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Avaliação Geografia Política e Geopolítica

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AVALIAÇÃO DISCIPLINA DE GEOGRAFIA POLÍTICA E GEOPOLÍTICA 
 
A partir dos textos trabalhados em sala de aula procure contextualizar a Geografia 
Política e a Geopolítica em seus contornos teóricos, conceituais e empíricos, destacando 
os elementos convergentes e divergentes, entre os diferentes autores, ao longo da 
história do pensamento em Geografia Política e Geopolítica, na sua fase clássica e 
contemporânea. 
 
 
OBS.: Atividade individual 
Texto com 4 a 7 páginas (espaço 1,5, fonte 12) 
 
Obras que deverão ser utilizadas para elaboração do texto 
HORTA, Célio Augusto da Cunha. Geografia Política e Geopolítica: velhas e novas convergências. In: GEOgraphia – 
Revista da Pós-Graduação em Geografia da UFF, Ano VIII, N.° 15. Niterói/RJ: UFF/EGG, 2006, p.51-69. (disponível 
on line) 
RATZEL, F. A relação entre o solo e o Estado – Capítulo I – O Estado como organismo ligado ao solo. Trad. Matheus 
Pfrimer. GEOUSP – Espaço e Tempo, São Paulo, n. 29, pp.51-58, 2011. 
KROPOTKIN, P. O Estado e seu papel histórico. Tradução Alfredo Guerra. São Paulo: Editora Imaginário/ Nu-Sol, 
2000. (Trechos selecionados). (disponível on-line) 
RECLUS, Élisée. Origem da Família, das classes sociais e do Estado. IN: Èlisée Reclus (Org.: Manuel Correa de 
Andrade). Coleção Grande Cientistas Sociais. SP: Ática, 1985. 
 LACOSTE, Y. A Geografia: isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra. Campinas/SP: Papirus, 1988. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Analisar a Geografia e a Geopolítica, envolve uma compreensão da intensidade 
e da funcionalidade que ambos os termos assumiram dentro da Geografia ao 
longo dos anos. Um dos elementos que atinge os dois termos e pode ser o 
motivo de haver certa confusão, quanto a como a Geografia Política e a 
Geopolítica se estabelecem no campo do saber, é justamente a política. É 
necessário compreender a política inserida na Geografia e como ela faz parte do 
processo de intencionalidade que a disciplina assumiu. 
 
No artigo Geografia Política e Geopolítica : Velhas e novas convergências, Célio 
Augusto da Cunha Horta, questiona a necessidade de se diferenciar uma 
geografia da outra. Um primeiro ponto que ele cita e que mostra a fragilidade em 
querer determinar a geografia política e a geopolítica separadamente, é o fato 
de que os estudos ligados a essas áreas do conhecimento estão sempre 
relacionados aos Estados Nacionais. Deixando de lado, as organizações 
políticas que surgem contra o Estado e são independentes ao Estado. Tais 
organizações são hoje determinadas numa escala micropolítica. São as 
organizações das comunidades periféricas de uma cidade, organizações do 
campo, de comunidades tradicionais (indígenas, quilombolas), organizações 
ambientais. Deve-se ressaltar, que apesar de haver esse menosprezo pelas 
micropolíticas, tanto a Geografia Política quanto a Geopolítica, interferem de 
certa forma nas ações de tais organizações independentes. 
 
Vários estudiosos propuseram que a Geografia Política seria mais teórica e 
acadêmica, enquanto a Geopolítica seria mais pragmática, e de maior utilização 
pelas instituições do Estado (serviço militar). Dessa maneira, coloca-se em 
questão o quanto é relevante uma em relação a outra, através da atenção que 
se dá a uma e a outra. O estudo Geopolítico, é tratado nesse caso como um 
serviço ao Estado, seja em questões de ordenamento espacial, segurança 
militar, estratégias para resolução de conflitos políticos entre Estado e Estado, 
ou entre o Estado e os civis. Enquanto a Geografia Política serviria a um campo 
do saber, com fins de potencializar o campo do saber de uma universidade por 
exemplo. Surge uma discussão em como as duas Geografias podem prover a 
mesma quantidade de informações, mas que a Geopolítica consegue ser mais 
usual e transdisciplinar. A Geopolítica então não é apenas dos Geógrafos, mas 
de militares, cientistas políticos, historiadores, etc. 
 
O que convém dizer, é que as duas disciplinas deixaram de ser orientadas e 
motivadas pelo Estado e para o Estado. Houve um momento em que se 
institucionalizou a Geopolítica, mas hoje, o que se nota, é a Geopolítica distante 
do Estado e mais próxima do mercado capitalista. A Geopolítica continua mais 
usual e transdisciplinar, mas tornou-se mais usual para outros personagens do 
território, e para outros usos consequentemente. Por exemplo: A utilização de 
drones. Os drones podem servir como recurso tecnológico à Geopolítica, sendo 
utilizado pelo serviço militar, serviço ao Estado, portanto. Mas por outro lado, 
também pode ser utilizado por qualquer empresa de mapeamento e 
geoprocessamento que esteja a serviço de uma imobiliária para a implantação 
de um residencial por exemplo. 
 
No primeiro exemplo, existe o conflito político, econômico e tantos outros motivos 
que impulsionam esse tipo de prática no serviço militar entres territórios. No 
segundo exemplo percebe-se o serviço ao mercado consumidor, onde se analisa 
antes da compra e venda de lotes, o potencial de um lugar, e os conflitos políticos 
que se pode enfrentar: segurança do bairro, localização e transporte, status 
social dos bairros ao redor. É possível perceber então, que a partir do momento 
em que os recursos tecnológicos assumem a função de gerir a vida de cada 
parte de um território, A Geografia Política e a Geopolítica passam a ser 
instrumentos de qualquer pessoa que saiba manusear tais recursos tecnológicos 
inseridos em ambas as disciplinas. 
 
Com isso, buscando fazer as correlações entre a Geografia Política e a 
Geopolítica, clássica e contemporânea, nota-se que se deve considerar o 
Estado, institucionalizado, mas também, o povo. Ratzel, em a relação entre o 
solo e o Estado – Capítulo I – O Estado como organismo ligado ao solo, afirma 
que o Estado é uma parte da humanidade e uma parte do solo. De certo modo, 
Ratzel faz uma afirmação importante para a Geografia compreender a política 
estabelecida em um território. Mas por outro lado, algo que pode determinar de 
fato a estrutura do Estado nessa relação, povo e solo, é como se manifesta o 
conhecimento e o poder que o povo exerce sobre o solo habitado. Ratzel vai 
afirmar ainda que o povo não necessariamente deve falar a mesma língua, nem 
serem vinculados pela raça, mas têm apenas como ponto comum, o espaço 
habitado. Entretanto, o espaço habitado pode vir a ser dividido e dimensionado 
em suas divisões, de maneira contraditória à realidade do território. Por exemplo: 
É comum nos dias atuais, o crescimento das cidades ocorrer de maneira 
arbitrária e com um único foco, possibilitar o lucro às imobiliárias. Porém, desse 
modo, se exclui, aqueles que não tem moradia e não fazem parte da classe 
social que possa estar adquirindo esses imóveis. Assim, observa-se que o 
espaço habitado não é mais um ponto em comum entre os povos, justamente 
porque nem todos tem acesso de fato ao espaço para habita-lo. Assim como o 
crescimento demográfico, que segundo Ratzel, também é um ponto de 
fortalecimento da relação do povo com o solo. 
 
Os crescimentos demográficos, sem as políticas de organização do território, 
fazem com que o Estado se torne polarizado. Partes da população detém o solo, 
outras não, o que pode representar o enfraquecimento do poder do Estado. Ou 
seja, instrumentos de geopolítica, atualmente, são utilizados de maneira 
condizente a grupos e organizações empresariais, que regem o ordenamento 
territorial do espaço. A geopolítica, acaba por se tornar refém desses grupos, 
que podem influenciar as decisões do Estado. 
 
É possível identificar então que ocorre dentro de ambas as Geografias, a 
determinação de condutas políticas, orientadas por quem tem mais poder. Ou 
seja, quem utiliza o território e as pessoas que nele vivem, ao seu favor. Élisée 
Reclus, em A origem da família, do Estado e da propriedade, afirma que o 
homem desde o início de sua história apossou-se do poder. Para ele,desde o 
homem primitivo, a diversidade de organizações de pessoas era infinita, e que 
as pessoas envolvidas nessas organizações sociais e políticas, devido a criação 
de regras de convívio, devem se adaptar aos ideais das organizações conforme 
os ambientes, os cruzamentos, as alianças e as conquistas. Reclus faz a 
ponderação correta sobre a utilização de aparelhos geopolíticos para organizar 
o território, mas o que representa um empasse em relação às medidas políticas 
tomadas, é como são estabelecidas as “regras de convívio”. Quando Reclus 
afirma que o homem primitivo apossou-se do poder, na verdade é necessário 
lembrar, que alguns homens se apossaram do poder e o exerceram sobre o 
outro. Daí é que surgem, as divisões de atividades para homens e mulheres, as 
divisões no espaço, onde os que tinham poder se abrigavam onde tinha água 
por perto, terra boa para plantio, enquanto aqueles que eram dominados, 
ficavam com terras ruins, tinham que se deslocar muito para achar água e 
comida. Tal relação se perpetuou até o período colonial, e ainda é visível nos 
dias atuais, onde a educação que se instalou na escola, é colonial e estabelece 
relações de poder. Cadeiras enfileiradas, o professor deve permanecer em pé, 
e não se abre momentos para que o aluno possa articular o conteúdo com 
questionamentos. Assim como acontece na religião. 
 
A Geopolítica, enquanto instrumento de poder, se instalou nos âmbitos de 
convivência humana de uma maneira latente, de tal modo que interfere em todo 
o processo de formação do homem, desde o seu nascimento. São as limitações 
de espaço, de saneamento básico, de bens de consumo, de informação e em 
alguns casos de conhecimento. Fato estranho esse último, a geografia política é 
a base da geopolítica, tem o princípio de disseminar conhecimento, a geopolítica, 
entretanto organiza o conhecimento para que ele se torne acessível e seja 
potencializado por aqueles que detêm mais poder. 
 
A geopolítica pode-se dizer então, atua como um movimento estratégico em 
relação aos conhecimentos da geografia política. Uma estratégia, deve portanto 
ser mediada por algo ou alguém. Kropotikin em O Estado e o seu papel histórico, 
afirma que o Estado é a guerra. O papel do Estado seria organizar politicamente 
e militarmente uma nação, com o objetivo de possibilitar o progresso dela. Ou 
seja, o Estado é aquele que utiliza de estratégias geopolíticas a todo momento, 
para manter o seu povo em uma situação de controle e subversão. O Estado é 
a guerra no sentido de manter vivo todos os problemas sociais e situações de 
descaso com o ser humano, mas repreender qualquer ação que venha a 
contestar as “verdades” proclamadas pelo Estado. 
 
Quando se fala em “verdades” proclamadas pelo Estado, identifica-se um 
processo de representação do espaço, que tanto para o entendimento da 
geopolítica, quanto para o entendimento da geografia política é importante para 
entender um ponto de convergência que existe entre as duas disciplinas. 
 
Com isso, Yves Lacoste em A Geografia – Isso Serve em primeiro lugar para 
fazer a guerra, afirma que a escala, enquanto meio representativo do espaço, 
deve considerar a realidade do mesmo e não privilegiar escolhas de valorização 
social, cultural ou econômica. Ele aborda o conceito de região, para exemplificar 
a sua afirmação. Para ele o conceito de região vem sendo manipulado, através 
de escolhas individualistas de representação espacial. Uma região está 
alicerçada em um conceito político. Encontra-se então certa confusão, quando 
se determina a região a partir de seus conjuntos espaciais, pois esses 
necessitam de serem representados de maneira coerente e de acordo com suas 
dimensões. Por isso, Yves coloca que existe um problema de escala na 
geografia. Um fenômeno deve ser representado em uma escala de análise que 
possa apreender o conteúdo real, caso contrário, diferentes escalas podem 
trazer diferentes significados sobre um mesmo fenômeno. 
 
É importante Lacoste citar isso, porque tanto a Geografia política, quanto a 
geopolítica, podem em algum momento não conseguir apreender o significado 
real dos fenômenos estudados. São as questões de intencionalidade citadas 
anteriormente no decorrer desse texto. As intenções de um profissional 
geógrafo, as intenções de um militar do exército, as intenções de uma empresa 
de logística, as intenções do Estado, ou até mesmo as intenções de uma família 
que controle os instrumentos de mercado, podem ditar as regras tanto da 
geopolítica, quanto da geografia política. Por exemplo: Uma pesquisa iniciada no 
meio acadêmico só consegue tomar as devidas proporções de financiamento e 
praticidade da pesquisa, a partir do momento em que o Estado possibilita os 
meios para isso, seja no salário dos professores pesquisadores, seja na compra 
de material para a realização da pesquisa. 
 
A intenção da pesquisa parte do pesquisador, mas ele depende do Estado para 
que ela se concretize. O mesmo pode-se perceber em relação a uma empresa 
de logística, ela pensa e trabalha em um determinado espaço, busca atingir 
determinados lugares dentro do espaço, mas para tal ação, necessita de 
pessoas que realizem o serviço de transporte, necessita de pessoas que 
queiram comprar o serviço, necessita de vias que possibilitem a realização do 
serviço. 
 
Nos dois exemplos acima, percebe-se a intenção como sendo uma ação livre, 
mas que ao mesmo tempo é dependente do Estado e de seu povo de certa 
forma. Convém analisar que entre as disciplinas de geopolítica e geografia 
política, nota-se um processo de subversão tanto para com o Estado, quanto 
para com os atores hegemônicos distribuídos pelo espaço. Porém deve-se 
ressaltar, que as duas disciplinas possuem antes de tudo, o conhecimento como 
arma. O que acontece é como está sendo instrumentalizado o processo de 
estabelecer o conhecimento sobre o espaço. 
 
Portanto, a individualidade das duas disciplinas é perceptível, mas tanto uma 
quanto outra assumem uma intencionalidade, que pode ser coerente com a 
ciência inicialmente, sendo tratadas como campos do saber, mas que podem ser 
manipuladas e articuladas de maneira perigosa. Onde se afirma, que tanto uma 
quanto outra têm a capacidade de orientar organizações escalares do espaço, 
orientar as políticas públicas, os meios de produção, o mercado consumidor, e 
culminar até em guerras. 
 
Por isso, a questão necessária a se enfrentar, talvez não seja buscar diferenciar 
especificamente geografia política e geopolítica, mas entender de que maneiras 
as duas tem influenciado a vida da humanidade e possibilitado as 
representações reais do espaço, como bem coloca Yves Lacoste. Articular a vida 
do homem no espaço, faz-se necessário, mas, um ponto mais necessário ainda, 
é possibilitar ao homem que ele tenha a vida de fato concretizada no espaço. 
Desigualdade social, fome, pobreza, injustiça, são palavras que apenas 
instrumentalizam o caos gerado pela má utilização da geografia política e da 
geopolítica. A Geografia é uma disciplina que integra saberes, mas quando é 
utilizada de forma arbitraria e desconexa com a realidade, acaba por não integrar 
o homem, que faz parte da construção de saberes.

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