórias uma cousa muito comum; não estranhem pois os leitores que muitas das 
personagens que aqui figuram tenham esse apêndice ao seu nome. 
 Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias. 
 
27. A frase que, no contexto, pode ser corretamente entendida como uma conclusão é: 
 
a) essa alguma cousa era a Maria-Regalada. 
b) Maria-Regalada fora no seu tempo uma mocetona de truz. 
c) era de um gênio sobremaneira folgazão. 
d) fazia-o por muito tempo e com muito gosto. 
e) não estranhem pois os leitores. 
 
Texto para a questão 28. 
 
“Muitos endividados que tomam empréstimos em bancos ou em agiotas são oneomaníacos.” 
 
28. Nessa frase, o vocábulo em destaque retoma um termo antecedente e introduz uma oração adjetiva, portanto 
classifica-se como pronome relativo. Também é pronome relativo a palavra destacada em: 
 
a) Eles gastaram tanto que ficaram endividados. 
b) Não iremos à festa, que já é tarde. 
c) Esperamos que todos gostem do espetáculo. 
d) Conheci os atores que ganharam o prêmio. 
e) É importante que você compareça amanhã. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Texto para a questão 29. 
 
O recadastramento biométrico é o processo pelo qual o eleitorado de um município é convocado para 
comprovar o domicílio eleitoral naquela localidade. Quando comparece, o eleitor tem as digitais coletadas e também 
é fotografado. 
A Justiça Eleitoral, com o objetivo de garantir ainda mais segurança ao processo eleitoral, adotou a biometria 
para reconhecer os eleitores no momento do voto. A implantação vem sendo gradual já que é necessário chamar 
todo o eleitorado para captar as digitais. Depois de todos os eleitores recadastrados, o município está apto a utilizar 
as urnas biométricas. A urna só é liberada para o voto após reconhecer as digitais do eleitor. 
www.tre-sp.jus.br/ (acesso em 10 fev. 2014) 
 
29. Segundo o texto, a biometria garante “ainda mais segurança ao processo eleitoral”. Isso significa que, com essa 
tecnologia: 
 
a) o eleitor pode comprovar seu domicílio eleitoral. 
b) o processo eleitoral estará mais protegido contra fraudes. 
c) a Justiça Eleitoral obterá dados mais precisos do processo eleitoral. 
d) o eleitor, no momento do voto, terá seu domicílio eleitoral reconhecido. 
e) o eleitorado tem seus dados atualizados e protegidos. 
 
Texto para as questões 30, 31 e 32. 
 
Basta ligar a TV ou abrir uma revista para ver quanto a publicidade é obcecada pelos millennials, a geração 
que tem entre 20 e 34 anos. Os atores são jovens, usam barba, andam de bicicleta, lambreta ou Kombi. Os filmes 
são editados com cortes bruscos, e a trilha sonora é recheada de bandas hipsters. A obsessão é tão grande que os 
resultados chegam a formar uma caricatura dos jovens. 
Enquanto isso, a geração X, que tem de fato poder e dinheiro e influencia o consumo de outras gerações, vê- 
se sub-representada. No máximo, as pessoas que têm entre 35 e 54 anos são representadas... com barbas e 
andando de bicicleta, lambreta ou Kombi. Duas pesquisas inéditas comprovam este fato: a publicidade não está 
conversando com seu melhor público. 
(Exame, 02.08.2017) 
 
30. De acordo com o texto, a publicidade tem deixado de interagir com 
 
a) os millennials e a geração X, uma vez que esses grupos são tratados como se fossem um só, com aparência 
e costumes que não correspondem ao poder, ao dinheiro e à capacidade de influenciar o consumo de outras 
gerações. 
b) os millennials, uma vez que a forma obcecada como os representa faz com que os jovens se tornem 
caricaturas e deixem de ter reconhecido o seu papel efetivo, como o de influenciar o comportamento de 
outras gerações. 
c) a geração X, uma vez que ela está sendo representada a partir dos valores que determinam os millennials, 
estes sem ter de fato poder, dinheiro e capacidade para influenciar o consumo de outras gerações. 
d) a geração X, cujos valores são representados em consonância com os dos millennials, embora sejam estes 
que exibem potencial financeiro e, com isso, podem exercer influência sobre o consumo de outras gerações. 
e) os millennials, uma vez que esse grupo tem sido representado como o grande influenciador do 
comportamento social, em razão de poder e dinheiro, ainda que de forma caricatural e bastante obcecada. 
 
31. Na passagem do segundo parágrafo “No máximo, as pessoas que têm entre 35 e 54 anos são representadas... 
com barbas e andando de bicicleta, lambreta ou Kombi.”, evidencia-se 
 
a) um argumento que aponta o contrassenso da publicidade atual, responsável por atribuir características de um 
grupo a outro, fato que corrobora a ideia apresentada em: “a publicidade não está conversando com seu 
melhor público”. 
b) uma crítica ao papel da publicidade, que deixa de caracterizar adequadamente o público jovem com idade 
entre 20 e 34 anos, o que corrobora a ideia apresentada em: “a publicidade é obcecada pelos millennials”. 
c) um comentário acerca da construção da identidade dos millennials, fortalecida pela ação insistente da 
publicidade comercial, o que corrobora a ideia apresentada em: “A obsessão é tão grande.” 
d) uma síntese, responsável por mostrar como a publicidade manipula os reais interesses do público jovem com 
idade entre 20 e 34 anos, o que corrobora a ideia apresentada em: “os resultados chegam a formar uma 
caricatura dos jovens.” 
e) um discurso em que se explica como a geração X é definida e a intenção da publicidade de representá-la 
com fidedignidade, o que corrobora a ideia apresentada em: “Enquanto isso, a geração X [...] vê-se sub-
representada.” 
 
 
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32. Na passagem “A obsessão é tão grande que os resultados chegam a formar uma caricaturados jovens.”, entre as 
informações, há relação de sentido de 
 
a) explicação. 
b) consequência. 
c) oposição. 
d) finalidade. 
e) conformidade. 
 
Texto para a questão 33. 
Cerco ao Ebola 
 
A epidemia de Ebola que castiga os países africanos Serra Leoa, Guiné e Libéria ganhou contornos ainda 
mais preocupantes na semana passada. Na sexta-feira 8, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a 
proliferação do vírus uma emergência de saúde internacional. 
http://www.istoe.com.br/reportagens/376794_C ERCO+AO+EBOLA 
 
33. Por apresentarem valores semânticos, os conectivos desempenham importante papel na construção dos textos. 
Observa-se, por exemplo, que, na reportagem acima, o uso das preposições nas expressões “cerco ao Ebola” e 
“epidemia de Ebola” estabelece diferentes relações sintáticas. A função das expressões grifadas é, 
respectivamente: 
 
a) complemento nominal e adjunto adnominal. 
b) adjunto adnominal e predicativo do sujeito. 
c) agente da passiva e adjunto adnominal. 
d) sujeito e complemento nominal. 
e) adjunto adnominal e agente da passiva. 
 
Texto para a questão 34. 
 
De um jogador brasileiro a um técnico espanhol 
 
Não é a bola alguma carta 
que se leva de casa em casa: 
 
é antes telegrama que vai 
de onde o atiram ao onde cai. 
 
Parado, o brasileiro a faz 
ir onde há-de, sem leva e traz; 
 
com aritméticas de circo 
ele a faz ir onde é preciso; 
 
em telegrama, que é sem tempo 
ele a faz ir ao mais extremo. 
 
Não corre: ele sabe que a bola, 
Telegrama, mais que corre voa. 
 (João Cabral de Melo Neto) 
 
34. Quanto aos aspectos morfossintáticos do texto, podemos afirmar que 
 
a) o sujeito das duas primeiras estrofes é indeterminado, como se verifica pelos verbos “se leva” e “atiram”. 
b) o predicado em “Não é a bola alguma carta” e “é antes telegrama...” é verbal, pois os verbos indicam o 
estado da bola. 
c) o sujeito simples “brasileiro” da terceira estrofe é retomado nas demais estrofes pelo pronome “ele”. 
d) o predicado da oração “Ele a faz ir”, na quarta e quinta estrofes, é verbo-nominal, pois indica ação e descreve 
a bola. 
e) o substantivo “telegrama”, no último verso do poema, é um adjunto adverbial de “bola”. 
 
 
 
 
 
 
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Texto para a questão 35. 
 
O Zé Pereira chegou de caravela 
E preguntou pro guarani da mata virgem 
– Sois cristão? 
– Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte 
Teterê tetê Quizá Quizá Quecê! 
Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu! 
O negro zonzo saído da fornalha 
Tomou a palavra e respondeu 
– Sim,pela graça de Deus 
Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum! 
E fizeram o Carnaval 
(ANDRADE, Oswald de.) 
 
35. O elemento do texto que apresenta a mesma função sintática do termo “zonzo” (verso 07) é 
 
a) de caravela (verso 1). 
b) pro guarani (verso 2). 
c) da mata virgem (verso 2). 
d) da fornalha (verso 7). 
e) pela graça de Deus (verso 9). 
 
36. Assinale a alternativa em que “estrelas” tem a mesma função sintática que em: 
 
“Brilham no alto as estrelas.” 
 
a) Querem erguer-se às estrelas. 
b) Gostavam de contemplar as estrelas. 
c) Seus olhos tinham o brilho das estrelas. 
d) Fui passear com as estrelas do tênis. 
e) As estrelas começavam a surgir. 
 
37. O texto a seguir faz parte de uma campanha comunitária. 
 
Essa fumaça não quero respirar! 
 
Se fosse boa, cheirava bem e não causaria câncer, problemas no coração ou até mesmo a morte. 
(Campanha mundial sem tabaco) 
 
De acordo com o texto, é INCORRETO afirmar que 
 
a) o termo “Essa fumaça” não é sujeito, uma vez que não concorda com a forma verbal “quero”. 
b) o sujeito da primeira oração do texto é “eu”, que pode ser deduzido pela desinência do verbo. 
c) o segundo período do texto contém quatro orações. 
d) o sujeito das formas verbais “fosse”, “cheirava”, e “causaria” não está explícito no período no qual os verbos 
foram empregados. 
e) podemos inferir que o sujeito do segundo período é “Essa fumaça”. 
 
Texto para a questão 38. 
 
Evadiu-se do acampamento durante uma tempestade terrível. 
 
38. Assinale a alternativa cujo trecho destacado possui a mesma classificação sintática da palavra “terrível” no 
trecho acima. 
 
a) Bastou um telefonema para deixá-lo arrasado. 
b) Bastou uma tacada mais forte para derrubá-lo. 
c) Bastou um elogio do chefe para reanimá-lo. 
d) Bastou um aceno para enchê-lo de esperanças. 
e) Bastou a composição de um trecho para consagrá-lo. 
 
 
 
 
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Texto para a questão 39. 
 
"Há uma gota de sangue em cada poema." 
 
39. Assinale a alternativa que contém uma observação correta sobre a sintaxe dessa frase. 
 
a) sujeito: uma gota de sangue. 
b) predicativo: poema. 
c) adjuntos adverbiais: uma e de sangue. 
d) complemento nominal: em cada poema. 
e) predicado verbal: toda a oração. 
 
Texto para a questão 40. 
 
– Por que você não fica até o dia seguinte, só essa vez? 
– É tarde – respondeu Santos. 
E ela não entendeu se ele se referia à hora ou a toda vida passada sem compreensão. 
(Carlos Drummond de Andrade – O outro marido.) 
 
40. O sujeito da primeira oração do segundo parágrafo é: 
 
a) indeterminado. 
b) indefinido. 
c) inexistente. 
d) simples. 
e) oculto. 
 
LITERATURA 
 
A LEITURA DO TEXTO ABAIXO É INDICADA PARA A RESOLUÇÃO DAS QUESTÕES 41 E 42. 
 
Era uma moça de dezesseis a dezessete anos, delgada em sua magreza, estatura um pouco acima de 
mediana, talhe elegante e atitudes modestas. A face, de um moreno pêssego, tinha a mesma imperceptível penugem 
da fruta de que tirava a cor; naquela ocasião tingiam-na uns longes cor-de-rosa, a princípio mais rubros, natural efeito 
de abalo. As linhas puras e severas do rosto pareciam que as traçara a arte religiosa. Se os cabelos, castanhos como 
os olhos, em vez de dispostos em duas grossas tranças lhe caíssem espalhadamente sobre os ombros, e se os 
próprios olhos alcançassem as pupilas ao céu, disséreis um daqueles anjos adolescentes que traziam a Israel as 
mensagens do Senhor. Não exigiria a arte maior correção e harmonia de feições, e a sociedade bem podia contentar-
se com a polidez de maneiras e a gravidade do aspecto. Uma só coisa pareceu menos aprazível ao irmão: eram os 
olhos, ou antes o olhar, cuja expressão de curiosidade sonsa e suspeitosa reserva foi o único senão que lhe achou, e 
não era pequeno. 
MACHADO DE ASSIS. J.M. Helena. São Paulo: FTD, 1992. P.26. 
 
41. Publicado pela primeira vez em 1876, o romance Helena integra obra da fase romântica de Machado de Assis. A 
perspectiva romântica pode ser identificada no aspecto descritivo da personagem Helena, sobretudo no seguinte 
fragmento: 
 
a) “Era uma moça de dezesseis a dezessete anos, delgada em sua magreza, estatura um pouco acima de 
mediana,” 
b) “A face, de um moreno pêssego, tinha a mesma imperceptível penugem da fruta de que tirava a cor;” 
c) “Uma só coisa pareceu menos aprazível ao irmão: eram os olhos, ou antes o olhar,” 
d) “As linhas puras e severas do rosto pareciam que as traçara a arte religiosa.” 
e) o olhar, cuja expressão de curiosidade sonsa e suspeitosa reserva foi o único senão que lhe achou, e não era 
pequeno. 
 
42. Um dos recursos da linguagem literária machadiana é o envolvimento do leitor acerca do assunto abordado. 
Esse recurso é identificado quando o escritor 
 
a) faz o leitor imaginar a idade da personagem em “Era uma moça de dezesseis a dezessete anos,” 
b) descreve a perfeição da personagem de modo que o leitor possa emitir opinião em e se os próprios olhos 
alcançassem as pupilas ao céu, disséreis um daqueles anjos adolescentes que traziam a Israel as 
mensagens do Senhor. 
c) critica o idealismo romântico tornando imprecisa a descrição em “A face, de um moreno pêssego, tinha a 
mesma imperceptível penugem da fruta de que tirava a cor;” 
 
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d) apela para o conhecimento sobre arte para que possa haver compreensãoda perfeita beleza da personagem 
em “Não exigiria a arte maior correção e harmonia de feições, e a sociedade(...)”. 
e) identifica o leitor com o irmão da personagem em duvidar de tamanha perfeição em um único ser em 
 
Texto para a questão 43. 
 
“Supões tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas chegam para alimentar uma das tribos, 
que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas se as 
duas tribos dividem em paz as batatas do campo, não chegam a nutri-se suficientemente e morrem de inanição. A 
paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. 
Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.” 
(Quincas Borba – Machado de Assis). 
 
43. O texto exemplifica o ideário estético realista, pois a abordagem feita é expressiva 
 
a) da vivencia cotidiana do homem em meio a realidade que vivenciada em sociedade. 
b) da contradição entre a grotesca vida dos animais e a existência humana amenizada 
c) do psicologismo exposto na mente do protagonista ao narrar o fato vivenciado. 
d) do cientificismo na análise das relações de sobrevivência exemplificada pelos animais. 
e) da crítica à desigualdade social condutora para a disputa dos seres pela sobrevivência. 
 
44. A estética anti-romântica iniciou-se na segunda metade do século XIX, com o Realismo e aprofundou-se com o 
Naturalismo. Sobre esses movimentos, analise as proposições a seguir. 
 
a) As transformações econômicas, científicas e ideológicas possibilitaram a revolução industrial, na qual os 
valores burgueses e capitalistas suplantaram os valores românticos: a fantasia, mito da natureza entram, 
assim, em crise, bem como a razão. 
b) O Realismo é movimento em que o artista atua como participante, observador do mundo. Esse aspecto 
conduz à representatividade histórico-social que prevalecendo, descarta análises internas do ser humano. 
c) Entre as características do Realismo brasileiro, estão a objetividade, a impessoalidade e o uso da linguagem 
regional, dada a preferência por aspectos locais, tais como a linguagem, o comportamento, valores do 
homem, modo de vida num lugar especificado. 
d) O Realismo teve sua primeira manifestação importante com a publicação de "Memórias Póstumas de Brás 
Cubas", de Machado de Assis, e o Naturalismo, com "Dom Casmurro", do mesmo autor, ambos em 1881. 
e) O Naturalismo é um prolongamento do Realismo, pois acrescenta uma visão cientificista da existência, a qual 
inclui o homem orientado por forças que lhe tiram o livre arbítrio, regido que é pelas imposições locais, 
históricas, genéticas. 
 
Texto para a questão 45. 
 
Malandragem 
 
Quem sabe eu ainda sou uma garotinha 
Esperando o ônibus da escola sozinha 
Cansada com minhas meias três-quartos 
Rezando baixo pelos cantos 
Por ser uma menina má 
Quem sabe o príncipe virou um chato 
Que vive dando no meu saco 
Quem sabe a vida é não sonhar 
 
45. O verso que relaciona a composição de Cássia Eller ao Realismo é: 
 
a) Rezando baixo pelos cantos. 
b) Quem sabe a vida é não sonhar. 
c) Esperando o ônibus da escola sozinha 
d) Quem sabe eu ainda sou uma garotinha 
e) Cansada com minhas meias três-quartos 
 
 
 
 
 
 
 
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CADERNO DE FÉRIAS 2020 – 2º ANO 
 
 
 
Texto para a questão 46. 
 
Ó morte! A que mistério me destinas? 
Esse átomo de luz que inda me alenta, 
Quando o corpo morrer, 
Voltará amanhã aziagas sinas 
Na terra numa face macilenta esperar e sofrer? 
 Álvarez de Azevedo. 
 
46. No romantismo egocêntrico, a poesia encontra motivação na interioridade humana em suas, vivências, 
perspectivas. Acerca disso e do momento de produção ultrarromântica, os versos de Álvarez de Azevedo 
revelam 
 
a) encanto diante da limitação da materialidade humana. 
b) esperança de futuro promissor em oposição à tristeza. 
c) definido entendimento sobre a vida no plano espiritual. 
d) inquietação espiritualista agregada ao desgosto terreno. 
e) reencontro da motivação existencial após adversidades. 
 
Texto para a questão 47. 
 
Longe da pátria, sob um céu diverso 
Onde o sol como aqui tanto não arde, 
Chorei saudades do meu lar querido 
- Ave sem ninho que suspira a tarde. 
 
No mar – de noite – solitário e triste 
Fitando os lumes que no céu tremiam, 
Ávido e louco nos meus sonhos d’alma 
Folguei nos campos que meus olhos viam. 
ABREU, Casimiro de. Poesia. 4 ed. Rio de Janeiro: Agir, 1974.p.30-32. 
 
47. Os versos Casimiro de Abreu fundamentam lirismo assentado do romantismo. Lendo-os, fica evidenciado que o 
sentimento revelado no momento de sua produção apresenta um(a) 
 
a) desconcerto poético diante de um cenário natural exótico de belezas. 
b) um nacionalismo de empolgação ufanista voltado para os valores da terra. 
c) estado de alucinação manifestada em meio as experiência emotivas do eu. 
d) contradição de sentido entre os valores da pátria e a fantasia criada pelo eu. 
e) recordação nostálgica intensificada pelas sensações geradas pela natureza. 
 
Texto para a questão 48. 
 
Que me conste, ainda ninguém relatou o seu próprio delírio; faço-o eu, e a ciência me agradecerá. Se o leitor 
não é dado à contemplação destes fenômenos mentais, pode saltar o capítulo; vá direito à narração. Mas, por menos 
curioso que seja, sempre lhe digo que é interessante saber o que se passou na minha cabeça durante uns vinte a 
trinta minutos. 
Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. 
 
48. Sobre o narrador de Memórias póstumas de Brás Cubas, é possível afirmar que 
 
a) a sua interação com o leitor é uma das poucas influências românticas presentes na obra machadiana. 
b) apresenta desprezo por sua própria narração, sugerindo ao leitor que salte o capítulo sem lê-lo. 
c) apresenta linguagem elaborada e ideias pretensiosas, revelando desejo de distinção. 
d) utiliza abundantemente o discurso indireto livre, como no trecho em destaque. 
e) é um representante da elite e também um intelectual notável. 
 
49. O romance Memórias póstumas de Brás Cubas é considerado a primeira obra literária realista do Brasil por 
 
a) criticar o casamento por interesse que caracteriza o enlace entre Virgília e Brás Cubas. 
b) denunciar os males da colonização, desmistificando a visão idealista que os românticos possuíam do índio. 
c) adotar um narrador-protagonista burguês e consciente do drama da escravidão, resultando na alforria de 
Prudêncio. 
d) apontar a dinâmica de uma elite social parasitária, que, por vezes, enriquece por meio da escravidão, como 
ilustra Cotrim. 
e) expor com linguagem culta os conflitos do homem com a espiritualidade, em que Brás tenta compreender o 
sentido da morte. 
 
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Texto para a questão 50. 
 
No dia seguinte no meu quarto uma borboleta, tão negra como a outra. (...) Pois um golpe de toalha rematou 
a aventura. (...) Vejam como é bom pensar ser superior às borboletas! Porque, é justo dizê-lo se ela fosse azul, ou 
cor de laranja, não teria mais segura a vida; não era impossível que eu a atravessasse com um alfinete, para receio 
dos olhos. Não era. Esta última ideia restituiu-me a consolação; uni o dedo grande ao polegar, despedi um piparote e 
o cadáver caiu no jardim. Era tempo; aí vinham as providas formigas. Não, volto à primeira ideia; creio que ela era 
melhor ter nascido azul. 
ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Penguin – Companhia das letras, 2014. 
 
50. No que diz respeito às relações humanas, a firmação do narrador de que para a borboleta negra “era melhor ter 
nascido azul” permite identificar 
 
a) Os privilégios que têm as pessoas nascidas com as características valorizadas pela sociedade. 
b) a visão ingênua do narrador ao tentar colocar as pessoas em igualdade de condições. 
c) o fato de que o ser humano se considera superior e não valoriza os seus semelhantes. 
d)a superstição que as pessoas possuem em relação à cor negra por influencia africana. 
e) a frieza do narrador em considerar a borboleta ao ser humano e em seguida mata-la. 
 
Texto para a questão 51. 
 
 Quem examina a atual literatura brasileira reconhece-lhe logo, como primeiro traço, certo instinto de 
nacionalidade. Poesia, romance, todas as formas literárias do pensamento buscam vestir-se com as cores do país, e 
não há como negar que semelhante preocupação é sintoma de vitalidade e abono de futuro. 
 As tradições de Gonçalves Dias, Porto Alegre e Magalhães são assim continuadas pela geração já feita e 
pela que ainda agora madruga, como aqueles continuaram as de José Basílio da Gama e Santa Rita Durão. 
Escusado é dizer a vantagem deste universal acordo. Interrogando a vida brasileira e a natureza americana, 
prosadores e poetas acharão ali farto manancial de inspiração e irão dando fisionomia própria ao pensamento 
nacional. 
 Esta outra independência não tem Sete de Setembro nem campo de Ipiranga; não se fará num dia, mas 
pausadamente, para sair mais duradoura; não será obra de uma geração nem duas; muitos trabalharão para ela até 
perfazê-la de todo. 
(Machado de Assis, Crítica. Texto Adaptado) 
 
51. A coerente inferência sobre a interpretação do texto está identificada no (a): 
 
a) afirmação de uma literatura nacionalista que tem suas raízes na Proclamação da Independência, episódio 
inspirador de obras de muitas gerações. 
b) na metáfora presente em – “As tradições(...) são assim continuadas pela geração já feita e pela que ainda 
agora madruga – Machado critica a tradição de valorizar o passado, presente em escritores brasileiros. 
c) Há, no texto, uma concepção de literatura que privilegia a escolha de temas da história pátria, como é o caso 
de obras que exaltam o Sete de Setembro. 
d) Para o autor, as raízes do Realismo remontam às obras dos autores que ela menciona e cujos textos trazem 
as teses realistas mais importantes. 
e) Machado de Assis entende o instinto de nacionalidade na literatura brasileira como autonomia de ideias em 
relação a temas importados, a qual constrói paulatinamente. 
 
Textos para a questão 52. 
 
Texto 1 
 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o sabiá; 
As aves, que aqui gorjeiam, 
Não gorjeiam como lá. 
 
Nosso céu tem mais estrelas, 
Nossas várzeas tem mais flores, 
Nossos bosques tem mais vida, 
Nossa vida mais amores. 
Canção do Exílio – Gonçalves Dias. 
 
 
 
 
 
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Texto 2 
 
“Presa nos elos de uma só cadeia, 
A multidão faminta cambaleia, 
 E chora e dança ali! 
Um de raiva delira, outro enlouquece, 
Outro, que de martírios embrutece, 
 Cantando, geme e ri! 
 
No entanto o capitão manda a manobra. 
E após fitando o céu que se desdobra 
 Tão puro sobre o mar, 
Diz do fumo entre os densos nevoeiros: 
‘Vibrai rijo o chicote, marinheiros! 
 Fazei-os mais dançar!...” 
Navio Negreiro – Castro Alves. 
 
52. Integrantes do momento estético romântico, os texto 1 e 2 permitem visualizar o painel brasileiro com diferentes 
enfoques, contudo unificado pela prevalência dos elementos fundamentais do momento literário citado. Com 
base na leitura dos textos é coerente a seguinte afirmação: 
 
a) A exposição da realidade local é apresentada de maneira contraditória na medida em que o texto 1 identifica 
símbolos nacionais numa tentativa de firmar o sentimento de amor à pátria num plano ufanista, já no texto 2 a 
visão poética se amplia na versão crítica de um Brasil marginalizado, o Brasil escravocrata. 
b) A divergência quanto a exposição da realidade nos texto 1 e 2 é igualada na exemplificação da realidade 
brasileira em seu aspecto contraditório, o que de certa forma nega o ideal ufanista do primeiro momento 
romântico brasileiro. 
c) As expressões poéticas inferidas nos textos 1 e 2 integram a diversidade poética do Romantismo, na medida 
em que evidencia que não há um único Romantismo, ocorrendo nesta estética a idealização do elemento 
natural, como ilustra o texto 1 e idealização do escravo como ilustra o texto 2. 
d) As realidades apresentadas são díspares na realidade enfocada, pois os textos 1 e 2 são caracterizados pela 
emotividade do poeta ao se deparar com ora com belo quadro retratado (texto 1), ora na exposição idealista 
da idealista da realidade social do país. 
e) O ideal poético romântico é condizente a uma expressão nacional, ufanista na primeira geração romântica, já 
na segunda geração a poesia de caráter social além de anunciadora do Realismo, é isenta da 
sentimentalidade, idealização na problemática escrava. 
 
53. O Mal-do-Século, estado de espírito marcante na segunda geração de nosso Romantismo, é identificado na 
alternativa correta. Assinale-a. 
 
a) “Só tu à mocidade sonhadora 
 Do pálido poeta deste flores... 
 Se viveu, foi por ti! E de esperança 
 De na vida gozar de teus amores”. 
 
b) “Cantor das selvas, entre bravas matas 
 Áspero tronco da palmeira escolho. 
 Unido a ele soltarei meu canto, 
 Enquanto o vento nos palmares zune, 
 Rugindo os longos, encontrados leques”. 
 
c) “Amor, que o gesto humano na alma escreve, 
 Vivas faíscas me mostrou um dia, 
 Donde um puro cristal se derretia 
 Por entre viva rosas a alva neve”. 
 
d) “Ó pátria, desperta... Não curves a fronte 
 Que enxuga-te os prantos o Sol do Equador. 
 Não miras na fímbria do vasto horizonte 
 A luz da alvorada de um dia melhor?” 
 
e) “O musgo mais sedoso, a úsnea mais leve 
 Trouxe de longe o alegre passarinho, 
 E um dia inteiro ao sol paciente esteve 
 
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54. Tomadas em conjunto, as obras de Gonçalves Dias, Álvarez de Azevedo e Casto Alves demonstram que, no 
Brasil, a poesia romântica... 
 
a) pouco deveu às literaturas estrangeiras, consolidando de forma homogênea a inclinação sentimental e o 
anseio nacionalista dos escritores da época. 
b) repercutiu, com efeitos locais, diferentes valores e tonalidades da literatura européia: a dignidade do homem 
natural, a exacerbação das paixões e a crença em lutas libertárias. 
c) constituiu um painel de estilos diversificados, cada um dos poetas criando livremente sua linguagem e à 
morbidez, mas preocupados todos com a afirmação dos ideais abolicionistas e republicanos. 
d) refletiu as tendências ao intimismo e à morbidez de alguns poetas europeus, evitando ocupar-se com temas 
sociais e históricos, tidos como prosaicos. 
e) cultuou sobretudo o satanismo, inspirado no poeta inglês Byron, e a memória nostálgica das civilizações da 
antiguidade clássica, representadas por suas ruínas 
 
Texto para a questão 55. 
 
 “A noite ia alta: a orgia findara. Os convivas dormiam repletos, nas trevas. 
Uma luz raiou súbito pelas fisgas da porta. A porta abriu-se. Entrou uma mulher vestida de negro. Era pálida 
e a luz de uma lanterna que trazia erguida na mão, se derramava macilenta nas faces dela e dava-lhe um brilho 
singular aos olhos. Talvez que um dia fosse uma beleza típica, uma dessas imagens que fazem decorar de volúpia 
nos sonhos de mancebo. Mas agora com sua tez lívida, seus olhos acesos, seus lábios roxos, suas mãos de 
mármore, e a roupagem escura e gotejante da chuva, disséreis antes – o anjo perdido da loucura.” 
Último beijo de amor/ In: Noite na Taverna – Álvarez de Azevedo. 
 
55. As proposições abaixo estão relacionadas ao fragmento do conto de Álvarez de Azevedo, pois... 
 
a) Há uma interação entre os elementos da natureza, plena, grandiosa, superior tal como exemplifica a 
linguagem romântica a emoldurar não somente o ambiente apresentado, bem como os sentimentos 
vivenciados pelo eu narrativo. 
b) Expressiva, a atmosfera noturna que configura o ambiente sombrio, adequado às propostas da geração que 
celebra a morte na linguagem romântica, daí a presença de vocábulos como “orgia”, “trevas”, “vestida de 
negro”. 
c) De caráter descritivo, o texto apresentaum relato no qual a voz narrativa ao observar o ambiente 
apresentado, ressalta o silêncio, o sono após a orgia praticada pelos presentes nesse espaço e em meio a 
isso a alegria diante conhecida figura de mulher. 
d) O vocábulo “talvez” está relacionado à ideia de que as características físicas da mulher descrita, não 
originam prazerosas fantasias no homem em “uma dessas imagens que fazem decorar de volúpia nos 
sonhos de mancebo.” 
e) A ideia de beleza típica, imagem de mulher a emoldurar os sonhos de mancebo contrapõe a ideia de mulher 
de tez lívida, lábios roxos, mãos de mármore e roupagem escura, introduz vida, vitalidade ao ser feminino. 
 
LEIA O TEXTO ABAIXO PARA RESOLUÇÃO DAS QUESTÕES 56 E 57. 
 
Pálida à luz da lâmpada sombria, 
Sobre o leito de flores reclinada, 
Como a lua por noite embalsamada, 
Entre as nuvens do amor ela dormia! 
Era a virgem do mar, na escuma fria 
Pela maré das águas embalada! 
Era um anjo entre nuvens d’alvorada 
Que em sonhos se banhava e se esquecia! 
Era mais bela! o seio palpitando 
Negros olhos as pálpebras abrindo 
Formas nuas no leito resvalando 
Não te rias de mim, meu anjo lindo! 
Por ti – as noites eu velei, chorando, 
Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo! 
 (AZEVEDO, Álvares de. Lira dos vinte anos. Porto Alegre: L& PM, 1998. p.190-191 
 
56. Construído segundo os princípios estéticos do Romantismo, o poema de Álvarez de Azevedo está 
coerentemente relacionado a esta estética quando o escritor 
 
a) leva a crer que é através do sonho, fantasia que existe a melhor oportunidade para a realização carnal do 
amor. 
 
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CADERNO DE FÉRIAS 2020 – 2º ANO 
 
 
 
b) ressalta uma situação incomum na estética romântica, qual seja o paradoxo da figura feminina, construída 
entre passividade e atividade que rompe com a idealização. 
c) expressa oscilação entre a pura contemplação e a possibilidade de concretização da relação amorosa como 
forma de sentir o prazer outrora vivenciado. 
d) apresenta uma construção saudosista, voltada para o passado no qual o amor foi impossível diferente do que 
ocorre no presente do eu lírico. 
e) conduz o leitor a perceber uma certa antecipação da estética realista-naturalista na descrição do corpo da 
mulher. 
 
57. Álvarez de Azevedo tem atitude poética envolta num lirismo amoroso idealista no qual a mulher ora é um ser 
distante, inacessível, indiferente ao homem ora é sedutor, tentador. Tendo em vista essas possibilidades, o 
verso expressivo da indiferença da mulher ao homem é: 
 
a) Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo! 
b) Entre as nuvens de amor ela dormia! 
c) Não te rias de mim, meu anjo lindo! 
d) Era mais bela! o seio palpitando 
e) Formas nuas no leito resvalando 
 
58. Tendo em vista o Romantismo brasileiro como expressão literária da nacionalidade em uma época de rupturas 
políticas e construção de propostas libertárias como ideais literários, esse momento estético encontra 
correspondência em: 
 
a) O Romantismo no Brasil se caracteriza por três momentos distintos, nos temas ou nas visões de mundo 
constituindo três gerações com perspectivas próprias, o que impede a permanência de características 
comuns a esses momentos. 
b) O lirismo amoroso de Gonçalves Dias antecipa o anseio pela morte, pois, em seus poemas, o homem ao ver-
se desprezado pela amada, encontra como caminho o escapismo transcendente, espaço imaginário onde 
realiza os desejos carnais expressos no plano terreno. 
c) O indianismo, versão literária do medievalismo europeu foi uma tentativa de ruptura com a influência artística 
europeia, porém, não concretizada devido a imitação do herói que apesar de indígena não revelou devido 
interesse dos escritores pelos aspectos culturais, linguísticos dos aborígenes. 
d) O mal do século foi uma expressão poética reveladora da crise de valores perante a realidade burguesa da 
época que moldada por um capitalismo selvagem, excludente, gerou um estado de espírito tumultuado, 
doentio correspondente à tuberculose. 
e) A fase social, também denominada condoreira, Castro Alves clama por justiça, igualdade de direitos numa 
expressão amadurecida, pré-realista na apresentação de fatos, cenas descritas em detalhes na sujeição do 
escravo a um poder repressor, mas romântica na emotividade, ausência de imparcialidade. 
 
Texto para a questão 59. 
 
Marabá 
 
Eu vivo sozinha, ninguém me procura! 
Acaso feiúra 
Não sou de Tupá! 
Se algum dentre os homens de mim não se esconde: 
"Tu és", me responde, 
"Tu és Marabá!" 
 
Meus olhos são garços, são cor das safiras, 
Têm luz das estrelas, têm meigo brilhar; 
Imitam as nuvens de um céu anilado, 
As cores imitam das vagas do mar! 
Se algum dos guerreiros não foge a meus passos: 
"Teus olhos são garços", 
Responde anojado, "mas és Marabá: 
 
59. O poema Marabá coloca em evidência a voz, os sentimentos da índia mestiça (Marabá), em meio à convivência 
com os guerreiros. Nessa convivência, fica exposta uma relação 
 
a) harmônica com aspecto diferencial da indígena, cuja voz reflete prática solitária por escolha própria. 
b) equilibrada, pois ao considerar-se feia, tem consciência de que não será escolhida por nenhum guerreiro 
para uma vida amorosa. 
 
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c) mediada pela vaidade, pois ao considerar-se superior nos dotes físicos, daí os guerreiros não fugirem aos 
seus passos. 
d) contraditória, pois, a beleza física descrita pela própria índia Marabá está na contramão dos desejos dos 
guerreiros. 
 
Texto para a questão 60. 
 
Canção do exílio 
 
Se eu tenho de morrer na flor dos anos 
 Meu Deus! Não seja já; 
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde, 
 Cantar o sabiá! 
 
Meu Deus, eu sinto e tu bem vês que eu morro 
 Respirando este ar; 
Faz que eu viva, Senhor! Dá-me de novo 
 Os gozos do meu lar! 
Casimiro de Abreu. 
 
60. Os versos acima podem ser justificados com base na seguinte proposição: 
 
a) valorização do elemento nacional pautado numa concepção ultrarromântica que valoriza o “Eu” em 
detrimento da cor local. 
b) os versos de tendência byroniana podem ser justificados a partir da temática da morte desejada, 
evidenciando assim a evasão, o escapismo. 
c) a natureza é tão reverenciada quanto Deus, pois em ambos elementos há equivalência de condições 
impulsionando o eu-lírico para a morte em seu lar. 
d) a religiosidade é perceptível nos versos em que Deus é suporte para as ansiedades do “Eu” tendo como 
projeção a contemplação da natureza, o saudosismo nacionalista. 
e) de tendência nacionalista, os versos expressam um misto de temáticas, o sabiá enquanto representação da 
fauna e a morte como representação da tristeza. 
 
Imagem para a questão 61. 
 
Moças Peneirando Trigo – Gustave Coubert. 
 
61. A pintura acima é do período realista, momento artístico também correspondente à literatura. Relacionando a 
pintura de Gustave Coubert e as propostas literárias, podemos considerar 
 
a) o trabalho feminino como uma representação do real que deixa o homem feliz e realizado por trabalhar. 
b) a luta pela sobrevivência como registro da realidade na qual a mão de obra feminina também é explorada. 
c) a idealização feminina como representação do trabalho feminino projetado na independência concretizada 
pela mulher no século XIX. 
d) a expressão de alegria, praticidade com a qual as mulheres trabalham a de ser considerada como 
manifestação do Realismo tanto na pintura quanto na literatura. 
e) o cotidiano sendo retratado numa sua rotina feliz na qual adultos e crianças convivem em harmonia. 
 
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Texto para a questão 62. 
 
O Vidente 
 
Enfim a terra é livre! Enfim lá do Calvário 
A águia da liberdade, no imenso itinerário, 
Voa do Calpe brusco às cordilheiras grandes, 
Das cristas do Himalaia aos píncaros dos Andes!Quebraram-se as cadeias, é livre a terra inteira, 
A humanidade marcha com a Bíblia por bandeira-. 
São livres os escravos... Quero empunhar a lira, 
Quero que est'alma ardente um canto audaz desfira, 
Quero enlaçar meu hino aos murmúrios dos ventos, 
Às harpas das estrelas, ao mar, aos elementos! 
Castro Alves. 
 
62. Os versos de Castro Alves expressam seguinte concepção poética: 
 
a) poesia engajada em prol de causa social, humanitária, libertária. 
b) poesia passional, sentimental a proclamar a liberdade para amar. 
c) poesia universal em seu caráter mais político do que social. 
d) poesia crítica, denunciadora isenta de sentimento, emoção. 
e) poesia realista, denunciadora, religiosa e libertária. 
 
LEIA O TEXTO E OBSERVE A IMAGEM PARA RESPONDER À QUESTÃO 63. 
 
É ela! é ela! — murmurei tremendo, 
e o eco ao longe murmurou — é ela! 
Eu a vi... minha fada aérea e pura — 
a minha lavadeira na janela. 
 
Dessas águas furtadas onde eu moro 
eu a vejo estendendo no telhado 
os vestidos de chita, as saias brancas; 
eu a vejo e suspiro enamorado! 
 
Esta noite eu ousei mais atrevido, 
nas telhas que estalavam nos meus passos, 
ir espiar seu venturoso sono, 
vê-la mais bela de Morfeu nos braços! 
 
Como dormia! que profundo sono!... 
Tinha na mão o ferro do engomado... 
Como roncava maviosa e pura!... 
Quase caí na rua desmaiado! 
Álvarez de Azevedo. 
 
 
MARTIM-KAVEL, François. Sem título. 
 
63. Tanto a pintura quanto o excerto apresentados pertencem ao Romantismo. A diferença entre ambos, porém, diz 
respeito ao fato de que 
 
a) No fragmento verifica-se o retrato de um ser idealizado, ao passo que no quadro tem-se uma figura retratada 
de modo pejorativo. 
b) na pintura tem-se o retrato de uma mulher de feições austeras, ao passo que no poema nota-se a descrição 
de uma mulher sofisticada. 
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c) no excerto tem-se a descrição realista e não idealizada de uma mulher, ao passo que na pintura retrata-se 
uma mulher pertencente à burguesia. 
d) na imagem tem-se uma moça cuja caracterização é abstrata, ao passo que no poema tem-se uma mulher 
cujo aspecto é burguês e requintado. 
e) no quadro constata-se a imagem de uma moça simplória, ao passo que no poema nota-se a caracterização 
de uma donzela de vida airada. 
 
 
LEIA O TEXTO ABAIXO PARA RESOLUÇÃO DAS QUESTÕES 64 E 65. 
 
 Assim, pois, o sacristão da Sé, um dia ajudando a missa, viu entrar uma dama, que devia ser sua 
colaboradora na vida de D.Plácida. Viu-a outros dias, durante semanas inteiras, gostou, disse-lhe alguma graça, 
pisou-lhe o pé, ao acender os altares, nos dias de festa. Ela gostou dele, acercaram-se, amaram-se. Dessa 
conjunção de luxúrias vadias brotou D.Plácida. É de crer que D.Plácida não falasse ainda quando nasceu, mas se 
falasse podia dizer aos autores de seus dias: 
 - Aqui estou. Para que me chamastes? 
 E o sacristão e a sacristã naturalmente responderiam: 
 - Chamamos-te para queimar os dedos nos tachos, os olhos na costura, comer mal, ou não comer, andar de 
um lado para outro, na faina, adoecendo e sarando, com o fim de tornar a adoecer e sarar outra vez, triste agora, 
logo desesperada, amanhã resignada, mas sempre com as mãos no tacho e os olhos na costura, até acabar um dia 
na lama ou no hospital; tal foi para isso que te chamamos, num momento de simpatia. 
Memórias Póstuma de Brás Cubas – Machado de Assis. 
 
64. No trecho anterior, Brás Cubas reflete sobre a história de Dona Plácida, reconhecendo a extrema dureza de sua 
vida. No contexto do livro, esse reconhecimento revela que Brás Cubas, embora perceba com precisão o 
desamparo dos pobres, não faz mais que 
 
a) procurar remediá-lo com soluções fantasiosas, com a invasão do emplasto (medicamento), cuja finalidade 
era de eliminar as desigualdades sociais. 
b) declarar sua impotência para saná-lo, tendo em vista a extensão desse problema na sociedade brasileira. 
c) considera-lo do ponto de vista de seus próprios interesses, interpretando-o conforme lhe é mais conveniente. 
d) transformá-lo em recurso teórico, utilizado por ele nos discursos demagógicos que possa fundamentar 
ideologia política. 
e) interpretá-lo conforme a concepção religiosa segundo a qual os sofrimentos dos indivíduos servem para 
purgar os pecados cometidos em vidas passadas. 
 
65. Dos verbos no infinitivo que ocorrem na resposta do sacristão e da sacristã, o único que deve ser entendido 
necessariamente, em dois sentidos diferentes, é: 
 
a) queimar. 
b) comer. 
c) andar. 
d) adoecer. 
e) sarar. 
 
Texto para a questão 66. 
O senão do livro 
 
 Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho o que fazer; e, realmente, expedir 
alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é 
enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o maior defeito 
deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e este livro anda devagar; tu amas a narração direta e nutrida, 
o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os do ébrio, guinam à direita e à esquerda, andam e 
param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem... 
E caem! – Folhas misérrimas do meu cipreste, heis de cair, como quaisquer outras belas e vistosas; e, se eu tivesse 
olhos, dar-vos-ia uma lágrima de saudade. Esta é a grande vantagem da morte, que, se não deixa boca para rir, 
também não deixa olhos para chorar... Heis de cair. 
Memórias Póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis. 
 
66. No contexto, a locução “Heis de cair”, na última linha do texto, exprime: 
 
a) resignação ante um fato presente. 
b) suposição de que um fato pode vir a ocorrer. 
c) certeza de que uma dada ação irá se realizar. 
d) ação intermitente, feliz e duradoura. 
e) desejo de que algo venha a acontecer. 
 
 
27 
 
CADERNO DE FÉRIAS 2020 – 2º ANO 
 
 
 
Texto para a questão 67. 
 
“Lúcia concluindo essa narração que a fatigava em extremo, enxugou as lágrimas e deu algumas voltas pela 
sala. 
– Se eu ainda tivesse junto de mim todos os entes queridos que perdi, disse-me com lentidão, veria 
morrerem um a um diante de meus olhos, e não os salvaria por tal preço. Tive força para sacrificar-lhes outrora o 
meu corpo virgem; hoje depois de cinco anos de infâmia, sinto que não teria a coragem de profanar a castidade de 
minha alma. Não sei o que sou, sei que começo a viver, que ressuscitei agora. Ainda duvidará de mim? 
– Tu és um anjo, minha Lúcia!” 
ALENCAR, José: Lucíola. Disponível em: http// www.dominiopublico.gov.br 
 
67. José de Alencar incorpora características próprias do Romantismo na construção de seu romance Lucíola, ao 
idealizar uma personagem que tornou-se 
 
a) cortesã ao vender o corpo por puro prazer. 
b) meretriz, desprezando a castidade exigida das mulheres da época. 
c) refém da vaidade, assumindo uma vida devassa e desprezível. 
d) prostituta, vindo a redimir-se pela força regeneradora do amor. 
e) espiritualizada mesmo tendo sido símbolo erótico e sensual. 
 
Texto para a questão 68. 
 
Amei a liberdade, e a independência 
Da doce cara pátria, a quem o Luso 
Oprimia sem dó, com o riso e mofo – 
 Eis o meu crime todo. 
 
Os teus baianos, nobres e briosos, 
Gratos serão a quem lhes deu socorro 
Contra o bárbaro luso, e a liberdade 
 Meteu no solo escravo. 
 
Qual a palmeira que domina ufana 
Os altos topos da floresta espessa: 
Tal bem presto há de ser no mundo novo 
 O Brasil bem fadado. 
 José Bonifácio. 
 
68. A partir da leitura do poema acima, pode-se inferir que... 
 
a) o sentimento opositor ao lusitano retoma o nativismo barroco expresso em “O Brasil bem fadado.” 
b) há manifestação da proposta abolicionista

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