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TRANSMISSÃO POR CORREIAS [ Prof. Me. Jáder Fernandes ] ELEMENTOS DE MÁQUINAS 1 - Os tipos mais comuns de correias utilizados na indústria são os indicados abaixo: Plana (seu uso vem decaindo na indústria) Trapezoidal (muito utilizada na indústria) Dentadas ou sincronizadas (muito utilizada na indústria) - As correias são utilizadas para transmitir potência de um eixo para o outro. - A correia é montada tensionada. Essa tensão permite que ao girar, a polia motriz devido ao atrito, “arraste” a correia, e essa por sua vez através logicamente do atrito, movimente a polia conduzida. - As correias lisas (trapezoidal e plana) caso haja uma sobrecarga deslizam nas polias, não transmitindo essa sobrecarga da polia conduzida para a condutora. Figura 1 2 Relação de transmissão Figura 2 Figura 3 Figura 4 3 - No caso da correia dentada caso a carga ultrapasse o limite da correia, haverá um “arrebentamento” dos dentes da polia preservando o equipamento. - Resumo das vantagens na utilização de transmissão por correia: Facilidade e baixo custo de manutenção. Ausência de lubrificação. A correia absorve – dentro de certos valores logicamente – desalinhamento entre polias. Funcionamento silencioso. Absorção de choques e vibrações. As correias trabalham como “fusíveis” do sistema. Pode-se aumentar a potência de transmissão utilizando-se maior número de correias. Facilidade em modificar a relação de transmissão, pela substituição de polia(s) e se necessário da correia. 4 Recomendações de projeto e utilização: Seguir as instruções do fabricante. O lado frouxo da transmissão deve estar preferencialmente para cima, pois nessa condição tem-se maior “abraçamento” da polia pela correia. A correia deve ter uma tensão inicial. O sistema deve permitir o esticamento das correias. Uma correia com tensão abaixo do adequado, pode causar excessivo deslizamento acarretando: perdas na transmissão e aquecimento na correia consequentemente provocando a redução de sua vida útil. Caso utilize-se uma transmissão com mais de uma correia, sempre substitua todas as correias de uma vez (por manutenção preventiva ou por rompimento de uma ou mais das correias). As correias utilizadas apresentarão propriedades distintas de uma nova, principalmente em relação ao comprimento. Verifique a compatibilidade da correia com a temperatura e atmosfera do local de trabalho. Para a menor polia, utilize o maior diâmetro possível. Isso reduz a flexão na correia e aumenta sua vida útil. Preferencialmente o esticamento da correia deve ser feito com a movimentação de uma das polias. Evite se possível, polias tensoras. 5 Correias em V (Trapezoidais) - A correia é composta basicamente por 3 elementos: os elementos de tração, invólucro e o enchimento da correia. - Os elementos de tração são manufaturados em cabos de aço ou nylon ou fibras. - O material do invólucro apresenta coeficiente de aderência adequado com as paredes das polias e deve ser resistente ao desgaste e as intempéries. - O elemento de enchimento comumente em borracha, deve ser flexível. - As correias (dimensões do perfil; comprimento) assim como os rasgos das polias são padronizados. Figura 5 6 Esforços na correia: - Na correia mostrada na figura 6, tem-se o ramo tenso, indicado pela tensão T1, e o ramo frouxo indicado pela tensão T2. Veja que a tensão vai reduzindo de T1 até T2 no trecho de arco DE, e aumentando entre B e C. - Quando A correia entra na polia vinda do trecho reto, sofre um aumento de tensão devido à curvatura da polia. Quanto menor o raio da polia, naturalmente ocorre uma maior tensão devido à flexão. - A potência transmitida ou recebida pela correia é proporcional a (T1-T2). Figura 6 7 Figura 6 - As tensões que ocorrem numa correia durante uma volta completa, estão indicadas na figura 7. Figura 7 8 Valores máximos de utilização de correias planas: • Potência 1600 kW (~ 2200 cv); • Rotação 18000 rpm; • Força tangencial 5000 kgf (~ 50 kN); • Velocidade tangencial 90 m/s; • Distância centro a centro 12 m; • Relação de transmissão ideal 1:5; • Relação de transmissão máxima 1:10 Figura 8 9 Valores máximos de utilização de correias em V: • Potência 1100 kW (~ 1500 cv); • Velocidade tangencial 26 m/s; • Relação de transmissão ideal até 1:8; • Relação de transmissão máxima 1:15. Figura 10Figura 9 10 2 DIMENSIONAMENTO DAS TRANSMISSÕES POR CORREIA EM “V” Dados necessários: • Tipo de motor; • Potência do motor; • Rotação do motor; • Tipo de máquina ou equipamento; • Rotação da máquina ou equipamento; • Distância entre centros; • Tempo de trabalho diário da máquina. 11 2.1 Potência projetada Pp = Pmotor ⋅ fs Em que: Pp ≡ potência projetada (cv); Pmotor ≡ potência do motor (cv); fs ≡ fator de serviço (adimensional). O fator de serviço deverá ser determinado através da tabela 1. Tabela 1 – Fator de serviço para correia trapezoidal – adicional para correção 12 Tabela 2 – Fator de serviço para correia trapezoidal – condições de trabalho 13 2.2 Perfil da correia Após calcular a potência projetada, é necessário determinar o perfil da correia. Tabela 3- Correias trapezoidais – seleção de perfil 14 Tabela 4 Diâmetros mínimos para correias Hi-power II – tamanhos A @ E (*) indica rotações para motores alimentados com 50 Hz. 2.3 Diâmetro das polias O diâmetro da polia menor deve ser determinado por meio da tabela 2 (Correias Super HC) ou tabela 3 (Correias Hi-Power II) em função da potência do motor (cv) e da rotação do eixo mais rápido. Os valores do diâmetro mínimo encontrados nas tabelas 2 e 3 estão em “polegadas”, portanto, para obter o diâmetro da polia em “mm” basta multiplicar o diâmetro em polegadas por 25,4 mm: d[mm] = 25,4 ⋅ d[pol] 15 Figura 11 16 Tabela 5 Tabela de correias Hi-power II – tamanhos A @ E17 2.4 Comprimento das correias Quando for necessário determinar a distância entre centros preliminarmente, utiliza-se a seguinte fórmula: Sendo: C ≡ distância entre centros [mm]; D ≡ diâmetro da polia maior [mm]; d ≡ diâmetro da polia menor [mm]; l ≡ comprimento da correia [mm]. O comprimento exato da correia é definido posteriormente. 2.5 Ajuste da distância entre centros Comprimento de ajuste da correia: O fator de correção da distância entre centros (h) é definido através do resultado da equação: 18 Tabela 6 Fator de correção da distância entre centros Tabela de correias Hi-power II – tamanhos A @ E 19 Distância entre centros ajustada: Onde: l A ≡ comprimento de ajuste [mm] l C ≡ comprimento da correia escolhida [mm]; h ≡ fator de correção da distância entre centros [adimensional] D ≡ diâmetro da polia maior [mm] d ≡ diâmetro da polia menor [mm] 20 2.6 Capacidade de transmissão de potência por correia PPc = (Pb +Pa )⋅ fcc ⋅ fcac Em que: PPc ≡ capacidade de transmissão de potência por correia [cv]; Pb ≡ potência básica [cv] Pa ≡ potência adicional [cv]; fcc ≡ fator de correção do comprimento [adimensional]; fcac ≡ fator de correção do arco de contato [adimensional]. Determina-se Pb e Pa utilizando-se as tabelas. O fator de correção do comprimento, fcc, é determinado pela tabela XXXX. Para encontrar o fator de correção do arco de contato, fcac, utiliza-se a tabela xxx a partir do resultado da equação: 21 Tabela 7 Fator de correção de comprimento Tabela de correias Hi-power II – tamanhos A @ E22 Tabela 8 Fator de correção do arco de contato Tabela de correias Hi-power II 23 2.7 Número de correias necessárias para transmissão Onde: nc0 ≡ número de correias [adimensional]; PP ≡ potência projetada [cv]; PPc ≡ capacidade de transmissão de potência por correia [cv]. 2.8 Cálculo da velocidade periférica da correia: Sendo: vp ≡ velocidade periférica [m/s] D ≡ diâmetro da polia maior [m]; d ≡ diâmetro da polia menor [m]; npolia.maior ≡ rotação da polia maior [rpm]; npolia.menor ≡ rotação da polia menor [rpm]. Velocidades periféricas máximas: Correias Hi-Power II - vp ≤ 30 m/s 24 2.9 ESFORÇOS NA TRANSMISSÃO Onde: F ≡ força resultante [N]; F1 ≡ força motriz [N]; F2 ≡ força resistiva [N]; FT ≡ força tangencial [N]; e ≡ base dos logaritmos neperianos e = 2,71... (adimensional); μ ≡ coeficiente de atrito (correia/polia) [adimensional]; αrad ≡ arco de contato [rad]. Figura 12 Figura 13 25 26 27 Quadro 1 – Coeficiente de atrito 28 Tabela 9 - Potência por correia Hi-power II – tamanho A 29 Tabela 10 - Potência por correia Hi-power II – tamanho B 30 Tabela 11 - Potência por correia Hi-power II – tamanho C 31 Tabela 12 - Potência por correia Hi-power II – tamanho D 32 Tabela 13 - Potência por correia Hi-power II – tamanho E 33
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