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Aula: Mecanismos pós-transcricionais no controle da expressão gênica A regulação deve ser altamente controlada porque vai definir quais genes que vão ser traduzidos e quais não vai ser. Porque não pode ficar guardando uma variedade de transcritos no citoplasma de uma forma pouco controlada. A transcrição vai acontecendo, os RNAs maduros vão pro citoplasma e lá ficam todos prontos pra ser traduzidos. O processo de transcrição é quando se tem a geração dos transcritos das fitas de RNA, das sequencias que vão ser traduzidas no citoplasma. Então, o ponto chave pra expressão de um gene ser regulada se dá antes da transcrição terminar, na verdade, se dá no início da transcrição, quando a RNA polimerase vai se ligar na região promotora e também outro ponto chave importante é o início da síntese desse RNA. (até o complexo pode estar ligado mas a síntese não acontece porque ela é abortada no início até que algo dispare a mensagem de que ela deva ser concluída). E aí se tem todo o processo da transcrição ocorrendo. Aí nessa foto estão etapas pós-transcricionais que podem ser moduladas. Esses são possíveis mecanismos de regulação que podem aconter (correlacionar com a imagem): Adição do quepe na extremidade 5’ (Adicionar ou não o quepe é fundamental para estabilidade e processos seguintes do RNAm a nível de citoplasma e tradução); O splicing que tem que ocorrer e deve ser feito passo a passo e depois clivagem da ponta 3’ com posterior adição da calda poliA; A transcrição pode ocorrer de forma lenta, os RNAs mensageiros vão saindo aos poucos. Por exemplo, tem uma taxa de transcrição x e aí ela passa a ser 10x mais lenta, que implica numa atenuação Possível edição do RNA Exportação para o núcleo Quando chega no citoplasma se tem outros mecanismos que podem regular a expressão do gene depois que foi transcrito, que são controles pós-transcricionais: Onde vai se localizar (localização espacial no citoplasma) e se o inicio da tradução vai ser permitido ou não, ocasionando na tradução bloqueada Todos esses pontos antes da tradução ocorrer, observar que o pontilhado da imagem foi posto pra separar aonde ocorre a tradução. Então esses pontos é onde pode ocorrer uma regulação pós trasncricional O tempo de vida em que o RNA vai ficar no citoplasma, meia vida, também pode ser regulado. Atenuação da transcrição: Ao ter a transcrição, são gerados alguns transcritos completos/intactos e de repente o acumulo dos RNAm maduros não são mais necessários pra célula oriundos daqueles transcritos que estão nascentes. Então começa a acontecer terminações prematuras com o aborto da transcrição. Essa terminação prematura gera com que a ponta do transcrito na extremidade 3’ adquira uma estrutura que se dobre e acaba interagindo com a RNApol e isso trava a RNApol e transcrição para. Então é uma forma da transcrição ser atenuada (diminuída) e até abortada. Isso pode estar acontecendo de forma basal e quando o produto gênico que o gene codifica é necessário, haverá proteínas reguladoras que removem essa atenuação. Ao ter RNAs que são feitos pequenos, prematuros e para isso se manter, tem estruturas da própria fita nascente que reage com a RNApol. Mas em determinado momento, precisasse desse gene, precisasse do molde disponível, para fazer o transcrito. Esse transcrito, uma vez maduro, tem que chegar no citoplasma para ser traduzido. Então as proteínas vão se ligar nesse RNA nascente pra impedir essa interação. Splicing alternativo: A retirada dos íntrons (splicing), aparentemente, tem lá o padrão éxons/íntron/éxons/íntron e assim por diante. E tem que ser retirados todos os íntrons para gerar um transcrito. Entretanto, alguns íntrons podem nem ser retirados, alguns podem sofrer alguma mutação e algum sítio dentro íntrons pode ser reconhecido como local de excisão de novos íntrons e isso gerar éxons distintos. Então tudo isso gera proteínas com sequências de aminoácidos diferentes, justamente porque é gerado transcritos diferentes a partir daquela região. O transcrito original teria processamento x de íntrons, só que outros tipos de processamento de íntrons ocorre gerando o Splicing alternativo. Isso parace ser bastante importante porque aumenta a diversidade proteica em células eucarióticas. Estima-se que 90% dos genes humanos produza múltiplas proteínas através desta estratégia de splicing alternativo. Edição de RNA Existem proteínas que fazem edição depois que o RNA está pronto, ou seja, temos a nossa sequência de RNA, temos a sequência nucleotídica e aí uma determinada enzima vai lá e transforma um nucleotídeo em outro nucleotídeo, processo chamado desaminação. Isso é chamado de edição porque já tínhamos um nucleotídeo na fita de RNA e de repente ele se transforma em outro nucleotídeo. Isso ocorre em determinados pontos específicos na sequência de RNA. Não são todas as Adeninas que vão sofrer desaminação, mas algumas em pontos específicos que vão ser alvos dessas enzimas, que são as adenosinas deaminases e elas vão transformar Adenina em Inosina. A Inosina não é um nucleotídeo comum e não está presenta na cadeia (que no caso é A,T, C ou G ou A,U, C, G). Essa desaminação ocorre frequentemente Há outras desaminações que Citosina vira Uracila. Isso pode mudar os pareamentos com os RNAt, de forma que muda o RNAt que vai ser inserido ao ser traduzido essa sequência. Para a desaminação de Adenosina para Inosina (edição de A para I): as adenosinas deaminases são responsáveis Para a desaminação de Cisteína para Uracila (edição de C para U): várias enzimas estão envolvidas e vão variar Edição de RNA modula a expressão de apoliproteínas diferentes no fígado e no intestino: Apoliproteínas são proteínas de metabolismo de lipídeos e elas estão presentes em fígado, intestino e outros tecidos. O que se observa é que há proteínas diferentes no fígado e intestino e quando fora tentar ver o gene que gera essa apoliproteina B, foi visto que na estrutura do DNA se tem um único gene Observando a figura: Em amarelo se tem a sequência que gera o RNAm no molde DNA, foram retirados a sequência dos íntrons. Nessa posição circulado em vermelho na figura tem um CAA. Se não tiver a edição, continua o CAA, tem o RNAm com esse CAA e tem a tradução da apoliproteína B que é encontrada no fígado. Nesse caso não houve edição nenhuma. Entretanto, no intestino eles não encontram essa proteínas mas sim é encontrado uma outra apoliproteína mas com função diferente e que só está presente no intestino. Olhando para o RNAmensageiro no intestino, ao invés de C, havia uma Uracila formando UAA. Então como gerou esse UAA, gerou esse códon de parada. Então ocorrerá o término precoce da tradução, ou seja, terá um proteína menor/proteína truncada. Ela é truncada mas ainda sim é funcional e em função dela não ter a outra ponta, não ter o término, ela adquire função terciaria dferente, que implica em ter função diferente. Concluindo: A apoliproteína B do intestino é diferente da do fígado porque o RNAm que deu origem a ela sofreu uma edição de uma troca de Citosina por uma Uracila. Isso acontece porque no intestino, essa enzima que faz a desaminação está expressa e no fígado ela está regulada negativamente, está impedida de ser transcrita, o gene não está apto a transcrição, não tem o RNAm correspondente, não tem a síntese dessa enzima a nível de citoplasma e não ocorre o acumulo dessa enzima. Entretanto, nas células do intestino, se acumula essa enzima justamente por ela ser necessária para a produção da proteína no intestino. Ou seja, a enzima é produzida, ocorre a edição e tem a proteína no intestino diferente da produzida no fígado. A sequência original de RNam seria essa do lado esquerdo: Mas sofreu edição, poderia se tornar uma sequência diferente,mas a edição gerou a códon de parada, o que gerou uma alteração profunda na proteína: Transporte do RNA núcleo para citoplasma Um outro processo de regulação de RNA após a transcrição é: Não são todos os RNAs que vão para o núcleo, há uma regulação e ocorre como se fosse uma checagem, sendo um sistema que controla os RNAs transcritos acumulados no núcleo para saber se estão aptos para irem para o citoplasma. Porque uma vez no citoplasma vão ser reconhecidos pelos ribossomas e vai começar a síntese protéica. Apenas os transcritos de RNA que passaram por esse controle de qualidade é que vão poder chegar ao núcleo. O que é visto? É visto se um determinado íntron que tinha que sair não saiu. Quando temos splicing alternativos que vão gerar proteínas funcionais diferentes, esses íntrons em excesso não são percebidos porque ao longo da evolução eles foram selecionados positivamente. Mas o splicings que não ocorrem de forma perfeita, que não são importantes para gerar splicing alternativos funcionais, geram transcritos que tem íntrons que são checados e esses transcritos correspondentes são degradados. A adição de CAP, a adição da calda poliA é checado antes desses RNAs poderem deixar o núcleo e chegar no citoplasma. Como apenas 20% do RNA sintetizado no núcleo sai dele. A grande maioria do RNAs pode ter algum erro, ao não passar no controle de qualidade, ele vai ser degradado ainda no núcleo. Não chega no citoplasma, passando por esse controle, vão deixar o núcleo e chegar no citoplasma. Esse transporte é feito através do poro nuclear e existem receptores de poro nuclear que interagem com algumas enzimas que propiciam ou não a saída de determinados RNAs. Esse controle do que passa pelo poro é muito importante. A checagem acontece no núcleo e o que vai poder ser transportado e mediado pela interação com promotores é definido por este tipo de interação, não passa livremente. Ou seja, tem que ter interação com receptores de exportação nuclear para permitir que o RNAm deixe o núcleo e chegue no citoplasma. Exemplo: O genoma do HIV é integrado na forma de dna no genoma da célula hospedeira Em cinza vemos o genoma do hospedeiro e em vermelho o genoma do vírus integrado. O genoma viral codifica todas as proteínas do HIV que são necessárias durante o ciclo do vírus e existem processamento de splicing nesses rnas virais e então para o vírus completar o seu ciclo em algum momento um RNA transcrito inteiro de todo o genoma tem que deixar a célula e chegar no citoplasma porque é lá que vai ser empacotado e depois vai ser liberado dessa célula (para formar novas partículas virais é preciso empacotar o genoma completo no citoplasma). O genoma completo do HIV, em azul no lado direito tem os RNAs pequenos que sofreram splicing, vão para o citoplasma e lá são traduzidos nas proteínas necessárias para o controle do ciclo do HIV. No lado esquerdo, os rnas maiores que não sofreram splicing (correspondem ao genoma todo ou quase ao genoma todo), ficam retidos no núcleo e a célula reconhece eles como erro e não permite a saída desses RNAs no núcleo, apenas ficam retidos no núcleo e podem ser degradados. Apenas os RNAm virais que sofreram splicing estão indo para o núcleo. Mas em um determinado momento do ciclo do vírus, na fase mais tardia, é necessário ter o transporte dos RNAs inteiros (que correspondem ao genoma completo) lá no citoplasma e para resolver isso utilizam a proteína chamada REV. Essa ptna uma vez sintetizada no citoplama retorna ao núcleo e se liga nos RNAs que correspondem ao genoma e não sofreram o processo de splicing e a partir daí o vírus consegue deixar o núcleo e chegar ao citoplasma porque essa proteína permite a interação com o receptor do poro nuclear e isso permite a saída de um RNA que não sofreu splicing, então vao começar a acumular esses RNAs tbm grandes (que correspondem ao genoma viral) e é o que vai ser empacotado nas partículas virais que vão ser liberadas das células. Concluindo: Essa é outra maneira de regular pós transcricionalmente em checagens são feitas, sendo esse sistema de controle de qualidade é bastante exigente, liberando para o citoplasma apenas os RNAs que estão prontos pra ser traduzidos. Mudanças na estabilidade do RNA Supondo que o RNA foi produzido, conseguiu passar pela etapa de checagem, conseguiu passar pelo poro nuclear, agora tenho o RNAm pronto e ele já foi para o citoplasma. Esses RNAs que estão no citoplasma vão ser reconhecidos pela maquinaria de tradução e aí as proteínas vão sendo sintetizadas, só que RNAs de proteínas distintas tem tempo de vida dentro do citoplasma diferentes. A B-globulima, por exemplo, fica cerca de 10~12h estável no citoplasma e pode ser traduzido nessas horas. Entretanto, existem alguns outros que ficam segundos ou minutos. Logo o RNAm pode ter tempo de vida que pode ser curto ou pode durar por várias horas, dependendo da função da proteína codificada pelo RNAm que contém o transcrito. Sabe-se que os fatores transcricionais, os genes que regulam a transcrição, os fatores de crescimento e os genes que codificam RNAm de hormônios tem uma meia vida muito curta. Esse tempo que um RNAm é viável de ser traduzido dentro do citoplasma se chama meia vida. Desde que o RNAm chega no citoplasma, ele começa a ser controlado pelos mecanismos de destruição, que pode ser rápida ou devagar, dependendo de quanto tempo é necessário pra que esse RNAm fique no citoplasma. Então, as duas maneiras gerais de decaimento de RNA são: Encurtamento da calda poliA em azul tem-se o RNAm, o quepe foi adicionado na 5’, temos a sequência codificadora, a região 3’ UTR e calda poliA. Na calda poliA pode se ter cerca de 200 ou mais Adeninas adicionadas. Logo que chega no citoplasma, esse RNAm começa a ser alvo de exonucleases que acaba tirando essa calda poliA, degradando os A e ate que chega nu limite critico de encurtamento, que é uma quantidade de A mínima. Um RNAm que tenha menos de 25 A na ponta 3’ é alvo de degradação. Então para destruição do RNA existe um controle, essa exonuclease que retira A da calda poliA vai distruindo essa calda poli a gradativamente/pontualmente até que chegue num limite tão curto que tem 25 nuclotideos ou menos e isso leva um sinal no citoplasma, a informação que chega é que esse RNA não é mais viável passando a ser degradado. Esse encurtamento gradual que vai ocorrendo até chegar esse tamanho mínimo que é chamado de Limiar crítico de encurtamento A partir daí é ativada uma outra via de destruição que é a remoção do Quepe. A estrutura de quepe que estava na ponta 5’ é removida bem rapidamente e esse RNA agora é degradado. Enzimas que tem atividade de degradação de ácidos nucleicos vão degradar rapidamente esse RNA. Ele já tinha a calda poliA muito curta, sinalizou agora com a retirada do Quepe e fica pronto pra ser degradado rapidamente. Acredita-se que o processo ocorra junto: remoção da calda poli-A, quando tem o limite critico de A, é ativada a remoção do Quepe e esse RNA é degradado. Estabilidade do mRNA envolve corpos P e grânulos de estresse A retirada do quepe e degradação da calda poliA não se dá solto no citoplasma. Existem algumas regiões onde isso ocorre. Os corpos P são grumos detectados no citoplasma, e lá ocorre a remoção do quepe e degradação da calda poli-A. Os corpos p são chamados assim porque são corpos de processamento que vai levando a destruição dos RNAm. Na figura, mostra os possíveis destinos de uma molécula de RNA quando chega no citoplasma. Ela pode ser traduzida, mas ao longo do tempo algumas podem estar nesses corpos P sofrendo esse processo de destruição do RNA que vai controlar a meia vida dele. Na imagem, em verde é o citoplasma e representa uma marcação onde foram colocados anticorpos contra uma enzima que remove o Quepedos RNAm. Os pontos são os corpos P Existem esses corpos justamente para aproximar todas as enzimas envolvidas e o próprio RNAm. Não chega a ser uma organela, mas ela gera um agrupamento dessas estruturas Encontra-se também outras estruturas dentro do citoplasma que tão envolvidos com esse ciclo do RNAm. Alguns RNAm que já iniciaram seu processo de destruição dentro do RNAm podem migrar para outras estruturas que são os grânulos de estresse, dentro deles podem se tornar viáveis de novo para tradução. É como se esse grânulo de estresse armazenasse os RNAm (como se fosse um estoque de RNAm) e num determinado momento em que eles são necessários bem rapidamente (num momento de estresse), eles estão aptos de novo para serem traduzidos. Não são todos os genes que vão sofrer todas essas regulações. Cada gene vai ter alguma vias de regulação diferente, o que importa é controlar como, onde e por quanto tempo uma determinada enzima ou proteína esta presenta naquela célula.
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