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Interação fármaco e nutriente

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FRANCISCANO
ÁREA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE NUTRIÇÃO
Disciplina: Interação entre Fármacos e Nutrientes
Interação fármaco-nutriente: uma revisão
Mélane Lago
Professora: Gerusa Paz Porto
Santa Maria, RS
2017
Dieta influencia em todos os estágios do ciclo da vida;
fornece nutrientes necessários para o sustento do corpo. 
Introdução
2(MOURA; REYES, 2002) 
Uso de 
medicamentos
Doenças agudas 
ou crônicas
Alterações de 
ordem funcional 
e/ou estrutural
Introdução
3(MOURA; REYES, 2002) 
 Via oral comodidade e segurança
 Interação fármaco-nutriente pode acontecer:
 antes ou durante a absorção gastrintestinal;
 durante a distribuição e armazenamento nos tecidos;
 no processo de metabolismo ou biotransformação;
 durante a excreção.
Importante: conhecer os fármacos que são afetados ou não na presença
de nutrientes
Antibióticos, antiácidos e laxantes interferem na absorção de
nutrientes.
Introdução
4(MOURA; REYES, 2002) 
 Desde a década de 80 incentivos a farmacêuticos e nutricionistas em
monitorar as interações fármaco-nutriente em pacientes internados e orientá-los
a esse respeito quando deixam o hospital.
 Os profissionais da saúde desempenham papel importante na identificação das
interações, bem como na educação de pacientes em programas de
aconselhamento.
 Nos EUA, constatou-se não haver, na maioria dos hospitais, um programa de
consulta formal.
 Um maior conhecimento em relação a este processo conduz a um controle mais
efetivo da administração do medicamento e da ingestão de alimentos,
favorecendo a adoção de terapias mais eficazes.
Introdução
5(MOURA; REYES, 2002) 
Fármacos administrados oralmente
Absorção e metabolismo dos fármacos/nutrientes
Absorção por difusão passiva
Solubilidade do fármaco;
Tamanho da partícula;
Forma farmacêutica;
Idade do indivíduo;
Ingestão de líquidos e alimentos;
Metabolismo intestinal e hepático;
Patologia gastrointestinal.
6(MOURA; REYES, 2002) 
Trajeto do fármaco no organismo
Absorção e metabolismo dos fármacos/nutrientes
3 fases
Biofarmacêutica
Farmacocinética
Farmacodinâmica
7(MOURA; REYES, 2002) 
Processos que ocorrem com o
medicamento a partir da sua
administração.
Absorção e metabolismo dos fármacos/nutrientes
FASE BIOFARMACÊUTICA
Liberação e dissolução do princípio ativo.
Influem na biodisponibilidade do princípio
ativo.
Estado físico;
Tamanho da partícula;
Quantidade e tipo de excipientes utilizados;
Processo farmacêutico empregado.
Fase que deixa o fármaco
disponível para a absorção.
8(MOURA; REYES, 2002) 
Processos de absorção, distribuição,
transformação e excreção.
Absorção e metabolismo dos fármacos/nutrientes
FASE FARMACOCINÉTICA
Modificações nas moléculas dos 
fármacos;
Catalisadas por enzimas;
Ocorrem principalmente no fígado.
Fase em que o organismo
interfere sobre o fármaco.
9(MOURA; REYES, 2002) 
Interações que regulam o reconhecimento
de um fármaco pelo receptor.
Absorção e metabolismo dos fármacos/nutrientes
FASE FARMACODINÂMICA
Efeito terapêutico
Resposta 
variável
Fração da dose
administrada capaz
de alcançar a
circulação sistêmica
e exercer ação
terapêutica.
Biodisponibilidade
10(MOURA; REYES, 2002) 
 A interação fármaco-nutriente pode alterar a biodisponibilidade, a ação ou a
toxicidade;
 Podem ser Físico-químicas, Fisiológicas e Patofisiológicas;
Interação fármaco-nutriente
11(MOURA; REYES, 2002) 
 Há três razões para serem
consumidos alimentos
juntamente com fármacos:
Absorção;
Redução do efeito irritante de certos fármacos;
Cumprimento de terapia.
 Há um retardo na absorção de certos fármacos quando ingeridos com
alimentos podem interferir na latência do efeito;
 O sistema renal é uma das principais vias de excreção de fármacos;
 PH urinário sofre variações conforme a natureza ácido ou alcalina do
alimento;
 Vegetais, leites e derivados (aumento do PH urinário e da absorção);
 Ovos, carnes e pães acidificam a urina (aumento da excreção renal).
Interação fármaco-nutriente
12(MOURA; REYES, 2002) 
O trato gastrointestinal é principal sítio de interação fármaco-nutriente,
As influências das interações dependem:
 tipo de alimento,
 da formulação farmacêutica,
 intervalo de tempo entre a refeição e a administração;
Substâncias sensíveis a pH baixo podem ser alteradas ou inativadas pelo
ácido gástrico quando ingeridas com alimentos. Ex: inativação da
penicilina e da eritromicina (antibióticos).
Processo Absortivo
(MOURA; REYES, 2002) 13
O nutriente pode influenciar na biodisponibilidade do fármaco através:
Processo Absortivo
(MOURA; REYES, 2002) 14
Da modificação do pH do TD;
Esvaziamento gástrico;
Aumento do trânsito intestinal;
Competição por sítios de absorção;
Fluxo sanguíneo esplâncnico;
Ligação direta do fármaco com componentes dos alimentos.
Modificação do pH do trato gastrointestinal:
 Após a ingestão de alimentos o pH de 1,5 eleva para aproximadamente 3,0;
 O aumento do pH pode reduzir a dissolução de comprimidos como
eritromicina ou de tetraciclina (antibióticos);
 E medicamentos como a fenitoína (antiepiléptico) desintegram-se mais
facilmente com o aumento do pH gástrico.
Processo Absortivo
(MOURA; REYES, 2002) 15
Velocidade do esvaziamento gástrico:
 A presença de alimentos no estômago contribui para o retardo do
esvaziamento gástrico;
 Refeições sólidas, ácidas, gordurosas, quentes e com volumes de
líquidos > de 300 ml tendem a induzir o retardo do esvaziamento gástrico,
enquanto refeições hiperprotéicas tem efeito menor.
Processo Absortivo
(MOURA; REYES, 2002) 16
Aumento da atividade peristáltica do intestino:
 A secreções ácidas, enzimas e sais biliares aumentam na presença de
alimentos;
 As secreções podem ajudar na disponibilidade do fármaco, dependendo
do meio, ácido ou básico, lipossolúvel ou hidrossolúvel e da ionização do
fármaco.
Processo Absortivo
(MOURA; REYES, 2002) 17
Aumento da atividade peristáltica do intestino:
 Os ácidos e sais biliares, auxiliam a solubilidade e favorecem a absorção
de fármacos lipossolúveis. Ex: a griseofulvina (antifúngico), que tem sua
absorção aumentada quando ingerida com dietas hiperlipídicas;
 Mas também podem formar complexos não absorvíveis com substâncias
como a colestiramina (redutor de colesterol).
Processo Absortivo
(MOURA; REYES, 2002) 18
Competição pelos sítios de absorção:
A presença de nutrientes pode constituir uma competição pelos sítios de
absorção, cuja consequência dependerá de qual componente apresentar
maior afinidade com este sítio.
Ex: a levodopa (tratamento da doença de Parkinson), tem ação inibida por
dietas hiperprotéicas;
Alteração deve-se ao fato de os aminoácidos competirem com a
levodopa na absorção intestinal.
Processo Absortivo
(MOURA; REYES, 2002) 19
Fluxo sanguíneo esplâncnico (FSE):
 Circulação formada pelos vasos do sistema gastrointestinal;
 A ingestão de alimentos aumenta o FSE, e o grau desse fluxo depende do
tipo e da quantidade da dieta;
 Dietas hiperprotéicas e hiperlipídicas > o FSE, o que tem implicado na
diminuição do efeito de primeira passagem, ampliando a disponibilidade
sistêmica de alguns fármacos, incluindo alguns anti-hipertensivos.
Processo Absortivo
(MOURA; REYES, 2002) 20
Ligação direta do fármaco com componentes dos alimentos 
(complexação):
O alimento pode modificar os efeitos físicos-químicos do fármaco, ocasionando
ineficácia do medicamento e toxicidade ao organismo.
Ex: Leite e derivados formaram quelatos não absorvíveis com alguns
antibióticos como as tetraciclinas inativando o fármaco.
Processo Absortivo
(MOURA; REYES, 2002) 21
 A deficiência nutricional e sua ingestão precária;
 Podendo alterar a absorção, distribuição, biotransformação e a excreção.
Interferência do estado nutricional na 
biodisponibilidade dos fármacos
22
 Baixo teor de proteína e
alto teor de carboidrato
 Elevado teor de proteína e
baixo teor de carboidratos
Aumentam a velocidade do
metabolismo dofármaco.
Favorece o diminuição da
velocidade do metabolismo do
fármaco.
(MOURA; REYES, 2002) 
 A atividade enzimática do citocromo p450 pode ser influenciada por proteína e
outros nutrientes;
 A meia-vida plasmática de vários fármacos pode ser alterada em função dos
nutrientes consumidos na dieta;
 Também são de grande relevância na metabolização hepática dos fármacos.
Interferência do estado nutricional na 
biodisponibilidade dos fármacos
23(MOURA; REYES, 2002) 
 Fármacos podem modificar o metabolismo dos nutrientes;
 Tratamento de doenças crônicas, o uso prolongado de medicamentos pode
provocar a perda de nutrientes;
 Alteração causada pelas substâncias ativas na absorção de nutrientes, pode
ser primária ou secundária;
 Substâncias como antiácidos, laxativos e antibióticos, podem causar a perda
de nutrientes;
Interferência do fármaco no estado nutricional
(MOURA; REYES, 2002) 24
 Grandes doses de óleo mineral interferem na absorção de vitaminas
lipossolúveis (A,D,E,K);
 Aumento na excreção de minerais ocorre com o uso prolongado ou com
ingestão de altas doses de diuréticos. Ex: Furosemida.
Interferência do fármaco no estado nutricional
(MOURA; REYES, 2002) 25
 Problemas nutricionais e reações medicamentosas no idoso alterações próprias
do processo de senescência e de fatores diversos;
 A prescrição medicamentosa para o idoso é maior, quando comparada a outras faixas
etárias elevação do risco de deficiência nutricional;
 Automedicação medicamentos de venda livre laxativos, anti-histamínicos,
vitaminas, minerais, analgésicos e antiácidos quando consumidos de forma
abusiva, causam efeitos adversos sobre o apetite e o estado nutricional;
 As deficiências nutricionais podem ocorrer por indução medicamentosa depleções
de vitamina e minerais;
 A condição nutricional inadequada pode alterar a ação do fármaco.
26(MOURA; REYES, 2002) 
O paciente idoso
 Digoxina (insuficiência cardíaca) propriedade anorexígena, causa náuseas
e vômitos;
 A idade exerce uma grande influência no processo farmacocinético do
fármaco e assim, o idoso representa uma população de risco quanto à
interação fármaco-nutriente.
27(MOURA; REYES, 2002) 
“O conhecimento prévio das características do paciente, da doença e 
do medicamento constitui conduta ética que, com certeza, cerceia os 
riscos advindos das interações entre fármacos e alimentos”.
O paciente idoso
 MOURA, M. R. L.; REYES, F. G. R. Interação fármaco-nutriente: uma revisão. Rev. Nutr., nº 15,
Campinas, p. 223-238, maio/ago, 2002.
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Referências
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