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RESUMO - GOVERNOS COSTA E SILVA (1964-69) E EMÍLIO MÉDICI (1969-74)

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CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO 
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
RESUMO 06 – DITADURA MILITAR II. COSTA E SILVA (1967-69) E EMÍLIO G. MÉDICI (1969-74) 
 
Alexandre Alves 
GOVERNO ARTUR DA COSTA E SILVA 
 O primeiro presidente militar, Humberto de Alencar Castelo Branco, morreu no dia 18 de julho 
de 1967. O avião em que o presidente estava se chocou com outro pouco antes de pousar em 
Fortaleza. Dessa forma, era preciso escolher um novo nome para ocupar o cargo de presidente. Nesse 
momento, ainda se falava em transição dos poderes para os civis assim que a “casa estivesse 
arrumada”. O próximo presidente que assumisse estaria com essa missão. Lembrando que a escolha 
cabia ao Alto Comando das Forças Armadas. Esse militar, sempre general de quatro estrelas, era 
escolhido e a ordem vinha de cima para que o Congresso aprovasse. Aparentemente era o legislativo 
que escolhia o presidente, mas na prática, o poder legiferante apenas sacramentava a ordem superior. 
 O grupo castelista ou moderado não foi capaz de eleger seu sucessor e foi escolhido presidente 
o General Artur da Costa e Silva. Costa e Silva havia sido Chefe do IV Exército com sede no Recife, 
era militar treinado nos Estados Unidos e fora Ministro de Guerra de Castelo Branco. Diferentemente 
de seu antecessor, o novo presidente não era uma figura representativa da Sorbonne. Pelo contrário, 
Costa e Silva estava bem distante da figura intelectualizada que representava esses militares. Para 
Vice-Presidente da República, mais uma vez foi escolhido um civil, Pedro Aleixo, político udenista. 
 
IMAGEM 01 – Primeira Dama Iolanda da Costa e Silva e o Presidente do Brasil, General Artur da Costa e Silva durante 
visita oficial ao Japão. Fonte: CPDOC FGV. Disponível em: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/arquivo-
pessoal/CS/audiovisual/visita-oficial-do-presidente-costa-e-silva-ao-japao Acesso em 16 de fevereiro de 2021. 
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/arquivo-pessoal/CS/audiovisual/visita-oficial-do-presidente-costa-e-silva-ao-japao
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/arquivo-pessoal/CS/audiovisual/visita-oficial-do-presidente-costa-e-silva-ao-japao
CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO 
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
RESUMO 06 – DITADURA MILITAR II. COSTA E SILVA (1967-69) E EMÍLIO G. MÉDICI (1969-74) 
 
Alexandre Alves 
Costa e Silva condessava em si as esperanças de nacionalistas e da chamada Linha Dura. 
Grupo que estava menos disposto ao diálogo com as oposições e tendia a posições contrárias a 
reabertura política, pelo contrário, eram mais próximos de um endurecimento ainda maior e 
permanência dos militares do poder. Contudo, normalmente associado a linha-dura, por conta de suas 
medidas que veremos mais adiante ainda nesse resumo, Costa e Silva é uma figura singular que atuou 
jogando com as pressões existentes durante seu governo. O presidente não pode ser classificado 
perfeitamente como Linha Dura, mas também não pode ser enquadrado como castelista, pois estava 
longe das figuras intelectualizadas da Sorbonne. Por exemplo, Costa e Silva ouviu políticos 
discordantes durante seu governo, mas também atuou de forma incisiva nos sindicatos, apoiando a 
liderança de sindicalistas de confiança do governo. 
Tanto nacionalistas, como a Linha Dura estavam insatisfeitas com o Governo de Castelo Branco. 
Além disso, a popularidade de Castelo entre a população era baixa, por conta da política econômica 
que deixou boa parte do ônus de sua implantação com os trabalhadores. Dessa forma, quando 
assume, Costa e Silva muda completamente o ministério castelista e aumenta a participação de 
militares no governo. A exceção fica por conta de Antônio Delfim Netto no Ministério da Fazenda e 
Hélio Beltrão no Ministério do Planejamento. Delfim Neto será muito comentado, pois o ministro estará 
presenta não só no Governo Costa e Silva como também no Governo Emílio Garrastazu Médici. 
Antes de tratar do Governo Costa e Silva propriamente dito, é interessante analisar brevemente 
o cenário internacional. Nesse sentido, o ano de 1968 é marcante. Isso porque, ocorreram na Europa 
e nos Estados Unidos importantes movimentos sociais que vão influenciar a juventude brasileira que 
será bastante atuante na oposição ao regime durante todo o período ditatorial. Nesse ano, jovens em 
diversos locais do mundo vão manifestar por diferentes demandas. Esse período também marcado por 
toda uma revolução no controle de natalidade, com o advento da pílula anticoncepcional. Essa 
descoberta permitiu as mulheres um maior controle de seus corpos e maior poder de decisão sobre 
engravidar ou não e mesmo escolhendo ser mãe, o melhor momento para isso. É também o momento 
do questionamento do negro e de seu lugar na sociedade, dos jovens que não querem ter uma vida 
como a dos seus pais e questionam as convenções sociais. 
Na França esses eventos ficaram conhecidos como os Acontecimentos de Maio de 1968. Uma 
manifestação pequena se iniciou na Universidade de Nanterre e se espalhou para outras universidades, 
chegando a famosa Sorbonne. Os estudantes tinham diversas reivindicações que abrangiam desde 
melhorias pontuais até a própria posição dos diplomados na divisão capitalista do trabalho. O 
movimento dos estudantes não se limitou as universidades e em pouco tempo alcançou a rua e os 
espaços públicos. Alcançou ainda os intelectuais e os operários insatisfeitos com sua situação no 
cenário francês daquele período. Esse grupo começou a realizar greves que rapidamente se alastraram 
chegando a parar uma grande parcela de trabalhadores franceses. O movimento tomou tamanha 
dimensão que o Governo Conservador de Charles de Gaulle chegou a ser ameaçado. 
Nos Estados Unidos esse momento também é marcado por forte contestação de jovens. Nesse 
momento, o movimento de Contracultura ganha força. Surgido em 1966, o Movimento Hippie como 
ficou conhecido atraia jovens entre 17 e 25 anos principalmente, e que contestavam os valores que 
eram tidos como absolutos por seus pais. Dessa forma, questionavam a forma de se vestir, de se 
portar, se agir e como pensar o futuro pessoal e profissional. Esse grupo vai de encontro com todas 
CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO 
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
RESUMO 06 – DITADURA MILITAR II. COSTA E SILVA (1967-69) E EMÍLIO G. MÉDICI (1969-74) 
 
Alexandre Alves 
essas premissas, uma vez que propunha toda uma nova forma de viver, contrária a ideia de emprego 
fixo, morada fixa e regras rígidas. Eram contra a ideia de fronteira entre países e propriedade privada. 
Defendiam o amor a natureza e seguiam líderes espirituais. 
Ainda nos Estados Unidos, a juventude vai se rebelar fortemente contra a Guerra do Vietnã em 
curso desde 1959. A Guerra do Vietnã é o nome dado ao conflito bélico entre o Vietnã do Sul 
(capitalista) e o Vietnã do Norte (socialista). Lembrando que esse é um período de Guerra Fria. Os EUA 
entram na guerra sobre a alegação que a embarcação USS Maddox teria sido alvo de ataques de 
vietnamitas do norte. Dessa forma, os americanos, que já haviam participado com disponibilização de 
armamentos para os vietnamitas do sul, entram de fato no conflito. Contudo, os vietcongues (como 
foram chamados a população do norte) utilizaram uma tática de guerrilha com base no conhecimento 
da mata local que fez o conflito se tornar extremamente desgastante para os estadunidenses. Os 
americanos recorrem ao uso de armas químicas, atacam civis inocentes e realiza um conflito bastante 
violento. Esses eventos, noticiados pela mídia, levam a uma série de campanhas para a saída da 
Guerra. Isso ocorre em 1973. A Guerra, no entanto, só acaba em 1976 quando o Norte unifica o país 
sob o regime socialista. 
Além disso, nesse mesmo momento ocorre a Morte de Martin Luther King nos EUA, o que 
provoca intensas manifestações em solo estadunidense. Na extinta Checoslováquia, ocorre a chamada 
Primavera de Praga.Nos países africanos, ocorrem diversos eventos que marcam o fim da luta de 
libertação. E, por fim, na América Latina, muitos grupos entram em luta revolucionária armada contra 
os governos ditatoriais estabelecidos. O Brasil se insere nesse contexto. 
A juventude brasileira de 1968 também realizará uma série de movimentos contra o regime 
ditatorial no Brasil. Lembrando que boa parte desses jovens mais ativos nas lutas políticas estavam 
organizados na União Nacional dos Estudantes – UNE. Após o golpe de 64, a UNE, antiga apoiadora 
de Jango, foi atacada e posta na ilegalidade pelos militares. Contudo, esses jovens nunca deixaram de 
se reunir e organizar congressos e reuniões de forma velada. Em 1967, por exemplo, aconteceu o XXIX 
Congresso da UNE em um mosteiro beneditino próximo a Campinas, São Paulo. Esse evento foi 
marcado pela forte crítica dos estudantes ao modelo educacional do Governo que aceitava a 
interferência de organismos internacionais. 
O evento que tornará o movimento estudantil realmente explosivo ocorre em 28 de março de 
1968. Nesse dia, vários estudantes protestavam contra o fechamento do Restaurante do Calabouço, 
estabelecimento que atendia sobretudo os estudantes mais pobres vindos de outros estados. Contudo, 
a forte repressão policial acabou culminando na morte do estudante secundarista Edson Luís Lima 
Souto, de apenas 18 anos. A morte de Edson desencadeia uma série de manifestações e protestos 
pelo Brasil que mais uma vez foram alvo de violência policial. Toda essa série de eventos levou a uma 
greve estudantil que inclusive obrigou o Governador do RJ a decretar o adiantamento das férias 
escolares. O ápice desse movimento culmina na chamada Passeata dos 100 Mil. Essa marcha 
aconteceu em 26 de junho de 1968 no Rio de Janeiro devido não só a morte do estudante Edson, mas 
também devido a toda uma forte repressão policial que sempre desencadeava em prisões e muitos 
feridos. Lembrando que os estudantes eram maioria, mas, uma parcela significativa de populares 
participou da série de manifestações de 1968. 
CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO 
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
RESUMO 06 – DITADURA MILITAR II. COSTA E SILVA (1967-69) E EMÍLIO G. MÉDICI (1969-74) 
 
Alexandre Alves 
 
IMAGEM 02 – Jovens tomam a Cinelândia no Rio de Janeiro durante a manifestação conhecida como Passeata dos Cem 
Mil. Esse foi o primeiro evento de grandes proporções em oposição a ditadura. Fonte: Memorial da Democracia. 
Disponível em: http://memorialdademocracia.com.br/card/passeata-dos-cem-mil-afronta-a-ditadura Acesso em 17 de 
fevereiro de 2021. 
Além do Movimento Estudantil, em 1968 ocorreram duas importantes greves: Uma em Osasco 
(São Pulo) e outra em Contagem (Minas Gerais). A paralisação de Osasco foi marcada pela tomada 
do prédio da Cobrasma em um movimento conjunto de estudantes e operários. Em Contagem, a 
paralisação ocorreu na Siderúrgica Belgo-Mineira onde um grande número de trabalhadores cruzaram 
os braços pedindo aumento salarial. Chefes e diretores chegaram a ser feitos de reféns. 
Esse período também é marcado pelo início da luta armada, em parte inspirado no sucesso da 
Revolução Cubana de 1959 e nos focos de guerrilha que começavam a surgir em diversos países 
latino-americanos. A ideia desses grupos era que apenas pegando armas seria possível derrubar o 
regime militar que, para esses grupos, já estava claro que não deixariam o poder. No entanto, o 
tradicional Partido Comunista Brasileiro – PCB se opunha à luta armada. Nesse sentido, começaram a 
surgir outros grupos paramilitares. Ainda em 1967, Carlos Marighella rompeu com o PCB e formou a 
chamada Aliança de Libertação Nacional – ALN. Havia o Movimento Revolucionário 8 de Outubro – 
MR 8, Vanguarda Popular Revolucionária – VPR, entre outros. 
Esses grupos vão realizar diversos atentados como forma de desestabilizar o regime militar. Por 
exemplo, uma bomba foi colocada no Consulado Americano. Além disso, esses grupos atuavam em 
assaltos a bancos, as chamadas “expropriações”. O dinheiro levantado nesses eventos era utilizado 
para financiar a luta armada. Ademais, alguns casos são emblemáticos, como o sequestro do 
embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick. Além disso, alguns movimentos se 
organizam no meio rural, cujo caso mais famoso é a Guerrilha do Araguaia. Como veremos mais 
adiante, esses grupos serão fortemente reprimidos pela estrutura do Governo que vai atuar de maneira 
eficaz na repressão. 
http://memorialdademocracia.com.br/card/passeata-dos-cem-mil-afronta-a-ditadura
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DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
RESUMO 06 – DITADURA MILITAR II. COSTA E SILVA (1967-69) E EMÍLIO G. MÉDICI (1969-74) 
 
Alexandre Alves 
Até aqui, o Governo não havia endurecido o regime, apesar da pressão exercida pela Linha 
Dura que sempre utilizou os eventos que ocorriam como forma de justificar esse fechamento ainda 
maior, pois para eles, a Revolução estava se perdendo. Contudo, um evento de pouca repercussão vai 
ser o estopim para o endurecimento: o discurso do deputado Márcio Moreira Alves do MDB. O 
congressista fez um discurso com duras críticas as Forças Armadas e convocou a população a boicotar 
as festividades do Sete de Setembro, data da independência do Brasil e muito valorizada pelos 
militares. Além disso, pediu que as mulheres se recusem a namorar qualquer soldado envolvidos com 
a repressão. Os militares pediram que o Congresso aprovasse a perda da imunidade parlamentar para 
que Márcio pudesse ser julgado e punido pelas ofensas as Forças Armadas. Todavia, esse pedido é 
negado, levando o Governo a baixar o famoso Ato Institucional número 5. 
O Ato Institucional número 5 é o maior instrumento de repressão e consolidação da Ditadura 
Militar no Brasil. O documento concentrava ainda mais os poderes no Executivo e permitia as punições 
violentas. Inclusive, podemos citar o fim do direito ao habeas corpus no caso de crime contra a 
segurança nacional. Os detalhes desse documento serão tratados no tópico a seguir ainda nesse 
resumo. A partir desse momento, era difícil acreditar que o Governo Militar seria transitório e que logo 
os poderes seriam devolvidos aos civis. O AI 5 também pode ser entendido como o “golpe dentro do 
golpe” uma vez que marca a ascensão da Linha Dura. 
Contudo, Artur da Costa e Silva não conseguiu fazer grandes usos do AI 5 ainda durante seu 
Governo. Isso porque, o General será vítima de derrame e ficará impossibilitado de realizar as funções 
de presidente. Nesse caso, a Constituição de 1967, aprovada pelos militares ainda durante o Governo 
Castelo Branco, não deixava dúvidas: o Vice-Presidente da República deveria assumir. O Vice de Costa 
e Silva era um civil, Pedro Aleixo, político udenista. No entanto, uma junta militar composta por um 
representante do Exército (Lira Tavares), um da Marinha (Augusto Rademaker) e um da Aeronáutica 
(Márcio de Sousa e Melo) julgam que o melhor era não permitir que Aleixo assuma os poderes. Uma 
junta formada por esses três militares assumiu. Essa junta governou o país até 1969 na expectativa de 
que Costa e Silva pudesse retomar suas atividades, caso melhorasse. Como isso não ocorreu, são 
convocadas novas eleições. O resultado marca a vitória do General Emílio Garrastazu Médici, militar 
representante da Linha Dura. 
A Junta Militar baixou mais alguns importantes Atos Institucionais: o AI 12 que estabeleceu a 
Junta Militar Provisória que permaneceria no poder até que Artur da Costa e Silva recuperasse seu 
estado de saúde; e o AI 13 que estabeleceu a pena de banimento do território nacional de qualquer 
brasileiro que fosse inconveniente, nocivo ou perigoso para a segurança do Brasil. O AI 14 estabeleceu 
a pena de morte para guerra subversiva ou revolucionária. O Regime se endurecia ainda mais. 
 
CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO 
DISCIPLINA:HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
RESUMO 06 – DITADURA MILITAR II. COSTA E SILVA (1967-69) E EMÍLIO G. MÉDICI (1969-74) 
 
Alexandre Alves 
O ATO INSTITUCIONAL NÚMERO 05 – AI 5 
 Considerado o maior instrumento de repressão utilizado pelos militares durante a Ditadura, esse 
ato foi baixado no dia 13 de dezembro de 1968. Estabeleceu de vez o caráter ditatorial do regime 
iniciado em 1964, uma vez que concentrou ainda mais os poderes no Executivo e consolidou de vez a 
tese de que os militares permaneceriam no poder. A seguir vamos trará de alguns artigos específicos 
do Ato Institucional número 5. 
“Art. 2º - O Presidente da República poderá decretar o recesso do Congresso Nacional, das Assembleias 
Legislativas e das Câmaras de Vereadores, por Ato Complementar, em estado de sitio ou fora dele, só 
voltando os mesmos a funcionar quando convocados pelo Presidente da República. 
§ 1º - Decretado o recesso parlamentar, o Poder Executivo correspondente fica autorizado a legislar em 
todas as matérias e exercer as atribuições previstas nas Constituições ou na Lei Orgânica dos Municípios. 
Art. 3º - O Presidente da República, no interesse nacional, poderá decretar a intervenção nos Estados e 
Municípios, sem as limitações previstas na Constituição. 
Parágrafo único - Os interventores nos Estados e Municípios serão nomeados pelo Presidente da República 
e exercerão todas as funções e atribuições que caibam, respectivamente, aos Governadores ou Prefeitos, 
e gozarão das prerrogativas, vencimentos e vantagens fixados em lei. 
Art. 4º - No interesse de preservar a Revolução, o Presidente da República, ouvido o Conselho de 
Segurança Nacional, e sem as limitações previstas na Constituição, poderá suspender os direitos políticos 
de quaisquer cidadãos pelo prazo de 10 anos e cassar mandatos eletivos federais, estaduais e municipais. 
Art. 7º - O Presidente da República, em qualquer dos casos previstos na Constituição, poderá decretar o 
estado de sítio e prorrogá-lo, fixando o respectivo prazo. 
Art. 10 - Fica suspensa a garantia de habeas corpus, nos casos de crimes políticos, contra a segurança 
nacional, a ordem econômica e social e a economia popular.” 
(BRASIL, ATO INSTITUCIONAL Nº 5, DE 13 DE DEZEMBRO DE 1968. São mantidas a Constituição de 24 
de janeiro de 1967 e as Constituições Estaduais; O Presidente da República poderá decretar a intervenção 
nos estados e municípios, sem as limitações previstas na Constituição, suspender os direitos políticos de 
quaisquer cidadãos pelo prazo de 10 anos e cassar mandatos eletivos federais, estaduais e municipais, e 
dá outras providências. Diário Oficial da União 13.12.1968) 
Como foi possível perceber, o presidente passou a concentrar em si muitos poderes, o que é 
típico das ditaduras. O presidente poderia decretar o recesso do legislativo, passando a legislar por 
conta própria sobre qualquer matéria. Passou a ser possível a nomeação de interventores para atuar 
nos Estados e Municípios. Permitia ao chefe do executivo cassar mandatos e direitos políticos, além de 
decretar o estado de sítio ao seu bel prazer. Além disso, o fim do direito de habeas corpus permitiu que 
muitos fossem presos de forma injusta. Além disso, esse ato, diferentemente dos anteriores, não tinha 
um prazo de vigência estabelecido. A estabilidade no serviço público foi perdida, o mesmo vale para a 
vitaliciedade dos magistrados. O que desencadeou uma nova onde de expurgos no funcionalismo 
público. Além disso, iniciou-se a chamada censura prévia. Todos os jornais e meios de comunicação, 
de arte e cultura passaram a ser vistoriados pela equipe de censura antes da publicação para o grande 
público. Falaremos disso mais adiante. Além disso, a tortura, que já acontecia desde o Governo Castelo 
Branco, passou a fazer parte dos métodos do Governo. Todos esses aspectos serão acentuados no 
Governo do General Emílio Garrastazu Médici. 
CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO 
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
RESUMO 06 – DITADURA MILITAR II. COSTA E SILVA (1967-69) E EMÍLIO G. MÉDICI (1969-74) 
 
Alexandre Alves 
GOVERNO EMÍLIO GARRASTAZU MÉDICI 
 Como vimos, Costa e Silva sofreu um derrame e não se recuperou para assumir novamente 
suas funções como presidente do Brasil. A Junta Militar Provisória, nesse contexto, declarou vaga a 
presidência e vice-presidência do Brasil e convocou eleições indiretas ainda em 1969. Além disso, 
determinou que o novo presidente governaria o país de 1969 até 1974. Nesse momento, poucos 
acreditavam que a proposta inicial dos militares de devolver o poder aos civis de fato iria ocorrer. O 
Alto Comando das Forças Armadas escolheu o General Emílio Garrastazu Médici para ocupar o cargo 
de presidente, e Augusto Rademaker para ocupar a vice-presidência. É o primeiro presidente da 
ditadura que não possui um civil como vice. 
 Maior representante da Linha Dura que governou o Brasil, o General Médici já havia sido Chefe 
do Estado Maior do Exército de Costa e Silva, Comandante da Academia Militar de Agulhas Negras e 
chefe do Sistema Nacional de Informação – SNI. Seu governo será marcado como o auge da repressão 
e violência do regime, mas também como o período de maior prosperidade econômica do Brasil até 
então, o chamado Milagre Econômico ou Milagre Brasileiro. Apesar de Costa e Silva ter sido o 
presidente que baixou o AI 5, ele fez pouco uso desse instrumento, uma vez que caiu doente pouco 
tempo depois. Médici assume presidente com todos os poderes concedidos por esse Ato Institucional. 
Dessa forma, não atoa, seu governo é o período mais repressivo da história recente do Brasil. Por outro 
lado, a conjuntura econômica internacional bastante favorável e os resultados da política econômica 
aplicada desde Roberto de Oliveira Campos e Otávio Gouveia de Bulhões e passando por Delfim Neto 
fazem esse período ser de pujança nas finanças do país. Além disso, importantes vitórias em 
competições esportivas e o uso intenso da propaganda do Estado e da censura prévia vão criar um 
clima de otimismo no país. Vamos tratar de cada um desses pontos de forma pormenorizada. 
 A luta armada que inicialmente decolou e chegou a realizar feitos impressionantes, como o 
sequestro do embaixador dos EUA no Brasil e diversos assaltos a bancos e focos de guerrilha, declinou 
violentamente no Governo Médici, porém não desapareceu. Isso ocorre devido a eficácia da repressão 
do Governo. Importantes líderes da luta armada serão assassinados nesse momento. A exemplos, 
podemos citar Carlos Lamarca e Carlos Marighella. Além disso, o foco mais famoso de guerrilha rural 
será desmontado no Governo Médici. A Guerrilha do Araguaia foi reprimida pelos militares na região 
do Bico do Papagaio banhada pelo Rio Araguaia no estado do Pará. 
 Nesse momento, o Governo já faz uso quase que institucional da tortura como ferramenta para 
obter informações. Apesar de ser considerada um método ineficaz para conseguir dados, pois o 
torturado fala aquilo que seu torturador quer ouvir e não necessariamente a verdade, essa prática foi 
comum durante esse período, também conhecido como Anos de Chumbo. A tortura será utilizada de 
forma ampla, chegando a prejudicar civis que não estavam envolvidos na luta armada. Afetou crianças, 
mulheres, padres e membros da igreja e diversas pessoas. Sendo esse, um dos capítulos mais nefastos 
de nossa história. Um caso emblemático de tortura e morte nesse período (anos 70s) é o do Jornalista 
Vladimir Herzog que foi torturado e morto no DOI-CODI de São Paulo. O jornalista foi intimado a depor 
depois da emissora onde ele trabalhava, a TV Cultura, ser acusada de estar repleta de comunistas. 
Vladimir se apresenta, mas é torturado e morto. Muito das práticas desse período serão relatas na 
Comissão da Verdade, instaurada recentemente para apurar os fatos ocorrido durante a ditadura. 
Trataremos melhor desse assunto na aula sobre os Governos Petistas. 
CURSO: HISTÓRIA,GESTÃO PÚBLICA E DIREITO 
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
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Alexandre Alves 
 DOI-CODI significa Destacamento de Operações e Informações e do Centro de Operações de 
Defesa Interna. Eram órgãos do regime ditatorial que foram instalados em diversos estados do Brasil. 
Eram os principais centros de tortura. Essa prática ocorreu em todos os estados, mas especialmente 
no eixo Rio-São Paulo, a mesma foi mais intensa. Além dos DOI-CODI, podemos citar o Centro de 
Informações da Marinha – CENIMAR, a Operação Bandeirantes – OBAN e os Departamentos de 
Ordem Política e Social - DOPS, como órgãos de repressão e tortura durante o regime militar. 
 Apesar de toda essa repressão, não podemos esquecer que a censura prévia já havia sido 
instituída, de forma que, boa parte do que ocorria nos porões da ditadura não poderia vir a público. A 
censura vistoriava todo o conteúdo a ser publicado em jornais e na televisão e dizia o que poderia ou 
não ir adiante. Nesse sentido, é famoso o caso dos jornais que ao terem suas matérias censuradas 
pouco antes da impressão colocavam receitas de bolo como forma de protesto por não poder dizer o 
que de fato ocorria. O mesmo valia para músicas e obras de arte. Muitos artistas desse período que 
produziram material contra o regime tiveram que escrever com muito cuidado e inteligência para burlar 
seus censores e conseguir atingir as massas. Chico Buarque é um grande exemplo. 
 Associado a censura, o Governo Médici estabeleceu a propaganda oficial do Governo. Através 
da Assessoria Especial de Relações Públicas – AERP e da Rede Globo de Televisão, foram veiculadas 
diversas propagandas ufanistas. Esse tipo de publicidade transmitia a ideia de que o Brasil estava no 
caminho certo, que era o país do futuro, que crescia a taxas altíssimas e que apenas os militares eram 
capazes de coordenar esse momento. A abrangência da propaganda foi expressiva em um momento 
em que o número de casas com pelo menos um aparelho televisor cresceu significativamente. É o 
período do “Brasil, ame-o ou deixe-o”, “ninguém segura esse país”, “Brasil país do futuro” e outros. 
 
IMAGEM 03 – Exemplo de propagandas ufanistas veiculadas durante o Governo Médici. Fonte: OLIVEIRA, Rafael. A 
Propaganda e a Publicidade no Governo Médici: muito além do ufanismo. In: XV Encontro Regional de História da 
ANPUH-RIO. 2012. Anais Eletrônicos. Disponível em: 
http://www.encontro2012.rj.anpuh.org/resources/anais/15/1332983067_ARQUIVO_APropagandaeaPublicidadenoGovern
oMedici_1_.pdf Acesso em 18 de fevereiro de 2021. 
http://www.encontro2012.rj.anpuh.org/resources/anais/15/1332983067_ARQUIVO_APropagandaeaPublicidadenoGovernoMedici_1_.pdf
http://www.encontro2012.rj.anpuh.org/resources/anais/15/1332983067_ARQUIVO_APropagandaeaPublicidadenoGovernoMedici_1_.pdf
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RESUMO 06 – DITADURA MILITAR II. COSTA E SILVA (1967-69) E EMÍLIO G. MÉDICI (1969-74) 
 
Alexandre Alves 
A vitória da seleção brasileira de futebol na Copa do Mundo de 1970 também foi utilizada pelo 
governo como propaganda para materializar o bom momento do Brasil. No México, Pelé, Rivelino, 
Jairzinho, Tostão, Gérson e outros vão conduzir o Brasil em uma bela vitória de 04 x 01 contra a Itália. 
O Brasil conquistou a Copa do Mundo de Futebol e se tornou o único dono da Taça Jules Rimet. Médici 
não perdeu a chance de receber os jogadores em Brasília, tirar fotos e erguer a taça. Além de utilizar 
todo esse evento como uma grande propaganda a favor do regime militar. 
Todos esses eventos associados, ou seja, a vitória da seleção brasileira de futebol, o milagre 
econômico, a propaganda ufanista e a censura prévia fizeram com que vigorasse um clima de otimismo 
e que o Brasil estava no caminho certo. Muitas pessoas que viveram nesse momento, tiveram a 
impressão de que tudo ocorria bem, o Brasil crescia, que todos eram felizes e que era um bom 
momento para se viver. Contudo, a História atual nos permite saber que não era bem assim. Muita 
coisa acontecia e isso não chegava ao grande público. Interessante notar como no auge da repressão 
e da tortura, também ocorreu o período de maior popularidade e apoio ao regime. As causas desse 
evento já foram discutidas acima. 
 
IMAGEM 04 – Carlos Alberto (a esquerda) segura a taça junto com o General Emílio G. Médici. Fonte: Memórias da 
Ditadura. Disponível em: http://memoriasdaditadura.org.br/biografias-da-ditadura/medici/ Acesso em 18 de fevereiro de 
2021. 
O General Emílio Garrastazu Médici governo até 1974. A Linha Dura não conseguiu fazer um 
sucessor e foi escolhido pelo Alto Comando das Forças Armadas o nome do castelista General Ernesto 
Geisel. Geisel representou o retorno do grupo Sorbonne ao poder, mas isso não significa que a Linha 
Dura desapareceu, o novo presidente precisou coordenar as pressões existentes nos dois grupos. 
http://memoriasdaditadura.org.br/biografias-da-ditadura/medici/
CURSO: HISTÓRIA, GESTÃO PÚBLICA E DIREITO 
DISCIPLINA: HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO 
RESUMO 06 – DITADURA MILITAR II. COSTA E SILVA (1967-69) E EMÍLIO G. MÉDICI (1969-74) 
 
Alexandre Alves 
O MILAGRE ECONÔMICO BRASILEIRO 
 O termo milagre econômico não surgiu para designar apenas o Brasil e o crescimento 
observado na década de 70 no país. Esse conceito diz respeito às nações com elevadas taxas de 
crescimento de seu Produto Interno Bruto – PIB. O Japão, por exemplo, havia feito o seu milagre pouco 
antes do Brasil. Inclusive, durante o Governo Médici, muito idosos reclamavam da sua idade, pois não 
veriam a virada de milênio, quando o Brasil se tornaria uma potência como o Japão. Como veremos, 
isso não ocorreu por diversos fatores que serão analisados ao longo dessa aula e da próxima. 
 O período do Milagre Brasileiro vai de 1969 até 1973 durante o Governo de Emílio Garrastazu 
Médici sendo que o milagre sofrerá seu primeiro impacto em 73 quando do Primeiro Choque do 
Petróleo. Além disso, parte desse movimento é percebido no Governo Geisel até 1979 quando o 
Segundo Choque do Petróleo põe fim a experiência do milagre brasileiro. Esse período é marcado pelas 
altas taxas de crescimento do PIB do Brasil que chegou a tocar a casa dos 12% em seu auge. Além 
disso, junto com os avanços econômicos, buscou-se um controle da inflação. 
 Esse período contará com a participação do Ministro da Fazenda (equivalente ao nosso Ministro 
da Economia atual) Antônio Delfim Neto. Segundo o ministro, a política econômica brasileira teria uma 
particularidade, a Economia deveria crescer a tal ponto que poderia ser dividida. Contudo, apesar de 
ter ocorrido um avanço econômico e crescimento expressivo, a famosa “divisão do bolo” não ocorreu. 
Na verdade, esse período é marcado pela forte concentração de renda. Evento que aumentou ainda 
mais a distância entre ricos e pobres e acentuou os problemas sociais no Brasil. 
 Esse crescimento “milagroso”, no entanto, tem causas reais e explicáveis. A primeira delas 
reside na estabilização econômica feita ainda no Governo Castelo Branco. Roberto Campos e Otávio 
Gouveia Bulhões conseguiram controlar, em parte, a inflação crescente dos governos anteriores e 
conseguiu que o Produto Interno Bruto do Brasil voltasse a crescer, mesmo com taxas tímidas. Essa 
estabilidade foi importante para os Governos seguintes assumissem com um cenário econômico 
interno um pouco mais acertado. 
 O segundo ponto reside no período extremamente favorável para adquiri crédito no exterior. O 
Brasil vai pegar volumosos empréstimos com bancos estrangeiros com a finalidade de avançar com o 
programa de desenvolvimento econômico, investir internamente e financiar as chamadas obras 
faraônicas, que serão tratadas ainda nesse resumo. Associado a esse fato, devemos destacar que o 
país se tornou mais eficiente na arrecadação de tributos.Castelo Branco já havia contribuído nesse 
sentido ao estabelecer a correção monetária no ato de pagamento da dívida. 
 As chamadas Obras Faraônicas foram construções de grandes proporções e com finalidades 
diversas a depender da obra em questão. Alguns exemplos de obras nesse sentido são a Usina 
Binacional de Itaipu. Usina de energia elétrica construída em parceria com o Paraguai, pois, energia 
era uma preocupação forte dos militares. Além disso, podemos citar as Usinas Nucleares de Angra I e 
Angra II. A Ponte Rio-Niterói e a famosa Rodovia Transamazônica. Com relação a esse último, a obra 
não foi concluída até os dias de hoje. Os militares se preocupavam com a integração do território. A 
frase “integrar para não entregar” ficou famosa nesse momento. As Forças Armadas acreditavam que 
era preciso manter o país integrado para não perder regiões do Brasil. O avanço no norte representou 
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Alexandre Alves 
essa tentativa. Contudo, esse avanço também foi um fator de dizimação de indígenas. Muito morreram 
de doenças inexistentes ou desconhecidas para eles, mas muitos morreram nos conflitos, sobretudo 
devido a questão da terra, problemática ainda hoje no Brasil 
 Um terceiro ponto reside no aumento do investimento estrangeiro no Brasil e o aumento da 
exportação de produtos nacionais no exterior. Com a situação financeira do país tratada desde o PAEG 
de Castelo Branco, os investidores internacionais viam o Brasil com melhores olhos. Nesse sentido, a 
entrada de capitais foi alta nesse período. Além disso, o país iniciou um processo que o colocaria anos 
mais tarde como um dos principais Estados que vendiam soja no mercado externo. Essas informações 
ajudam a entender porque o Produto Interno Bruto cresceu tanto nesse período. 
 Contudo, todo o Milagre Brasileiro estava centrado em causas externas e não internas. Dessa 
forma, quando ocorreram os Choques do Petróleo, o milagre brasileiro mostrou cansaço até se acabar. 
Isso ocorre porque os países centrais que tinham condições favoráveis para emprestar dinheiro para 
países periféricos, perderam essa capacidade devido ao aumento dos preços do petróleo. Esse evento 
reduziu a disponibilidade de recursos financeiros para países como o Brasil e complicou a situação 
brasileira que agora era dependente de petróleo. 
 A dependência de petróleo externo, a dependência de um mercado internacional favorável para 
a comodity e para o crédito fácil justificou em parte o período do Milagre. Conforme essas 
características vão se perdendo, o Brasil pouco a pouco foi abandonando essa perspectiva. Os dois 
eventos que de fato marcam esse declínio são os choques do petróleo. Falaremos melhor desse tema 
na aula que vem sobre o Governo Geisel e Governo Figueiredo. 
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Alexandre A. 
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24 de janeiro de 1967 e as Constituições Estaduais; O Presidente da República poderá decretar a 
intervenção nos estados e municípios, sem as limitações previstas na Constituição, suspender os 
direitos políticos de quaisquer cidadãos pelo prazo de 10 anos e cassar mandatos eletivos federais, 
estaduais e municipais, e dá outras providências. Diário Oficial da União 13.12.1968. 
BRASIL, ATO INSTITUCIONAL Nº 12, DE 1º DE SETEMBRO DE 1969. Dispõe sobre o exercício 
temporário das fundações de Presidente da República pelos Ministros da Marinha, do Exército e da 
Aeronáutica, enquanto durar o impedimento, por motivo de saúde, do Marechal Arthur da Costa e 
Silva, e dá outras providências. Diário Oficial da União 1º.9.1969 e retificado em 10.9.1969. 
BRASIL, ATO INSTITUCIONAL Nº 13, DE 5 DE SETEMBRO DE 1969. Institui a pena de banimento do 
Território Nacional para o brasileiro que se tornar inconveniente, nocivo ou perigoso à Segurança 
Nacional e dá outras providências. Diário Oficial da União 9.9.1969 e retificado em 10.9.1969. 
BRASIL, ATO INSTITUCIONAL Nº 14, DE 5 DE SETEMBRO DE 1969. Dá nova redação ao parágrafo 
11 do artigo 150 da Constituição do Brasil, acrescentando que não haverá pena de morte, de prisão 
perpétua, de banimento ou confisco, salvo nos casos de guerra externa, psicológica adversa, ou 
revolucionária ou subversiva nos termos que a lei determinar - esta disporá, também, sobre o 
perdimento de bens por danos causados ao erário ou no caso de enriquecimento ilícito no exercício de 
cargo, função ou emprego na administração pública direta ou indireta. Diário Oficial da União 
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