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Laringe 
É uma via de passagem curta que conecta a parte laríngea da faringe à traqueia. Situa-se na linha mediana do pescoço, 
anterior a 4 até a 6ª vértebras cervicais (C4-C6). 
 
A parede da laringe é composta de nove peças de cartilagem. Três ímpares (cartilagens tireóidea, epiglótica e cricóidea) 
e três que ocorrem em pares (cartilagens aritenóidea, cuneiforme e corniculada). 
Das cartilagens pares, a cartilagens aritenóideas são as mais importantes, porque influenciam as posições e as tensões 
das pregas vocais (pregas vocais verdadeiras). Os músculos extrínsecos da laringe conectam as cartilagens a outras 
estruturas na garganta; os músculos intrínsecos conectam as cartilagens umas às outras. 
 
A cavidade da laringe é o espaço que se estende desde a entrada da laringe até a margem inferior da cartilagem 
cricóidea. A parte da cavidade da laringe acima das pregas vestibulares é chamada vestíbulo da laringe. 
 
A cartilagem tireóidea, a maior cartilagem da laringe, consiste 
em duas lâminas fundidas de cartilagem hialina que formam as 
paredes anterior e lateral superiores da laringe, conferindo-lhe sua 
forma triangular. A junção anterior das duas lâminas forma a 
proeminência laríngea (pomo de Adão). 
Em geral é maior nos homens do que nas mulheres em razão da 
influência dos hormônios sexuais masculinos no seu crescimento, 
durante a puberdade. Acima da proeminência encontra-se uma 
incisura em forma de V que pode ser palpada com a ponta do 
dedo. O ligamento que conecta a cartilagem tireóidea com o hioide 
é chamado membrana tireo-hióidea. 
 
A epiglote é urna peça foliada grande de cartilagem elástica, 
recoberta por epitélio. O "pecíolo" epiglótico é a parte inferior 
afilada presa à margem anterior da cartilagem tireóidea e ao osso 
hioide. A parte "foliada" superior ampla da epiglote é independente 
e livre para mover-se para cima e para baixo corno um alçapão. 
 
Durante a deglutição, a faringe e a laringe se elevam. A elevação 
alarga a faringe para receber alimento ou líquido; a elevação da 
laringe faz com que a epiglote se mova para baixo, por sobre a 
abertura da laringe. A via de passagem estreitada através da 
laringe é chamada glote. A glote consiste em um par de pregas de 
túnica mucosa, as pregas vocais na laringe, e no espaço entre 
elas, chamado rima da glote. O fechamento da laringe durante a 
deglutição direciona líquidos e alimentos para o esôfago, 
mantendo-os fora da laringe e das vias respiratórias. 
Quando pequenas partículas de poeira, fumaça, alimento ou 
líquidos passam para a laringe, ocorre o reflexo da tosse, 
normalmente expelindo o material. 
 
A cartilagem cricóidea é um anel de cartilagem hialina que forma a parede inferior da laringe. Está presa ao primeiro 
anel da cartilagem da traqueia por meio do ligamento cricotraqueal. A cartilagem tireóidea está conectada à cartilagem 
cricóidea pelo ligamento cricotireóideo mediano. A cartilagem cricóidea é um ponto de referência para a realização de 
urna abertura para passagem de ar de ernergêneia, chamada traqueotomia. 
 
As cartilagens aritenóideas pares são triangulares, em grande parte de cartilagem hialina, situadas na margem 
superior e posterior da cartilagem cricóidea. As cartilagens formam articulações sinoviais com a cartilagem cricóidea e 
têm urna grande amplitude de mobilidade. 
 
As cartilagens conúculadas pares, peças coniformes de cartilagem elástica, estão localizadas no ápice de cada 
cartilagem aritenóidea. As cartilagens cuneiformes pares, cartilagens elásticas claviformes anteriores às cartilagens 
corniculadas, sustentam as pregas vocais e as faces laterais da epiglote. 
 
O revestimento da laringe superior às pregas vocais é epitélio estratificado pavirnentoso não queratinizado. 
O revestimento da laringe inferior às pregas vocais é epitélio pseudoestratificado colunar ciliado, consistindo em células 
colunares ciliadas, células caliciformes e células basais. O muco secretado por essas células ajuda a aprisionar a poeira 
não removida nas vias superiores. Em comparação com a ação dos cílios no sistema respiratório superior, que 
movimentam muco e partículas aprisionadas para baixo em direção à faringe, os cílios na parte inferior do sistema 
respiratório movimentam o muco para cima em direção à faringe. 
Substâncias presentes na fumaça do cigarro inibem o movimento dos cílios. Caso os cílios estejam paralisados, apenas 
a tosse consegue remover muco-poeira das vias respiratórias. É por essa razão que os fumantes tossem tanto e tendem 
a ter infecções respiratórias 
Estruturas de Produção da Voz 
A túnica mucosa da laringe forma dois pares de pregas: um par superior, chamado pregas vestibulares (pregas vocais 
falsas), e um par inferior chamado simplesmente de pregas vocais (pregas vocais verdadeiras). O espaço entre as 
pregas vestibulares é conhecido como rima do vestíbulo. 
O ventrículo da laringe é uma expansão lateral da parte média da cavidade da laringe; é limitado superiormente pelas 
pregas vestibulares e inferiormente pelas pregas vocais. Embora as pregas vestibulares não atuem na produção de voz, 
elas têm outras participações funcionais importantes. Quando as pregas vestibulares são aproximadas, atuam 
segurando a respiração contra a pressão na cavidade torácica, como pode ocorrer quando uma pessoa se esforça para 
levantar um objeto pesado. 
As pregas vocais são as principais estruturas de produção de voz. 
 
Profundamente à túnica mucosa das pregas 
vocais, que é revestida por epitélio estratificado 
pavimentoso não queratinizado, encontram-se 
as faixas de ligamentos elásticos esticadas 
entre as cartilagens rígidas da laringe, como as 
cordas de um violão. 
 
Os músculos intrínsecos da laringe prendem-se 
tanto às cartilagens rígidas quanto às pregas 
vocais. 
Quando os músculos se contraem, 
movimentam as cartilagens, o que traciona os 
ligamentos elásticos firmemente; isso estica as 
pregas vocais nas vias respiratórias, 
estreitando a rima da glote. 
A contração e o relaxamento dos músculos 
variam a tensão nas pregas vocais, muito 
semelhante ao afrouxamento ou esticamento 
das cordas de um violão. O ar que passa pela 
laringe vibra as pregas e produz som (fonação) 
formando ondas sonoras na coluna de ar na 
faringe, nariz e boca. 
A variação na altura do som está relacionada 
com a tensão nas pregas vocais. Quanto maior 
a pressão do ar, mais alto o som produzido 
pelas pregas vocais em vibração. 
 
Quando os músculos intrínsecos da laringe se contraem, tracionam as cartilagens aritenóideas fazendo-as girar e 
deslizar. 
A contração dos músculos cricoaritenóideos posteriores, por exemplo, afasta as pregas vocais (abdução) , abrindo a 
rima da glote. Por outro lado, a contração dos músculos cricoaritenóideos laterais aproxima as pregas vocais (adução) , 
fechando a rima da glote. 
Outros músculos intrínsecos alongam (e exercem tensão sobre) ou encurtam (e relaxam) as pregas vocais. 
A altura do tom da voz é controlada pela tensão nas pregas vocais. Se as pregas vocais são esticadas pelos músculos, 
vibram mais rapidamente, resultando em um tom mais alto. 
A redução da tensão muscular sobre as pregas vocais produz sons de tonalidade mais baixa. Em razão da influência 
dos androgênios (hormônios sexuais masculinos) , as pregas vocais normalmente são mais grossas e mais longas nos 
homens do que nas mulheres e, consequentemente, vibram mais lentamente. 
 
Portanto, as vozes dos homens geralmente têm uma amplitude sonora menor do que as das mulheres. 
O som se origina da vibração das pregas vocais, mas outras estruturas são necessárias para converter o som em fala 
reconhecível. A faringe, a boca, a cavidade nasal e os seios paranasais atuam como câmaras de ressonância que dão à 
voz sua qualidade humana e individual. Produzimos os sons das vogais constringindo e relaxando os músculos na 
parede da faringe. 
Os músculos da face, língua e lábios nos ajudam a pronunciar as palavras. 
O sussurro é realizado fechando-se toda a rima da glote, com exceçãoda parte superior. Como as pregas vocais não 
vibram durante o sussurro, não há altura de som para essa forma de fala. Contudo, ainda podemos produzir fala 
inteligível enquanto sussurramos, alterando a forma da cavidade oral à medida que pronunciamos. 
 
Conforme o tamanho da cavidade oral muda, suas qualidades de ressonância se alteram, o que concede altura de som 
semelhante ao de uma vogal ao ar à medida que este é impelido em direção aos lábios. 
As artérias da laringe são as artérias laríngeas superior e inferior. As veias laríngeas superior e inferior acompanham as 
artérias. A veia laríngea superior desemboca na veia tireóidea superior e a veia laríngea inferior desemboca na veia 
tireóidea inferior. Os nervos da laringe são os dois ramos do nervo vago (X). O nervo laríngeo superior entra na laringe, 
vindo de cima, e o nervo laríngeo recorrente sobe pela base do pescoço para entrar na laringe, vindo de baixo. 
Funções da laringe 
A laringe é um esfíncter elaborado para o trato respiratório inferior e proporciona um mecanismo para a produção de 
sons. O ajuste do tamanho da cavidade central da laringe decorre de alterações nas dimensões da rima da glote, da 
rima do vestíbulo, do vestíbulo e do ádito da laringe. Essas alterações são consequentes a ações de músculos e à 
mecânica da laringe. 
 
Respiração 
Durante a respiração normal, o ádito da laringe, o 
vestíbulo, a rima do vestíbulo e a rima da glote estão 
abertos. 
As cartilagens aritenóideas estão abduzidas, e a rima da 
glote se encontra em forma triangular. 
 
Durante a inspiração forçada, as cartilagens aritenóideas 
estão em rotação lateral, principalmente pela ação dos 
músculos cricoaritenóideos posteriores. Em 
consequência disso, as pregas vocais estão em abdução 
e a rima da glote se alarga a uma forma romboide, o que 
aumenta efetivamente o diâmetro da via aérea da 
laringe. 
 
Fonação 
À fonação, as cartilagens aritenóideas e as pregas 
vocais estão em adução e o ar é forçado através da rima 
da glote fechada. 
 
Essa ação faz as pregas vocais vibrarem umas contra as 
outras e produzir sons, que podem ser modificados 
então pelas partes superiores da via aérea e da cavidade 
oral. A tensão nas pregas vocais pode ser ajustada pelos 
músculos vocais e cricotireóideos. 
Fechamento sob esforço 
O fechamento sob esforço da laringe ocorre quando o ar é retido na cavidade torácica para estabilizar o tronco, como ao 
se levantar um peso ou como parte do mecanismo para aumentar a pressão intraabdominal. 
Durante o fechamento sob esforço, a rima da glote é totalmente fechada, assim como a rima do vestíbulo e as partes 
inferiores do vestíbulo. A consequência disso é o fechamento total da via aérea. 
 
Deglutição 
Durante a deglutição, a rima da glote, a rima do vestíbulo e o vestíbulo são fechados, e o ádito da laringe é estreitado. 
Além disso, a laringe é movida para cima e para frente. Essa ação faz a epiglote mover‑se para baixo, em direção às 
cartilagens aritenóideas, e assim, estreitar ou fechar efetivamente o ádito da laringe. O movimento para cima e para 
frente da laringe também abre o esôfago, que está fixado na margem posterior da lâmina da cartilagem cricóidea. 
Conjuntamente, essas ações impedem que alimentos sólidos e líquidos entrem na via aérea e facilitam seu movimento 
através do recesso piriforme para dentro do esôfago. 
 
Traqueia 
A traqueia é uma via de passagem tubular para o ar, com aproximadamente 12 cm de comprimento e 2,5 cm de 
diâmetro. Está localizada anteriormente ao esôfago e se estende da laringe até a margem superior da quinta vértebra 
torácica (T5) , onde se divide em brônquios principais direito e esquerdo. As lâminas da parede da traqueia, da camada 
profunda para a superficial, são: (1) a túnica mucosa, (2) a tela submucosa, (3) a túnica média e ( 4) a túnica adventícia. 
 
A túnica mucosa da traqueia consiste em uma lâmina epitelial de epitélio pseudoestratificado colunar ciliado e uma 
lâmina subjacente de lâmina própria da mucosa que contém fibras reticulares e elásticas. O epitélio consiste em células 
colunares ciliadas e células caliciformes que alcançam a superfície luminal, além de células basais que não a alcançam. 
 
O epitélio fornece a mesma proteção contra poeira que a túnica de revestimento da cavidade nasal e laringe. A tela 
submucosa consiste em tecido conjuntivo areolar que contém glândulas seromucosas e seus duetos. 
 
Na túnica média, os 1 &-20 anéis horizontais incompletos de cartilagem hialina se assemelham à letra C. Os anéis estão 
empilhados e unidos por tecido conjuntivo denso. Podem ser sentidos através da pele abaixo da laringe. A parte aberta 
de cada anel da cartilagem em forma de C está orientada posteriormente em direção ao esôfago e envolvida por uma 
membrana fibromuscular. 
 
Na membrana encontram-se fibras musculares lisas transver- sas, chamadas músculo traqueal, e tecido conjuntivo 
elástico que permite alteração sutil do diâmetro da traqueia durante a inspiração e expiração, importante para a 
manutenção de um fluxo eficiente de ar. 
Os sólidos anéis da cartilagem em forma de C fornecem um suporte semirrígido para manter a traqueia desobstruída, de 
forma que a parede da traqueia não colapse internamente (em especial durante a inspiração) e não obstrua a via 
respiratória. 
A túnica mais superficial da traqueia, a túnica adventícia, consiste em tecido conjuntivo areolar que une a traqueia aos 
tecidos circundantes. As artérias da traqueia são ramos das artérias bronquial, torácica interna e tireóidea inferior. As 
veias da traqueia terminam nas veias tireóideas inferiores. 
O músculo liso e as glândulas da traqueia recebem inervação parassimpática pelos ramos dos nervos vagos (X) . A 
inervação simpática é feita por meio dos ramos provenientes do tronco simpático e de seus gânglios. 
 
Brônquios 
Na margem superior da quinta vértebra torácica, a traqueia se divide em um brônquio principal direito, que segue para o 
pulmão direito, e um brônquio principal esquerdo, que segue para o pulmão esquerdo. O brônquio principal direito é 
mais vertical, mais curto e mais calibroso do que o esquerdo. Como resultado, é mais provável que um objeto aspirado 
entre e se aloje no brônquio principal direito do que no esquerdo. 
 
Como a traqueia, os brônquios principais contêm anéis incompletos de cartilagem e são revestidos por epitélio 
pseudoestratificado colunar ciliado. No ponto em que a traqueia se divide em brônquios principais direito e esquerdo, 
encontra-se uma crista interna chamada carina. 
É formada por uma projeção posterior e relativamente inferior da última cartilagem traqueal. A túnica mucosa da carina é 
uma das áreas mais sensíveis de toda a laringe e traqueia para desencadear o reflexo da tosse. 
O alargamento e a distorção da carina é um sinal grave, porque geralmente indica carcinoma (metástases) dos 
linfonodos em torno da região na qual a traqueia se divide. 
 
Ao penetrar nos pulmões, os brônquios principais se dividem para formar brônquios menores - os brônquios lobares 
(secundários), um para cada lobo do pulmão. (O pulmão direito tem três lobos; e o pulmão esquerdo, dois.) Os 
brônquios lobares (secundários) continuam a se ramificar, formando brônquios ainda menores, chamados brônquios 
segmentares (terciários) que se dividem nos bronquíolos. Os bronquíolos, por sua vez, se ramificam repetidamente, e os 
menores se ramificam em tubos ainda menores, chamados bronquíolos terminais. 
 
Estes bronquíolos contêm células de Clara, células não ciliadas colunares intercaladas entre as células epiteliais. As 
células de Clara podem proteger contra efeitos prejudiciais de toxinas e carcinógenos inspirados, produzem surfactante 
e atuam como células-tronco (células reservas) que dão origem a várias células do epitélio. Os bronquíolos terminais 
representam a extremidade da zona de condução do sistema respiratório. 
 
Como essa ramificação extensa da traqueia até os bronquíolos terminais se assemelha a uma áivore invertida, elaé 
chamada coletivamente de árvore bronquial. 
À medida que a ramificação se torna mais distal na árvore bronquial, diversas alterações estruturais podem ser 
percebidas. 
 
1. A túnica mucosa na árvore bronquial muda o epitélio pseudoestratificado colunar ciliado dos brônquios principais, 
brônquios lobares (secundários) e brônquios segmentares (terciários) para epitélio simples colunar ciliado com algumas 
células caliciformes nos bronquíolos maiores, basicamente epitélio simples cúbico ciliado sem células caliciformes nos 
bronquíolos menores e epitélio simples cúbico não ciliado nos bronquíolos terminais. 
Lembre-se de que o epitélio ciliado das membranas respiratórias remove partículas inspiradas de duas formas. 
 
O muco produzido pelas células caliciformes aprisiona as partículas, e os cílios movem o muco e as partículas 
aprisionadas em direção à faringe para remoção. Em regiões com epitélio simples cúbico não ciliado, as partículas 
inaladas são removidas pelos macrófagos. 
 
2. Lâminas de cartilagem gradualmente substituem os anéis incompletos de cartilagem nos brônquios principais e, 
finalmente, desaparecem nos bronquíolos distais. 
 
3. Conforme a quantidade de cartilagem diminui, a quantidade de músculo liso aumenta. O músculo liso envolve o lume 
em faixas espirais e ajuda a manter a áivore desobstruída. Contudo, como não há cartilagem de sustentação, os 
espasmos musculares como aqueles que ocorrem durante um ataque de asma fecham as vias respiratórias, uma 
situação potencialmente fatal. 
 
Durante o exercício, a atividade na parte simpática da divisão autônoma do sistema neivoso (DASN) aumenta, 
provocando a liberação dos hormônios epinefrina e norepinefrina pela medula da glândula suprarrenal; esses hormônios 
provocam o relaxamento do músculo liso nos bronquíolos, que dilata as vias aéreas. O resultado é uma melhora na 
ventilação pulmonar, porque o ar chega aos alvéolos mais rapidamente. A parte parassimpática da divisão autônoma do 
sistema nervoso e os mediadores das reações alérgicas, como a histamina, provocam a contração do músculo liso dos 
brônquios e resulta na constrição dos bronquíolos distais. 
Os brônquios são irrigados pelas artérias bronquiais direita e esquerda. As veias que drenam os brônquios são a veia 
bronquial direita, que entra na veia ázigo, e a veia bronquial esquerda, que desemboca na veia hemiázigo acessória ou 
na veia intercostal superior esquerda. 
Pulmões 
Os pulmões são órgãos coniformes pareados, situados na cavidade torácica. Os pulmões são separados um do outro 
pelo coração e outras estruturas do mediastino, que divide a cavidade torácica em duas câmaras anatomicamente 
distintas. Como resultado, se um trauma provocar o colapso de um pulmão, o outro pode permanecer expandido. Cada 
pulmão é envolvido por uma túnica serosa bilaminada protetora, chamada pleura. Esta túnica é facilmente visualizada 
com a seguinte analogia: imagine que o pulmão é o seu punho e você o empurra contra um balão. As duas camadas do 
balão envolvem o seu punho separadas pelo espaço no interior do balão. Isso se assemelha ao modelo pleural. 
 
A lâmina superficial da pleura revestindo a parede da cavidade torácica é chamada pleura parietal (a parte do balão que 
não toca seu punho); a lâmina profunda, a pleura visceral, adere aos pulmões (a parte do balão em contato com seu 
punho). As duas lâminas são contínuas uma com a outra no local em que os brônquios entram no pulmão (no seu 
punho). Entre as pleuras visceral e parietal encontra-se um pequeno espaço, a cavidade pleural(o interior do balão) , 
que contém uma pequena quantidade de líquido lubrificante secretado pelas duas lâminas. 
 
Este líquido reduz o atrito entre as túnicas, permitindo que deslizem facilmente uma sobre a outra durante a respiração. 
O líquido pleural também faz com que as pleuras grudem uma na outra, assim como uma película de água faz com que 
duas lâminas de vidro grudem uma na outra, um fenômeno chamado úmsào de superftcie. Cavidades pleurais 
separadas envolvem os pulmões direito e esquerdo Os pulmões estendem-se desde o diafragma até ligeiramente acima 
das clavículas e se situam contra as costelas anterior e posteriormente. 
 
A parte inferior larga do pulmão, a base, é côncava e se ajusta sobre a área convexa do diafragma. A parte superior 
estreita do pulmão é o ápice. A face do pulmão situando-se contra as costelas, a face costal, ajusta-se à curvatura 
arredondada das costelas. A face mediastinal de cada pulmão contém uma região, o hilo, através do qual os brônquios, 
vasos sanguíneos pulmonares, vasos linfáticos e nervos entram e saem. 
 
Estas estruturas são mantidas juntas pela pleura e por tecido conjuntivo, e constituem a raiz do pulmão. Mediaimente, o 
pulmão esquerdo também contém uma concavidade, a incisura cardíaca, na qual o ápice do coração se projeta. 
Em consequência do espaço ocupado pelo coração, o pulmão esquerdo é aproximadamente 10% menor do que o 
direito. O pulmão direito é mais espesso e mais largo, mas é também relativamente mais curto do que o esquerdo, 
porque o diafragma é mais alto no lado direito para acomodar o figado, que se situa abaixo dele. 
 
Os pulmões quase preenchem o tórax. O ápice dos pulmões se situa superior ao terço medial das clavículas, e esta é a 
sua única área que pode ser palpada. As faces anterior, lateral e posterior dos pulmões situam-se contra as costelas. A 
base dos pulmões estende-se da 6ª cartilagem costal, anteriormente, até o processo espinhoso da 10ª vértebra torácica, 
posteriormente. A pleura estende-se aproximadamente 5 cm abaixo da base, a partir da 6l cartilagem costal, 
anteriormente, até a 2° costela, posteriormente. Portanto, os pulmões não preenchem completamente a cavidade pleural 
nessa área 
 
É possível remover o excesso de líquido na cavidade pleural sem lesar o tecido pulmonar inserindo-se uma agulha 
anteriormente pelo 7° espaço intercostal, um procedimento denominado toracocentese. A agulha é passada ao longo da 
margem superior da costela inferior para evitar dano aos nervos intercostais e aos vasos sanguíneos. 
 
Lobos, Fissuras e Lóbulos 
Uma ou duas fissuras dividem cada pulmão em lobos. Ambos os pulmões têm uma fissura oblíqua, que se estende 
inferior e anteriormente; o pulmão direito também apresenta uma fissura horizontal. A fissura oblíqua no pulmão 
esquerdo separa o lobo superior do lobo inferior. 
No pulmão direito, a parte superior da fissura oblíqua separa o lobo superior do lobo inferior; a parte inferior da fissura 
oblíqua separa o lobo inferior do lobo médio, que é limitado superiormente pela fissura horizontal. 
Cada lobo recebe seu próprio brônquio lobar (secundário) 
Assim, o brônquio principal direito dá origem a três brônquios lobares (secundários) , denominados brônquios lobares 
superior, médio e inferior, enquanto o brônquio principal esquerdo dá origem aos brônquios lobares superior e inferior. 
No pulmão, os brônquios lobares dão Cada segmento broncopulmonar dos pulmões contém origem aos brônquios 
segmentares (terciários); existem 10 muitos compartimentos pequenos, chamado lóbulos; cada brônquios segmentares 
(terciários) em cada pulmão. O lóbulo está envolto em tecido conjuntivo elástico e contém segmento do tecido pulmonar 
que cada brônquio segmentar um vaso linfático, uma arteríola, uma vênula e um ramo é chamado segmento 
broncopulmonar que estão localizados em um segmento cópicos, denominados bronquíolos respiratórios. 
Os bronquíolos respiratórios também contêm alcamente sem causar danos graves ao tecido pulmonar cir- véolos 
(descritos a seguir) desenvolvendo-se a partir de suas cundante. paredes. Como os alvéolos participam da troca gasosa 
bronquíolos respiratórios são as primeiras estruturas na zona respiratória do sistema respiratório. À medida que os 
bronquíolos respiratórios penetram mais profundamente nos pulmões, o revestimento epitelial muda de cúbico simples 
para pavimentoso simples. Os bronquíolos respiratórios, por sua vez, subdividem-se em diversosduetos alveolares 
(2 a 11), compostos de epitélio simples pavimentoso. 
 
A transição respiratória da traqueia para os duetos alveolares contém aproximadamente 25 ordens de ramificação; isto 
é, a ramificação ocorre aproximadamente 25 vezes - da traqueia para os brônquios principais (ramificação de primeira 
ordem), para os brônquios lo bares (secundários) (ramificação de segunda ordem) e, assim, sucessivamente para baixo, 
até os duetos alveolares. 
 
Alvéolos 
Em torno da circunferência dos duetos alveolares estão numerosos alvéolos e sacos alveolares. Um alvéolo é uma 
invaginação caliciforme revestida por epitélio simples pavimentoso e sustentada por uma membrana basal elástica fina; 
um saco alveolar consiste em dois ou mais alvéolos que compartilham uma só abertura. 
 
As paredes dos alvéolos consistem em dois tipos de células epiteliais alveolares. As células alveolares do tipo 1, as 
células predominantes, são células epiteliais pavimentosas simples que formam um revestimento quase contínuo da 
parede alveolar. 
As células alveolares do tipo II, também chamadas células septais, são menos numerosas e encontradas entre as 
células alveolares do tipo 1. As finas células alveolares do tipo I são os principais locais de troca gasosa. As células 
alveolares do tipo II, que são células epiteliais arredondadas ou cúbicas com superfícies livres contendo 
microvilosidades, secretam líquido alveolar. 
 
Este líquido mantém a superfície entre as células e o ar úmido. Incluído no líquido está um surfactante, uma mistura 
complexa de fosfolipídios e lipoproteínas. O surfactante reduz a tensão superficial do líquido alveolar, reduzindo a 
tendência de colapso dos alvéolos, mantendo-os dessa forma pérvios. 
 
Associados à parede alveolar encontram-se os macrófagos alveolares, fagócitos nômades que removem finas partículas 
de poeira e outros fragmentos nos espaços alveolares. Fibroblastos, que produzem fibras elásticas e reticulares, 
também são encontrados. Subjacente à lâmina de células alveolares do tipo I encontra-se uma membrana basal 
elástica. 
 
Na face externa dos alvéolos, as arteríolas e vênulas pulmonares se dispersam em uma rede de capilares sanguíneos, 
que consiste em uma lâmina simples de células endoteliais e membrana basal. 
 
A troca de 0 2 e C02 entre os espaços aéreos nos pulmões e no sangue ocorre por difusão através das paredes capilar 
e alveolar, que juntas formam a membrana respiratória. A membrana respiratória, que se estende do espaço aéreo 
alveolar até o plasma sanguíneo, consiste em quatro camadas: 
 
1. Uma camada de células alveolares dos tipos 1 e II e macrófagos alveolares associados que constituem a parede 
alveolar. 
2. Uma membrana basal epitelial subjacente à parede alveolar. 
3. Uma membrana basal capilar que é muitas vezes fundida com a membrana basal epitelial. 
4. As células endoteliais da parede capilar (o endotélio capilar). 
 
Apesar de ter várias camadas, a membrana respiratória é muito fina-apenas 0,5 μm de espessura, quase 1/16 do 
diâmetro de um eritrócito. Essa espessura permite uma rápida difusão de gases. Estima-se que os pulmões contenham 
300 milhões de alvéolos, propiciando uma área de superfície imensa de 70 m2- aproximadamente o tamanho de uma 
quadra de handebol - para a troca gasosa. 
 
Suprimento Sanguineo para os Pulmões 
Os pulmões recebem sangue por meio de dois conjuntos de artérias: as artérias pulmonares e bronquiais. O sangue 
desoxigenado passa pelo tronco pulmonar, que se divide na artéria pulmonar esquerda, que entra no pulmão esquerdo, 
e na artéria pulmonar direita, que entra no pulmão direito. 
 
O retorno do sangue oxigenado para o coração ocorre por quatro veias pulmonares, que drenam o sangue para o átrio 
esquerdo . A única característica dos vasos sanguíneos pulmonares é sua constrição em resposta à hipoxia 
(concentração baixa de 0 2) localizada. Em todos os outros tecidos do corpo, a hipoxia provoca dilatação dos vasos 
sanguíneos, que serve para aumentar o fluxo sanguíneo. 
 
Nos pulmões, contudo, os vasos sanguíneos se contraem em resposta à hipoxia, desviando o sangue oxigenado das 
áreas pouco ventiladas para regiões bem ventiladas dos pulmões, para uma troca gasosa mais eficiente. 
 
As artérias bronquiais, que se ramificam a partir da aorta, levam sangue oxigenado para os pulmões. Este sangue passa 
basicamente para as paredes musculares dos brônquios e bronquíolos. Na verdade, existem conexões entre os ramos 
das artérias bronquiais e os ramos das artérias pulmonares; grande parte do sangue retorna para o coração através das 
veias pulmonares. Um pouco de sangue, no entanto, é drenado pelas veias bronquiais, que são tributárias do sistema 
ázigo, e retorna para o coração via veia cava supenor. 
 
O suprimento nervoso dos pulmões é derivado do plexo pulmonar, localizado anteroposteriormente às raízes dos 
pulmões. O plexo pulmonar é formado pelos ramos dos nervos vagos (X) e troncos simpáticos. As fibras 
parassimpáticas motoras originam-se do núcleo dorsal do nervo vago (X), enquanto as fibras simpáticas motoras são 
fibras pós-ganglionares do 22 ao 52 gânglios torácicos paravertebrais do tronco simpático. 
Maturação dos Pulmões 
 
A maturação dos pulmões é dividida em quatro estágios histologicamente distintos: o pseudoglandular, o canalicular, 
saco terminal e o estágio alveolar. 
Estágio Pseudoglandular (5ª à 17ª semana) 
Do ponto de vista histológico, o pulmão durante o estágio pseudoglandular possui aparência de glândulas exócrinas. 
Com 16 semanas, todos os principais componentes dos pulmões estão formados, exceto aqueles envolvidos com as 
trocas gasosas. A respiração não é possível; portanto, fetos nascidos durante esse período são incapazes de 
sobreviver. 
Estágio Canalicular (16a à 26a semana) 
O estágio canalicular sobrepõem-se ao estágio pseudoglandular, pois o desenvolvimento do segmento cranial dos 
pulmões amadurece mais rápido do que o segmento caudal. Durante o estágio canalicular, a luz dos brônquios e dos 
bronquíolos terminais tornam-se maiores e o tecido pulmonar torna-se altamente vascularizado. 
Por volta da 24a semana, cada bronquíolo terminal forma dois ou mais bronquíolos respiratórios, que irão se dividir 
em três a seis passagens: os ductos alveolares primitivos. 
A respiração é possível ao final do período canalicular (26 semanas), pois alguns sacos terminais de parede delgada 
(alvéolos primitivos) se desenvolvem no final dos bronquíolos respiratórios e o tecido pulmonar está bem vascularizado. 
Embora fetos nascidos ao final desse período possam sobreviver se tiverem cuidados intensivos, neonatos prematuros 
muitas vezes não sobrevivem, pois o sistema respiratório e os outros sistemas ainda estão relativamente imaturos. 
Estágio de Saco Terminal (24a semana ao final do Período Fetal) 
Durante o estágio de saco terminal, muitos mais sacos terminais (alvéolos primitivos) se desenvolvem e seus epitélios 
tornam-se muito finos. Os capilares tornam-se protuberantes nesses sacos. O íntimo contato entre o epitélio e as células 
endoteliais estabelece a barreira hematoaérea, que permite uma troca adequada de gases, necessária para a 
sobrevivência do feto caso este nasça prematuramente. 
Na 26a semana, os sacos terminais são revestidos principalmente por células epiteliais pavimentosas de origem 
endodérmica, os pneumócitos tipo I, através dos quais a troca gasosa ocorre. A rede de capilares se prolifera 
rapidamente no mesênquima ao redor dos alvéolos em desenvolvimento, contudo, não é concomitante ao 
desenvolvimento ativo dos capilares linfáticos. Dispersas entre as células epiteliais pavimentosas, estão células 
epiteliais secretoras arredondadas, os pneumócitos tipo II, que secretam o surfactante pulmonar, uma mistura 
complexa de fosfolipídios e proteínas. 
O surfactante se forma como uma película monomolecular na parede interna dos sacos alveolares e neutraliza as 
forças de tensão superficial na interface ar-alvéolo. Este facilita a expansão dos sacos terminaispor prevenirem a 
atelectasia (colapso dos sacos durante a expiração). A maturação dos pneumócitos tipo II e a produção do surfactante 
variam amplamente entre os fetos de diferentes idades gestacionais. A produção do surfactante aumenta durante os 
estágios terminais da gestação, particularmente durante as últimas 2 semanas. 
A produção de surfactante começa entre a 20a e a 22a semana, mas o surfactante está presente apenas em pequenas 
quantidades em bebês prematuros, não estando presente em níveis adequados até o final do período fetal. Por volta da 
26a à 28a semana, o feto frequentemente pesa cerca de 1.000 g e estão presentes sacos alveolares e surfactante 
suficientes para permitir a sobrevivência de bebês nascidos prematuramente. Antes disso, os pulmões são, geralmente, 
incapazes de prover trocas gasosas adequadas, em parte, porque a área de superfície alveolar é insuficiente e a 
vascularização é pouco desenvolvida. 
A presença de sacos terminais delgados ou um epitélio alveolar primitivo não é tão importante para a sobrevivência e 
desenvolvimento neurológico de bebês prematuros, quanto uma adequada vascularização pulmonar e produção de 
surfactante suficiente. 
Fetos nascidos entre a 24a e a 26a semana após a fecundação podem sobreviver se tiverem cuidados intensivos; 
entretanto, eles podem sofrer de desconforto respiratório pela deficiência de surfactante. 
 
 
sobrevivência desses bebês tem aumentado pelo uso de corticosteroides (esteroides produzidos pelo córtex da adrenal) 
pré-natal, que induzem a produção de surfactante e também com a terapia pós-natal de reposição de surfactante. 
Estágio Alveolar (Final do Período Fetal aos 8 Anos) 
Exatamente quando o estágio de saco terminal acaba e se inicia o estágio alveolar depende da definição do 
termo alvéolos. Os sacos terminais análogos aos alvéolos estão presentes na 32a semana. 
O epitélio de revestimento desses sacos atenua-se para uma fina camada epitelial pavimentosa. 
Os pneumócitos tipo I tornam-se tão delgados que os capilares adjacentes projetam-se para os sacos alveolares. 
Ao final do período fetal (38 semanas), os pulmões são capazes de realizar a respiração, pois a membrana 
alveolocapilar (barreira de difusão pulmonar ou membrana respiratória) é delgada o suficiente para realizar as trocas 
gasosas. Embora os pulmões não comecem a realizar essa função vital até o nascimento, estes são bem desenvolvidos 
e, portanto, capazes de funcionar prontamente quando o bebê nasce. 
No início do estágio alveolar (32 semanas), cada bronquíolo respiratório termina em um aglomerado de sacos 
alveolares de paredes delgadas, separados um dos outros por tecido conjuntivo frouxo. Esses sacos representam os 
futuros ductos alveolares. A transição da dependência da placenta na troca gasosa para a troca gasosa autônoma 
requer as seguintes mudanças adaptativas dos pulmões: 
• Produção de surfactante nos sacos alveolares. 
• Transformação dos pulmões de órgãos secretores para órgãos capazes de realizar as trocas gasosas. 
• Estabelecimento das circulações sistêmicas e pulmonar em paralelo. 
Aproximadamente 95% dos alvéolos maduros desenvolvem- se no período pós-natal. Antes do nascimento, os alvéolos 
primordiais aparecem como pequenas projeções nas paredes dos bronquíolos respiratórios e dos sacos alveolares, 
dilatações terminais dos ductos alveolares. 
 
Os movimentos respiratórios fetais (MRFs), que podem ser detectados pela ultrassonografia em tempo real, ocorrem 
antes do nascimento, exercendo força suficiente para causar a aspiração de algum líquido amniótico pelos pulmões. Os 
MRFs ocorrem intermitentemente (aproximadamente 30% durante o rápido movimento dos olhos no sono) e são 
essenciais ao desenvolvimento normal dos pulmões. 
O padrão do MRF é amplamente utilizado para o acompanhamento do trabalho de parto e na previsão da sobrevida de 
fetos nascidos prematuros. No nascimento, o feto já possui a vantagem de vários meses de exercícios respiratórios. Os 
MRFs, que aumentam à medida que o parto se aproxima, provavelmente condicionam os músculos respiratórios. Além 
disso, esses movimentos estimulam o pulmão a se desenvolver, possivelmente pela criação de um gradiente de pressão 
entre os pulmões e o líquido amniótico 
 
Ao nascimento, os pulmões estão aproximadamente com a metade de seu volume preenchido com líquido derivado da 
cavidade amniótica, pulmões e das glândulas traqueais. A aeração dos pulmões ao nascimento não é tanto devido à 
dilatação dos órgãos colapsados vazios, mas, sim, da rápida substituição do líquido intra-alveolar pelo ar. O líquido dos 
pulmões é retirado ao nascimento por três rotas: 
• Através da boca e do nariz por pressão no tórax fetal durante o parto vaginal. 
• Pelos capilares, artérias e veias pulmonares. 
• Pelos vasos linfáticos. 
No feto próximo ao termo, os vasos linfáticos pulmonares são relativamente maiores e mais numerosos do 
que em adultos. O fluxo linfático é rápido durante as primeiras horas após o nascimento e em seguida diminui. Três 
fatores são importantes para o desenvolvimento normal do pulmão: espaço torácico adequado para o crescimento 
pulmonar, MRFs e volume de líquido amniótico adequado.

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