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Prévia do material em texto

LEGISLAÇÃO 
EMPRESARIAL 
APLICADA 
Tiago Ferreira Santos
Revisão técnica:
Miguel do Nascimento Costa 
Advogado
Graduado em Ciências Sociais
Especialista em Processo Civil
Mestre em Direito Público 
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin - CRB 10/2147
L514 Legislação empresarial aplicada / Tiago Ferreira Santos... [et 
al.]; [revisão técnica: Miguel do Nascimento Costa]. – 
Porto Alegre: SAGAH, 2018.
304 p. : il. ; 22,5 cm
ISBN 978-85-9502-437-3
1. Direito empresarial. 2. Direito comercial. I. Santos, 
Tiago Ferreira.
CDU 347.72
Legislacao_Empresarial_Aplicada_BOOK.indb 2 29/05/2018 15:27:33
Atividade empresarial
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Caracterizar a atividade empresarial.
 Analisar a inscrição do empresário, bem como a sua capacidade.
 Explicar a importância do registro da empresa.
Introdução
Na contemporaneidade, é inegável a importância das empresas na 
sociedade. Diversas tecnologias, antes inexistentes, foram desenvol-
vidas pela criatividade de pessoas que trabalhavam para elas e, além 
disso, muitos dos inventos apenas puderam ser objeto de produção 
em larga escala devido a essa forma específica de atividade econômica. 
Na verdade, mesmo áreas que em outros momentos eram incum-
bidas exclusivamente ao Estado, atualmente estão sendo exercidas 
empresarialmente.
Neste capítulo, você vai estudar os requisitos que caracterizam a 
atividade empresarial, bem como as principais disposições normativas 
acerca da inscrição e da capacidade do empresário. Ademais, será capaz 
de indicar a importância do seu registro e destacar os prejuízos decor-
rentes do seu exercício irregular.
Caracterização da atividade empresarial
Na primeira fase do Direito comercial, a sua atividade era caracterizada por 
uma perspectiva subjetiva proveniente do registro das pessoas nas corporações 
de ofício e respaldo em usos e costumes. Posteriormente, surgiu a teoria dos 
atos do comércio de natureza objetivista, a qual infl uenciou o Direito brasileiro. 
Legislacao_Empresarial_Aplicada_BOOK.indb 15 29/05/2018 15:27:34
Por fi m, atualmente, após a edição do atual Código Civil (CC), adotou-se a 
teoria da empresa de caráter subjetivista, mas com a peculiaridade de que ser 
empresário independe, em regra, de inscrição, bastando apenas o cumprimento 
de certos requisitos.
A seguir serão estudadas as duas teorias que mais influenciaram o Direito 
brasileiro, acerca da forma de caracterização da atividade empresarial e de-
signação mais condizente com o atual momento, embora não se negue que, 
por tradição, há ainda quem a designe como comercial.
Teoria dos atos de comércio
Na França, com o Código Comercial vigorante a partir de 1º de janeiro de 1808, 
um dos códigos napoleônicos, consolidou-se a teoria dos atos do comércio 
nesse país, o que infl uenciou, durante um largo período da história, o restante 
do mundo, sendo certo que no Brasil foi aprovado o Código Comercial de 
1850 sob essa inspiração.
Por essa teoria, as normas jurídicas exemplificavam os atos de comércio, 
os quais delimitavam, apenas por consequência, a figura do comerciante. 
Desse modo, ela é considerada pela doutrina como objetiva. O Direito 
brasileiro a adotava na primeira parte do mencionado código, o qual foi 
revogado, parcialmente, pelo CC de 2002, que preferiu a teoria da empresa 
de origem italiana.
Segundo Tarcísio Teixeira (2018, p. 34), essa crise pela qual passou a teoria 
dos atos de comércio no Direito brasileiro se justifica, historicamente, pelo 
desenvolvimento das atividades econômicas industriais e de prestação de 
serviços, sendo que “[...] a teoria dos atos de comércio tornou-se insuficiente 
como disciplina jurídica para o Direito Comercial, até porque as novas ativi-
dades econômicas não eram alcançadas” por ela.
Em verdade, mesmo que o rol de atos de comércio previsto em normas 
jurídicas pudesse ser ampliado para fins de alcançar as novas atividades 
econômicas, ainda assim, terminologicamente, essa teoria de influência 
francesa parecia ser inadequada, além disso, tal situação poderia ser solu-
cionada de forma mais satisfatória de acordo com a teoria da empresa de 
inspiração italiana.
Teoria da empresa e atividade empresarial
Em 1942, com a adoção da teoria da empresa pelo Direito italiano, espe-
cialmente no art. 2081 do seu CC, ainda vigente, uma nova fase iniciou 
Atividade empresarial16
Legislacao_Empresarial_Aplicada_BOOK.indb 16 29/05/2018 15:27:34
no Direito empresarial, sendo esta mais adequada ao diminuído papel do 
comerciante, em contraste com o crescimento dos setores industriais e 
de serviços.
Essa teoria, tanto no Direito italiano como no brasileiro, conceitua legal-
mente a figura do empresário. Assim, é considerada uma teoria subjetiva 
moderna, ou seja, a conceituação jurídica de atividade empresarial não é 
diretamente proveniente da lei, mas, sim, de uma construção doutrinária e 
jurisprudencial.
Nesse sentido, por uma interpretação do art. 966 do CC brasileiro, entende-
-se que a atividade empresarial é aquela econômica, organizada e exercida 
profissionalmente para a produção ou a circulação de bens e serviços. A influ-
ência da teoria da empresa é evidente. Na verdade, as disposições brasileiras 
e italianas são quase idênticas.
Em consequência de uma interpretação dos requisitos de empresarialidade, a doutrina 
destaca ainda a habitualidade.
Há de se destacar que não há empresarialidade, portanto, quanto à fina-
lidade for atender ao consumo próprio ou familiar em vez de produção ou 
circulação de bens e serviços para o mercado. Nesse sentido, André Luiz Santa 
Cruz Ramos (2016, p. 38): “[...] só restará caracterizada a empresa quando a 
produção ou circulação de bens ou serviços destinar-se o mercado, e não ao 
consumo próprio”.
Essa é a regra adotada pelo CC no art. 966, caput, consoante visto até o 
momento. Entretanto, há uma exceção relevante. Em princípio, essa atividade 
que será analisada a seguir atende, integralmente, aos requisitos estudados 
até aqui, mas, por determinação legal, especificamente do art. 966, parágrafo 
único, não é enquadrada na condição de atividade empresarial.
Assim, no âmbito da teoria da empresa adotada no Brasil por influência 
italiana, o conceito de atividade empresarial decorre de uma interpretação 
doutrinária e jurisprudencial acerca da definição legal de empresário. Pois 
bem, ao dispor sobre a exceção, não foi diverso o tratamento.
A lei afirmou, expressamente, que não “[...] se considera empresário 
quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou 
17Atividade empresarial
Legislacao_Empresarial_Aplicada_BOOK.indb 17 29/05/2018 15:27:34
artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o 
exercício da profissão constituir elemento de empresa” (BRASIL, 2002, 
documento on-line).
Profissão intelectual = científica, literária ou artística
A profissão intelectual não é atividade empresarial, salvo se o exercício da profissão 
constituir elemento da empresa. 
A profissão intelectual de natureza científica “[...] está relacionada com 
quem é pesquisador ou cientista, ou seja, alguém especializado em uma ciência 
(conhecimentos sistêmicos)” (TEIXEIRA, 2018, p. 53). Nesse sentido, segue 
lição elucidativa:
As atividades realizadas pelos profissionais de uma das áreas do conhecimento 
(humanas, exatas e biológicas) podem se enquadrar na atividade intelectual, 
citando-se, como exemplos, o preparador físico, o fisioterapeuta, o psicólo-
go, o químico, o médico etc. Pode-se dizer que esses são cientistas nas suas 
respectivas áreas (TEIXEIRA, 2018, p. 53).
Por sua vez, a profissão intelectual de natureza literária “[...] está relacio-
nada com a expressão da linguagem, ideias, sentidos e símbolos, especial-
mente por meio da escrita” (TEIXEIRA, 2018, p. 53). São seus exemplos, 
conforme aponta doutrina, “[...] o escritor, o compositor, o poeta, o jornalista 
etc.” (TEIXEIRA,2018, p. 53-54).
Por fim, a profissão intelectual de natureza artística “[...] está relacionada com 
a arte, que é a produção de algo extraordinário com a utilização de habilidades 
e certos métodos para a realização. Também está relacionada com a expressão 
de sentidos e símbolos por meio de linguagem não escrita” (TEIXEIRA, 2018, 
p. 54), sendo seus exemplos “[...] o ator e o cantor (que não são intérpretes), o 
desenhista, o fotógrafo, o artista plástico” (TEIXEIRA, 2018, p. 54).
Importa destacar, entretanto, que mesmo os profissionais intelectuais 
podem exercer atividade empresarial, mas apenas caso constitua elemento 
da empresa. Ou seja, se um médico abre um consultório em seu nome e 
atende pessoas, ainda que com o auxílio de empregados, não é uma atividade 
Atividade empresarial18
Legislacao_Empresarial_Aplicada_BOOK.indb 18 29/05/2018 15:27:34
empresarial por preponderar, especialmente, a sua intelectualidade para 
atração dos pacientes.
Noutro giro, caso comece a ampliar seu consultório cada dia mais, até 
o ponto em que haja tantos médicos que a intelectualidade do sócio pouco 
importe e as pessoas passem a visitar a clínica ou o hospital inaugurado 
devido à credibilidade da instituição, não mais pela intelectualidade desse 
sócio, então há, inegavelmente, uma atividade empresarial. Afinal, vê-se 
que, nessa hipótese, a profissão intelectual se tornou tão somente um 
elemento da empresa.
Enunciado 194 da III Jornada de Direito Civil do Conselho da Justiça Federal (CJF)
Os profissionais liberais não são considerados empresários, salvo se a organização 
dos fatores de produção for mais importante que a atividade pessoal desenvolvida.
Enunciado 195 da III Jornada de Direito Civil do CJF
A expressão elemento de empresa demanda interpretação econômica, devendo ser 
analisada sob a égide da absorção da atividade intelectual, de natureza científica, 
literária ou artística, como um dos fatores da organização empresarial.
A pessoalidade exerce papel decisivo entre os profissionais intelectuais, 
também chamados de profissionais liberais. Entretanto, na atividade empresa-
rial, ao contrário, essa característica é absorvida pela empresa, constituindo-se 
apenas como um de seus elementos.
Ainda nesse assunto, circunstância peculiar há nos escritórios de advo-
cacia, porque não são admitidas, nem podem funcionar todas as espécies de 
sociedades que apresentam forma ou características empresariais, consoante 
diretriz do art. 16, do Estatuto da Advocacia, considerado destoante da rea-
lidade por parte da doutrina.
Inscrição e capacidade do empresário
Neste tópico, serão estudadas a inscrição e a capacidade do empresário. De 
logo, a incapacidade acontece nas mesmas hipóteses da Legislação Civil, 
arts. 3º e 4º do Código Civil, embora haja regramentos específi cos sobre o 
19Atividade empresarial
Legislacao_Empresarial_Aplicada_BOOK.indb 19 29/05/2018 15:27:34
assunto em Direito empresarial, com destaque para o art. 972 e seguintes 
do referido diploma normativo. Após essas análises, serão estudados, ainda 
neste título, os principais dispositivos acerca da inscrição do empresário, 
regidos tanto pelo Código Civil, quanto pela Lei nº 8.934/94, a qual regula 
o Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afi ns.
Da capacidade do empresário
A incapacidade do empresário para o exercício individual de sua atividade 
acontece nas mesmas hipóteses em que as pessoas são absolutamente ou rela-
tivamente incapazes para atos civis. Assim, os artigos que regulam a matéria 
são os 3º e 4º do Código Civil.
Portanto, são incapazes, para o exercício da atividade empresarial, os 
absolutamente incapazes consistentes nos menores de 16 anos (art. 3º, caput, 
do Código Civil), bem como os relativamente, os quais são os seguintes:
I — os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II — os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
III — aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir 
sua vontade;
IV — os pródigos. (BRASIL, 2002, documento on-line).
Entretanto, há uma relevante exceção à exigência da maioridade para a 
capacidade civil com repercussão direta no Direito empresarial. Ela está 
prevista no art. 5º, parágrafo único, inciso V, do Código Civil, ao dispor 
que cessará, “[...] para os menores, a incapacidade pelo estabelecimento 
civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, 
em função deles, o menor com 16 anos completos tenha economia própria” 
(BRASIL, 2002, documento on-line).
Nessa hipótese acima trazida, há a emancipação civil, ou seja, a capa-
cidade civil pelo estabelecimento civil ou comercial que gera economia 
própria ao menor com 16 anos ou mais. Outra situação interessante a ser 
estudada é a possibilidade excepcional de o empresário individual exercer 
a sua atividade, mesmo sendo incapaz.
Assim, o art. 974 dispõe que poderá, “[...] o incapaz, por meio de re-
presentante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida 
por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança” (BRASIL, 
2002, documento on-line).
Atividade empresarial20
Legislacao_Empresarial_Aplicada_BOOK.indb 20 29/05/2018 15:27:35
Enunciado 203 da III Jornada de Direito Civil do CJF
O exercício da empresa por empresário incapaz, representado ou assistido, somente 
é possível nos casos de incapacidade superveniente ou incapacidade do sucessor na 
sucessão por morte.
Ressalta-se, inclusive, que a vedação é para titularizar a empresa na con-
dição de empresário, ou seja, não há qualquer vedação para que ele assuma 
a condição de quotista ou acionista, observando-se o fato de que não poderá 
ser administrador de nenhuma delas (art. 974, parágrafo terceiro, inciso I, do 
Código Civil) (BRASIL, 2002).
Caso o representante ou assistente legal sejam impedidos do exercício da 
atividade empresarial, será incumbido ao juízo nomear gerente, ainda que 
sob a fiscalização do responsável pelo civilmente incapaz de exercer os atos.
Da inscrição do empresário
Quem pratica uma atividade empresarial (empresa em sentido funcional) tem 
alguns deveres a cumprir de natureza formal, entre eles, o de se registrar na 
Junta Comercial (COELHO, 2017). Nesse sentido, o art. 967 do Código Civil 
é categórico: “É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de 
Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade” (COE-
LHO, 2017, p. 105). Atuar sem o registro, portanto, importa em irregularidade.
A todo ato constitutivo de empresa será atribuído um Número de Identificação do 
Registro de Empresas (NIRE). É como o CPF das pessoas físicas, mas é de empresas e 
é obtido na Junta Comercial.
Há, entretanto, uma exceção importante. O empresário rural tem o registro 
facultativo, nos termos do art. 971, e sua natureza, consoante aponta o Enun-
ciado 202 da III Jornada de Direito Civil da CJF, é constitutiva porquanto 
inaplicável o regime empresarial até a inscrição.
21Atividade empresarial
Legislacao_Empresarial_Aplicada_BOOK.indb 21 29/05/2018 15:27:35
Já se apontou que o registro é executado na Junta Comercial, entretanto, 
importa conhecer todos os órgãos que compõem o Sistema Nacional de Registro 
de Empresas Mercantis e suas respectivas principais funções.
Primeiro, o Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC), 
consoante designa a legislação, atualmente Departamento de Registro Empre-
sarial e Integração (DREI) (COELHO, 2017, p. 107) por prática administrativa, 
tem suas competências reguladas pelo Código Civil e é um órgão federal 
(COELHO, 2017).
Entre outras funções, incumbe-lhe “supervisionar e coordenar, no plano 
técnico, os órgãos incumbidos da execução dos serviços de Registro Público 
de Empresas Mercantis e Atividades Afins” (art. 4º, inciso I, da Lei nº 8.934), 
quer-se dizer, Juntas Comerciais; 
[...] exercer ampla fiscalização jurídica sobre os órgãos incumbidos do Registro 
Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins, representando para os 
devidosfins às autoridades administrativas contra abusos e infrações das 
respectivas normas, e requerendo tudo o que se afigurar necessário ao cum-
primento dessas normas. (art. 4º, inciso V, da Lei nº 8.934); 
[...] promover ou providenciar, supletivamente, as medidas tendentes a suprir 
ou corrigir as ausências, falhas ou deficiências dos serviços de Registro Pú-
blico de Empresas Mercantis e Atividades Afins (art. 4º, inciso VII, da Lei 
nº 8.934). (BRASIL, 1994, documento on-line).
Além disso, é sua atribuição ainda “organizar e manter atualizado o cadastro 
nacional das empresas mercantis em funcionamento no País, com a cooperação 
das Juntas Comerciais) (art. 4º, inciso IX, da Lei nº 8.934) e 
[...] instruir, examinar e encaminhar os processos e recursos a serem decididos 
pelo Ministro de Estado da Indústria, do Comércio e do Turismo, inclusive os 
pedidos de autorização para nacionalização ou instalação de filial, agência, 
sucursal ou estabelecimento no País, por empresa estrangeira, sem prejuízo 
da competência de outros órgãos federais (art. 4º, inciso X, da Lei nº 8.934) 
(BRASIL, 1994, documento on-line).
Como se pode verificar nos enunciados legais destacados, o DREI exerce 
“[...] funções supervisora, orientadora, coordenadora e normativa, no plano 
técnico; e supletiva, no plano administrativo” (art. 3º, inciso I, da Lei nº 8.934) 
(BRASIL, 1994, documento on-line). Assim, em caso de dúvidas sobre as nor-
mas que incidirão para realizar registro do empresário, a sugestão é pesquisar 
pelas suas instruções normativas sobre a matéria.
Atividade empresarial22
Legislacao_Empresarial_Aplicada_BOOK.indb 22 29/05/2018 15:27:35
Segundo as Juntas Comerciais, são órgãos locais presentes “[...] em cada 
unidade federativa, com sede na capital e jurisdição na área da circunscrição 
territorial respectiva” (art. 5º, da Lei nº 8.934/94) (BRASIL, 1994, documento 
on-line). Estes são administrativamente vinculados à esfera estadual, ao 
passo que tecnicamente são subordinados ao DNRC, atualmente DREI, tendo 
de seguir suas instruções normativas. A exceção a esse caráter híbrido da 
subordinação hierárquica das juntas fica com o Distrito Federal, onde ela 
é um órgão federal.
Assim, o profissional irá se direcionar à Junta Comercial da capital da 
unidade federativa (Estados ou Distrito Federal) para realizar o registro do 
ato constitutivo da empresa, observando as instruções normativas do DREI. 
Afinal, a ela incumbe o registro pelo arquivamento.
No caso de empresário, o requerimento conterá, nos termos do art. 968 
do Código Civil, os seguintes dados:
I – o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime 
de bens;
II – a firma, com a respectiva assinatura autógrafa que poderá ser substituída 
pela assinatura autenticada com certificação digital ou meio equivalente que 
comprove a sua autenticidade, ressalvado o disposto no inciso I do § 1o do 
art. 4º da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006;
IV – o capital;
V – o objeto e a sede da empresa. (BRASIL, 2002, documento on-line).
O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar sujeito à jurisdição de 
outro Registro Público de Empresas Mercantis, neste deverá inscrevê-la com a prova 
da inscrição originária.
Nesse ínterim, ainda cabe ressaltar o relevante papel exercido pelo advo-
gado no registro dos atos constitutivos de sociedades empresárias, porquanto, 
nos termos do art. 1º, parágrafo segundo, do Estatuto da Advocacia, os “atos 
e contratos administrativos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de 
nulidade, só podem ser admitidos a registro, nos órgãos competentes, quando 
visados por advogados”. Tal norma tem exceções, a saber, microempresas e 
empresas de pequeno porte, nos termos do art. 9º, parágrafo segundo, da Lei 
Complementar nº 123/06.
23Atividade empresarial
Legislacao_Empresarial_Aplicada_BOOK.indb 23 29/05/2018 15:27:35
Algumas terminologias técnicas devem ser usadas de forma adequada 
sobre essa matéria, importando distingui-las devidamente. Assim, há três atos 
que podem ir ao registro empresarial. A matrícula e seu cancelamento são os 
registros de profissionais elencados no art. 32, inciso I, da Lei nº 8.934/94, ou 
seja, “[...] leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes comerciais, trapicheiros 
e administradores de armazéns-gerais” (BRASIL, 1994, documento on-line). 
O arquivamento envolve, em princípio, nos termos do art. 32, inciso II, da 
Lei nº 8.34/94, “[...] constituição, alteração, dissolução e extinções de firmas 
mercantis individuais, sociedades mercantis e cooperativas”, bem como “[...] 
atos relativos a consórcio e grupo de sociedade” e “[...] declarações de micro-
empresa”. Por fim, a autenticação se destina aos instrumentos de escrituração 
(art. 32, inciso III, da Lei nº 8.934/94) (BRASIL, 1994, documento on-line).
Há de ser destacado, ainda, que sociedades cooperativas são, nos termos 
da legislação, sociedades simples e, assim, não regidas pelo Direito empre-
sarial, situação oposta às sociedades por ações. Excetua-se, desse modo, o 
art. 966, caput, do Código Civil, para incidir o art. 982, parágrafo único, cuja 
redação segue: “Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a 
sociedade por ações; e, simples, a cooperativa”. Entretanto, é-lhes exigido o 
registro por arquivamento de seus atos constitutivos nas Juntas Comerciais, 
sendo, portanto, uma situação atípica.
Importância do registro da empresa
O registro público preserva informações importantes em repartições oficiais, 
além de dar-lhes publicidade para a segurança dos envolvidos e de terceiros 
(MAMEDE, 2018). Assim, sócios, “credores, trabalhadores, clientes e o próprio 
Estado podem necessitar de informações, atuais ou passadas, socorrendo-lhes 
o registro mercantil” (MAMEDE, 2018, p. 54).
No entanto, esclarece-se que não há nenhuma necessidade de indicar interesse 
para a obtenção de informações nas Juntas Comerciais, portanto, qualquer 
um pode requerê-las e obtê-las, desde que o faça adequadamente, assumindo 
os ônus, inclusive.
As finalidades de tal registro são “[...] dar garantia, publicidade, auten-
ticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos das empresas mercantis” 
(art. 1º, inciso I, da Lei nº 8.934/94); e “[...] cadastrar as empresas nacionais e 
estrangeiras em funcionamento no País e manter atualizadas as informações 
pertinentes” (art. 1º, inciso II, da Lei nº 8.934/94). Além disso, o registro 
Atividade empresarial24
Legislacao_Empresarial_Aplicada_BOOK.indb 24 29/05/2018 15:27:35
empresarial objetiva, ainda, a “[...] proceder à matrícula dos agentes auxiliares 
do comércio, bem como ao seu cancelamento” (art. 1º, inciso III, da Lei nº 
8.934/94) (BRASIL, 1994, documento on-line).
Entretanto, mesmo com as relevantes finalidades apontadas acima, ressalta-
-se, para a caracterização da atividade empresarial, que não há necessidade
de registro, ainda que seja inegável o fato de, pelo reconhecimento de sua
situação irregular, haver restrições.
Enunciado 198 da III Jornada de Direito Civil do CJF
A inscrição do empresário na Junta Comercial não é requisito para a sua caracterização, 
admitindo-se o exercício da empresa sem tal providência. O empresário irregular 
reúne os requisitos do art. 966, sujeitando-se às normas do Código Civil e da legislação 
comercial, salvas as incompatibilidades com a sua condição ou diante de expressa 
disposição em contrário. 
Sobre isso, Fábio Ulhoa Coelho (2017) indica algumas dificuldades que 
empresários irregulares terão ao desenvolver suas atividades. Por exemplo, 
não serão realizados contratos com a administração pública, nem contrairão 
empréstimos em instituições bancárias, além disso, estes estarão impossibi-
litados de requerer a recuperação judicial.
Além dessas hipóteses, o art. 33, da Lei do Registro Público de Empresas 
Mercantis e Atividades Afins, indica que a “[...] proteção ao nome empresarial 
decorre automaticamente do arquivamento dos atos constitutivos de firmaindividual e de sociedades, ou de suas alterações” (BRASIL, 1994, documento 
on-line), ou seja, também essa segurança não lhes aplicará integralmente.
A impossibilidade de celebrar contratos com a administração, entre outros, 
é consequência do art. 28, da Lei nº 8.666/93, o qual dispõe sobre a necessi-
dade de comprovar documentalmente a habilitação jurídica. Noutro giro, a 
restrição à recuperação judicial decorre de expressa vedação legal do art. 48, 
caput, da Lei nº 11.101/05.
Pode-se apontar, ainda, que, na hipótese de empresa irregular, haverá res-
ponsabilidade ilimitada decorrente da incidência também do regime da socie-
dade em comum reconhecida pelo Direito (art. 990 do Código Civil), a única 
questão é saber se haverá benefício de ordem, ou seja, se os bens sociais serão 
executados inicialmente. No caso, apenas aquele que contrate por ela perderá 
25Atividade empresarial
Legislacao_Empresarial_Aplicada_BOOK.indb 25 29/05/2018 15:27:35
até mesmo esse direito. Elucidativa é a lição de Fábio Ulhoa Coelho (2017, p. 
112), como segue: “O sócio que se apresentou como representante da sociedade 
tem responsabilidade direta, enquanto os demais, subsidiária (CC, art. 990”.
Essa é a adequada interpretação do Art. 990, o qual, sem muito acerto, 
afirma que todos “[...] os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas 
obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024, 
aquele que contratou pela sociedade” (BRASIL, 2002, documento on-line).
Enunciado 208 da III Jornada de Direito Civil
As normas do Código Civil para as sociedades em comum e em conta de participação 
são aplicáveis, independentemente de a atividade dos sócios, ou do sócio ostensivo, 
ser ou não própria de empresário sujeito a registro (distinção feita pelo art. 982 do 
Código Civil entre sociedade simples e empresária).
Assim, embora não seja o registro o que caracteriza a atividade empresarial, 
não é por isso que a atuação irregular se sujeitará integralmente ao regime 
empresarial, afinal, como explicado, há exceções decorrentes de incompati-
bilidade ou expressa disposição normativa em contrário.
Mais um prejuízo da ausência do devido registro consiste na ausência 
de “[...] legitimidade ativa para o pedido de falência de outro comerciante” 
(COELHO, 2017, p. 112).
Por fim, ainda há de se destacar dificuldades trazidas por Fábio Ulhoa 
Coelho sobre alguns cadastros:
[...] o descumprimento da obrigação comercial acarretará a impossibilidade 
de inscrição da pessoa jurídica no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas 
(CNPJ), e nos cadastros estaduais e municipais; também impossibilitará a 
matrícula do empresário no Instituto Nacional da Seguridade Social. Aliás, 
são simultâneos o registro na Junta e a matrícula no INSS (Lei nº 8.212/92, 
art. 49, I) (COELHO, 2017, p. 112).
É importante ressaltar a exceção. Para o caso do empresário cuja atividade rural 
constitua sua principal profissão, o registro não é obrigatório, mas, sim, facultativo. 
Entretanto, é constitutivo do regime empresarial, ou seja, antes da inscrição não 
lhe incidirão tais normas. Assim, “[...] se aquele que desenvolve atividade rural 
não efetuar sua inscrição no Registro Público das Empresas Mercantis, não será 
Atividade empresarial26
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tido como empresário” (TEIXEIRA, 2018, p. 70) e, portanto, não se submeterá à 
disciplina da recuperação judicial e das falências, por exemplo. Dessa forma, para 
quem exerce atividade rural, o registro tem importância diferenciada.
Ademais, é importante destacar também a relevância de se realizar o registro 
no prazo correto, afinal, o arquivamento na Junta, dentro de 30 (trinta) dias 
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BRASIL. Lei complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Institui o Estatuto Nacionalcontados da assinatura do documento, implicará retroatividade dos efei tos 
àquela data, o que não se aplica quando for fora desse prazo, situação em que 
o r- quivamento só terá eficácia a partir do despacho que o conceder.
da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das Leis no
8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do Trabalho
CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, da Lei no 10.189, 
de 14 de fevereiro de 2001, da Lei Complementar no 63, de 11 de janeiro de 1990; e 
revoga as Leis no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 1999. 
Brasília, DF, 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/leis/LCP/
Lcp123.htm>. Acesso em: 26 fev. 2018.
BRASIL. Lei nº 8.934, de 18 de novembro de 1994. Dispõe sobre o Registro Público de 
Empresas Mercantis e Atividades Afins e dá outras providências. Brasília, DF, 1994. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8934.htm>. Acesso em: 
26 fev. 2018.
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília, DF, 2002. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/leis/2002/L10406.htm>. Acesso 
em: 16 abr. 2018.
BRASIL. Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005. Regula a recuperação judicial, a extra-
judicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. Brasília, DF, 2005. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11101. 
htm>. Acesso em: 26 fev. 2018.
COELHO, F. U. Curso de direito comercial: direito empresa. 21. rev., atual. São Paulo: 
Revista dos Tribunais, 2017. v. 1.
MAMEDE, G. Direito empresarial brasileiro: empresa e atuação empresarial. 10. ed. rev., 
atual. e ampl. São Paulo: Atlas, 2018.
RAMOS, A. L. S. C. Direito empresarial esquematizado. 6. ed. rev., atual. e ampl. Rio 
de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2016.
TEIXEIRA, T. Direito empresarial brasileiro: doutrina, jurisprudência e prática. 7. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2018.
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Leituras recomendadas
BERLINI, L. F.; CAMPOS, A. F. O direito empresarial e o estatuto da pessoa com deficiên-
cia: a (in) capacidade do empresário. Revista Brasileira de Direito Empresarial, v. 2, n. 2, p. 
60-79, 2016. Disponível em: <www.indexlaw.org/index.php/direitoempresarial/
article/view/1285/pdf>. Acesso em: 27 fev. 2018.
BRASIL. Conselho de Justiça Federal. III Jornada de Direito Civil: enunciados. Brasília, 
DF, 2016. Disponível em: <http://www.cjf.jus.br/cjf/CEJ-Coedi/jornadas-cej/III%20JOR-
NADA%20DE%20DIREITO%20CIVIL%202013%20ENUNCIADOS%20APROVADOS%20 
DE%20NS.%20138%20A%20271.pdf/view>. Acesso em: 16 abr. 2018.
BRASIL. Lei nº 8.906/94, de 4 de julho de 1994. Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e 
a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Brasília, DF, 1994. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8906.htm>. Acesso em: 26 fev. 2018.
FERNANDEZ, J. A. da C. G. A caracterização da atividade empresária: identificação 
dos elementos de empresa sob a ótica sistêmica. Revista da ESMESC, v. 17, n. 23, p. 
259-280, 2010. Disponível em: <https://revista.esmesc.org.br/re/article/view/11/22>. 
Acesso em: 26 fev. 2018.

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