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SLIDE - GOVERNOS COSTA E SILVA (1964-69) E EMÍLIO MÉDICI (1969-74)

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HISTÓRIA DO BRASIL CONTEMPORÂNEO
DITADURA II – GOVERNO COSTA E SILVA (1967-69) E GOVERNO EMÍLIO MÉDICI (1969-1974)
Alexandre Alves
ESTRUTURA DE CONTEÚDO
Governo Costa e Silva 
(1967-69); Governo Médici 
(1969-74)
Governo Ernesto Geisel 
(1974-79); Governo 
Figueiredo (1979-85)
O Golpe de 1964 e o 
Governo Humberto de 
Alencar Castelo Branco 
(1964-67)
GOVERNO ARTUR DA COSTA E SILVA
CARACTERÍSTICAS GERAIS
INTRODUÇÃO
O primeiro presidente militar, Humberto de Alencar Castelo Branco, morreu no dia
18 de julho de 1967. O avião em que o presidente estava se chocou com outro pouco antes
de pousar em Fortaleza. Dessa forma, era preciso escolher um novo nome para ocupar o
cargo de presidente. Nesse momento, ainda se falava em transição dos poderes para os
civis assim que a “casa estivesse arrumada”. O próximo presidente que assumisse estaria
com essa missão. Lembrando que a escolha cabia ao Alto Comando das Forças Armadas.
Esse militar, sempre general de quatro estrelas, era escolhido e a ordem vinha de cima para
que o Congresso aprovasse. Aparentemente era o legislativo que escolhia o presidente, mas
na prática, o poder legiferante apenas sacramentava a ordem superior.
ARTUR DA COSTA E SILVA
O grupo castelista não foi capaz de
eleger seu sucessor e foi escolhido
presidente o General Artur da Costa e Silva.
Costa e Silva havia sido Chefe do IV
Exército com sede no Recife, era militar
treinado nos Estados Unidos e fora Ministro
de Guerra do Ex-presidente Castelo Branco.
Diferentemente de seu antecessor, o novo
presidente não era uma figura representativa
da Sorbonne, muito pelo contrário. Para
Vice-Presidente da República, mais uma vez
foi escolhido um civil, Pedro Aleixo, político
udenista.
IMAGEM 01 - Foto oficial do presidente General Artur da Costa e Silva. Fonte: 
Governo Federal. Disponível em: https://www.gov.br/planalto/pt-br/conheca-a-
presidencia/acervo/galeria-de-presidentes/arthur-da-costa-e-silva/view Acesso 
em 22 de fevereiro de 2021.
https://www.gov.br/planalto/pt-br/conheca-a-presidencia/acervo/galeria-de-presidentes/arthur-da-costa-e-silva/view
ARTUR DA COSTA E SILVA
Costa e Silva condessava em si as esperanças de nacionalistas e da chamada Linha
Dura. Grupo que estava menos disposto ao diálogo com as oposições e tendia a posições
contrárias a reabertura política, pelo contrário, eram mais próximos de um endurecimento
ainda maior e permanência dos militares do poder. Contudo, normalmente associado a
linha-dura, por conta de suas medidas que veremos mais adiante ainda nessa aula, Costa e
Silva é uma figura singular que atuou jogando com as pressões existentes durante seu
governo. O presidente não pode ser classificado perfeitamente como Linha Dura, mas
também não pode ser enquadrado como castelista, pois estava longe das figuras
intelectualizadas da Sorbonne. Por exemplo, Costa e Silva ouviu políticos discordantes
durante seu governo, mas também atuou de forma incisiva nos sindicatos, apoiando a
liderança de sindicalistas de confiança do governo.
ARTUR DA COSTA E SILVA
Tanto nacionalistas, como a Linha Dura estavam insatisfeitas com o Governo de
Castelo Branco. Além disso, a popularidade de Castelo entre a população era baixa, por
conta da política econômica que deixou boa parte do ônus de sua implantação com os
trabalhadores. Dessa forma, quando assume, Costa e Silva muda completamente o
ministério castelista e aumenta a participação de militares no governo. A exceção fica por
conta de Antônio Delfim Netto no Ministério da Fazenda e Hélio Beltrão no Ministério do
Planejamento. Delfim Neto será muito comentado, pois o ministro estará presenta não só no
Governo Costa e Silva como também no Governo Emílio Garrastazu Médici.
ARTUR DA COSTA E SILVA
IMAGEM 02 - Presidente Costa e Silva durante evento oficial. Fonte: Folha de São Paulo. Disponível em: 
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/01/dois-tercos-da-populacao-dizem-nunca-ter-ouvido-falar-do-ai-5-aponta-datafolha.shtml Acesso 
em 22 de fevereiro de 2021.
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2020/01/dois-tercos-da-populacao-dizem-nunca-ter-ouvido-falar-do-ai-5-aponta-datafolha.shtml
CONTEXTO INTERNACIONAL
Antes de tratar do Governo Costa e Silva propriamente dito, é interessante analisar
brevemente o cenário internacional. Nesse sentido, o ano de 1968 é marcante. Isso porque,
ocorreram na Europa e nos Estados Unidos importantes movimentos sociais que vão
influenciar a juventude brasileira que será bastante atuante na oposição ao regime durante
todo o período ditatorial. Nesse ano, jovens em diversos locais do mundo vão manifestar
por diferentes demandas. Esse período também marcado por toda uma revolução no
controle de natalidade, com o advento da pílula anticoncepcional. Essa descoberta permitiu
as mulheres um maior controle de seus corpos e maior poder de decisão sobre engravidar
ou não e mesmo escolhendo ser mãe, o melhor momento para isso. É também o momento
do questionamento do negro e de seu lugar na sociedade, dos jovens que não querem ter
uma vida como a dos seus pais e questionam as convenções sociais.
O ANO DE 1968
Na França esses eventos ficaram conhecidos como os Acontecimentos de Maio de
1968. Uma manifestação pequena se iniciou na Universidade de Nanterre e se espalhou
para outras universidades, chegando a famosa Sorbonne. Os estudantes tinham diversas
reivindicações que abrangiam desde melhorias pontuais até a própria posição dos
diplomados na divisão capitalista do trabalho. O movimento dos estudantes não se limitou
as universidades e em pouco tempo alcançou a rua e os espaços públicos. Alcançou ainda
os intelectuais e os operários insatisfeitos com sua situação no cenário francês daquele
período. Esse grupo começou a realizar greves que rapidamente se alastraram chegando a
parar uma grande parcela de trabalhadores franceses. O movimento tomou tamanha
dimensão que o Governo Conservador de Charles de Gaulle chegou a ser ameaçado.
O ANO DE 1968
IMAGEM 03 - Manifestação de estudantes franceses durante os acontecimentos de maio de 1968. Fonte: Tribuna de Minas. Disponível em: 
https://tribunademinas.com.br/noticias/cultura/24-05-2018/ciclo-de-debates-na-ufjf-discute-o-reflexo-do-maio-de-68-no-presente.html
Acesso em 22 de fevereiro de 2021.
https://tribunademinas.com.br/noticias/cultura/24-05-2018/ciclo-de-debates-na-ufjf-discute-o-reflexo-do-maio-de-68-no-presente.html
O MOVIMENTO HIPPIE
Nos Estados Unidos esse momento
também é marcado por forte contestação de
jovens. Nesse momento, o movimento de
Contracultura ganha força. Surgido em
1966, o Movimento Hippie como ficou
conhecido atraia jovens entre 17 e 25 anos
principalmente, e que contestavam os
valores que eram tidos como absolutos por
seus pais. Dessa forma, questionavam a
forma de se vestir, de se portar, se agir e
como pensar o futuro pessoal e profissional.
Esse grupo vai de encontro com todas essas
premissas.
IMAGEM 04 - Foto de representante do movimento de Contracultura. Fonte: Toda 
Matéria. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/movimento-hippie/
Acesso em 22 de fevereiro de 2021.
https://www.todamateria.com.br/movimento-hippie/
A GUERRA DO VIETNÃ
Ainda nos Estados Unidos, a juventude vai se rebelar fortemente contra a Guerra do
Vietnã em curso desde 1959. A Guerra do Vietnã é o nome dado ao conflito bélico entre o
Vietnã do Sul (capitalista) e o Vietnã do Norte (socialista). Lembrando que nesse período
está em curso a Guerra Fria. Os EUA entram na guerra sobre a alegação que a embarcação
USS Maddox teria sido alvo de ataques de vietnamitas do norte. Dessa forma, os
americanos, que já haviam participado com disponibilização de armamentos para os
vietnamitas do sul, entram de fato no conflito.
A GUERRA DO VIETNÃ
Contudo, os vietcongues (como foram chamados a população do norte) utilizaram
uma tática de guerrilha com base no conhecimento da mata local que fez o conflito se tornar
extremamente desgastante paraos estadunidenses. Os americanos recorrem ao uso de
armas químicas, atacam civis inocentes e realiza um conflito bastante violento. Esses
eventos, noticiados pela mídia, levam a uma série de campanhas para a saída da Guerra.
Isso ocorre em 1973. A Guerra, no entanto, só acaba em 1976 quando o Vietnã do Norte
unifica o país sob o regime socialista.
A GUERRA DO VIETNÃ
IMAGEM 05 - Uma das fotos mais famosas de todos os tempos. Crianças vietnamitas correm em desespero após ataque do Exército 
Americano que acreditava estar atacando uma base militar. Fonte: Estadão. Disponível em: https://internacional.estadao.com.br/blogs/olhar-
sobre-o-mundo/guerra-do-vietna-imagens-do-horror/ Acesso em 22 de fevereiro de 2021.
https://internacional.estadao.com.br/blogs/olhar-sobre-o-mundo/guerra-do-vietna-imagens-do-horror/
CONCLUSÃO
Além disso, nesse mesmo momento ocorre a Morte de Martin Luther King nos
EUA, o que provoca intensas manifestações em solo estadunidense. Na extinta
Checoslováquia, ocorre a chamada Primavera de Praga. Nos países africanos, ocorrem
diversos eventos que marcam o fim da luta de libertação. E, por fim, na América Latina,
muitos grupos entram em luta revolucionária armada contra os governos ditatoriais
estabelecidos. O Brasil se insere nesse contexto. Portanto, podemos concluir que o período
do Governo Artur da Costa e Silva e os anos seguintes, foram anos bastante revolucionários
em todo o mundo.
CONTEXTO BRASILEIRO
A juventude brasileira de 1968 também realizará uma série de movimentos contra o
regime ditatorial no Brasil. Lembrando que boa parte desses jovens mais ativos nas lutas
políticas estavam organizados na União Nacional dos Estudantes – UNE. Após o golpe de
64, a UNE, antiga apoiadora de Jango, foi atacada e posta na ilegalidade pelos militares.
Contudo, esses jovens nunca deixaram de se reunir e organizar congressos e reuniões de
forma velada. Em 1967, por exemplo, aconteceu o XXIX Congresso da UNE em um
mosteiro beneditino próximo a Campinas, São Paulo. Esse evento foi marcado pela forte
crítica dos estudantes ao modelo educacional do Governo que aceitava a interferência de
organismos internacionais.
A MORTE DE EDSON LUÍS
O evento que tornará o movimento estudantil realmente explosivo ocorre em 28 de
março de 1968. Nesse dia, vários estudantes protestavam contra o fechamento do
Restaurante do Calabouço, estabelecimento que atendia sobretudo os estudantes mais
pobres vindos de outros estados. Contudo, a forte repressão policial acabou culminando na
morte do estudante secundarista Edson Luís Lima Souto, de apenas 18 anos. A morte de
Edson desencadeia uma série de manifestações e protestos pelo Brasil que mais uma vez
foram alvo de violência policial. Toda essa série de eventos levou a uma greve estudantil
que inclusive obrigou o Governador do RJ a decretar o adiantamento das férias escolares. O
ápice desse movimento culmina na chamada Passeata dos 100 Mil.
A PASSEATA DOS CEM MIL
O ápice desse movimento culmina na chamada Passeata dos 100 Mil. Essa marcha
aconteceu em 26 de junho de 1968 no Rio de Janeiro devido não só a morte do estudante
Edson Luís, mas também devido a toda uma forte repressão policial que sempre
desencadeava em prisões, muitos feridos e as vezes até mortes. Além disso, a própria
situação da Educação no Brasil foi questionada pelos jovens. Lembrando que os estudantes
eram maioria, mas, uma parcela significativa de populares também participou da série de
manifestações de 1968.
A PASSEATA DOS CEM MIL
IMAGEM 06 - Jovens tomam a Cinelândia no Rio de Janeiro durante a manifestação conhecida como Passeata dos Cem Mil. Esse foi o 
primeiro evento de grandes proporções em oposição a ditadura. Fonte: Memorial da Democracia. Disponível em: 
http://memorialdademocracia.com.br/card/passeata-dos-cem-mil-afronta-a-ditadura Acesso em 17 de fevereiro de 2021.
http://memorialdademocracia.com.br/card/passeata-dos-cem-mil-afronta-a-ditadura
O MOVIMENTO OPERÁRIO
Além do Movimento Estudantil, é preciso dar o devido destaque ao Movimento
Operário. Em 1968 ocorreram duas importantes greves: Uma em Osasco (São Pulo) e outra
em Contagem (Minas Gerais). A paralisação de Osasco foi marcada pela tomada do prédio
da Cobrasma em um movimento conjunto de estudantes e operários. Em Contagem, a
paralisação ocorreu na Siderúrgica Belgo-Mineira onde um grande número de trabalhadores
cruzaram os braços pedindo aumento salarial. Chefes e diretores chegaram a ser feitos de
reféns. Em ambos os casos houve repressão do regime.
A LUTA ARMADA
Esse período também é marcado pelo início da luta armada, em parte inspirado no
sucesso da Revolução Cubana de 1959 e nos focos de guerrilha que começavam a surgir
em diversos países latino-americanos. A ideia desses grupos era que apenas pegando
armas seria possível derrubar o regime militar que, para esses grupos, já estava claro que
não deixariam o poder. No entanto, o tradicional Partido Comunista Brasileiro – PCB se
opunha à luta armada. Nesse sentido, começaram a surgir outros grupos paramilitares.
Ainda em 1967, Carlos Marighella rompeu com o PCB e formou a chamada Aliança de
Libertação Nacional – ALN. Havia o Movimento Revolucionário 8 de Outubro – MR 8,
Vanguarda Popular Revolucionária – VPR, entre outros.
A LUTA ARMADA
Esses grupos vão realizar diversos atentados como forma de desestabilizar o regime
militar. Por exemplo, uma bomba foi colocada no Consulado Americano. Além disso, esses
grupos atuavam em assaltos a bancos, as chamadas “expropriações”. O dinheiro levantado
nesses eventos era utilizado para financiar a luta armada. Ademais, alguns casos são
emblemáticos, como o sequestro do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles
Burke Elbrick. Além disso, alguns movimentos se organizam no meio rural, cujo caso mais
famoso é a Guerrilha do Araguaia. Como veremos mais adiante, esses grupos serão
fortemente reprimidos pela estrutura do Governo que vai atuar de maneira eficaz na
repressão.
O DISCURSO DE MÁRCIO MOREIRA ALVES
Até aqui, o Governo não havia endurecido o regime, apesar da pressão exercida pela
Linha Dura que sempre utilizou os eventos que ocorriam como forma de justificar esse
fechamento ainda maior, pois para eles, a Revolução estava se perdendo. Contudo, um
evento de pouca repercussão vai ser o estopim para o endurecimento: o discurso do
deputado Márcio Moreira Alves do MDB. O congressista fez um discurso com duras críticas
as Forças Armadas e convocou a população a boicotar as festividades do Sete de Setembro,
data da independência do Brasil e muito valorizada pelos militares. Os militares pediram que
o Congresso aprovasse a perda da imunidade parlamentar para que Márcio pudesse ser
julgado e punido pelas ofensas as Forças Armadas. Todavia, esse pedido é negado, levando
o Governo a baixar o famoso Ato Institucional número 5, que será tratado ainda nessa aula.
O DISCURSO DE MÁRCIO MOREIRA ALVES
IMAGEM 07 - Márcio Moreira Alves. Deputado Federal durante os acontecimentos do final do Governo Costa e Silva. Fonte: Jornal Extra. 
Disponível em: https://extra.globo.com/noticias/brasil/marcio-moreira-alves-430535.html Acesso em 22 de fevereiro de 2021.
https://extra.globo.com/noticias/brasil/marcio-moreira-alves-430535.html
AI 05 - INTRODUÇÃO
O Ato Institucional número 5 é o maior instrumento de repressão e consolidação da
Ditadura Militar no Brasil. O documento concentrava ainda mais os poderes no Executivo e
permitia as punições violentas. Inclusive, podemos citar o fim do direito ao habeas corpus
no caso de crime contra a segurança nacional. Os detalhes desse documento serão tratados
no tópico a seguir ainda nesse resumo. A partir desse momento, era difícil acreditar que o
Governo Militar seria transitório e que logo os poderes seriam devolvidos aos civis. O AI 5
também pode ser entendido como o “golpe dentro do golpe” uma vez que marca a ascensão
da Linha Dura.
AI 05 - INTRODUÇÃO
Considerado o maior instrumentode repressão utilizado pelos militares durante a
Ditadura, esse ato foi baixado no dia 13 de dezembro de 1968. Estabeleceu de vez o caráter
ditatorial do regime iniciado em 1964, uma vez que concentrou ainda mais os poderes no
Executivo e consolidou de vez a tese de que os militares permaneceriam no poder. Era
difícil acreditar que os militares devolveriam o poder tão facilmente aos governos. Mais
adiante, vamos tratar de alguns artigos específicos do Ato Institucional número 5.
A JUNTA PROVISÓRIA
Contudo, Artur da Costa e Silva não conseguiu fazer grandes usos do AI 5 ainda
durante seu Governo. Isso porque, o General será vítima de derrame e ficará impossibilitado
de realizar as funções de presidente. Nesse caso, a Constituição de 1967, aprovada pelos
militares ainda durante o Governo Castelo Branco, não deixava dúvidas: o Vice-Presidente
da República deveria assumir. O Vice de Costa e Silva era um civil, Pedro Aleixo, político
udenista. No entanto, uma junta militar composta por um representante do Exército (Lira
Tavares), um da Marinha (Augusto Rademaker) e um da Aeronáutica (Márcio de Sousa e
Melo) julgam que o melhor era não permitir que Aleixo assuma os poderes. Uma junta
formada por esses três militares assumiu. Essa junta governou o país até 1969 na
expectativa de que Costa e Silva pudesse retomar suas atividades, caso melhorasse. Como
isso não ocorreu, são convocadas novas eleições. O resultado marca a vitória do General
Emílio Garrastazu Médici, militar representante da Linha Dura.
A JUNTA PROVISÓRIA
A Junta Militar baixou mais alguns importantes Atos Institucionais: o AI 12 que
estabeleceu a Junta Militar Provisória que permaneceria no poder até que Artur da Costa e
Silva recuperasse seu estado de saúde; e o AI 13 que estabeleceu a pena de banimento do
território nacional de qualquer brasileiro que fosse inconveniente, nocivo ou perigoso para a
segurança do Brasil. O AI 14 estabeleceu a pena de morte para guerra subversiva ou
revolucionária. O Regime se endurecia ainda mais.
A JUNTA PROVISÓRIA
IMAGEM 08 - A Junta Provisória que governou o Brasil em 1969. Da esquerda para a direita, Lira Tavares, Augusto Rademaker e Márcio de 
Sousa e Melo. Fonte: Memorial da Democracia. Disponível em: http://memorialdademocracia.com.br/card/junta-militar-toma-o-comando-do-
pais Acesso em 23 de fevereiro de 2021.
http://memorialdademocracia.com.br/card/junta-militar-toma-o-comando-do-pais
VAMOS TREINAR - QUESTÃO 01
(Mackenzie) 
O ano de 1968 foi crucial. O movimento estudantil se espalhou por todo o país, sofrendo 
violenta repressão do governo. Diante das pressões da sociedade, o governo militar reagiu, decretando:
A. a deposição do Presidente João Goulart, cujo modelo populista de governo dava sinais de 
esgotamento.
B. o Ato Institucional nº 5, que conferia ao Presidente Costa e Silva poderes totais para reprimir as 
oposições.
C. a Abertura Democrática, lenta e gradual, que reconduzia o país à democratização.
D. a Anistia, que embora não fosse irrestrita, permitiu o retorno de muitos exilados políticos.
E. a solução parlamentarista, que possibilitou controlar a grave crise institucional em que vivia o país.
VAMOS TREINAR - QUESTÃO 01
(Mackenzie) 
O ano de 1968 foi crucial. O movimento estudantil se espalhou por todo o país, sofrendo 
violenta repressão do governo. Diante das pressões da sociedade, o governo militar reagiu, decretando:
A. a deposição do Presidente João Goulart, cujo modelo populista de governo dava sinais de 
esgotamento.
B. o Ato Institucional nº 5, que conferia ao Presidente Costa e Silva poderes totais para reprimir as 
oposições.
C. a Abertura Democrática, lenta e gradual, que reconduzia o país à democratização.
D. a Anistia, que embora não fosse irrestrita, permitiu o retorno de muitos exilados políticos.
E. a solução parlamentarista, que possibilitou controlar a grave crise institucional em que vivia o país.
A alternativa correta é a letra “B”. O Ato Institucional número 05 foi um instrumento baixado por Costa e
Silva que permitiu combater, sem restrições, as oposições ao regime ditatorial naquele momento.
Não poderia ser a alternativa “A”, pois João Goulart, o Jango, já havia sido deposto desde 1964 e se
encontrava no Uruguai organizado na chamada Frente Ampla que lutava pelo retorno a democracia no
Brasil, mas teve atuação e resultados muito limitados. Não poderia ser letra “C”, uma vez que a abertura
política somente será debatida pelos militares a partir do Governo Geisel e não do governo Costa e
Silva, como pede a questão. O mesmo vale para a opção “D”, Lei de Anistia só no Governo Geisel. Por
fim, a solução parlamentarista foi uma jogada política que permitiu que as Forças Armadas e a oposição
aceitassem que João Goulart assumisse a presidência do Brasil em 1961 e não tem relação direta com o
Governo Costa e Silva. Portanto, não poderia ser a marcação correta.
QUESTÃO 01 – COMENTÁRIO
GOVERNO ARTUR DA COSTA E SILVA
O ATO INSTITUCIONAL NÚMERO 05
INTRODUÇÃO
Considerado o maior instrumento de repressão utilizado pelos militares durante a
Ditadura, esse ato foi baixado no dia 13 de dezembro de 1968. Estabeleceu de vez o caráter
ditatorial do regime iniciado em 1964, uma vez que concentrou ainda mais os poderes no
Executivo e consolidou de vez a tese de que os militares permaneceriam no poder. Esse
documento permitiu que os militares agissem contra a oposição de forma severa e sem
muitas restrições. A seguir vamos trará de alguns artigos específicos do Ato Institucional
número 5.
ARTIGO 2º
“Art. 2º - O Presidente da República poderá decretar o recesso do Congresso
Nacional, das Assembleias Legislativas e das Câmaras de Vereadores, por Ato
Complementar, em estado de sitio ou fora dele, só voltando os mesmos a funcionar quando
convocados pelo Presidente da República.
§ 1º - Decretado o recesso parlamentar, o Poder Executivo correspondente fica autorizado a
legislar em todas as matérias e exercer as atribuições previstas nas Constituições ou na Lei
Orgânica dos Municípios.”
(BRASIL, ATO INSTITUCIONAL Nº 5, DE 13 DE DEZEMBRO DE 1968. São mantidas a Constituição de 24 de janeiro de
1967 e as Constituições Estaduais; O Presidente da República poderá decretar a intervenção nos estados e municípios,
sem as limitações previstas na Constituição, suspender os direitos políticos de quaisquer cidadãos pelo prazo de 10
anos e cassar mandatos eletivos federais, estaduais e municipais, e dá outras providências. Diário Oficial da União
13.12.1968)
ARTIGO 3º
“Art. 3º - O Presidente da República, no interesse nacional, poderá decretar a
intervenção nos Estados e Municípios, sem as limitações previstas na Constituição.
Parágrafo único - Os interventores nos Estados e Municípios serão nomeados pelo
Presidente da República e exercerão todas as funções e atribuições que caibam,
respectivamente, aos Governadores ou Prefeitos, e gozarão das prerrogativas, vencimentos e
vantagens fixados em lei.”
(BRASIL, ATO INSTITUCIONAL Nº 5, DE 13 DE DEZEMBRO DE 1968. São mantidas a Constituição de 24 de janeiro de
1967 e as Constituições Estaduais; O Presidente da República poderá decretar a intervenção nos estados e municípios,
sem as limitações previstas na Constituição, suspender os direitos políticos de quaisquer cidadãos pelo prazo de 10
anos e cassar mandatos eletivos federais, estaduais e municipais, e dá outras providências. Diário Oficial da União
13.12.1968)
ARTIGO 4º
“Art. 4º - No interesse de preservar a Revolução, o Presidente da República, ouvido
o Conselho de Segurança Nacional, e sem as limitações previstas na Constituição, poderá
suspender os direitos políticos de quaisquer cidadãos pelo prazo de 10 anos e cassar
mandatos eletivos federais, estaduais e municipais.”
(BRASIL, ATO INSTITUCIONAL Nº 5, DE 13 DE DEZEMBRO DE 1968. São mantidas a Constituição de 24 de janeiro de
1967 e as Constituições Estaduais; O Presidente da República poderá decretar a intervenção nos estadose municípios,
sem as limitações previstas na Constituição, suspender os direitos políticos de quaisquer cidadãos pelo prazo de 10
anos e cassar mandatos eletivos federais, estaduais e municipais, e dá outras providências. Diário Oficial da União
13.12.1968)
ARTIGOS 7º E 10
“Art. 7º - O Presidente da República, em qualquer dos casos previstos na
Constituição, poderá decretar o estado de sítio e prorrogá-lo, fixando o respectivo prazo.
Art. 10 - Fica suspensa a garantia de habeas corpus, nos casos de crimes políticos, contra a
segurança nacional, a ordem econômica e social e a economia popular.”
(BRASIL, ATO INSTITUCIONAL Nº 5, DE 13 DE DEZEMBRO DE 1968. São mantidas a Constituição de 24 de janeiro de
1967 e as Constituições Estaduais; O Presidente da República poderá decretar a intervenção nos estados e municípios,
sem as limitações previstas na Constituição, suspender os direitos políticos de quaisquer cidadãos pelo prazo de 10
anos e cassar mandatos eletivos federais, estaduais e municipais, e dá outras providências. Diário Oficial da União
13.12.1968)
CONCLUSÃO
Como foi possível perceber, o presidente passou a concentrar em si muitos
poderes, o que é típico das ditaduras. O presidente poderia decretar o recesso do
legislativo, passando a legislar por conta própria sobre qualquer matéria. Passou a ser
possível a nomeação de interventores para atuar nos Estados e Municípios. Permitia ao
chefe do executivo cassar mandatos e direitos políticos, além de decretar o estado de sítio
ao seu bel prazer. Além disso, o fim do direito de habeas corpus permitiu que muitos
fossem presos de forma injusta. Além disso, esse ato, diferentemente dos anteriores, não
tinha um prazo de vigência estabelecido.
CONCLUSÃO
A estabilidade no serviço público foi perdida, o mesmo vale para a vitaliciedade dos
magistrados. O que desencadeou uma nova onde de expurgos no funcionalismo público.
Além disso, iniciou-se a chamada censura prévia. Todos os jornais e meios de
comunicação, de arte e cultura passaram a ser vistoriados pela equipe de censura antes da
publicação para o grande público. Falaremos disso mais adiante. Além disso, a tortura, que
já acontecia desde o Governo Castelo Branco, passou a fazer parte dos métodos do
Governo. Todos esses aspectos serão acentuados no Governo do General Emílio Garrastazu
Médici.
O AI - 05
VÍDEO 01 - 1964: Reportagem Especial | O governo Costa e Silva e o AI-5.
Link de Acesso: https://www.youtube.com/watch?v=pMgTjvBDi74
https://www.youtube.com/watch?v=pMgTjvBDi74
GOVERNO EMÍLIO GARRASTAZU MÉDICI
CARACTERÍSTICAS GERAIS
INTRODUÇÃO
Como vimos, Costa e Silva sofreu um derrame e não se recuperou para assumir
novamente suas funções como presidente do Brasil. A Junta Militar Provisória, nesse
contexto, declarou vaga a presidência e vice-presidência do Brasil e convocou eleições
indiretas ainda em 1969. Além disso, determinou que o novo presidente governaria o país
de 1969 até 1974. Nesse momento, poucos acreditavam que a proposta inicial dos militares
de devolver o poder aos civis de fato iria ocorrer. O Alto Comando das Forças Armadas
escolheu o General Emílio Garrastazu Médici para ocupar o cargo de presidente, e Augusto
Rademaker para ocupar a vice-presidência. É o primeiro presidente da ditadura que não
possui um civil como vice.
EMÍLIO GARRASTAZU MÉDICI
Maior representante da Linha Dura
que governou o Brasil, o General Médici já
havia sido Chefe do Estado Maior do
Exército de Costa e Silva, Comandante da
Academia Militar de Agulhas Negras e chefe
do Sistema Nacional de Informação – SNI.
Seu governo será marcado como o auge da
repressão e violência do regime, mas
também como o período de maior
prosperidade econômica do Brasil até então,
o chamado Milagre Econômico ou Milagre
Brasileiro.
IMAGEM 09 - Foto oficial de Emílio Garrastazu Médici, o terceiro general 
presidente. Fonte: Governo Federal. Disponível em: https://www.gov.br/planalto/pt-
br/conheca-a-presidencia/acervo/galeria-de-presidentes/emilio-garrastazu-
medici/view Acesso em 24 de fevereiro de 2021.
https://www.gov.br/planalto/pt-br/conheca-a-presidencia/acervo/galeria-de-presidentes/emilio-garrastazu-medici/view
O GOVERNO MÉDICI
Apesar de Costa e Silva ter sido o presidente que baixou o AI 5, ele fez pouco uso
desse instrumento, uma vez que caiu doente pouco tempo depois. Médici assume
presidente com todos os poderes concedidos por esse Ato Institucional. Dessa forma, não
atoa, seu governo é o período mais repressivo da história recente do Brasil. Por outro lado,
a conjuntura econômica internacional bastante favorável e os resultados da política
econômica aplicada desde Roberto de Oliveira Campos e Otávio Gouveia de Bulhões e
passando por Delfim Neto fazem esse período ser de pujança nas finanças do país. Além
disso, importantes vitórias em competições esportivas e o uso intenso da propaganda do
Estado e da censura prévia vão criar um clima de otimismo no país. Vamos tratar de cada
um desses pontos de forma pormenorizada.
A LUTA ARMADA
A luta armada que inicialmente decolou e chegou a realizar feitos impressionantes,
como o sequestro do embaixador dos EUA no Brasil e diversos assaltos a bancos e focos
de guerrilha, declinou violentamente no Governo Médici, porém não desapareceu. Isso
ocorre devido a eficácia da repressão do Governo. Importantes líderes da luta armada serão
assassinados nesse momento. A exemplos, podemos citar Carlos Lamarca e Carlos
Marighella. Além disso, o foco mais famoso de guerrilha rural será desmontado no Governo
Médici. A Guerrilha do Araguaia foi reprimida pelos militares na região do Bico do Papagaio
banhada pelo Rio Araguaia no estado do Pará.
O USO DA TORTURA
Nesse momento, o Governo já faz uso quase que institucional da tortura como
ferramenta para obter informações. Apesar de ser considerada um método ineficaz para
conseguir dados, pois o torturado fala aquilo que seu torturador quer ouvir e não
necessariamente a verdade, essa prática foi comum durante esse período, também
conhecido como Anos de Chumbo. A tortura será utilizada de forma ampla, chegando a
prejudicar civis que não estavam envolvidos na luta armada. Afetou crianças, mulheres,
padres e membros da igreja e diversas pessoas. Sendo esse, um dos capítulos mais
nefastos de nossa história.
A JUNTA PROVISÓRIA
IMAGEM 10 - O assassinato de Vladmir Herzog em 1976, durante a ditadura militar é um caso emblemático do uso institucional da tortura 
durante o regime. Fonte: Revista Veja. Disponível em: https://veja.abril.com.br/blog/noblat/bolsonaro-se-apequena-ao-dizer-que-sabe-como-
se-matava-e-torturava/ Acesso em 24 de fevereiro de 2021.
https://veja.abril.com.br/blog/noblat/bolsonaro-se-apequena-ao-dizer-que-sabe-como-se-matava-e-torturava/
OS ÓRGÃOS DE REPRESSÃO
Um dos órgãos de repressão mais famoso era os DOI-CODI. DOI-CODI significa
Destacamento de Operações e Informações e do Centro de Operações de Defesa Interna.
Eram órgãos do regime ditatorial que foram instalados em diversos estados do Brasil. Eram
os principais centros de tortura. Essa prática ocorreu em todos os estados, mas
especialmente no eixo Rio-São Paulo, a mesma foi mais intensa. Além dos DOI-CODI,
podemos citar o Centro de Informações da Marinha – CENIMAR, a Operação Bandeirantes –
OBAN e os Departamentos de Ordem Política e Social - DOPS, como órgãos de repressão e
tortura durante o regime militar.
O USO DA TORTURA
IMAGEM 11 - Algumas das formas de tortura aplicadas durante o regime militar (os desenhos foram rearranjados pelo autor para melhor se 
organizar no slide). Fonte: Blog do Dário. Disponível em: https://dariodasilva.wordpress.com/2014/12/19/dicionario-ilustrado-da-tortura-no-
brasil/ Acesso em 24 de fevereiro de 2021.
https://dariodasilva.wordpress.com/2014/12/19/dicionario-ilustrado-da-tortura-no-brasil/
A CENSURA PRÉVIA
Apesar de toda essa repressão, não podemos esquecer que a censura prévia já
havia sido instituída, de forma que,boa parte do que ocorria nos porões da ditadura não
poderia vir a público. A censura vistoriava todo o conteúdo a ser publicado em jornais e na
televisão e dizia o que poderia ou não ir adiante. Nesse sentido, é famoso o caso dos
jornais que ao terem suas matérias censuradas pouco antes da impressão colocavam
receitas de bolo como forma de protesto por não poder dizer o que de fato ocorria. O
mesmo valia para músicas e obras de arte. Muitos artistas desse período que produziram
material contra o regime tiveram que escrever com muito cuidado e inteligência para burlar
seus censores e conseguir atingir as massas. Chico Buarque é um grande exemplo.
A PROPAGANDA DO GOVERNO
Associado a censura, o Governo Médici estabeleceu a propaganda oficial do
Governo. Através da Assessoria Especial de Relações Públicas – AERP e da Rede Globo de
Televisão, foram veiculadas diversas propagandas ufanistas. Esse tipo de publicidade
transmitia a ideia de que o Brasil estava no caminho certo, que era o país do futuro, que
crescia a taxas altíssimas e que apenas os militares eram capazes de coordenar esse
momento. A abrangência da propaganda foi expressiva em um momento em que o número
de casas com pelo menos um aparelho televisor cresceu significativamente. É o período do
“Brasil, ame-o ou deixe-o”, “ninguém segura esse país”, “Brasil país do futuro” e outros.
A PROPAGANDA DO GOVERNO
IMAGEM 12 - Exemplo de propagandas ufanistas veiculadas durante o Governo Médici. Fonte: OLIVEIRA, Rafael. A Propaganda e a Publicidade no Governo Médici: 
muito além do ufanismo. In: XV Encontro Regional de História da ANPUH-RIO. 2012. Anais Eletrônicos. Disponível em: 
http://www.encontro2012.rj.anpuh.org/resources/anais/15/1332983067_ARQUIVO_APropagandaeaPublicidadenoGovernoMedici_1_.pdf Acesso em 18 de fevereiro 
de 2021.
http://www.encontro2012.rj.anpuh.org/resources/anais/15/1332983067_ARQUIVO_APropagandaeaPublicidadenoGovernoMedici_1_.pdf
A VITÓRIA DO BRASIL NA COPA DE 1970
A vitória da seleção brasileira de futebol na Copa do Mundo de 1970 também foi
utilizada pelo governo como propaganda para materializar o bom momento do Brasil. No
México, Pelé, Rivelino, Jairzinho, Tostão, Gérson e outros vão conduzir o Brasil em uma bela
vitória de 04 x 01 contra a Itália. O Brasil conquistou a Copa do Mundo de Futebol e se
tornou o único dono da Taça Jules Rimet. Médici não perdeu a chance de receber os
jogadores em Brasília, tirar fotos e erguer a taça. Além de utilizar todo esse evento como
uma grande propaganda a favor do regime militar.
A VITÓRIA DO BRASIL NA COPA DE 1970
Todos esses eventos associados, ou seja, a vitória da seleção brasileira de futebol, o
milagre econômico, a propaganda ufanista e a censura prévia fizeram com que vigorasse
um clima de otimismo e que o Brasil estava no caminho certo. Muitas pessoas que viveram
nesse momento, tiveram a impressão de que tudo ocorria bem, o Brasil crescia, que todos
eram felizes e que era um bom momento para se viver. Contudo, a História atual nos
permite saber que não era bem assim. Muita coisa acontecia e isso não chegava ao grande
público. Interessante notar como no auge da repressão e da tortura, também ocorreu o
período de maior popularidade e apoio ao regime. As causas desse evento já foram
discutidas acima.
O FIM DO GOVERNO MÉDICI
O General Emílio Garrastazu Médici
governo até 1974. A Linha Dura não
conseguiu fazer um sucessor e foi escolhido
pelo Alto Comando das Forças Armadas o
nome do castelista General Ernesto Geisel.
Geisel representou o retorno do grupo
Sorbonne ao poder, mas isso não significa
que a Linha Dura desapareceu, o novo
presidente precisou coordenar as pressões
existentes nos dois grupos.
IMAGEM 13 - Pelé, ídolo da Seleção Brasileira de Futebol e o Presidente Médici. 
Fonte: Superesportes. Disponível em: 
https://www.superesportes.com.br/app/noticias/campeonatos/copa-das-
confederacoes/copa2013-
noticias/7,484,19,156/2014/03/30/noticia_copa_do_mundo,53864/golpe-militar-
de-1964-usa-selecao-brasileira-como-propaganda-politica.shtml Acesso em 24 
de fevereiro de 2021.
https://www.superesportes.com.br/app/noticias/campeonatos/copa-das-confederacoes/copa2013-noticias/7,484,19,156/2014/03/30/noticia_copa_do_mundo,53864/golpe-militar-de-1964-usa-selecao-brasileira-como-propaganda-politica.shtml
CONCLUSÃO
VÍDEO 02 - Chumbo Quente III- Observatório da Imprensa.
Link de Acesso: https://www.youtube.com/watch?v=-8DLidPG49g
https://www.youtube.com/watch?v=-8DLidPG49g
GOVERNO EMÍLIO GARRASTAZU MÉDICI
O MILAGRE ECONÔMICO BRASILEIRO
INTRODUÇÃO
O termo milagre econômico não surgiu para designar apenas o Brasil e o
crescimento observado na década de 70 no país. Esse conceito diz respeito às nações com
elevadas taxas de crescimento de seu Produto Interno Bruto – PIB. O Japão, por exemplo,
havia feito o seu milagre pouco antes do Brasil. Inclusive, durante o Governo Médici, muito
idosos reclamavam da sua idade, pois não veriam a virada de milênio, quando o Brasil se
tornaria uma potência como o Japão. Como veremos, isso não ocorreu por diversos fatores
que serão analisados ao longo dessa aula e da próxima.
INTRODUÇÃO
O período do Milagre Brasileiro vai de 1969 até 1973 durante o Governo de Emílio
Garrastazu Médici sendo que o milagre sofrerá seu primeiro impacto em 73 quando do
Primeiro Choque do Petróleo. Além disso, parte desse movimento é percebido no Governo
Geisel até 1979 quando o Segundo Choque do Petróleo põe fim a experiência do milagre
brasileiro. Esse período é marcado pelas altas taxas de crescimento do PIB do Brasil que
chegou a tocar a casa dos 12% em seu auge. Além disso, junto com os avanços
econômicos, buscou-se um controle da inflação.
DELFIM NETO
Esse período contará com a
participação do Ministro da Fazenda Antônio
Delfim Neto. Segundo o ministro, a política
econômica brasileira teria uma
particularidade, a Economia deveria crescer
a tal ponto que poderia ser dividida.
Contudo, apesar de ter ocorrido um avanço
econômico e crescimento expressivo, a
famosa “divisão do bolo” não ocorreu. Na
verdade, esse período é marcado pela forte
concentração de renda. Evento que
aumentou ainda mais a distância entre ricos
e pobres e acentuou os problemas sociais
no Brasil.
IMAGEM 14 - Antônio Delfim Neto, Ministro da Fazenda do primeiro momento do 
“milagre” econômico brasileiro. Fonte: Último Segundo. Disponível em: 
https://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2018-03-09/delfim-netto-lava-jato.html
Acesso em 24 de fevereiro de 2021.
https://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2018-03-09/delfim-netto-lava-jato.html
AS CAUSAS DO “MILAGRE”
Esse crescimento “milagroso”, no entanto, tem causas reais e explicáveis. A primeira
delas reside na estabilização econômica feita ainda no Governo Castelo Branco. Roberto
Campos e Otávio Gouveia Bulhões conseguiram controlar, em parte, a inflação crescente
dos governos anteriores e conseguiu que o Produto Interno Bruto do Brasil voltasse a
crescer, mesmo com taxas tímidas. Essa estabilidade foi importante para os Governos
seguintes assumissem com um cenário econômico interno um pouco mais acertado.
AS CAUSAS DO “MILAGRE”
O segundo ponto reside no período extremamente favorável para adquiri crédito no
exterior. O Brasil vai pegar volumosos empréstimos com bancos estrangeiros com a
finalidade de avançar com o programa de desenvolvimento econômico, investir
internamente e financiar as chamadas obras faraônicas, que serão tratadas ainda nesse
resumo. Associado a esse fato, devemos destacar que o país se tornou mais eficiente na
arrecadação de tributos. Castelo Branco já havia contribuído nesse sentido ao estabelecer a
correção monetária no ato de pagamento da dívida.
OBRAS FARAÔNICAS
As chamadas Obras Faraônicas foram construções de grandes proporções e com
finalidades diversas a depender da obra em questão. Alguns exemplos de obras nesse
sentido são a Usina Binacional de Itaipu. Usina de energia elétrica construída emparceria
com o Paraguai, pois, energia era uma preocupação forte dos militares. Além disso,
podemos citar as Usinas Nucleares de Angra I e Angra II. A Ponte Rio-Niterói e a famosa
Rodovia Transamazônica. Com relação a esse último, a obra não foi concluída até os dias de
hoje. Os militares se preocupavam com a integração do território. A frase “integrar para não
entregar” ficou famosa nesse momento. As Forças Armadas acreditavam que era preciso
manter o país integrado para não perder regiões do Brasil. O avanço no norte representou
essa tentativa. Contudo, esse avanço também foi um fator de dizimação de indígenas.
OBRAS FARAÔNICAS
IMAGEM 15 - Ponte Rio-Niterói, uma das famosas obras faraônicas do regime militar, em especial do milagre econômico. Fonte: Jornal o Globo. 
Disponível em: https://oglobo.globo.com/rio/comissao-da-camara-aprova-mudanca-de-nome-da-ponte-rio-niteroi-de-costa-silva-para-betinho-
14543237 Acesso em 24 de fevereiro de 2021.
https://oglobo.globo.com/rio/comissao-da-camara-aprova-mudanca-de-nome-da-ponte-rio-niteroi-de-costa-silva-para-betinho-14543237
AS CAUSAS DO “MILAGRE”
Um terceiro ponto reside no aumento do investimento estrangeiro no Brasil e o
aumento da exportação de produtos nacionais no exterior. Com a situação financeira do
país tratada desde o PAEG de Castelo Branco, os investidores internacionais viam o Brasil
com melhores olhos. Nesse sentido, a entrada de capitais foi alta nesse período. Além
disso, o país iniciou um processo que o colocaria anos mais tarde como um dos principais
Estados que vendiam soja no mercado externo. Essas informações ajudam a entender
porque o Produto Interno Bruto cresceu tanto nesse período.
O FIM DO “MILAGRE”
Contudo, todo o Milagre Brasileiro estava centrado em causas externas e não
internas. Dessa forma, quando ocorreram os Choques do Petróleo, o milagre brasileiro
mostrou cansaço até se acabar. Isso ocorre porque os países centrais que tinham condições
favoráveis para emprestar dinheiro para países periféricos, perderam essa capacidade
devido ao aumento dos preços do petróleo. Esse evento reduziu a disponibilidade de
recursos financeiros para países como o Brasil e complicou a situação brasileira que agora
era dependente de petróleo
O FIM DO “MILAGRE”
A dependência de petróleo externo, a dependência de um mercado internacional
favorável para a comodity e para o crédito fácil justificou em parte o período do Milagre.
Conforme essas características vão se perdendo, o Brasil pouco a pouco foi abandonando
essa perspectiva. Os dois eventos que de fato marcam esse declínio são os choques do
petróleo. Falaremos melhor desse tema na aula que vem sobre o Governo Geisel e Governo
Figueiredo. A próxima aula.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1967 e as Constituições Estaduais; O Presidente da República poderá decretar a intervenção nos estados e municípios, 
sem as limitações previstas na Constituição, suspender os direitos políticos de quaisquer cidadãos pelo prazo de 10 
anos e cassar mandatos eletivos federais, estaduais e municipais, e dá outras providências. Diário Oficial da União
13.12.1968.
https://www.youtube.com/watch?v=pMgTjvBDi74
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BRASIL, ATO INSTITUCIONAL Nº 12, DE 1º DE SETEMBRO DE 1969. Dispõe sobre o exercício temporário das 
fundações de Presidente da República pelos Ministros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, enquanto durar o 
impedimento, por motivo de saúde, do Marechal Arthur da Costa e Silva, e dá outras providências. Diário Oficial da 
União 1º.9.1969 e retificado em 10.9.1969.
BRASIL, ATO INSTITUCIONAL Nº 13, DE 5 DE SETEMBRO DE 1969. Institui a pena de banimento do Território Nacional 
para o brasileiro que se tornar inconveniente, nocivo ou perigoso à Segurança Nacional e dá outras providências. Diário 
Oficial da União 9.9.1969 e retificado em 10.9.1969.
BRASIL, ATO INSTITUCIONAL Nº 14, DE 5 DE SETEMBRO DE 1969. Dá nova redação ao parágrafo 11 do artigo 150 da 
Constituição do Brasil, acrescentando que não haverá pena de morte, de prisão perpétua, de banimento ou confisco, 
salvo nos casos de guerra externa, psicológica adversa, ou revolucionária ou subversiva nos termos que a lei 
determinar - esta disporá, também, sobre o perdimento de bens por danos causados ao erário ou no caso de 
enriquecimento ilícito no exercício de cargo, função ou emprego na administração pública direta ou indireta. Diário 
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https://brasilescola.uol.com.br/historiag/maio-1968.htm
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http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/artur-da-costa-e-silva
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http://www.fgv.br/Cpdoc/Acervo/dicionarios/verbete-tematico/passeata-dos-cem-mil
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