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AULA 06

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1 
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DELEGADO 
Silvio Maciel 
Direito Penal 
Aula 6 
 
 
ROTEIRO DE AULA 
 
 
Tema: Teoria do Crime 
 
 
 
 
Tipicidade 
 
Três conceitos de tipicidade: 
1- Formal 
2- Material 
3- Conglobante (Zaffaroni) 
 
Tipicidade formal 
É a tipicidade clássica. 
É o enquadramento da conduta ao tipo penal incriminador. É a mera subsunção, a adequação 
da conduta ao tipo penal. É uma relação de encaixe da conduta do agente ao tipo penal. 
Exemplo: indivíduo subtrai para si o celular da vítima. Conduta se enquadra ao art.155. 
 
 
 
 
2 
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Tipicidade direta (imediata, adequação típica de subordinação imediata ou direta) 
A conduta do agente enquadra-se diretamente ao tipo penal incriminador, sem a necessidade 
do auxílio de qualquer outra norma jurídica. 
Exemplo: criminoso atira e mata a vítima. Se enquadra imediatamente no art. 121. 
 
Tipicidade Indireta (mediata- ampliada- por extensão – adequação típica de subordinação 
mediata) 
A conduta do agente não se encaixa diretamente na norma incriminadora, sendo necessário o 
apoio de uma norma de extensão da tipicidade. 
Acontece em três casos: 
 
a- Tentativa. 
A conduta tentada não se enquadra diretamente na norma. 
Exemplo: “A” atira em “B” e erra. O art. 121 pune a conduta de matar alguém. “A” não matou 
ninguém. A conduta de “A” não se encaixa no art. 121. 
Para que tenha tipicidade é necessária a norma de extensão do art. 14 inc. II do CP, que pune a 
tentativa. 
Essa norma é chamada de norma de extensão temporal. Porque permite punir a conduta antes 
do resultado. Ela antecipa a punição para o momento anterior ao resultado. 
Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 Tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à 
vontade do agente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
 
b- Participação. 
O concurso de pessoas ocorre de duas formas: co autoria e participação. 
O co autor pratica a conduta descrita no tipo. 
Partícipe é aquele que não pratica a conduta descrita no tipo penal incriminador. 
Conclui-se que, para a conduta do partícipe ter tipicidade é necessária a norma de extensão do 
art. 29 do CP, que pune a conduta do partícipe. 
Exemplo: “A” empresta o veículo para “B” furtar, sabendo da utilização do veículo. O art. 155 
pune a conduta de furtar. 
Essa norma de extensão é chamada de norma de extensão pessoal, porque permite punir pessoa 
que não praticou a conduta descrita na norma incriminadora. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art14
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art14
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art14
 
 
3 
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Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, 
na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto 
a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a 
pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado 
mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
 
c- Omissivo impuro 
Exemplo: o salva vidas que deixa o sócio morrer afogado e nada faz. O art. 121 pune a conduta 
de matar alguém. Salva vidas não matou ninguém. O sócio que caiu na piscina e morreu 
afogado. A conduta do salva vidas não se encaixa no art. 121. Para que o salva vidas seja 
punido, é necessária a norma de extensão art. 13 p.2 do CP, que pune a omissão de quem tem 
o dever jurídico de evitar o resultado. 
Norma de extensão causal, porque permite estabelecer nexo de causalidade normativo entre a 
conduta e o resultado. 
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe 
deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 Relevância da omissão (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar 
o resultado. O dever de agir incumbe a quem:(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (Incluído pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
 c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. (Incluído pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
 
➢ Atenção! No crime omissivo puro ocorre tipicidade direta. 
A conduta descrita no tipo já é uma omissão. 
 
A tipicidade formal levada ao pé da letra pode gerar injustiça. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art29
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art13
 
 
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Exemplo: Pessoa entra no supermercado e subtrai uma moeda de 10 centavos. Essa conduta 
tem tipicidade formal. O funcionário público pega uma folha de papel A4 para anotar coisas 
particulares. 
➢ É razoável condenar nesses casos? 
 
Tipicidade material 
Desenvolvida pela doutrina para flexibilizar a rigidez da tipicidade formal. 
É a relevância, a significância da lesão causada ao bem jurídico. 
A conduta só tem tipicidade material, se ela causou uma lesão ou um perigo significante ao bem 
jurídico. 
Se a conduta causou lesão ou perigo insignificante, essa conduta tem tipicidade formal mas não 
tem tipicidade material. 
Exemplo: aquele que subtraiu 10 centavos, ou o que pegou uma folha de papel. A conduta tem 
tipicidade formal de acordo com o CP art. 155 e art. 312. Não tem tipicidade material. Não causa 
lesão significante ao bem jurídico. 
 
Princípio da insignificância 
Não são condutas materialmente típicas. 
Veio para evitar injustiças, mas pode se tornar fonte de impunidade. 
Exemplo: O sujeito vê que se furtar coisa até 35 reais, percebe que os tribunais aplicam o 
princípio da insignificância. O sujeito vai todo dia e furta, 30 reais, 32 reais, 22 reais. 
Por isso, há 4 requisitos para ser configurado o princípio da insignificância. (STF e STJ) 
Requisitos objetivos do princípio da insignificância: 
1- Mínima ofensividade da conduta 
2- Ausência de periculosidade social da ação 
3- Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento 
4- Inexpressividade da lesão jurídica causada 
Exemplo: o agente entrou no supermercado e furtou 10 reais. Só que esse indivíduo já foi 
condenado 6 x por furto em supermercado. O comportamento dele demonstra periculosidade 
social.Será negado o princípio da insignificância. Em que pese a lesão jurídica ser insignificante. 
Por esse motivo, aparece em noticiários, duas pessoas que furtaram 2 shampoos, para uma 
negado HC, para outra concedido. Um era primário e o outro era reincidente. 
Exemplo: o sujeito pulou em uma casa e furtou um boné e um tênis, avaliados em 40 reais. O 
HC foi negado, dizendo que a conduta teve alta periculosidade porque invadiu a casa, pulou o 
muro. 
 
 
 
 
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A súmula 599 do STJ dispõe que “o princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a 
administração pública”. 
Os tribunais superiores dizem que não cabe, pois o bem protegido não é só o patrimônio público, 
mas também a moralidade administrativa que é inegociável. 
 
Tipicidade Conglobante 
 
Teoria de Eugênio Raul Zaffaroni. Ministro da Suprema Corte Argentina. 
É uma teoria sistêmica. Parte da noção de sistema jurídico. 
O sistema jurídico é um só. O sistema normativo é um só. O direito é fracionado em ramos por 
questões metodológicas. 
Portanto, o sistema normativo não pode conter contradições internas. 
Isso significa que uma conduta só tem tipicidade se ela violar o sistema jurídico todo. 
Considerado de forma conglobada. 
Se uma conduta, é proibida pelo direito penal mas é autorizada pelo direito administrativo, essa 
conduta não teria tipicidade. 
 
A tipicidade penal é igual a tipicidade legal (formal) + a tipicidade conglobante 
(antinormatividade) 
 
• O STJ já aplicou essa teoria em um caso do estatuto do desarmamento. 
Diz que se a pessoa entregar a arma de forma espontânea está extinta a punibilidade. 
Exemplo: o sujeito tem uma arma em casa sem registro, entrega para a polícia federal de forma 
espontânea. O sujeito levou a arma até a polícia e o delegado o prendeu por porte ilegal de 
arma, por ir de carro até a delegacia. Teria que ter ido até a delegacia, pedir uma autorização 
de transporte antes. Ninguém sabe dessa regra. 
STJ disse que se a conduta de entregar a arma é estimulada pelo Estado, ela não pode ser ao 
mesmo tempo punida. Falta a essa conduta, a antinormatividade. 
 
Erro de Tipo 
Na verdade está relacionado à conduta. 
Ou exclui dolo e culpa ou exclui culpa. Ou não exclui nem dolo e nem culpa. 
Dolo e culpa são formas de conduta. 
Ele é destacado para fins de estudo. 
 
 
 
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Conceito: é o erro ou ignorância sobre uma situação de fato. 
O agente não sabe o que de fato está acontecendo ou o que de fato ele está fazendo. 
Está acontecendo uma situação e o agente está visualizando outra. (Erro) 
Ou não está visualizando. (Ignorância) 
É possível chamar o erro de tipo, de um erro de visualização. 
No erro de tipo está acontecendo uma situação e o agente está visualizando outra. 
Já no erro de proibição, o agente sabe exatamente o que está acontecendo e o que está fazendo. 
Ele só não sabe que o que está fazendo é proibido. Ele pensa que o que ele está fazendo é 
autorizado pela lei. 
No erro de tipo se o agente sabe o que ele fazendo, ele para. 
No erro de proibição, ele não para. Porque ele pensa que é permitido. 
 
 
a- Erro de tipo essencial 
Pode ser evitável ou inevitável. 
Inevitável: exclui dolo e culpa. Exclui a conduta, o fato típico, o crime. 
Evitável: agiu com culpa, se errou não agiu com dolo. Logo, permite a punição por crime culposo, 
se existir a forma culposa. 
 
a.1– incriminador 
Recai sobre elementos e circunstâncias do crime. 
 
a.2 permissivo 
Recai sobre excludentes de ilicitude. 
 
b- Erro de tipo acidental 
 
Nunca exclui dolo ou culpa. 
b.1 erro sobre a coisa 
b.2 erro sobre a pessoa 
b.3 erro na execução (aberratio ictus) 
b.4 resultado diverso do pretendido (aberratio criminis) 
b.5 erro sobre o nexo causal (aberratio causae) 
 
 
 
 
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Erro de tipo essencial incriminador 
 
Erro sobre elementos do tipo (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite 
a punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Erro de visualização sobre uma situação, que constitui elementar de um crime ou circunstância 
de um crime. 
Pode ser inevitável ou evitável. 
Se foi inevitável, significa que o agente não atuou nem com dolo e nem com culpa. Inevitável 
exclui dolo e culpa, portanto exclui o crime. 
Se foi evitável, significa que a pessoa agiu com culpa. Exclui o dolo, mas não exclui a culpa. 
Permite a punição por crime culposo, desde que exista a forma culposa do crime. 
Exemplo: o caçador à noite atira em um animal dormindo. Ao se aproximar do animal, percebe 
que não era um animal, mas um outro caçador que estava dormindo. Erro de tipo. Erro de 
visualização. Seria erro de proibição se sabia que estava atirando em uma pessoa, mas achava 
que atirar em alguém era permitido. É claro que não é erro de proibição. 
Tem que fazer três perguntas: 
1- Se é erro de tipo ou proibição. 
2- Se é Incriminador ou não incriminador – elementar” alguém” 
3- Se é evitável ou inevitável 
Se erro do caçador foi inevitável, exclui o dolo e a culpa. Se erro do caçador foi evitável, exclui o 
dolo, e responde por homicídio culposo. 
Exemplo: sujeito vai no balcão da loja paga sua compra, pega o celular do balcão, põe no bolso 
e vai embora. Pegou sem querer o celular de terceiro. Erro de tipo. Erro de visualização. Achou 
que era o dele. Não sabia que estava subtraindo coisa alheia móvel. 
1- Erro de tipo. 
2- Incriminador- recai sobre a elementar “coisa alheia”. 
3- Se foi inevitável, exclui o dolo e culpa Se foi evitável exclui o dolo, e como não existe 
furto culposo, não teve crime. 
 
➢ No erro de tipo incriminador, o crime doloso não existe. Sempre exclui o dolo! 
Por isso que o Zaffaroni diz que é a cara negativa do dolo. 
 
Obs1. Excepcionalmente, pode existir um erro de tipo incriminador que não exclui nem o dolo 
e nem a culpa. Apenas altera o crime. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art20
 
 
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Exemplo: no saguão do prefeitura um cidadão xinga o outro de vagabundo, sem vergonha e 
idiota. Sem saber que o cidadão xingado, é funcionário público da prefeitura. É erro de tipo sobre 
a elementar. O indivíduo vai responder por injúria. Não vai responder por desacato, pois não 
sabia que a pessoa xingada era um funcionário público. 
 
Obs2. Pode ocorrer erro de tipo incriminador em crime omissivo. 
Exemplo: o salva vidas vê o sócio do clube brincando na piscina e continua andando. Mas na 
verdade, o sócio não estava brincando, ele estava se afogando. 
Seria erro de proibição se ele soubesse que o sócio estava morrendo afogado, mas achava que 
ele não tinha obrigação de socorrê-lo. 
O erro do salva vidas foi evitável ou inevitável? 
Se inevitável, exclui dolo e culpa. Se foi evitável, responde por homicídio culposo por omissão. 
 
 
Erro de Tipo Permissivo 
 
Art. 20 - Descriminantes putativas (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe 
situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o 
erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 
Também chamada de descriminante putativa por erro de tipo. 
O agente, por um errode visualização, supõe que está agindo em uma situação de excludente 
de ilicitude, que na verdade não existe. 
Exemplo: o morador da casa vê o assaltante no quintal da casa, atira. Na hora que acende a luz, 
vê que era o vizinho devolvendo uma ferramenta emprestada. Estava visualizando 
erroneamente um assalto. Imagina que estava em legítima defesa. 
Se o erro é inevitável, o agente é isento de pena. 
Se o erro é evitável, o agente responde por crime culposo, se existir a forma culposa do crime. 
 
Descriminante putativa por erro de tipo evitável = culpa imprópria. Culpa por equiparação, por 
extensão. 
O agente atua dolosamente, mas é punido culposamente por conta do erro. 
Exemplo: O vizinho atirou para matar, agiu com dolo de matar, mas responde por crime culposo 
em razão do erro. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art20
 
 
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Existe descriminante putativa por erro de proibição. 
O agente sabe exatamente o que está fazendo, mas acha que está fazendo autorizado por uma 
excludente de ilicitude, quando na verdade não está. 
Exemplo: deixo o relógio no relojoeiro, e ele diz que se eu não retirar em 10 dias vai ficar com 
ele e vender. Pensa que é exercício irregular de direito. Não pode, isso é a apropriação indébita. 
 
Esses são os erros essenciais. 
Ou exclui dolo e culpa. 
Ou exclui dolo e não a culpa. 
Ou não exclui dolo e culpa. 
 
Erros Acidentais 
Não recaem nem sobre elementar nem sobre circunstância. 
Jamais excluem dolo e culpa. Por isso, não importa saber se são evitáveis ou inevitáveis. 
 
1- Erro sobre o objeto (coisa) 
Não tem previsão legal. É uma previsão da doutrina. 
O agente visa atingir uma coisa e, por erro, atinge outra. 
Existe a coisa pretendida e a coisa atingida. 
O agente responde considerando a coisa atingida. 
Exemplo: o assaltante quer furtar uma carga de computadores, erra o caminhão e furta uma 
carga de feijão. Coisa pretendida: computador. Coisa atingida: feijão. 
Será denunciado por furto de carga de feijão. 
Isso não é erro essencial que recai sobre a elementar “coisa alheia”. Porque tanto o computador, 
quanto feijão são coisas alheias móveis. 
➢ Atenção! Se o erro sobre a coisa interferir na elementar do crime ou interferir na 
circunstância do crime, ai ele é erro essencial. 
 
Exemplo: dono do supermercado vende cocaína achando que era talco. Talco não é droga, 
cocaína é. Está interferindo sobre a elementar do crime “droga”. Indivíduo furta uma réplica 
de um relógio de 100 reais achando que era de 100 mil. Está interferindo na elementar “coisa 
de pequeno valor”. 
 
 
 
 
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2- Erro sobre a pessoa (aberratio personae) 
 
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a 
punição por crime culposo, se previsto em lei. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 Erro sobre a pessoa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se 
consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem 
o agente queria praticar o crime. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
O agente pretende atingir uma pessoa e por erro de tipo atinge pessoa diversa da pretendida. 
Existe a pessoa visada e a pessoa atingida. 
 
➢ O agente responde considerando qual pessoa? 
Responde considerando a pessoa pretendida. Considerando as condições da vítima pretendida. 
Exemplo: Criminoso quer matar o próprio irmão para ficar com toda a herança. Em uma noite 
escura e chuvosa, atira pelas costas e mata. Ao se aproximar, descobre que era um 
desconhecido. Responde como se tivesse matado o irmão, por ficção jurídica. Portanto, vai 
responder pela agravante de ser irmão e pela qualificadora do motivo torpe. 
 
3- Erro na execução (aberratio ictus) 
Erro na execução 
 Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés 
de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse 
praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No 
caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 
70 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
O agente quer atingir uma vítima e por erro de pontaria, atinge vítima diversa da pretendida. 
Existe a vítima visada e existe a vítima atingida. 
O criminoso responderá considerando-se a vítima visada e não a vítima atingida. 
Exemplo: Quer matar o irmão para ficar com a herança. Visualizou o irmão, atirou no irmão mas 
atinge o vizinho que estava do lado conversando com o irmão. Responde como se tivesse 
matado o irmão, por ficção jurídica. Portanto, vai responder pela agravante de ser irmão e pela 
qualificadora do motivo torpe. 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art20
 
 
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O erro sobre a pessoa é um erro de tipo, de visualização. 
No erro na execução, ele não se confunde sobre a vítima. 
Exemplo: esposa quer matar o marido. Coloca veneno na sopa do marido. O filho acaba 
tomando daquela sopa e morre envenenado. Responde por homicídio contra o marido. 
 
4- Resultado diverso do pretendido (aberratio criminis) 
 
Resultado diverso do pretendido 
 Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior, quando, por acidente ou erro na execução do 
crime, sobrevém resultado diverso do pretendido, o agente responde por culpa, se o fato é 
previsto como crime culposo; se ocorre também o resultado pretendido, aplica-se a regra do 
art. 70 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
O agente quer provocar um resultado e por erro provoca um resultado diverso do pretendido. 
Resultado visado X Resultado atingido. 
 
➢ O agente vai responder por qual resultado? 
Ele vai responder, a título de culpa, pelo resultado ocorrido e não pelo resultado visado. 
Exemplo: em uma briga de trânsito o indivíduo pega uma pedra e joga no carro do outro, mas 
erra, a pedra pega no cabeça no pedestre que morre. Resultado visado: dano. Resultado 
atingido: homicídio. Responde por homicídio culposo. 
Exemplo: Durante uma briga de trânsito, ele saca a arma para matar o outro. Dá cinco tiros. Erra 
os cinco e atinge o carro de terceiro. Resultado visado: homicídio. Resultado ocorrido: dano no 
carro do terceiro. Se aplicar o art. 74, ele não responderia por tentativa de homicídio. 
Responderia por dano a título de culpa, como não tem dano culposo, não responderia por nada. 
Nesse caso, a doutrina diz que se não existe a forma culposa do resultado ocorrido. O agente 
responde por tentativa do pretendido. 
 
5- Erro sobre o nexo causal. (aberratio causae) 
Não tem previsão legal. Construção doutrinária. 
O agente atinge o resultado pretendido, porém com nexo de causalidade diverso. 
Possui duas espécies: 
 
a- Erro sobre o nexo causal em sentido estrito 
Existe um só ato. 
b- Dolo geral (erro sucessivo) 
Existem dois ou mais atos. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art74
 
 
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Exemplo: Erro sobre o nexo causal em sentido estrito- o criminoso empurra a vítima napiscina 
para ela morrer afogada. Só que ao empurrar, a vítima escorrega, bate a cabeça na piscina e 
morre de traumatismo craniano. 
Atingiu o resultado pretendido: matar a vítima. Um ato só: empurrão. 
Pretendido: asfixia por afogamento: qualificado pela asfixia. 
Ocorrido: homicídio simples. 
 
Exemplo: Dolo geral (erro sucessivo)- o homicida dá uma paulada na cabeça da vítima, achando 
que está morta coloca no carro e joga ela no rio. Ela morre por asfixia por afogamento. 
Mediante dois atos: paulada e afogamento. Atingiu o resultado pretendido. Pretendia matar por 
traumatismo craniano e matou por afogamento. 
Pretendido: homicídio simples. 
Ocorrido: Asfixia por afogamento: qualificado pela asfixia. 
 
➢ Ele vai responder pelo nexo pretendido ou atingido? 
Prevalece na doutrina que o criminoso responde considerando o nexo pretendido. 
 
No segundo caso, teoricamente, deveria responder por dois crimes: tentativa de homicídio pela 
paulada e homicídio culposo pelo afogamento. 
Mas leva-se em conta o dolo geral, a intenção geral que era matar. (Corrente majoritária) 
Existe uma corrente minoritária que aplica o princípio do desdobramento. Por essa corrente, o 
agente responderia por crimes diferentes.

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