Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Questões: 1. Envelhecimento ósseo e muscular. OSSO • Nas duas primeiras décadas de vida, predomina a formação e há um incremento progressivo da massa óssea; após a soldadura das epífises, persiste ainda um predomínio construtivo, se bem que em menor ritmo, e o ser humano alcança sua maior massa óssea na quarta década da vida: é o chamado “pico de massa óssea”. A partir daí, estabiliza-se a taxa de formação, enquanto a de reabsorção aumenta. Por conseguinte, passa a ocorrer perda progressiva, absoluta, da massa óssea até então presente: é a “osteopenia fisiológica”. • A atrofia óssea com o envelhecimento não se faz de modo homogêneo, pois, antes dos 50 anos, perde-se sobretudo osso trabecular (principalmente trabéculas de menor importância estrutural) e, após essa idade, principalmente osso cortical (também aqui lamelas de menor importância estrutural, localizadas na superfície endosteal). A cada 7 a 10 anos “renovamos” todo nosso esqueleto. • A perda de massa óssea por involução ocorre sobretudo na mulher pós-menopausada (quando a falta do freio estrogênico libera a voracidade dos osteoclastos) e no velho; trata-se de um fenômeno relacionado à idade que acomete ambos os sexos e tem como mecanismo predominante uma menor formação óssea, em um contexto no qual sobressai o paratormônio e a vitamina D. • Os idosos são potencialmente vulneráveis a um balanço cálcico negativo e à osteopenia/osteoporose em decorrência da hipovitaminose D. • Sabe-se, ainda, que o envelhecimento traz consigo menor produção da 1-a-hidroxilase renal, enzima responsável pela introdução da segunda hidroxila na 25(OH)D, formando o calcitriol, sua variedade mais ativa. Destarte, os idosos, tendo uma reduzida produção endógena do calcitriol, passam a depender mais das fontes alimentares. CARTILAGEM ARTICULAR • O envelhecimento cartilaginoso traz consigo um menor poder de agregação dos proteoglicanos, aliado a uma menor resistência mecânica da cartilagem; o colágeno adquire menor hidratação, maior resistência à colagenase e maior afinidade pelo cálcio. • No envelhecimento cartilaginoso, a rede colágena torna-se cada vez mais rígida, paralelamente ao fato de apresentar níveis elevados de pentosidina, cujos produtos finais de glicação acumulam-se com a idade. Tanto na cartilagem velha quanto naquela experimentalmente enriquecida com produtos finais de glicação, a taxa da síntese dos proteoglicanos foi inversamente proporcional ao grau de glicação. Assim, o aumento idade-relacionado dos produtos de glicação na cartilagem pode ser responsável, em parte, pelo declínio na capacidade de síntese cartilaginosa. • Com o envelhecimento da CA reconhecem-se muitas alterações na estrutura do agrecano e dos agregados multimoleculares que ele forma com o hialuronato, fruto de processos anabólicos e catabólicos geridos por eventos celulares e extracelulares, em uma extensão que varia segundo o tipo, a articulação, o local e a profundidade considerada. Assim, a síntese e o (turnover de agregados sofrem influência da idade e do local de origem (p. ex., ela não é a mesma na CA e no menisco do mesmo joelho). • Com o aumento da idade, ocorre um decréscimo tanto de atividade mitótica quanto do comprimento médio do telômero, ao lado de maior atividade de b-galactosidase (um marcador de senescência). Esses achados comprovam a ocorrência de senescência na capacidade replicativa dos condrócitos (in vivo, o que explica, em parte, a associação entre idade e osteoartrite (OA). • A CA tem uma capacidade reparadora limitada, que mais ainda se estreita com o envelhecimento e/ou quando da eclosão de condições degenerativas. A função reparadora dos condrócitos diminui progressivamente com a idade, o que é demonstrado por uma síntese decrescente de agrecanos e por uma menor capacidade para a formação de agregados moleculares de grande tamanho; demonstrou-se também que estresses oxidativos contribuem para a senescência dos condrócitos (fato que explica, em parte, o maior risco de osteoartrite com a idade). • Nos discos intervertebrais a degeneração aumenta com o envelhecimento, estando aumentados a fibronectina e seus fragmentos, substâncias que estimulam as células para a produção de metaloproteases e citocinas que inibem a síntese de matriz intercelular. A degeneração discal compreende rupturas estruturais grosseiras e alterações na composição da matriz. ARTICULAÇÃO DIARTRODIAL • Membrana sinovial: há uma maior quantidade de estroma abaixo das células limitantes, o qual se apresenta mais espesso e denso, um aumento do colágeno com o envelhecimento; que células limitantes do tipo secretor, presentes em todas as idades, estão hipertrofiadas nos mais velhos e que as do tipo macrofágico aumentam com a idade; que nos mais velhos os vilos são mais numerosos, enquanto a rede vascular e a distribuição celular apresentam-se de modo menos regular; que ocorrem grandes áreas de superfície sinovial desprovidas de células, além de feixes de colágeno expostos na cavidade articular. • Líquido sinovial: as concentrações dos sulfatos de condroitina (C6S e C4S), do ácido hialurônico (AH) e da razão C6S:C4S variam com a idade. Os maiores valores são encontrados dos 20 aos 30 anos e decrescem progressivamente com o envelhecimento. Há também nítida diferença sexual, pois as mulheres apresentam concentração dos CS significativamente menor daquela constatada nos homens (já a alteração do AH não é significativa). OBS: Sede dos principais processos reumáticos na velhice, a articulação diartrodial caracteriza-se por apresentar membrana sinovial (um tecido conjuntivo vascular que reveste a superfície interna da cápsula articular e é responsável pela elaboração da sinóvia). A sinóvia (ou líquido sinovial) pode ser considerada um dialisado do plasma sanguíneo com a adição de um mucopolissacarídio ácido não sulfatado, o ácido hialurônico (que é seu principal constituinte!). A sinóvia não apenas lubrifica a articulação como também desempenha importante papel na nutrição da cartilagem articular. MÚSCULO ESQUELÉTICO • Com o envelhecimento, há uma diminuição lenta e progressiva da massa muscular, sendo o tecido nobre paulatinamente substituído por colágeno e gordura: (é motor que se encolhe dentro (do chassi. Ela diminui aproximadamente de 50% (dos 20 aos 90a) ou 40% (dos 30 aos 80a). Tal perda tem sido demonstrada: 1. pela excreção da creatinina urinária, que reflete o conteúdo de creatina nos músculos e a massa muscular total; 2. pela tomografia computadorizada, pela qual se observa que, após os 30 anos de idade, diminui a secção transversal dos músculos, há maior densidade muscular e maior conteúdo gorduroso intramuscular (alterações que são mais pronunciadas na mulher do que no homem) e 3. histologicamente deteta-se uma atrofia muscular às custas de uma perda gradativa e seletiva das fibras esqueléticas (o número de fibras musculares no velho é aproximadamente 20% menor do que no adulto, sendo o declínio mais acentuado em fibras musculares do tipo II que, de uma média de 60% em adultos sedentários, vai para menos de 30% após os 80 anos). • Diminuição da força muscular. • Sarcopenia, termo que denota o complexo processo do envelhecimento muscular associado a diminuições da massa, da força e da velocidade de contração muscular. A etiologia da sarcopenia é multifatorial, envolvendo alterações no metabolismo do músculo, alterações endócrinas e fatores nutricionais, mitocondriais e genéticos. O grau de sarcopenia não é o mesmo para diferentes músculos e varia amplamente entre os indivíduos. O mais significativo é saber que o declínio muscular idade-relacionado é mais aprofundado nos membros inferiores do que nos superiores. • O envelhecimento está associado a uma diminuição da altura, do peso e do índice de massa corpórea (IMC). Na velhice, a massa muscular relaciona-se à força e essa, por sua vez, à capacidade funcional do indivíduo. A sarcopenia, desenvolvendo-se pordécadas, progressivamente diminui a capacitação física, acabando por comprometer as atividades da vida diária e de relacionamento, por aumentar o risco de quedas, e levando, por fim, a um estado de dependência cada vez mais grave. • A sarcopenia contribui para outras alterações idade-associadas como, por exemplo, menor densidade óssea, menor sensibilidade à insulina e menor capacidade aeróbica. • A musculatura esquelética do velho produz menos força e desenvolve suas funções mecânicas com mais “lentidão”, dado que a excitabilidade do músculo e da junção mioneural está diminuída; há uma contração duradoura, um relaxamento lento e um aumento da fatigabilidade. A diminuição da força muscular na cintura pélvica e nos extensores dos quadris resulta em maior dificuldade para a impulsão e o levantar-se; ao mesmo tempo, a diminuição da força da mão e do tríceps torna mais difícil o eventual uso de bengalas. • A razão das fibras musculares dos tipos I e II altera-se com o envelhecimento; todavia, isso não se traduz em uma enfermidade muscular incapacitante. Por outro lado, a conhecida diminuição da resistência muscular com a idade, em situações estressantes (doença aguda, por exemplo) pode ser causa de rápido descondicionamento, o que vem a exigir uma maior atenção e uma intervenção mais pronta em idosos, sob o risco de maior imobilidade, menor estabilidade postural, quedas etc. NERVO • Com o envelhecimento diminui a velocidade de condução nervosa. • Há um aumento do balanço postural, diminuição dos reflexos ortostáticos e aumento do tempo de reação. • Há uma perda do olhar fixo para cima e ocasional prejuízo dos movimentos dos tornozelos e da sensibilidade vibratória dos pés. O centro de gravidade das pessoas idosas muda para trás do quadril. • Aumenta o número de fibras nervosas periféricas que apresentam alterações morfológicas (degeneração axônica; desmielinização segmentar); já as alterações bioquímicas são menos pronunciadas. Característica importante é a preservação da capacidade de reparação de danos, independentemente da idade. • Já a idade avançada está associada à disfunção dos nervos periféricos, o que vem comprometer a força distal e a sensação espacial, além de determinar ataxia e hipotrofia muscular; por conseguinte, essa disfunção associa-se com anormalidades da marcha, vindo a contribuir para o declínio funcional do indivíduo. 2. Processo de remodelação óssea. REMODELAÇÃO ÓSSEA O crescimento e a manutenção da integridade e da função óssea dependem da remodelação, processo constante que leva cerca de 4 a 6 meses para completar-se (talvez mais, no osso cortical). Duas células são as principais envolvidas nesse processo: os osteoclastos, responsáveis pela reabsorção óssea, os osteoblastos, responsáveis pela formação óssea. Etapas da remodelação: ⁃ Ativação de osteoclastos: as células precursoras de osteoclastos são de linhagem hematopoético e atingem a medula óssea (via circulação sanguínea), onde, por meio de sinais específicos, formam os osteoclastos ativos (células multinucleadas com atividade fagocitária). ⁃ Reabsorção óssea: os osteoclastos ativos removem a matriz mineral óssea (cristais de hidroxiapatita, compostos de cálcio e fósforo, que correspondem a 65% da massa do esqueleto) da superfície do osso (principalmente o trabecular). Formam, assim, uma cavidade no osso trabecular, ou um túnel no osso cortical. Essa fase leva de 2 a 3 semanas. ⁃ Reversão: quando a cavidade atinge certa profundidade, o processo de reabsorção é interrompido. Há aparecimento de células mononucleares com o intuito de prevenir erosões adicionais e preparar o local para ação dos osteoblastos. ⁃ Formação: ondas sucessivas de osteoblastos se ligam ao osso na cavidade reabsortiva e, por ação de mediadores hormonais, começam a formação de osso novo. Esse processo é lento, com duração de, aproximadamente, 4 meses. Os osteoblastos, ao final, transformam-se em osteócitos, que permanecem inclusos no interior da matriz óssea e auxiliam na regulação dos processos posteriores de remodelação óssea. ⁃ Regulação: várias substâncias (dentre elas, hormônios e citocinas) formam uma complexa rede regulatória da remodelação óssea. Os principais hormônios são: 1. Os estrogênios, que inibem a diferenciação dos osteoclastos, e o paratormônio, que estimula a reabsorção óssea; 2. De crescimento, o calcitriol e a calcitonina, estimulando a formação óssea; 3. Os glicocorticoides, que estimulam a reabsorção. A ação desses hormônios em nível celular parece mediada pela osteoprotegerina e pelo ligante do receptor ativador do fator nuclear kappa B, ambos são secretados. O RANKL liga-se ao receptor RANK, nos osteoclastos, estimulando sua diferenciação e potencializando sua atividade reabsortiva. A ligação do RANKL ao RANK é inibida pela OPG, que tem, portando, atividade estimulante da formação óssea. A OPG é estimulada pelos estrogênios, sendo a redução da sua atividade um dos principais mecanismos responsáveis pela OP pós-menopausa. 3. Fisiopatologia: osteoporose, osteoartrite e osteoartrose. OSTEOPOROSE Com o aumento da idade,ocorre declínio da função neuromuscular e fraqueza óssea em ambos os sexos (principalmente nas mulheres, após a menopausa), elevando o risco de fraturas. Definição de osteoporose: diminuição da densidade óssea (definida por um índice T< -2,5 dévios-padrão à densitometria óssea), com deterioração microarquitetural e risco aumentado de fraturas. Fatores de risco: uso de glicocorticoides, etilismo, tabagismo, sedentarismo, histórico familiar, mulheres após a menopausa, ingestão baixa de cálcio, idade e histórico de fratura prévia. Fisiopatologia Introdução O esqueleto é formado por 2 tipos de ossos: cortical e trabecular. ⁃ Cortical: denso, compacto,localizado na superfície dos ossos, e constitui cerca de 80 a 85% do esqueleto. Sua principal função é fornecer força mecânica e proteção. ⁃ Trabecular: localiza-se na porção interna dos ossos chatos e longos e apresenta função metabólica, fornecendo suprimento mineral em estados de hipocalcemia. Por ser metabolicamente ativo, sua perda em estados de hipogonadismo e menopausa ocorre precocemente e de maneira mais intensa em comparação ao osso cortical. Dois fatores diferenciam a OP de outras doenças osteometabólicas: diminuição de massa óssea e ruptura da microarquitetura normal. Classificação A OP pode ser classificada, de acordo com a etiologia, em causas primárias ou secundárias (consequentes de outras patologias). Entre as primárias a mais importante é a OP involucional, provocada pelo envelhecimento, representada pelas OPs pós-menopausa (atinge exclusivamente mulheres, em geral, após os 50 anos) e senil (acomete ambos os sexos, à proporção de 2 a 3 mulheres para cada homem, geralmente com mais de 70 anos). Outras formas de OP primária incluem a idiopática (juvenil, do adulto jovem). A OP secundária pode ser provocada por diversos distúrbios, como os endocrinológicas, hematopoéticos, reumatológicos, erros inatos do metabolismo, síndromes disabsortivas, doenças renais, transtornos nutricionais, imobilização,neoplasias e uso de medicamentos. IMPORTANTE!!! A forma mais comum de osteoporose secundária é a medicamentosa principalmente a decorrente do uso de glicocorticoides em doses suprafisiológicas. Mecanismos de perda óssea Quando há desequilibro entre a formação e a reabsorção óssea (por hiperatividade dos osteoclastos ou por disfunção dos osteoblastos), ocorre perda de massa mineral óssea, levando a OP. A densidade óssea diminuída é possível tanto por reabsorção óssea aumentada, quanto por alterações no pico de formação óssea. O pico de formação é atingido no início da vida adulta e está relacionado, principalmente, a fatores genéticos, mas também a fatores ambientais, como a ingestão de cálcio na adolescência e o nível de impacto sobre o esqueleto. A reabsorção óssea aumentada, entregando, leva a OP, com perda de ossotrabecular e porosidade do osso cortical. Manifestações clínicas A OP não tem manifestações clínicas até ocorrer fratura, determinado dor óssea. As fraturas mais comuns são as vertebrais, assintomáticas em mais de 2/3 dos casos. A presença delas indica risco aumentado de novos episódios, com 19% apresentando nova fratura vertebral no período de 1 ano. Como consequência, os indivíduos podem ter deformidades de coluna vertebral, como cifose torácica, com perda de altura que pode ser significativa. Diminuição de mais de 1 cm na altura deve levantar a suspeita de fraturas vertebrais osteoporóticas. Entretanto, as consequências mais graves são as secundárias às fraturas de quadril. Pacientes idosos com fratura de colo de fêmur tem mortalidade de 25% ao ano, e essa alta porcentagem relaciona-se imobilidade. Portanto, todos com fratura de quadril devem ser avaliados quanto a presença de OP. Diagnóstico Densitometria mineral óssea Fornece o valor absoluto da densidade mineral óssea (BMB) da área estudada, em g/cm 2. Fornece o número de desvios-padrão do resultado da BMB entre adultos jovens do mesmo sexo, população que representa o pico de massa óssea, chamada de escore T. O escore T é o parâmetro utilizado para definir o diagnóstico de OP (escore T< - 2,5 DP), segundo os critérios da OMS, em mulheres pós-menopausa e homens >50 anos. Já o escore Z é o número de DPs em relação à média esperada para o mesmo sexo e a mesma faixa etária do paciente. Representa outro paramento de interesse, particularmente nas OPs secundárias a doenças crônicas ou ao uso crônico de medicamentos que afetam a massa óssea. Em crianças, adolescentes, mulheres na pré-menopausa e homens com menos de 50 anos, o escore Z também é preferível. Considera-se normal escore Z> -2DP. A presença de escore Z< -2,5DP reflete perda de aprox. de 30% da massa óssea. Os locais mais investigados pela DMO são a coluna lombar (posteroanterior e perfil), colo do fêmur e fêmur total. O antebraço distal, o calcâneo e, eventualmente, o corpo inteiro podem ser investigados. Pelo menos 2 sítios diferentes devem ser avaliados no exame de DMO. Na presença de valores de escore T discordantes, o diagnóstico leva em conta o valor mais baixo. A DMO por DEXA é o padrão-ouro no diagnóstico e o critério que define q presença de OP pro consenso do NIH, servindo para a avaliação do risco de fraturas e o acompanhamento da evolução da doença. Os melhores sítios para diagnóstico e acompanhamento parecem ser a coluna lombar e o fêmur total. Em pacientes com OP diagnosticada pela DEXA que iniciam tratamento, a densitometria pode ser repetida em 1 a 2 anos para avaliar o ganho de massa óssea obtido com a terapêutica. Avaliação laboratorial a) Rotina Na avaliação de um paciente com OP, sempre se devem defecar-se causas secundárias potencialmente tratadas, por isso é recomendado os exames de rotina. Os exames laboratoriais podem identificar: ⁃ anemia; ⁃ hipercalcemia com hipercalciúria e hipofosfatemia sugestivas de hiperparatireoidismo; ⁃ hipocalciúria, que pode indiciar deficiência de vitamina D, baixo consumo de cálcio ou má absorção intestinal; b) Marcadores bioquímicos Os marcadores bioquímicos são preditores de perda óssea e, por esse motivo, podem ser usados para verificar o risco de fratura. Outro uso possível está na avaliação do sucesso de terapia com medicamentos antiosteoporose. Critérios para a realização: As medidas de DMO devem ser realizadas nas seguintes situações: • Todas as mulheres de 65 anos ou mais; • Mulheres na peri e pós-menopausa com fatores de risco; • Mulheres com amenorreia secundária prolongada (por mais de 1 ano); • Todos os indivíduos que tenham sofrido fratura por trauma mínimo ou atraumática; • Indivíduos com evidências radiográficas de osteopenia ou fraturas vertebrais; • Homens com idade superior a 70 anos; • Homens com idade inferior a 70 anos com fatores de risco; • Indivíduos que apresentem perda de estatura (2,5 cm) ao longo da vida ou hipercifose torácica; • Indivíduos em uso de corticoides por 3 meses ou mais, independentemente da dose; • Indivíduos com índice de massa corporal baixo (IMC de 19 kg/m2 para jovens e, para indivíduos idosos, IMC 22); • Portadores de doenças crônicas ou em uso de outras medicações associadas à OP. Tratamento Prevenção Inclui medidas como a otimização do pico de massa óssea no adulto jovem, por meio de atividade física e ingesta adequada de cálcio, além da redução de perda de massa óssea por combate ao tabagismo, etilismo e sedentarismo. Tratamento não farmacológico Compõe se de 3 medidas: dieta, exercício físico e cessação do tabagismo. • Dieta e suplementação vitamínica: ingestão calórica apropriada, indivíduos com mais de 50 anos devem buscar uma ingesta mínima diária de 1200mg de cálcio elementar e de 800 a 1200UI/d de vitamina D3. • Exercícios físicos: recomenda-se atividade com suporte de peso (caminhadas) associada a fortalecimento muscular (musculação) por 30 minutos ou mais, 3 ou mais vezes por semana. • Cessação do tabagismo e etilismo: tabagismo e etilismo estão associados à perda de massa óssea. Tratamento farmacológico Obs: ⁃ na maioria dos casos, a 1ª linha de tratamento será o uso de bifosfonatos , por sua boa eficácia na prevenção de fraturas, baixo custo e bom perfil de tolerabilidade; ⁃ sempre que se indica tratamento medicamentoso específico pra OP, deve se associar suplementação de cálcio e vitamina D para garantir a ingesta mínima recomendado, bem como as medidas não farmacológicas recomendadas. Quando iniciar o tratamento medicamentoso? Deve ser iniciado não apenas com base no valor da DMO, mas também pelo risco de fraturas no paciente, que pode ser medido com outras ferramentas. A National Osteoporosis Foundation, recomenda tratamento para OP em mulheres pós-menopausa, ou homens com 50 anos ou mais, que apresentem um dos seguintes fatores: ⁃ fratura vertebral ou de quadril; ⁃ OP na DMO; ⁃ osteopenia na DMO com risco estimado de fratura de quadril maior ou igual a 3% ou de alguma fratura osteoporótica maior ou igual a 20% em 10 anos. Escore de FRAX: ⁃ usado para estimativa do risco individual de fraturas; ⁃ leva em conta o valor do escore T, idade, sexo, peso, altura, história prévia de fratura, tabagismo, uso de corticoides, etilismo, presença de artrite reumatoide ou outra causa de OP secundária. Medicamentos: � OSTEOARTRITE Doença reumatológica mais frequente, acomete 1/5 da população mundial, sendo considerada uma das mais frequentes causas de incapacidade laborativa após 50 anos. Definida como uma síndrome clinica que representa a via final das alterações fisiológicas, bioquímicas e metabólicas que ocorrem simultaneamente na cartilagem hialina e no osso subcondral. Classificação: de acordo com a causa e as alterações anatômicas. -Primaria/idiopática: sem causas aparentes, relacionadas a idade e sexo com distribuição característica – mãos, joelhos, quadris, coluna. • periférica: acometendo articulações do esqueleto apendicular (membros); • axial: acometendo coluna vertebral; • generalizada: AO 1aria acometendo 3 ou + articulações – sendo todas periféricas, ou 2 perifericas e 1 axial; -Secundaria: relacionados a traumas e/ou inflamações que desencadeiam degeneração de cartilagem. A localização é variável e depende de onde ocorre o processo inicial que lesiona a cartilagem. Fisiopatologia: As características histopatológicas principais da OA são a perda focal e gradual da cartilagem articular e o comprometimento do osso subcondral. A cartilagem normal tem 2 componentes principais: • Matriz extracelular – rica em colágeno e prosteoglicanos: responsáveis por suas características de elasticidade e resistência. • Condrocitos – inseridos na matriz: responsáveis pela síntese da matriz extracelular e por sua renovação por meio de proteinases, mantendo o equilíbrio entrea formação e a degradação de matriz; Com o passar dos anos, os componentes da matriz se alteram: a rede de colágenos fica irregular, e os proteoglicanos se alteram qualitativamente e quantitativamente – diminuindo sua capacidade de reter água. Ocorre a refação dos condrocitos em alguns sítios e hipertrofia em outros, e passam a ser mais catabólicos, desequilibrando o processo de formação e degradação da matriz. O resultado desse processo é marcado por cartilagem envelhecida que contem menos água, condrócitos mal distribuídos e desequilibrados, proteoglicanos alterados e colágeno fissurado, o que leva a uma matriz menos resistente e menos elástica, mais suscetível aos traumas mecânicos, com espessamento diminuída. A cartilagem começa a apresentar microfraturas e, posteriormente, fissuras verticais, junto ao osso subcondral. Fragmentos de cartilagem se descolam, ficam livres no espaço articular e desencadeiam o processo inflamatório discreto da AO. Esse descolamento provoca também a exposição do osso subcondral, com microcistos. Nesses locais de exposição óssea os osteófitos provocam neoformação óssea subcondral, com esclerose do osso subcondral. A redução do volume e das propriedades da cartilagem e suas irregularidades levam a maior atrito entre as estruturas, redução do espaço articular e alteração dos vetores normais da força dentro da articulação. Com isso ocorrem áreas de maior pressão sobre o osso subcondral, contribuindo para esclerose subcondrial e surgimento de espiculas osseas, denominadas osteófitos nas margens articulares. O resultado é marcado pela tríade radiológica da AO – redução do espaço articular, esclerose óssea subcondral, e formação de osteofitos. Somando a isso, o envelhecimento provoca frouxidão no ligamento e na capsula, hipertrofia muscular e diminuição da sensibilidade proprioceptiva articular, que contribuem para a instabilidade articular com a idade. Manifestações clinicas: Pode provocar dor articular, rigidez matinal, limitação de movimento, crepitações – sensação de atrito palpável entre as articulações por irregularidades na superfície da cartilagem e fragmento osteocartilagenosos soltos, deformações, ocasionalmente derrame articular e graus variados de inflamação local. É de caráter crônico e evolução lenta sem comprometimento sistêmico e se desenvolve de maneira silenciosa. Dor: com características mecânicas, aparece ou exacerba no ínicio dos movimentos – dor protocinética – melhora levemente após alguma movimentação, mas piora com o uso prolongado da articulação. Diagnóstico: • Raio – x: tríade AO • redução do espaço articular irregular; • esclerose do osso subcondral; • presença de osteófitos (proliferação óssea nas margens articulares). • Exames laboratoriais: avaliação da Hb, PCR, creatinina, K e transaminases é necessária antes de iniciar a terapia com anti-inflamatórios não hormonais. Tratamento: Não farmacológico: -Programas educativos: esclarecimento sobre a doença, motivação ao tratamento, estímulo à prática de atividade física, orientação quanto ao uso de rampas e escadas e à ergonomia no trabalho; -Fisioterapia: fortalecimento muscular, condicionamento físico e alongamento; -Órteses e equipamentos de auxílio à marcha; -Estabilização medial da patela: goteiras elásticas; -Palmilhas antivaro; -Perda de peso; -Estimulação elétrica (evidências são conflitantes); -Ultrassonografia (não há prova de benefícios); -Calor: pode promover alívio da dor; Farmacológico: obj – alivio da dor; Analgésicos sistêmicos: -não narcóticos: paracetamol – dor leve a moderada; -narcóticos: opioides – codeína e tramadol – dor intensa; Antiinflamatorios não hormonais: - dor moderada a grave com quadro inflamatório e crises de agudização; - AINH agem como inibidores da ciclooxigenase (COX-1) – é construtiva e importante na síntese de prostaglandinas responsáveis pela proteção antiácida da mucosa gástrica, e (COX-2) – importante na síntese de prontaglandinas que causam dor e inflamação; Duloxetina: antidepressivo que agem na modulação da dor, inibindo seletivamente a receptação de serotonina e norepinefrina. Cirúrgico: • Ostetomias; • Debridamentos artroscópicos; • Artroplastias e artrodeses; RESUMO Osteoartrite: • Redução de espaço articular; • Microfraturas na cartilagem; • Fragmentos osteocartilaginosos soltos e cistos subcondrais; • Inflamação leve; • Esclerose óssea subcontral; • Formação de osteófitos. Fatores de risco: idade crescente; predisposição genética; excesso de peso; traumas e ocupaão; deformidades prévias,fatores hormonais. Processo inicial: • Irregularidades na rede de colágeno; • Proteoglicanos; • Desidratação da cartilagem; • Irregularidade na distribuição e na função dos condrócitos; • Desequilíbrio entre formação e degradação da matriz; • Matriz menos elástica e resistente. Principais achados radiológicos: • Espaço articular reduzido; • Esclerose do osso subcondral; • Formação de osteófitos; • Cistos subcondrais. Achados radiológicos: • Clínico e radiográfico. Tratamento: • Não farmacológico: educação, perda ponderal, fortalecimento muscular, uso de órteses; • Farmacológico: análgesicos, AINHs, diacereína, duloxetina, gicosamina/condroitina, antimaláricos, extrato insaponificável de abacate e soja; • Agentes tópicos; • Infiltrações intra-articulares; • Tratamento cirúrgico após falha de tratamento clínico: osteotomia, artroplasia, artrodese. 4. Complicações da automedicação. AINES Os medicamentos anti-inflamatórios não-esteroidais (MAINEs ou AINEs) são ácidos orgânicos fracos (ou seja, que não se ionizam completamente ou com facilidade) usados para tratar sinais e sintomas da inflamação e a dor. Esses medicamentos são utilizados para tratar processos inflamatórios instalados. Apresentam como ações farmacológicas: efeito anti-inflamatório, analgésico e antipiréticos. O fato de os AINEs serem ácidos fracos auxilia na sua absorção, visto que, se fossem ácidos fortes, dependendo do pH do meio, apresentariam um alto grau de ionização, interferindo na absorção e distribuição do fármaco e, por conseguinte, na sua atuação. Efeitos cardiovasculares Como as plaquetas expressam primariamente a COX-1, esses fármacos não têm propriedades antitrombóticas. Com base em experimentos animais, observação de registros e ensaios clínicos, propôs-se que as mais importantes consequências da inibição seletiva da COX-2 em relação ao coração são a propensão à trombose, pelo desvio do balanço pró-trombótico/antitrombótico na superfície endotelial, além da perda do efeito protetor da regulação superior da COX-2 na isquemia miocárdica e no infarto do miocárdio. Efeitos renais -Prostaglandinas homeostáticas - prostaciclina, PGE2 e PGD2 -, geradas por ação da COX-1 em distintas regiões dos rins, dilatam a vasculatura, diminuem a resistência vascular renal e aumentam a perfusão do órgão. Isso leva à redistribuição do fluxo sanguíneo da córtex renal para os néfrons na região intramedular. A inibição desses mecanismos tende a diminuir a perfusão renal total e redistribuir o fluxo sanguíneo para o córtex, processo que culmina em vasoconstrição renal aguda, isquemia medular e, em certas condições, insuficiência renal aguda. -PGE2 e PGF2 α medeiam efeitos diuréticos e natriuréticos, enquanto PGE2 e PGI2 antagonizam a ação da vasopressina. Ambas, geradas nos glomérulos,contribuem para manter a taxa de filtração glomerular. Essas prostaglandinas constituem um mecanismo autorregulador em presença da diminuição da perfusão renal, como na insuficiência cardíaca e em condições de hipovolemia. -As respostas à diminuição do fluxo sanguíneo renal e às alterações hemodinâmicas renais incluem a estimulação do sistema renina-angiotensina-aldosterona, que resulta em vasoconstrição e retenção de sódio e água, e na estimulação do sistema nervoso simpático, que aumenta adicionalmente o tônus vascular. Nessas situações, asprostaglandinas promovem dilatação compensatória da vasculatura renal para assegurar um fluxo sanguíneo normal e prevenir a deterioração funcional aguda do rim. Além disso, essas prostaglandinas reduzem a liberação de noradrenalina, o que também favorece a vasodilatação. É devido, em grande parte, à atenuação desses mecanismos contrarregulatórios mediados pelas prostaglandinas que os AINEs comprometem a função renal, especialmente em pacientes de alto risco, que já apresentam redução da perfusão renal. -Retenção de sódio e água e edema são efeitos colaterais dos AINEs, mas são habitualmente leves e subclínicos. A prevalência de edema sintomático é de 3% a 5%. Outra reação potencialmente adversa induzida pelos AINEs é a hipercalemia. Os AINEs atenuam a liberação de renina mediada pelas prostaglandinas, reduzem a formação de aldosterona e, em consequência, diminuem a excreção de potássio. -Em presença de fluxo glomerular diminuído, a oposição aos efeitos natriuréticos e diuréticos das prostaglandinas pelos AINEs pode aumentar a reabsorção de sódio e água no túbulo renal, com diminuição da troca Na+-K+ no néfrom distal. Os pacientes mais suscetíveis a desenvolver hipercalemia são os que usam simultaneamente suplemento de potássio, diuréticos poupadores de potássio e/ou inibidores da enzima de conversão da angiotensina (ECA), além daqueles que têm disfunção renal basal, insuficiência cardíaca ou diabete melito21. OBS: As complicações renais induzidas pelos AINEs são reversíveis com a supressão desses fármacos. Entretanto, em presença de condições adversas associadas, podem, embora raramente, provocar disfunção renal aguda, síndrome nefrótica, nefrite intersticial ou necrose papilar renal. -O uso prolongado de AINEs pode causar elevação de 5 a 6 mmHg da pressão arterial média, principalmente em hipertensos, e interferir com os efeitos anti-hipertensivos de diuréticos, betabloqueadores e inibidores da ECA. Entretanto, há grande variação dos resultados entre os fármacos e entre os estudos clínicos. Esteroidais 5. Classificação ASA. PROVA!!!! A classificação de estado físico e risco anestésico preconizada pela Sociedade Americana de Anestesiologistas (ASA, 2014) tem sido uma ferramenta de grande valia nesse tipo de avaliação e deve ser registrada após sua realização. Ela é importante por estimar riscos de possíveis complicações anestésicas e cirúrgicas, bem como fornece o prognóstico do paciente (Luz et al., 2012). Essa classificação tem estreita relação com a morbidade e mortalidade anestésicas (Ortenzi, 2006) e, em medicina veterinária, tem sido objeto de estudo de muitas pesquisas (Corrêa et al., 2009; Luz et al., 2012), com destaque para a espécie canina. A maioria dessas pesquisas aborda levantamentos nesse grupo de pacientes, que foram submetidos a procedimentos anestésicos e registro de taxas de óbitos (Côrrea et al., 2009; Luz et al., 2012). 6. Fatores de risco de queda para o idoso (propensão a queda), epidemiologia e prevenção. Os pacientes sujeitos as quedas evoluem com aumento na probabilidade de admissão em instituições de longa permanência e maior perda de funcionalidade nas atividades básicas e instrumentais na vida diária – a funcionalidade nem sempre é recuperada – 1/3 dos idosos que sofrem fraturas pos queda se recuperam plenamente. A velocidade da marcha correlaciona-se com o grau de condicionamento físico, ou seja, idoso ativo – velocidade da marcha inalterada ou pouco alterada; O tempo de apoio biopedal aumenta e o tempo de apoio unipedal diminui – quando aumenta a velocidade da marcha, aumenta o número de passadas e não o comprimento; Há diminuição do movimento dos braços, rotação pélvica, amplitude dos movimentos dos joelhos e da flexão plantar; Complicações: • Morte como fim de complicações por ocorrências de queda; • Lesões; • Medo de quedas: perda de confiança ou medo de cair – restrição de atividades, declínio funcional, depressão, sentimentos de inutilidade e isolamento social; • Redução de atividades mesmo sem fraturas após uma queda: ficam limitados a cadeira ou a cama, estando mais sujeitos a desidratação, pneumonia, ulceras por pressão, sarcopenia e morte. FATORES DE RISCO • Sexo feminino (menos músculos e mais ativas); • Idades; • Traumas prévios; • Medicamentos; • Sapatos inadequados; • Iluminação inadequada; • Tapetes escorregadios; • Ambientes não adaptados; • Falta de corrimão; • Sedentarismo; • Medo de cair; • Problemas de visão. EPIDEMIOLOGIA • Cerca de 50% dos idosos com mais 80 anos caem anualmente • A principal causa é queda da própria altura. • Mais de 80% das fraturas em idosos são decorrentes de quedas; • Após uma fratura de quadril metade dos idosos não recuperam suas funções previas, e 20% morrem no ano seguinte a fratura; • Estatísticas norte-americanas indicam que 60% das quedas em idosos acontecem dentro de casa: ao subir escadas, escorregões em superfícies muito lisas e tropeços, entre outras situações. • Cerca de 1/3 dos idosos acima de 65 anos caem anualmente; • Fraturas do terço proximal do fêmur: causa de elevada taxa de morbidade e mortalidade, grande parte desses pacientes vai a óbito em até dois anos e muitos jamais recuperam sua qualidade de vida ou independência funcional. • Fatores de risco são relacionados às fraturas do terço proximal do fêmur: idade avançada e osteoporose. PREVENÇÃO • Faça exames oftalmológicos e físicos anualmente; • Dieta com ingestão adequada de Cálcio e vitamina D; • Banhos de sol diariamente; • Programas de atividade física que visem o desenvolvimento de agilidade, força, equilíbrio, coordenação e ganho de força do quadríceps e mobilidade do tornozelo; • Elimine de sua casa tudo aquilo que possa provocar escorregões e instale suportes, corrimão e outros acessórios de segurança; • Use sapatos com sola antiderrapante; • Nunca ande só de meias; • Coloque uma lâmpada, um telefone e uma lanterna perto de sua cama; • Durma em uma cama na qual você consiga subir e descer facilmente (cerca de 55 à 65 cm); • Organize os móveis de maneira que você tenha um caminho livre para passar sem ter que ficar desviando muito; • Deixe sempre o caminho livre de obstáculos; • Coloque nas áreas livres tapetes com as duas faces adesivas ou com a parte de baixo não deslizante; • Remova os tapetes que promovem escorregões; • Limpe imediatamente qualquer líquido, gordura ou comida que tenham sido derrubados no chão; • Coloque tiras adesivas anti-derrapantes em cada borda dos degraus; • Instale corrimãos por toda a extensão da escada e em ambos os lados. • Coloque um tapete anti-derrapante ao lado da banheira ou do box para sua segurança na entrada e saída; • Instale barras de apoio nas paredes do seu banheiro; • Use dentro da banheira ou no chão do box tiras anti-derrapantes. 7. Indicações para institucionalizar o idoso. Diante de algumas complicações, tais como a presença de doenças crônicas e limitações para atividades de vida diária, surge a necessidade de acompanhamento profissional, inclusive com encaminhamento para instituições de longa permanência para idosos (ILPI). Atualmente, as ILPI operam praticamente com todos os leitos ocupados e, segundo as previsões, na próxima década pode-se esperar um crescimento entre 100% e 500% no número de idosos com necessidade de cuidados não familiares; assim, as instituições terão de absorver grande parte dessa demanda. A necessidade de cuidados além dos domicílios deve-se à: • instalação de agravos crônicos com suas complicações; • indisponibilidade dos familiares no suporte contínuo que idosos dependentes necessitam, seja pela dificuldade em permanecer em casa por tempo integral, seja por impossibilidade de contratar profissionais especializados; • o número reduzido de integrantes da família, ausência de condições físicas, financeiras e psicológicas para prestar o cuidado em domicílio; • desejo do próprio idoso em não perturbarseus familiares; • problemas de relacionamento com os familiares, viuvez, múltiplas doenças e síndrome demencial. Conhecer os fatores que levam à institucionalização torna-se fundamental para que os familiares e os profissionais de saúde atentem às possibilidades de prevenção e consigam identificar quando a institucionalização é, de fato, indicada. Os administradores, legisladores e órgãos fiscalizadores das ILPI podem, através do maior conhecimento sobre os indicadores da institucionalização, direcionar medidas de melhor acolhimento e manejo dessa população. 8. Síndrome da imobilidade e seus impactos. O conceito de imobilidade é muito variável. Ela está intrinsicamente associada ao movimento e/ou deslocamento no espaço, possibilitando a independência do indivíduo. Por imobilidade entende-se qualquer restrição do movimento. Representa causa importante de comprometimento da qualidade de vida e seu espectro de gravidade é variável, frequentemente progressivo. No grau máximo de imobilidade, conhecido como síndrome de imobilização ou da imobilidade completa, o idoso é dependente completo e usualmente apresenta déficit cognitivo avançado, rigidez e contraturas generalizadas e múltiplas, afasia, disfagia, incontinência urinária e fecal e lesões por pressão, necessitando de cuidados em tempo integral. Impactos: • O paciente torna-se descondicionado, o que reduz sua capacidade de executar exercício aeróbico. • Diminui sua tolerância aos esforços e pode comprometer o desmame de pacientes submetidos a períodos prolongados de ventilação mecânica. • O prolongado tempo de internação, posicionamento inadequado com falta de mobilização predispõe a modificações morfológicas dos músculos e tecidos conjuntivos. • Em alguns casos encontramos: alterações no alinhamento biomecânico, comprometimento de resistência cardiovascular, que ocorrem em exigências funcionais para realização de movimentos coordenados. O
Compartilhar