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Lucro presumido ou Lucro real: como uma empresa deve escolher? Por Thaís Margarida Reis de Paula Sumário · Introdução · Capítulo 1 – O que é Lucro Presumido 1.2 - Quem não pode adotar o Lucro Presumido · Capítulo 2 – O que é Lucro Real · Capítulo 3 – Quais as diferenças 3.1 - Lucro presumido X Lucro Real · Conclusão · Bibliografia Introdução O regime tributário da empresa pode determinar os resultados do negócio e diversos empreendimentos novos podem não ser bem-sucedidos se não fizerem a escolha certa. Contudo, a questão é mais profunda, pois muitos empreendedores podem ignorar esse aspecto e se preocupar apenas quando as cobranças chegam. Nesse cenário, uma assessoria contábil será decisiva, pois a equipe de contadores avaliará os diversos aspectos do negócio e poderá contrabalançar o regime tributário e os impostos. Com isso será possível determinar quais as condições para uma organização se enquadrar em algum regime tributário. Dessa forma, os especialistas indicarão os procedimentos para empresa estar de acordo com o Lucro Presumido ou o Lucro Real. Em suma, a organização está sujeita a diferentes aspectos e fatores que podem se alterar a cada ano. Assim, podem ocorrer mudanças de margem, os volumes de importação e exportação podem oscilar. A organização pode, ainda, trabalhar com produtos tributados de formas diferentes. Estes são apenas alguns fatores que podem ser avaliados para tornar a organização adequada ao regime tributário ideal. A importância de adotar o sistema tributário está em pagar apenas os impostos que realmente têm relação com as atividades da empresa. Isso significa que as finanças estarão sempre organizadas e em dia, o que não gerará problemas fiscais e com a Receita Federal. Garantir um bom resultado, determinará o sucesso do empreendimento e essa é a principal missão de uma assessoria contábil. Capítulo 1 – O que é Lucro Presumido Esse regime é simplificado e oferece uma tributação mais fácil para determinar a base de cálculo da CSLL e do imposto de renda das organizações. Tem como vantagem principal, a cobrança de 32% sobre o faturamento bruto. Após isso, são apurados as contribuições (municipais, estaduais e federais) e os impostos Conforme a Receita Federal, as empresas optantes pelo Lucro Presumido devem ter os seguintes requisitos: · Não estejam enquadradas no Lucro Real por obrigação decorrente da atividade exercida ou da sua constituição societária ou natureza jurídica; · Ter conquistado, no ano anterior, uma *receita bruta igual ou inferior a R $78 milhões ou a R $6,5 milhões multiplicado pelos meses em atividade no ano-calendário anterior. A Receita Federal considera que a Receita Bruta é a soma dos ganhos de capital com as outras receitas e resultados positivos relacionados à atividade da empresa. 1.2 - Quem não pode adotar o Lucro Presumido Algumas empresas que não podem adotar o regime de Lucro Presumido apresentam as seguintes características: · Organizações que explorem atividades de securitização de créditos financeiros, imobiliários ou de agronegócio; · Microempresas e empresas com pequeno porte e optantes pelo Simples Nacional constituídas como SPE (Sociedade de Propósito Específica), conforme os termos do artigo 56 da Lei Complementar nº 123/2006. · Qualquer pessoa jurídica que exerce atividades de construção, incorporação, compra e venda de imóveis, enquanto as operações imobiliárias para as quais haja registro de custo orçado não estejam concluídas. Além de se atentar a essas características é preciso considerar que o Lucro Presumido pode ser descontinuado por algumas razões. Conforme o artigo 26 da Lei 9430/96: "§ 3ºA pessoa jurídica que houver pago o imposto com base no lucro presumido e que, em relação ao mesmo ano-calendário, alterar a opção, passando a ser tributada com base no lucro real, ficará sujeita ao pagamento de multa e juros moratórios sobre a diferença de imposto paga a menor." O Lucro Presumido, de fato, representa o lucro líquido proveniente do período de apuração, incluindo qualquer adição, exclusão ou compensação autorizados pela legislação fiscal. O regime é recomendado para empreendimentos que tenham lucro inferior a 32% de sua receita bruta, exceto as despesas dedutíveis. Capítulo 2 – O que é Lucro Real De acordo com a Receita Federal, o Lucro Real é o imposto calculado sobre a renda apurada conforme registros fiscais e contábeis realizados sistematicamente e conforme as leis fiscais e comerciais. A apuração deve ser realizada com base nas determinações contidas na Instrução Normativa SRF nº 28, de 1978, e demais atos legais posteriores. A tributação para as organizações de Lucro Real é mais alta em comparação com aquelas que optam por Lucro Presumido. Por outro lado, a empresa optante pelo Lucro Real pode deduzir o valor a ser pago nos créditos que incidem em suas aquisições no exercício fiscal. Em razão disso, a alíquota acaba se tornando maior, mas a sua base é menor. Por determinação da Receita Federal, são obrigadas ao Lucro Real as pessoas jurídicas que têm a base da receita superior a R $78 milhões ou R $6,5 milhões mensais (no caso de apuração do último ano). Confira as atividades mais comuns desempenhadas por essas empresas: · As empresas que exploram atividades de prestação de serviços de assessoria de crédito, mercadológica, seleção e riscos, factoring, gestão de crédito, administração de contas a pagar e receber, entre outros; · As pessoas jurídicas que tenham efetuado o recolhimento mensal com base em estimativa no decorrer do ano-calendário; · Empresas que tiveram lucros, ganhos de capital ou rendimentos com origem em atividades no exterior; · As pessoas jurídicas, desde que autorizadas pela legislação tributária; · Instituições financeiras, sociedades de crédito, corretoras e afins. Há algumas exceções, conforme a Receita Federal, como empresas que obtiverem receita proveniente de exportação de mercadorias e da exportação direta de serviços em outros países. É importante ressaltar que a Receita desconsidera a prestação de serviços em países do exterior, mesmo que seja em filiais, agências, sucursais ou outro tipo de entidade ligada à sua empresa. Podemos considerar, então, que o regime tributário de Lucro Real tem relação com organizações de grande porte. O motivo está no fato de terem muitas despesas e a legislação as obriga a se enquadrarem dessa forma. Por isso, manter uma rigorosa escrituração contábil faz toda a diferença, pois é uma forma de comprovar as despesas para fins de compensação e dedução. Apenas com o apoio de um escritório de contabilidade será possível. Capítulo 3 – Quais as diferenças Ao definir o regime tributário da sua organização você perceberá a diferença nos impostos pagos. No intuito de te ajudar nesse momento decisivo, reunimos as informações mais importantes para entender como funcionam. Além disso, você compreenderá que nem sempre é uma questão de escolha se enquadrar em um determinado regime ou outro. Na verdade o Lucro Presumido e o Lucro Real são apenas duas formas distintas de pagar impostos que são submetidos a um conjunto de regras. Cada regime tributário tem faixas de faturamento, diferentes alíquotas e distintas bases de cálculo. Confira as características: 3.1 - Lucro presumido X Lucro Real Faixa de Faturamento · Lucro Presumido: até R $78 milhões ao ano. · Lucro Real: acima de R $78 milhões no ano anterior. Base de cálculo · Lucro Presumido: o cálculo é feito com base na presunção do lucro conforme a atividade da empresa e considerando a variável de 1,6% a 32%. · Lucro Real: é baseado no resultado do último balanço contábil. Pis e Cofins · Lucro Presumido: as alíquotas são, respectivamente, 0,03% e 3%. · Lucro Real: possui as alíquotas, 1,65% e 7,6%, nessa ordem. Conclusão O sucesso de qualquer empreendimento no Brasil depende de seu enquadramento e adequação à legislação fiscal. Independente do tamanho da empresa, o peso da tributação brasileira é muito mais voraz em relação a outros países. Noentanto, a verdade é que existem formas de minimizar o efeito colateral das taxas, contribuições e impostos para manter as finanças da empresa em dia. Por isso, os empreendedores e gestores devem estar bem informados. É imprescindível que os empresários sejam orientados continuamente para que possam se concentrar no core business do negócio. Assim, com uma uma assessoria contábil é possível realizar o planejamento tributário ideal, supervisionar os departamentos com mais cuidado e coordenar as atividades. Não podemos esquecer que os investimentos na gestão tributária devem ser contínuos, incluindo a automação no processamento dos dados contábeis, o que apenas uma empresa especializada pode oferecer. Dessa forma, os riscos financeiros são controlados com o apoio da Diagrama Contábil. Sem correr o risco de sofrer com os meandros jurídicos da legislação tributária, sua empresa pagará apenas os impostos de forma justa e correta. Mantenha seu negócio protegido, desenvolva estratégias de crescimento e gerencie as atividades com tranquilidade! Bibliografia BRASIL. Lei complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Lei da Microempresa. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp123.htm>. Acesso em: 23 jun. de 2018. BRASIL. Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9430.htm>. Acesso em: 23 jun. de 2018. CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil. 9º Ed. São Paulo: Atlas, 2013. LATORRACA, Nilton. Direito tributário: imposto de renda das empresas. 15. ed. São Paulo: Atlas, 2000. OLIVEIRA, Luís Martins de. et al. Manual de Contabilidade Tributária. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
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