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CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO RESUMO 06 – DITADURA MILITAR II. COSTA E SILVA (1967-69) E EMÍLIO G. MÉDICI (1969-74) Alexandre Alves GOVERNO ARTUR DA COSTA E SILVA O primeiro presidente militar, Humberto de Alencar Castelo Branco, morreu no dia 18 de julho de 1967. O avião em que o presidente estava se chocou com outro pouco antes de pousar em Fortaleza. Dessa forma, era preciso escolher um novo nome para ocupar o cargo de presidente. Nesse momento, ainda se falava em transição dos poderes para os civis assim que a “casa estivesse arrumada”. O próximo presidente que assumisse estaria com essa missão. Lembrando que a escolha cabia ao Alto Comando das Forças Armadas. Esse militar, sempre general de quatro estrelas, era escolhido e a ordem vinha de cima para que o Congresso aprovasse. Aparentemente era o legislativo que escolhia o presidente, mas na prática, o poder legiferante apenas sacramentava a ordem superior. O grupo castelista ou moderado não foi capaz de eleger seu sucessor e foi escolhido presidente o General Artur da Costa e Silva. Costa e Silva havia sido Chefe do IV Exército com sede no Recife, era militar treinado nos Estados Unidos e fora Ministro de Guerra de Castelo Branco. Diferentemente de seu antecessor, o novo presidente não era uma figura representativa da Sorbonne. Pelo contrário, Costa e Silva estava bem distante da figura intelectualizada que representava esses militares. Para Vice-Presidente da República, mais uma vez foi escolhido um civil, Pedro Aleixo, político udenista. IMAGEM 01 – Primeira Dama Iolanda da Costa e Silva e o Presidente do Brasil, General Artur da Costa e Silva durante visita oficial ao Japão. Fonte: CPDOC FGV. Disponível em: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/arquivo- pessoal/CS/audiovisual/visita-oficial-do-presidente-costa-e-silva-ao-japao Acesso em 16 de fevereiro de 2021. http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/arquivo-pessoal/CS/audiovisual/visita-oficial-do-presidente-costa-e-silva-ao-japao http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/arquivo-pessoal/CS/audiovisual/visita-oficial-do-presidente-costa-e-silva-ao-japao CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO RESUMO 06 – DITADURA MILITAR II. COSTA E SILVA (1967-69) E EMÍLIO G. MÉDICI (1969-74) Alexandre Alves Costa e Silva condessava em si as esperanças de nacionalistas e da chamada Linha Dura. Grupo que estava menos disposto ao diálogo com as oposições e tendia a posições contrárias a reabertura política, pelo contrário, eram mais próximos de um endurecimento ainda maior e permanência dos militares do poder. Contudo, normalmente associado a linha-dura, por conta de suas medidas que veremos mais adiante ainda nesse resumo, Costa e Silva é uma figura singular que atuou jogando com as pressões existentes durante seu governo. O presidente não pode ser classificado perfeitamente como Linha Dura, mas também não pode ser enquadrado como castelista, pois estava longe das figuras intelectualizadas da Sorbonne. Por exemplo, Costa e Silva ouviu políticos discordantes durante seu governo, mas também atuou de forma incisiva nos sindicatos, apoiando a liderança de sindicalistas de confiança do governo. Tanto nacionalistas, como a Linha Dura estavam insatisfeitas com o Governo de Castelo Branco. Além disso, a popularidade de Castelo entre a população era baixa, por conta da política econômica que deixou boa parte do ônus de sua implantação com os trabalhadores. Dessa forma, quando assume, Costa e Silva muda completamente o ministério castelista e aumenta a participação de militares no governo. A exceção fica por conta de Antônio Delfim Netto no Ministério da Fazenda e Hélio Beltrão no Ministério do Planejamento. Delfim Neto será muito comentado, pois o ministro estará presenta não só no Governo Costa e Silva como também no Governo Emílio Garrastazu Médici. Antes de tratar do Governo Costa e Silva propriamente dito, é interessante analisar brevemente o cenário internacional. Nesse sentido, o ano de 1968 é marcante. Isso porque, ocorreram na Europa e nos Estados Unidos importantes movimentos sociais que vão influenciar a juventude brasileira que será bastante atuante na oposição ao regime durante todo o período ditatorial. Nesse ano, jovens em diversos locais do mundo vão manifestar por diferentes demandas. Esse período também marcado por toda uma revolução no controle de natalidade, com o advento da pílula anticoncepcional. Essa descoberta permitiu as mulheres um maior controle de seus corpos e maior poder de decisão sobre engravidar ou não e mesmo escolhendo ser mãe, o melhor momento para isso. É também o momento do questionamento do negro e de seu lugar na sociedade, dos jovens que não querem ter uma vida como a dos seus pais e questionam as convenções sociais. Na França esses eventos ficaram conhecidos como os Acontecimentos de Maio de 1968. Uma manifestação pequena se iniciou na Universidade de Nanterre e se espalhou para outras universidades, chegando a famosa Sorbonne. Os estudantes tinham diversas reivindicações que abrangiam desde melhorias pontuais até a própria posição dos diplomados na divisão capitalista do trabalho. O movimento dos estudantes não se limitou as universidades e em pouco tempo alcançou a rua e os espaços públicos. Alcançou ainda os intelectuais e os operários insatisfeitos com sua situação no cenário francês daquele período. Esse grupo começou a realizar greves que rapidamente se alastraram chegando a parar uma grande parcela de trabalhadores franceses. O movimento tomou tamanha dimensão que o Governo Conservador de Charles de Gaulle chegou a ser ameaçado. Nos Estados Unidos esse momento também é marcado por forte contestação de jovens. Nesse momento, o movimento de Contracultura ganha força. Surgido em 1966, o Movimento Hippie como ficou conhecido atraia jovens entre 17 e 25 anos principalmente, e que contestavam os valores que eram tidos como absolutos por seus pais. Dessa forma, questionavam a forma de se vestir, de se portar, se agir e como pensar o futuro pessoal e profissional. Esse grupo vai de encontro com todas CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO RESUMO 06 – DITADURA MILITAR II. COSTA E SILVA (1967-69) E EMÍLIO G. MÉDICI (1969-74) Alexandre Alves essas premissas, uma vez que propunha toda uma nova forma de viver, contrária a ideia de emprego fixo, morada fixa e regras rígidas. Eram contra a ideia de fronteira entre países e propriedade privada. Defendiam o amor a natureza e seguiam líderes espirituais. Ainda nos Estados Unidos, a juventude vai se rebelar fortemente contra a Guerra do Vietnã em curso desde 1959. A Guerra do Vietnã é o nome dado ao conflito bélico entre o Vietnã do Sul (capitalista) e o Vietnã do Norte (socialista). Lembrando que esse é um período de Guerra Fria. Os EUA entram na guerra sobre a alegação que a embarcação USS Maddox teria sido alvo de ataques de vietnamitas do norte. Dessa forma, os americanos, que já haviam participado com disponibilização de armamentos para os vietnamitas do sul, entram de fato no conflito. Contudo, os vietcongues (como foram chamados a população do norte) utilizaram uma tática de guerrilha com base no conhecimento da mata local que fez o conflito se tornar extremamente desgastante para os estadunidenses. Os americanos recorrem ao uso de armas químicas, atacam civis inocentes e realiza um conflito bastante violento. Esses eventos, noticiados pela mídia, levam a uma série de campanhas para a saída da Guerra. Isso ocorre em 1973. A Guerra, no entanto, só acaba em 1976 quando o Norte unifica o país sob o regime socialista. Além disso, nesse mesmo momento ocorre a Morte de Martin Luther King nos EUA, o que provoca intensas manifestações em solo estadunidense. Na extinta Checoslováquia, ocorre a chamada Primavera de Praga.Nos países africanos, ocorrem diversos eventos que marcam o fim da luta de libertação. E, por fim, na América Latina, muitos grupos entram em luta revolucionária armada contra os governos ditatoriais estabelecidos. O Brasil se insere nesse contexto. A juventude brasileira de 1968 também realizará uma série de movimentos contra o regime ditatorial no Brasil. Lembrando que boa parte desses jovens mais ativos nas lutas políticas estavam organizados na União Nacional dos Estudantes – UNE. Após o golpe de 64, a UNE, antiga apoiadora de Jango, foi atacada e posta na ilegalidade pelos militares. Contudo, esses jovens nunca deixaram de se reunir e organizar congressos e reuniões de forma velada. Em 1967, por exemplo, aconteceu o XXIX Congresso da UNE em um mosteiro beneditino próximo a Campinas, São Paulo. Esse evento foi marcado pela forte crítica dos estudantes ao modelo educacional do Governo que aceitava a interferência de organismos internacionais. O evento que tornará o movimento estudantil realmente explosivo ocorre em 28 de março de 1968. Nesse dia, vários estudantes protestavam contra o fechamento do Restaurante do Calabouço, estabelecimento que atendia sobretudo os estudantes mais pobres vindos de outros estados. Contudo, a forte repressão policial acabou culminando na morte do estudante secundarista Edson Luís Lima Souto, de apenas 18 anos. A morte de Edson desencadeia uma série de manifestações e protestos pelo Brasil que mais uma vez foram alvo de violência policial. Toda essa série de eventos levou a uma greve estudantil que inclusive obrigou o Governador do RJ a decretar o adiantamento das férias escolares. O ápice desse movimento culmina na chamada Passeata dos 100 Mil. Essa marcha aconteceu em 26 de junho de 1968 no Rio de Janeiro devido não só a morte do estudante Edson, mas também devido a toda uma forte repressão policial que sempre desencadeava em prisões e muitos feridos. Lembrando que os estudantes eram maioria, mas, uma parcela significativa de populares participou da série de manifestações de 1968. CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO RESUMO 06 – DITADURA MILITAR II. COSTA E SILVA (1967-69) E EMÍLIO G. MÉDICI (1969-74) Alexandre Alves IMAGEM 02 – Jovens tomam a Cinelândia no Rio de Janeiro durante a manifestação conhecida como Passeata dos Cem Mil. Esse foi o primeiro evento de grandes proporções em oposição a ditadura. Fonte: Memorial da Democracia. Disponível em: http://memorialdademocracia.com.br/card/passeata-dos-cem-mil-afronta-a-ditadura Acesso em 17 de fevereiro de 2021. Além do Movimento Estudantil, em 1968 ocorreram duas importantes greves: Uma em Osasco (São Pulo) e outra em Contagem (Minas Gerais). A paralisação de Osasco foi marcada pela tomada do prédio da Cobrasma em um movimento conjunto de estudantes e operários. Em Contagem, a paralisação ocorreu na Siderúrgica Belgo-Mineira onde um grande número de trabalhadores cruzaram os braços pedindo aumento salarial. Chefes e diretores chegaram a ser feitos de reféns. Esse período também é marcado pelo início da luta armada, em parte inspirado no sucesso da Revolução Cubana de 1959 e nos focos de guerrilha que começavam a surgir em diversos países latino-americanos. A ideia desses grupos era que apenas pegando armas seria possível derrubar o regime militar que, para esses grupos, já estava claro que não deixariam o poder. No entanto, o tradicional Partido Comunista Brasileiro – PCB se opunha à luta armada. Nesse sentido, começaram a surgir outros grupos paramilitares. Ainda em 1967, Carlos Marighella rompeu com o PCB e formou a chamada Aliança de Libertação Nacional – ALN. Havia o Movimento Revolucionário 8 de Outubro – MR 8, Vanguarda Popular Revolucionária – VPR, entre outros. Esses grupos vão realizar diversos atentados como forma de desestabilizar o regime militar. Por exemplo, uma bomba foi colocada no Consulado Americano. Além disso, esses grupos atuavam em assaltos a bancos, as chamadas “expropriações”. O dinheiro levantado nesses eventos era utilizado para financiar a luta armada. Ademais, alguns casos são emblemáticos, como o sequestro do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick. Além disso, alguns movimentos se organizam no meio rural, cujo caso mais famoso é a Guerrilha do Araguaia. Como veremos mais adiante, esses grupos serão fortemente reprimidos pela estrutura do Governo que vai atuar de maneira eficaz na repressão. http://memorialdademocracia.com.br/card/passeata-dos-cem-mil-afronta-a-ditadura CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO RESUMO 06 – DITADURA MILITAR II. COSTA E SILVA (1967-69) E EMÍLIO G. MÉDICI (1969-74) Alexandre Alves Até aqui, o Governo não havia endurecido o regime, apesar da pressão exercida pela Linha Dura que sempre utilizou os eventos que ocorriam como forma de justificar esse fechamento ainda maior, pois para eles, a Revolução estava se perdendo. Contudo, um evento de pouca repercussão vai ser o estopim para o endurecimento: o discurso do deputado Márcio Moreira Alves do MDB. O congressista fez um discurso com duras críticas as Forças Armadas e convocou a população a boicotar as festividades do Sete de Setembro, data da independência do Brasil e muito valorizada pelos militares. Além disso, pediu que as mulheres se recusem a namorar qualquer soldado envolvidos com a repressão. Os militares pediram que o Congresso aprovasse a perda da imunidade parlamentar para que Márcio pudesse ser julgado e punido pelas ofensas as Forças Armadas. Todavia, esse pedido é negado, levando o Governo a baixar o famoso Ato Institucional número 5. O Ato Institucional número 5 é o maior instrumento de repressão e consolidação da Ditadura Militar no Brasil. O documento concentrava ainda mais os poderes no Executivo e permitia as punições violentas. Inclusive, podemos citar o fim do direito ao habeas corpus no caso de crime contra a segurança nacional. Os detalhes desse documento serão tratados no tópico a seguir ainda nesse resumo. A partir desse momento, era difícil acreditar que o Governo Militar seria transitório e que logo os poderes seriam devolvidos aos civis. O AI 5 também pode ser entendido como o “golpe dentro do golpe” uma vez que marca a ascensão da Linha Dura. Contudo, Artur da Costa e Silva não conseguiu fazer grandes usos do AI 5 ainda durante seu Governo. Isso porque, o General será vítima de derrame e ficará impossibilitado de realizar as funções de presidente. Nesse caso, a Constituição de 1967, aprovada pelos militares ainda durante o Governo Castelo Branco, não deixava dúvidas: o Vice-Presidente da República deveria assumir. O Vice de Costa e Silva era um civil, Pedro Aleixo, político udenista. No entanto, uma junta militar composta por um representante do Exército (Lira Tavares), um da Marinha (Augusto Rademaker) e um da Aeronáutica (Márcio de Sousa e Melo) julgam que o melhor era não permitir que Aleixo assuma os poderes. Uma junta formada por esses três militares assumiu. Essa junta governou o país até 1969 na expectativa de que Costa e Silva pudesse retomar suas atividades, caso melhorasse. Como isso não ocorreu, são convocadas novas eleições. O resultado marca a vitória do General Emílio Garrastazu Médici, militar representante da Linha Dura. A Junta Militar baixou mais alguns importantes Atos Institucionais: o AI 12 que estabeleceu a Junta Militar Provisória que permaneceria no poder até que Artur da Costa e Silva recuperasse seu estado de saúde; e o AI 13 que estabeleceu a pena de banimento do território nacional de qualquer brasileiro que fosse inconveniente, nocivo ou perigoso para a segurança do Brasil. O AI 14 estabeleceu a pena de morte para guerra subversiva ou revolucionária. O Regime se endurecia ainda mais. CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO DISCIPLINA:HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO RESUMO 06 – DITADURA MILITAR II. COSTA E SILVA (1967-69) E EMÍLIO G. MÉDICI (1969-74) Alexandre Alves O ATO INSTITUCIONAL NÚMERO 05 – AI 5 Considerado o maior instrumento de repressão utilizado pelos militares durante a Ditadura, esse ato foi baixado no dia 13 de dezembro de 1968. Estabeleceu de vez o caráter ditatorial do regime iniciado em 1964, uma vez que concentrou ainda mais os poderes no Executivo e consolidou de vez a tese de que os militares permaneceriam no poder. A seguir vamos trará de alguns artigos específicos do Ato Institucional número 5. “Art. 2º - O Presidente da República poderá decretar o recesso do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e das Câmaras de Vereadores, por Ato Complementar, em estado de sitio ou fora dele, só voltando os mesmos a funcionar quando convocados pelo Presidente da República. § 1º - Decretado o recesso parlamentar, o Poder Executivo correspondente fica autorizado a legislar em todas as matérias e exercer as atribuições previstas nas Constituições ou na Lei Orgânica dos Municípios. Art. 3º - O Presidente da República, no interesse nacional, poderá decretar a intervenção nos Estados e Municípios, sem as limitações previstas na Constituição. Parágrafo único - Os interventores nos Estados e Municípios serão nomeados pelo Presidente da República e exercerão todas as funções e atribuições que caibam, respectivamente, aos Governadores ou Prefeitos, e gozarão das prerrogativas, vencimentos e vantagens fixados em lei. Art. 4º - No interesse de preservar a Revolução, o Presidente da República, ouvido o Conselho de Segurança Nacional, e sem as limitações previstas na Constituição, poderá suspender os direitos políticos de quaisquer cidadãos pelo prazo de 10 anos e cassar mandatos eletivos federais, estaduais e municipais. Art. 7º - O Presidente da República, em qualquer dos casos previstos na Constituição, poderá decretar o estado de sítio e prorrogá-lo, fixando o respectivo prazo. Art. 10 - Fica suspensa a garantia de habeas corpus, nos casos de crimes políticos, contra a segurança nacional, a ordem econômica e social e a economia popular.” (BRASIL, ATO INSTITUCIONAL Nº 5, DE 13 DE DEZEMBRO DE 1968. São mantidas a Constituição de 24 de janeiro de 1967 e as Constituições Estaduais; O Presidente da República poderá decretar a intervenção nos estados e municípios, sem as limitações previstas na Constituição, suspender os direitos políticos de quaisquer cidadãos pelo prazo de 10 anos e cassar mandatos eletivos federais, estaduais e municipais, e dá outras providências. Diário Oficial da União 13.12.1968) Como foi possível perceber, o presidente passou a concentrar em si muitos poderes, o que é típico das ditaduras. O presidente poderia decretar o recesso do legislativo, passando a legislar por conta própria sobre qualquer matéria. Passou a ser possível a nomeação de interventores para atuar nos Estados e Municípios. Permitia ao chefe do executivo cassar mandatos e direitos políticos, além de decretar o estado de sítio ao seu bel prazer. Além disso, o fim do direito de habeas corpus permitiu que muitos fossem presos de forma injusta. Além disso, esse ato, diferentemente dos anteriores, não tinha um prazo de vigência estabelecido. A estabilidade no serviço público foi perdida, o mesmo vale para a vitaliciedade dos magistrados. O que desencadeou uma nova onde de expurgos no funcionalismo público. Além disso, iniciou-se a chamada censura prévia. Todos os jornais e meios de comunicação, de arte e cultura passaram a ser vistoriados pela equipe de censura antes da publicação para o grande público. Falaremos disso mais adiante. Além disso, a tortura, que já acontecia desde o Governo Castelo Branco, passou a fazer parte dos métodos do Governo. Todos esses aspectos serão acentuados no Governo do General Emílio Garrastazu Médici. CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO RESUMO 06 – DITADURA MILITAR II. COSTA E SILVA (1967-69) E EMÍLIO G. MÉDICI (1969-74) Alexandre Alves GOVERNO EMÍLIO GARRASTAZU MÉDICI Como vimos, Costa e Silva sofreu um derrame e não se recuperou para assumir novamente suas funções como presidente do Brasil. A Junta Militar Provisória, nesse contexto, declarou vaga a presidência e vice-presidência do Brasil e convocou eleições indiretas ainda em 1969. Além disso, determinou que o novo presidente governaria o país de 1969 até 1974. Nesse momento, poucos acreditavam que a proposta inicial dos militares de devolver o poder aos civis de fato iria ocorrer. O Alto Comando das Forças Armadas escolheu o General Emílio Garrastazu Médici para ocupar o cargo de presidente, e Augusto Rademaker para ocupar a vice-presidência. É o primeiro presidente da ditadura que não possui um civil como vice. Maior representante da Linha Dura que governou o Brasil, o General Médici já havia sido Chefe do Estado Maior do Exército de Costa e Silva, Comandante da Academia Militar de Agulhas Negras e chefe do Sistema Nacional de Informação – SNI. Seu governo será marcado como o auge da repressão e violência do regime, mas também como o período de maior prosperidade econômica do Brasil até então, o chamado Milagre Econômico ou Milagre Brasileiro. Apesar de Costa e Silva ter sido o presidente que baixou o AI 5, ele fez pouco uso desse instrumento, uma vez que caiu doente pouco tempo depois. Médici assume presidente com todos os poderes concedidos por esse Ato Institucional. Dessa forma, não atoa, seu governo é o período mais repressivo da história recente do Brasil. Por outro lado, a conjuntura econômica internacional bastante favorável e os resultados da política econômica aplicada desde Roberto de Oliveira Campos e Otávio Gouveia de Bulhões e passando por Delfim Neto fazem esse período ser de pujança nas finanças do país. Além disso, importantes vitórias em competições esportivas e o uso intenso da propaganda do Estado e da censura prévia vão criar um clima de otimismo no país. Vamos tratar de cada um desses pontos de forma pormenorizada. A luta armada que inicialmente decolou e chegou a realizar feitos impressionantes, como o sequestro do embaixador dos EUA no Brasil e diversos assaltos a bancos e focos de guerrilha, declinou violentamente no Governo Médici, porém não desapareceu. Isso ocorre devido a eficácia da repressão do Governo. Importantes líderes da luta armada serão assassinados nesse momento. A exemplos, podemos citar Carlos Lamarca e Carlos Marighella. Além disso, o foco mais famoso de guerrilha rural será desmontado no Governo Médici. A Guerrilha do Araguaia foi reprimida pelos militares na região do Bico do Papagaio banhada pelo Rio Araguaia no estado do Pará. Nesse momento, o Governo já faz uso quase que institucional da tortura como ferramenta para obter informações. Apesar de ser considerada um método ineficaz para conseguir dados, pois o torturado fala aquilo que seu torturador quer ouvir e não necessariamente a verdade, essa prática foi comum durante esse período, também conhecido como Anos de Chumbo. A tortura será utilizada de forma ampla, chegando a prejudicar civis que não estavam envolvidos na luta armada. Afetou crianças, mulheres, padres e membros da igreja e diversas pessoas. Sendo esse, um dos capítulos mais nefastos de nossa história. Um caso emblemático de tortura e morte nesse período (anos 70s) é o do Jornalista Vladimir Herzog que foi torturado e morto no DOI-CODI de São Paulo. O jornalista foi intimado a depor depois da emissora onde ele trabalhava, a TV Cultura, ser acusada de estar repleta de comunistas. Vladimir se apresenta, mas é torturado e morto. Muito das práticas desse período serão relatas na Comissão da Verdade, instaurada recentemente para apurar os fatos ocorrido durante a ditadura. Trataremos melhor desse assunto na aula sobre os Governos Petistas. CURSO: HISTÓRIA,GESTÃO PÚBLICA E DIREITO DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO RESUMO 06 – DITADURA MILITAR II. COSTA E SILVA (1967-69) E EMÍLIO G. MÉDICI (1969-74) Alexandre Alves DOI-CODI significa Destacamento de Operações e Informações e do Centro de Operações de Defesa Interna. Eram órgãos do regime ditatorial que foram instalados em diversos estados do Brasil. Eram os principais centros de tortura. Essa prática ocorreu em todos os estados, mas especialmente no eixo Rio-São Paulo, a mesma foi mais intensa. Além dos DOI-CODI, podemos citar o Centro de Informações da Marinha – CENIMAR, a Operação Bandeirantes – OBAN e os Departamentos de Ordem Política e Social - DOPS, como órgãos de repressão e tortura durante o regime militar. Apesar de toda essa repressão, não podemos esquecer que a censura prévia já havia sido instituída, de forma que, boa parte do que ocorria nos porões da ditadura não poderia vir a público. A censura vistoriava todo o conteúdo a ser publicado em jornais e na televisão e dizia o que poderia ou não ir adiante. Nesse sentido, é famoso o caso dos jornais que ao terem suas matérias censuradas pouco antes da impressão colocavam receitas de bolo como forma de protesto por não poder dizer o que de fato ocorria. O mesmo valia para músicas e obras de arte. Muitos artistas desse período que produziram material contra o regime tiveram que escrever com muito cuidado e inteligência para burlar seus censores e conseguir atingir as massas. Chico Buarque é um grande exemplo. Associado a censura, o Governo Médici estabeleceu a propaganda oficial do Governo. Através da Assessoria Especial de Relações Públicas – AERP e da Rede Globo de Televisão, foram veiculadas diversas propagandas ufanistas. Esse tipo de publicidade transmitia a ideia de que o Brasil estava no caminho certo, que era o país do futuro, que crescia a taxas altíssimas e que apenas os militares eram capazes de coordenar esse momento. A abrangência da propaganda foi expressiva em um momento em que o número de casas com pelo menos um aparelho televisor cresceu significativamente. É o período do “Brasil, ame-o ou deixe-o”, “ninguém segura esse país”, “Brasil país do futuro” e outros. IMAGEM 03 – Exemplo de propagandas ufanistas veiculadas durante o Governo Médici. Fonte: OLIVEIRA, Rafael. A Propaganda e a Publicidade no Governo Médici: muito além do ufanismo. In: XV Encontro Regional de História da ANPUH-RIO. 2012. Anais Eletrônicos. Disponível em: http://www.encontro2012.rj.anpuh.org/resources/anais/15/1332983067_ARQUIVO_APropagandaeaPublicidadenoGovern oMedici_1_.pdf Acesso em 18 de fevereiro de 2021. http://www.encontro2012.rj.anpuh.org/resources/anais/15/1332983067_ARQUIVO_APropagandaeaPublicidadenoGovernoMedici_1_.pdf http://www.encontro2012.rj.anpuh.org/resources/anais/15/1332983067_ARQUIVO_APropagandaeaPublicidadenoGovernoMedici_1_.pdf CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO RESUMO 06 – DITADURA MILITAR II. COSTA E SILVA (1967-69) E EMÍLIO G. MÉDICI (1969-74) Alexandre Alves A vitória da seleção brasileira de futebol na Copa do Mundo de 1970 também foi utilizada pelo governo como propaganda para materializar o bom momento do Brasil. No México, Pelé, Rivelino, Jairzinho, Tostão, Gérson e outros vão conduzir o Brasil em uma bela vitória de 04 x 01 contra a Itália. O Brasil conquistou a Copa do Mundo de Futebol e se tornou o único dono da Taça Jules Rimet. Médici não perdeu a chance de receber os jogadores em Brasília, tirar fotos e erguer a taça. Além de utilizar todo esse evento como uma grande propaganda a favor do regime militar. Todos esses eventos associados, ou seja, a vitória da seleção brasileira de futebol, o milagre econômico, a propaganda ufanista e a censura prévia fizeram com que vigorasse um clima de otimismo e que o Brasil estava no caminho certo. Muitas pessoas que viveram nesse momento, tiveram a impressão de que tudo ocorria bem, o Brasil crescia, que todos eram felizes e que era um bom momento para se viver. Contudo, a História atual nos permite saber que não era bem assim. Muita coisa acontecia e isso não chegava ao grande público. Interessante notar como no auge da repressão e da tortura, também ocorreu o período de maior popularidade e apoio ao regime. As causas desse evento já foram discutidas acima. IMAGEM 04 – Carlos Alberto (a esquerda) segura a taça junto com o General Emílio G. Médici. Fonte: Memórias da Ditadura. Disponível em: http://memoriasdaditadura.org.br/biografias-da-ditadura/medici/ Acesso em 18 de fevereiro de 2021. O General Emílio Garrastazu Médici governo até 1974. A Linha Dura não conseguiu fazer um sucessor e foi escolhido pelo Alto Comando das Forças Armadas o nome do castelista General Ernesto Geisel. Geisel representou o retorno do grupo Sorbonne ao poder, mas isso não significa que a Linha Dura desapareceu, o novo presidente precisou coordenar as pressões existentes nos dois grupos. http://memoriasdaditadura.org.br/biografias-da-ditadura/medici/ CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO RESUMO 06 – DITADURA MILITAR II. COSTA E SILVA (1967-69) E EMÍLIO G. MÉDICI (1969-74) Alexandre Alves O MILAGRE ECONÔMICO BRASILEIRO O termo milagre econômico não surgiu para designar apenas o Brasil e o crescimento observado na década de 70 no país. Esse conceito diz respeito às nações com elevadas taxas de crescimento de seu Produto Interno Bruto – PIB. O Japão, por exemplo, havia feito o seu milagre pouco antes do Brasil. Inclusive, durante o Governo Médici, muito idosos reclamavam da sua idade, pois não veriam a virada de milênio, quando o Brasil se tornaria uma potência como o Japão. Como veremos, isso não ocorreu por diversos fatores que serão analisados ao longo dessa aula e da próxima. O período do Milagre Brasileiro vai de 1969 até 1973 durante o Governo de Emílio Garrastazu Médici sendo que o milagre sofrerá seu primeiro impacto em 73 quando do Primeiro Choque do Petróleo. Além disso, parte desse movimento é percebido no Governo Geisel até 1979 quando o Segundo Choque do Petróleo põe fim a experiência do milagre brasileiro. Esse período é marcado pelas altas taxas de crescimento do PIB do Brasil que chegou a tocar a casa dos 12% em seu auge. Além disso, junto com os avanços econômicos, buscou-se um controle da inflação. Esse período contará com a participação do Ministro da Fazenda (equivalente ao nosso Ministro da Economia atual) Antônio Delfim Neto. Segundo o ministro, a política econômica brasileira teria uma particularidade, a Economia deveria crescer a tal ponto que poderia ser dividida. Contudo, apesar de ter ocorrido um avanço econômico e crescimento expressivo, a famosa “divisão do bolo” não ocorreu. Na verdade, esse período é marcado pela forte concentração de renda. Evento que aumentou ainda mais a distância entre ricos e pobres e acentuou os problemas sociais no Brasil. Esse crescimento “milagroso”, no entanto, tem causas reais e explicáveis. A primeira delas reside na estabilização econômica feita ainda no Governo Castelo Branco. Roberto Campos e Otávio Gouveia Bulhões conseguiram controlar, em parte, a inflação crescente dos governos anteriores e conseguiu que o Produto Interno Bruto do Brasil voltasse a crescer, mesmo com taxas tímidas. Essa estabilidade foi importante para os Governos seguintes assumissem com um cenário econômico interno um pouco mais acertado. O segundo ponto reside no período extremamente favorável para adquiri crédito no exterior. O Brasil vai pegar volumosos empréstimos com bancos estrangeiros com a finalidade de avançar com o programa de desenvolvimento econômico, investir internamente e financiar as chamadas obras faraônicas, que serão tratadas ainda nesse resumo. Associado a esse fato, devemos destacar que o país se tornou mais eficiente na arrecadação de tributos.Castelo Branco já havia contribuído nesse sentido ao estabelecer a correção monetária no ato de pagamento da dívida. As chamadas Obras Faraônicas foram construções de grandes proporções e com finalidades diversas a depender da obra em questão. Alguns exemplos de obras nesse sentido são a Usina Binacional de Itaipu. Usina de energia elétrica construída em parceria com o Paraguai, pois, energia era uma preocupação forte dos militares. Além disso, podemos citar as Usinas Nucleares de Angra I e Angra II. A Ponte Rio-Niterói e a famosa Rodovia Transamazônica. Com relação a esse último, a obra não foi concluída até os dias de hoje. Os militares se preocupavam com a integração do território. A frase “integrar para não entregar” ficou famosa nesse momento. As Forças Armadas acreditavam que era preciso manter o país integrado para não perder regiões do Brasil. O avanço no norte representou CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO RESUMO 06 – DITADURA MILITAR II. COSTA E SILVA (1967-69) E EMÍLIO G. MÉDICI (1969-74) Alexandre Alves essa tentativa. Contudo, esse avanço também foi um fator de dizimação de indígenas. Muito morreram de doenças inexistentes ou desconhecidas para eles, mas muitos morreram nos conflitos, sobretudo devido a questão da terra, problemática ainda hoje no Brasil Um terceiro ponto reside no aumento do investimento estrangeiro no Brasil e o aumento da exportação de produtos nacionais no exterior. Com a situação financeira do país tratada desde o PAEG de Castelo Branco, os investidores internacionais viam o Brasil com melhores olhos. Nesse sentido, a entrada de capitais foi alta nesse período. Além disso, o país iniciou um processo que o colocaria anos mais tarde como um dos principais Estados que vendiam soja no mercado externo. Essas informações ajudam a entender porque o Produto Interno Bruto cresceu tanto nesse período. Contudo, todo o Milagre Brasileiro estava centrado em causas externas e não internas. Dessa forma, quando ocorreram os Choques do Petróleo, o milagre brasileiro mostrou cansaço até se acabar. Isso ocorre porque os países centrais que tinham condições favoráveis para emprestar dinheiro para países periféricos, perderam essa capacidade devido ao aumento dos preços do petróleo. Esse evento reduziu a disponibilidade de recursos financeiros para países como o Brasil e complicou a situação brasileira que agora era dependente de petróleo. A dependência de petróleo externo, a dependência de um mercado internacional favorável para a comodity e para o crédito fácil justificou em parte o período do Milagre. Conforme essas características vão se perdendo, o Brasil pouco a pouco foi abandonando essa perspectiva. Os dois eventos que de fato marcam esse declínio são os choques do petróleo. Falaremos melhor desse tema na aula que vem sobre o Governo Geisel e Governo Figueiredo. CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO RESUMO 06 – DITADURA MILITAR II. COSTA E SILVA (1967-69) E EMÍLIO G. MÉDICI (1969-74) Alexandre A. 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São mantidas a Constituição de 24 de janeiro de 1967 e as Constituições Estaduais; O Presidente da República poderá decretar a intervenção nos estados e municípios, sem as limitações previstas na Constituição, suspender os direitos políticos de quaisquer cidadãos pelo prazo de 10 anos e cassar mandatos eletivos federais, estaduais e municipais, e dá outras providências. Diário Oficial da União 13.12.1968. BRASIL, ATO INSTITUCIONAL Nº 12, DE 1º DE SETEMBRO DE 1969. Dispõe sobre o exercício temporário das fundações de Presidente da República pelos Ministros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, enquanto durar o impedimento, por motivo de saúde, do Marechal Arthur da Costa e Silva, e dá outras providências. Diário Oficial da União 1º.9.1969 e retificado em 10.9.1969. BRASIL, ATO INSTITUCIONAL Nº 13, DE 5 DE SETEMBRO DE 1969. Institui a pena de banimento do Território Nacional para o brasileiro que se tornar inconveniente, nocivo ou perigoso à Segurança Nacional e dá outras providências. Diário Oficial da União 9.9.1969 e retificado em 10.9.1969. BRASIL, ATO INSTITUCIONAL Nº 14, DE 5 DE SETEMBRO DE 1969. Dá nova redação ao parágrafo 11 do artigo 150 da Constituição do Brasil, acrescentando que não haverá pena de morte, de prisão perpétua, de banimento ou confisco, salvo nos casos de guerra externa, psicológica adversa, ou revolucionária ou subversiva nos termos que a lei determinar - esta disporá, também, sobre o perdimento de bens por danos causados ao erário ou no caso de enriquecimento ilícito no exercício de cargo, função ou emprego na administração pública direta ou indireta. Diário Oficial da União 10.9.1969. FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2006. Galeria de Presidentes da República. Governo Federal. 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