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1 Digitada por Júlia Robadey DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO DA SÍNDROME METABÓLICA RELEMBRANDO O slide ao lado foi usado na primeira aula, onde falamos sobre o que é obesidade, e, sua classificação. Falamos também das limitações do IMC, que é a não diferenciação da massa gorda para a massa magra, e, a não avaliação da distribuição do tecido adiposo. Por essa fórmula, colocamos como peso normal até 25, entre 25 e 30 sobrepeso, e, na verdade, a obesidade só começa acima de 30. Foram mostrados também alguns gráficos, e, nesse, a linha tracejada amarela mostra o risco de morte por doença cardiovascular de acordo com o IMC. O IMC de 30 já tem um elevado risco. Na verdade, quando começamos a olhar esse risco de doença cardiovascular, ele começa a aumentar já na linha dos 25, e, se analisar melhor, até um pouco antes. Então, essa definição de 30 como obesidade, tem todo um grupo de pacientes com sobrepeso, que já tem um risco cardiovascular aumentado. Então, podemos observar que mesmo nos pacientes que estão com IMC entre 25 e 30, eles já têm maior risco de morte. Então, querer classificar o paciente como obeso só acima de 30, já tem muito paciente no meio do caminho com esse risco mais elevado. 2 Digitada por Júlia Robadey NEM TODO ADIPÓCITO É IGUAL... Essas duas pacientes têm o IMC maior que 40, elas têm obesidade mórbida, mas, nenhuma das duas têm diabetes, elas têm uma hipertensão leve, de fácil tratamento. Praticamente, elas têm o colesterol normal, não tem muita gordura no fígado. Essas pacientes embora com IMC muito alto, são aquelas consideradas “pacientes obesas metabolicamente magras”. Embora sejam grandes obesas, metabolicamente, essas pacientes se comportam como pacientes magras. Por outro lado, esses outros dois pacientes nossos, contam com IMC de 24 e pouquinho, não chegando nem ao sobrepeso, mas, os dois pacientes têm diabetes de difícil controle, hipertensão de difícil controle, triglicerídeo nas alturas, fígado extremamente gorduroso. Então, começamos a ver que quando falamos apenas de IMC, de excesso de gordura, a gente está perdendo alguma coisa. Estão sendo mostrados agora, um outro oposto, dois pacientes magros, metabolicamente obesos. Então, não é só o excesso de peso por si só que faz algum problema. O objetivo com essas imagens, é mostrar que nem todo adipócito é igual, nem toda gordura é igual. Temos um tipo de gordura, que é o chamado tecido adiposo subcutâneo, se abrirmos a pele, logo abaixo temos esse tecido adiposo. Agora, se eu abrir a pele do abdome, passar por esse tecido adiposo, passar pelo reto abdominal, vou chegar no meu chamado “tecido adiposo visceral”. O que precisamos saber, é que esse tecido adiposo visceral, ou abdominal, e, esse tecido adiposo periférico, eles são completamente diferentes. A grande função do tecido adiposo é armazenar gordura, armazenar triglicerídeo, e, esse tecido adiposo periférico, ele tem uma alta capacidade de armazenar gordura, ele funciona muito bem. Ele tem uma alta sensibilidade a insulina, ele armazena bem até mesmo glicose, já esse tecido adiposo abdominal, ele é péssimo, ele tem uma baixa capacidade de armazenar gordura, ele tem uma baixa sensibilidade a insulina. 3 Digitada por Júlia Robadey Então, se olharmos o que diferença entre os pacientes mostrados, as primeiras, podem até ter uma grande quantidade de tecido adiposo visceral, mas, o que realmente chama atenção nessas pacientes, é a grande quantidade que eles têm de tecido adiposo subcutâneo. O outro extremo são os outros dois pacientes, o corpo parece de atleta, mas, é porque não tem nem uma gota de tecido adiposo subcutâneo, a primeira paciente do segundo exemplo, tem uma doença chamada Lipodistrofia de Dunnigan, e, ela não tem gordura localizada nas pernas e nos braços, e, a sua gordura está totalmente localizada na barriga. O segundo paciente, do segundo exemplo, tem toda a gordura localizada na barriga, não tem a gordura que precisa, a gordura “boa”, que realmente funciona, que é o nosso adipócito periférico. Eles têm um excesso da pior gordura possível, daquela que não exerce a sua função, a gordura visceral. RESISTÊNCIA INSULÍNICA Imaginando um paciente com excesso de gordura visceral, ele não consegue fazer a principal função da gordura que é armazenar triglicerídeos. AGL são os ácidos graxos livres que são componentes dos triglicerídeos, se ele não consegue armazenar gordura como deveria, essa gordura acaba indo para o fígado, e, o fígado faz 3 coisas com a gordura que chega para ele, ou ele pega essa gordura e transforma em glicose, faz nosso processo de “gliconeogênese”, e, aí está o grande problema, começamos a ver um paciente que pelo excesso de gordura na circulação está produzindo glicose a mais, começa a sintetizar triglicérides, e, o que ele não consegue transformar em glicose, e, o que ele não consegue transformar em gordura, ele começa a armazenar no fígado, e, fazer a nossa esteatose hepática não alcoólica, ou, esteato hepatite. Então, estamos vendo como que o excesso de gordura visceral leva a um excesso de gordura no sangue, e, esse excesso de gordura no sangue, vai no fígado, e, faz com que o fígado produza muita glicose, produza muito triglicerídeo, e, obviamente, vá se tornando um fígado gorduroso. Estamos vendo uma doença começar a aparecer, o fígado está produzindo muita glicose, e, o principal utilizador dessa glicose como fonte de energia é o músculo, o grande problema é que esse excesso de gordura no sangue tem um impacto em cima do músculo dificultando a entrada de glicose dentro desse músculo. Ele causa o que nós chamamos de resistência muscular a ação da insulina, ou, resistência insulínica. Por último, temos um fígado que está produzindo glicose em excesso, um músculo que não está conseguido tirar essa glicose da circulação adequadamente, como o corpo compensa isso? O pâncreas começa a produzir mais insulina do que deveria. Vemos então, um perfil se formando, um perfil de pacientes com excesso de gordura abdominal, ou visceral, um paciente que o fígado está ficando gorduroso, porque se ele não consegue armazenar gordura nas pernas, se ele não consegue armazenar gordura nos braços essa gordura está indo para algum lugar, deve estar indo para o fígado. O fígado vai ficando gorduroso. O fígado está produzindo muita glicose, e, o fígado está produzindo muito triglicerídeo. Essa glicose que o fígado está produzindo, deveria estar indo para o músculo, mas o músculo está resistente a ação da insulina, e, o pâncreas tenta compensar isso produzindo mais insulina do que deveria. Nesse momento, a glicose ainda está normal, o corpo ainda está conseguindo manter essa glicose normal, mas ele não vai conseguir fazer isso por muito tempo. Esse excesso de ácidos graxos na circulação chamamos de “lipotoxicidade”, toxicidade pelos lipídios. Essas bolas brancas são bolas de gordura no fígado, isso chama-se “esteatose hepática”, na hora que começa a aparecer esses pontos pretos, como visto na segunda imagem, temos macrófagos, e, então, começamos a ter uma “esteatohepatite”. Em gastro, teremos uma aula só sobre esteatose hepática, e, esteatohepatite. 4 Digitada por Júlia Robadey Temos um segundo problema agora, a imagem mostra gordura visceral entranhada no intestino; O tecido adiposo é considerado hoje a maior glândula do nosso corpo, ele produz uma série de hormônios e substâncias que modulam quase todo funcionamento do nosso corpo, e, 3 serão extremamente importantes para a gente agora: a Adiponectina, o TNF alfa, e, o IL-6. O ADIPÓCITO VISCERAL E AS ADIPOCINAS O tecido adiposo visceral é infiltrado por macrófagos, trata-se de um tecido adiposo que chamamos de “inflamado”. Vemos hoje os pacientes obesos com fator de risco para COVID-19e, falamos que esses pacientes têm um SI todo desregulado porque eles são cronicamente inflamados. Essa inflamação está relacionada ao excesso de ácidos graxos livres, ao excesso de TNF-alfa, e, IL-6, e, da Adiponectina. O excesso de ácido graxo no músculo, não deixa o músculo captar glicose, causa resistência a ação da insulina. O TNF-alfa, e, o IL-6 fazem a mesma coisa. Tanto o excesso de TNF-alfa, quanto o excesso de IL-6 causam resistência periférica a ação da insulina. Então, estamos vendo um outro problema desses pacientes obesos viscerais, que é a nossa inflamação. ADIPONECTINA Temos um hormônio hoje que é extremamente importante nesse papel chamado de “Adiponectina”, esse, é um hormônio produzido pelo tecido adiposo, e, primeiro no músculo ela aumenta a translocação do GLUT (lembrando que o GLUT é aquele transportador que puxa a glicose para dentro da célula), então, a Adiponectina melhora a sensibilidade a Insulina. Ela aumenta a captação dos ácidos graxos, e, a oxidação, ela queima os ácidos graxos, essa Adiponectina faz tudo de bom, mas, o problema é que ela tem uma relação inversa com o tecido adiposo. Isso é, quanto mais magro você é, mais Adiponectina você tem. Quanto mais obeso você é, menos Adiponectina você tem. E, quanto mais obeso visceral você é, menos ainda Adiponectina você tem. Então, o excesso de gordura visceral, além de produzir TNF, IL-6, que pioram a resistência a insulina, diminuem a produção de um hormônio que era benéfico, que é a Adiponectina. Temos então que ter na cabeça que essa obesidade central, essa obesidade visceral, primeiro, ela está associada a resistência a ação da insulina. 5 Digitada por Júlia Robadey OBESIDADE CENTRAL (VISCERAL) Então, temos que ter na cabeça que essa obesidade central, essa obesidade visceral, primeiro, está associada a resistência à ação da insulina, então, já estamos entendendo o que é a resistência a ação da insulina. A resistência a insulina é quando a insulina não consegue fazer sua função, que é tirar a glicose de dentro do sangue, e, jogar para o músculo. Essa é a base do diabetes tipo 2, estamos vendo uma doença se formando, a glicose ainda está normal porque o corpo está conseguindo manter essa glicose controlada. E, o grande problema é que quando juntamos tudo isso, a obesidade visceral, a insulina alta, o triglicerídeo que está alto, é isso que irá causar a mortalidade da obesidade. É basicamente a obesidade visceral o grande problema, é a obesidade visceral que mata muito mais em relação aos pacientes que são grandes obesos, mas que tem muito tecido adiposo subcutâneo. OBESIDADE VISCERAL E RESISTÊNCIA A INSULINA Esse slide resume muito do que foi dito até agora, e, ele é essencial para entendermos tudo. Já entendemos que o grande problema é o excesso de tecido adiposo visceral, esse excesso de tecido adiposo visceral, leva a um chamado “quadro inflamatório crônico”, com TNF-alfa alto, IL-6 alto, Adiponectina baixa, e, tudo isso no músculo causa a nossa chamada “resistência periférica a ação da insulina”. Sabemos que esse excesso de citocinas inflamatórias, dificultam também a formação do tecido adiposo subcutâneo, e, se não tivermos tecido adiposo subcutâneo, não tenho onde armazenar os meus ácidos graxos livres, o que causa um excesso de ácido graxo livre no plasma, e, chamamos de “lipotoxicidade”, essa lipotoxicidade causa resistência a insulina. Esse excesso de ácidos graxos vai no fígado, e, no fígado produz glicose, produz triglicerídeo, e, acumula dentro do próprio fígado. Novamente, estamos formando o fenótipo de um paciente. CORRELAÇÃO ENTRE CINTURA E TECIDO ADIPOSO VISCERAL Na primeira aula, falamos sobre onde medimos a cintura do paciente, foi dito que não é na altura do umbigo, e é exatamente entre o último rebordo costal, e, a crista ilíaca. Medimos naquele ponto, porque não importa o tamanho da barriga da pessoa, aquele ponto vai equivaler mais ou menos ao nível de L4- L5, e, o que estamos vendo nesse gráfico é que forma uma linha certinha, onde. Quanto maior a cintura, mais tecido adiposo visceral, seja em vermelho as mulheres, seja em amarelo, os homens. Por isso, a medida da cintura se tornou uma coisa importante, hoje sabemos que se medirmos corretamente, não precisamos fazer exame algum para quantificar a gordura visceral, a gente sabe, se medirmos a cintura bem feita, se esse paciente tem cintura alta, ele com certeza tem uma grande quantidade de gordura visceral. 6 Digitada por Júlia Robadey Esse estudo é um estudo muito bonito, onde vemos a quantidade de tecido adiposo visceral pela captação de glicose pelo músculo. Quanto mais eu aumento o tecido adiposo visceral, mais a captação de glicose diminui. Então, a captação de glicose é menor, nos pacientes que tem mais gordura visceral, e, ela é maior nos pacientes que tem menos gordura visceral. O gráfico da direita, nos mostra a gordura subcutânea, e, essa não interfere na captação de glicose pelos músculos. Nesse gráfico está sendo mostrado uma figura que mostra como a quantidade de gordura visceral, e, de gordura subcutânea, ela é importante para predizer o risco de diabetes. Nessa figura, estamos vendo a relação cintura/ quadril, então, vou medir a cintura, vou medir o quadril, e, vou dividir um pelo outro. Em verde, temos os indivíduos com peso normal, IMC entre 20 e 25. O risco desse paciente desenvolver diabetes varia dentro do próprio IMC normal. Os pacientes com a relação cintura/quadril maior, tem mais chance de desenvolver diabetes, quando comparamos com aqueles com relação cintura/quadril menor. Em laranja, temos os pacientes com obesidade, e, obviamente, os pacientes com mais risco de desenvolver diabetes, são aqueles que tem obesidade, com relação cintura/quadril alta. Se pegarmos um paciente obeso, com relação cintura/quadril baixa, o risco dele desenvolver diabetes é praticamente o mesmo de um paciente com IMC normal, com relação cintura/quadril alta. Isso mostra como a distribuição do tecido adiposo é importante para avaliação desse risco de diabetes. E, existe o modelo de uma doença, que mostra que tudo isso que está sendo dito é verdade. O IMPACTO DA HAART NA AIDS HAART mudou a vida dos pacientes com AIDS, aumentou a sobrevida, melhorou a qualidade de vida, diminuiu a ocorrência das chamadas “infecções oportunistas”, e, por incrível que pareça, esses pacientes hoje com AIDS, hoje estão morrendo de infarto, de AVC, de diabetes. Porque um dos grandes efeitos colaterais do coquetel, é a destruição do tecido adiposo subcutâneo, esse paciente fica então cheio de gordura visceral, a insulina fica lá em cima, porque ela está tentando manter a glicose controlada, o fígado está sintetizando muito triglicerídeo, e, obviamente, esse fígado está muito gorduroso. Então, é um modelo para a gente, se pegarmos uma pessoa, e, simplesmente tirar a gordura subcutânea dela, metabolicamente, ela fica toda alterada. Lipoaspiração é um procedimento em que é tirada apenas a gordura subcutânea, tira só a “gordura boa”. Esse, é um belo procedimento estético, sem dieta, exercício, perda de peso. Agora, fazer lipoaspiração, abdominoplastia para tratar obesidade, primeiro que vai voltar tudo, se não mudar dieta. 7 Digitada por Júlia Robadey A BASE FISIOPATOLÓGICA DA DM Temos que começar a pensar o que está acontecendo com o pâncreas desse indivíduo, cada pessoa responde de um jeito diferente, mas, temos que imaginar agora que esse pâncreas está sendo agredido por esse excesso de ácidos graxos na circulação, pela lipotoxicidade, pelo excesso de IL-6, TNF-alfa, a glicose está alta, e, esse pâncreas está tentando manter essa glicose controlada, e, ele consegue manter isso durante um tempo. Mas, de repente, esse pâncreas começa a entrar em falência,ele vai perder 10, 20, 30, 40, 50, e, quando ele perde aproximadamente 60% da massa de célula beta, a glicose perde o controle, e, a doença muda de nome, passando a se chamar “DM tipo 2”. Muitas das vezes, pensamos que diabetes é uma doença, síndrome metabólica é uma doença, diabetes é uma outra doença diferente. O que tentamos passar é que trata-se de uma coisa só, talvez a maneira correta sejam estágios de uma mesma doença. Se pararmos para pensar, praticamente, todo paciente obeso tem algum grau de resistência a ação da insulina, alguns vão evoluir para diabetes e outros não devido a parte genética, dependendo também se o pâncreas dele vai conseguir se manter na história. Portanto, tem muita coisa que não conhecemos, mas, o que precisamos entender, é que é uma doença só, que iremos pegar em estágios diferentes. DEFINIÇÃO DE SM O primeiro critério para SM foi sugerido pela OMS, e, era esse critério que estamos vendo. Era obrigatório o paciente ter uma alteração no metabolismo da glicose, podendo ser intolerância a glicose, diabetes tipo 2, resistência a insulina. Ele tinha que ter uma alteração do metabolismo da glicose, associado a 2 itens que estamos vendo, aumento da pressão, aumento dos tg, obesidade central, e, microalbuminúria. Esse critério foi usado por muitos anos, mas foi muito criticado. Criticou-se muito esses critérios para síndrome metabólica, porque considera-se como item obrigatório e essencial a alteração da glicose, e, foi mostrado que o mais importante NÃO é alteração da glicose, a base de tudo que está acontecendo é o excesso de gordura visceral. Nesse critério, eles também colocam o IMC acima de 30, mas acabou de ser mostrado que podemos ter gente com peso normal com síndrome metabólica, precisava de avaliação de albuminúria, então, esse critério foi muito criticado. SM: CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA DO NCEP Esse outro critério melhorou, então, ele colocou que para ter SM, o paciente tinha que ter 3 desses 5 fatores. Obesidade abdominal, então, tinha que ter uma cintura acima de 102 para homens, e, 88 para mulheres, tg maior que 150, HDL colesterol baixo, pressão arterial elevada, e, glicose de jejum alterada. Esse critério ele foi um pouco melhor, mas tinha duas críticas nele, primeiro que, obesidade, quando falamos “102 para homem”, 102 é muita barriga, e, 88 para mulher já é muita barriga. Normalmente, um homem com 102 de cintura, ele tipicamente já tem 8 Digitada por Júlia Robadey o IMC próximo de 30, então, esse 102 e 88 eram valores muito altos. Segundo que, não era obrigatório, então, ele podia ter SM se ele tivesse alteração na glicose, na pressão, e, nos tg. CRITÉRIO DE SM USADOS HOJE Ele coloca uma medida de cintura, a qual é ajustada por país, e, nós estamos juntos com os africanos, 90 para homens, e, 80 para mulher. Associado a 2 ou mais dos abaixo, ou tg alto, ou HDL baixo, ou PA elevada, ou glicose acima de 100. Então, esse é o critério que está mais perto do que consideramos adequado. Isso é, para darmos o diagnóstico de SM não importa o peso do paciente, o que importa é a medida de cintura, e, normalmente vem tudo meio junto, tg alto, HDL baixo, PA um pouco elevada... Se pegamos um paciente com cintura de 100, com PA 12/8, mas está tomando remédio para pressão, é obvio que consideramos que ele tem hipertensão. Então, devemos lembrar que se ele estiver fazendo tratamento para dislipidemia, se ele estiver fazendo tratamento para pressão, ou, tratamento para glicose, consideramos que ele preenche esse critério. Então, esses seriam os valores isolados, desde que ele não esteja tomando nenhuma medicação. PREVALÊNCIA DA SM Se pegarmos uma população com a glicose normal, em torno de 20% tem SM. IFG e IGT, são pré-diabetes, e, 70% praticamente, tem SM. Se pegarmos pacientes com diabetes, 90% tem síndrome metabólica. Então, novamente, não são doenças diferentes, são as mesmas doenças, mas, em estágios diferentes. A SM E MORTALIDADE POR DOENÇA CORONARIANA E DOENÇA CARDIOVASCULAR EM HOMENS DE MEIA IDADE O mais importante é olharmos essa figura, foi dito que a obesidade aumenta o risco de doença coronariana, e, DCV, mas, devemos olhar a figura, essa, nos mostra que na verdade não é a obesidade, se pegarmos um grupo de pacientes obesos, e, dividirmos em com SM, e, sem SM, o risco é muito maior quando o paciente tem obesidade com SM. Então, na primeira parte da aula, a intenção foi mostrar que a SM não é bem uma doença, a gente diz que ela é um fenótipo, é aquele paciente que ao olhar, percebemos que ele está todo errado, no sentido de ter uma obesidade visceral, e, com isso excesso de ácidos graxos, ele tá todo inflamado, tem resistência periférica a ação da insulina, que, em algum momento vai alterar a glicose dele. Ele tem tendência a HAS, tem uma dislipidemia heterogênica, então, agora já entendemos o que é essa dislipidemia heterogênica, o tg alto, o HDL baixo, e, isso deixando o LDL dele extremamente heterogênico. Ele tem esteatose, esteatohepatite não alcoolica, e, quando vemos um paciente desse, estamos identificando um paciente com alto risco de diabetes, alto risco de DCV, alto risco de hepatite, e, de cirrose. Falamos hoje que, muito mais que identificar pacientes obesos, temos que nos preocupar em identificar pacientes que acham que não estão tão acima do peso, mas que na hora de analisar o perfil metabólico dele, esse é pavoroso.
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