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1 Digitada por Júlia Robadey DIABETES MELLITUS TIPO 2 *NÃO COLOCAR EM NÚMERO ROMANO!!!!!! DEFINIÇÃO E FISIOPATOLOGIA O Diabetes tipo 1 é aquele relacionado a destruição autoimune do pâncreas, então Diabetes tipo 1 é aquele paciente tipicamente criança/adolescente que forma o anticorpo que vai destruir a célula Beta pancreática. De maneira simplificada, o Diabetes tipo 2 é uma doença caracterizada por dois defeitos fundamentais básicos, o primeiro, chama-se “resistência periférica a ação da insulina”, e, o segundo grande defeito, é a disfunção da célula Beta. Esse slide foi mostrado, mas foi colocado novamente para mostrar a importância do excesso de gordura visceral, do quadro inflamatório, do excesso de AGL na fisiopatologia, e, como isso causa resistência a insulina. RESISTÊNCIA A INSULINA Então, essa resistência a insulina é um comprometimento da resposta biológica a insulina. A insulina joga glicose para dentro da célula, e, na resistência a insulina, temos uma dificuldade do corpo, ou, uma dificuldade da insulina de jogar essa glicose para dentro da célula. Esse é o principal defeito da DM tipo 2, então, se falássemos hoje qual o grande defeito do paciente com DM tipo 2, é a resistência periférica a ação da insulina. Esse, é um fator preditivo para o diabetes tipo 2, ele aparece antes do diabetes tipo 2, estamos vendo pacientes, e, a partir do momento que vemos crianças obesas, já temos que pensar que a criança está obesa, está com resistência a insulina, e, pode desenvolver o diabetes. Já entendemos que faz parte de um conjunto de fatores de risco chamado “síndrome de resistência a insulina”, ou SM, e, novamente, a base fisiopatogênica é genética e ambiental, no mesmo sentido da obesidade, teremos pessoas que vão engordar muito e vão viver o resto da vida sem diabetes, e, falamos que o que desespera é ver DM tipo 2 em adolescentes com 16/17 anos. A paciente está engordando na infância, e, já está desenvolvendo uma resistência tão grande, que com 16 anos de idade já está com DM tipo 2. AS DIVERSAS FUNÇÕES DO RECEPTOR DA INSULINA Esse slide é um slide da fisiologia, a insulina se liga ao receptor, e, quando ela o faz, ela tira a cascata toda que leva a translocação do GLUT 4, e, o GLUT 4 capta glicose. Então, devemos lembrar que para a insulina fazer seu efeito, ela precisa ativar essa cascata intracelular. E, o grande problema, é que o TNF bloqueia isso, o IL-6 bloqueia isso, o ácido graxo livre bloqueia isso, a baixa de adiponectina bloqueia isso. Então, começamos a ter aqui que, se fisiologicamente uma insulina abaixa uma glicose, em um paciente obeso, ele precisa de 1, 2, 3, 4, 10, e, quanto mais resistente ele estiver, mais insulina ele precisa para reduzir essa glicemia. Outro ponto importante, vamos lembrar, do lado esquerdo desse slide em vermelho, é que quando a insulina se liga ao seu receptor, ela também ativa uma série de vias que promovem proliferação, e, crescimento celular. A resistência a insulina bloqueia o lado direito do slide, bloqueia o lado metabólico da insulina, mas esse efeito de proliferação de 2 Digitada por Júlia Robadey crescimento, ele é mantido. Então, a respeito do Ovário Policístico, devemos imaginar a insulina se ligando ao seu receptor no ovário, e, estimulando todo esse lado de proliferação. Aumentam as chances de desenvolver tumor, não é só a obesidade que se associa ao aumento de risco de câncer, não é bem a obesidade, é que na verdade, quanto mais obeso, mais resistente o paciente é a insulina, e, quanto mais resistente, mais o pâncreas dele tem que produzir insulina, e quanto mais o pâncreas produz insulina, mais estimulamos crescimento exagerado de todas as células do corpo. Então, o conceito deve ser esse, é a resistência à insulina que predispõe ao câncer, é a resistência a insulina que predispõe ao ovário policístico. É a resistência à insulina que predispõe a essa proliferação e crescimento na placa de aterosclerose. São esses os efeitos deletérios da resistência a insulina, e, novamente, o que ela deveria estar fazendo, que é a translocação do GLUT 4, que é o GLUT 4 puxar glicose para dentro da célula, ela não está fazendo adequadamente. OBESIDADE VISCERAL E RESISTÊNCIA A INSULINA: A BASE FISIOPATOLÓGICA DA DM Juntando essa predisposição genética, coma lipotoxicidade, com a inflamação, e, com a glicotoxicidade, esse paciente começa a perder massa de célula Beta, 10, 20, 30, 40, 50, 60, e, quando ele perde esse 60% da célula beta, é o momento que ele vai ficar diabético. MODELOS DE DESTRUIÇÃO DAS CÉLULAS ALFA NO DM TIPO 2 No indivíduo diabético, podemos ver uma grande diminuição da massa de célula Beta, e, mais célula alfa (produzem Glucagon). Então, invertemos, um paciente que deveria manter a glicose controlada, produzindo mais insulina, e, menos glucagon, começa a produzir muito mais glucagon e menos insulina. Esse estudo é de um patologista, ele mediu a quantidade de células Beta em cadáveres, em necropsias, então devemos analisar a quantidade de pessoas magras com glicose normal, e, o que acontece com a massa de célula beta em um paciente obeso, então, aumenta a massa de célula beta, já que ele está produzindo muita insulina. Quando eles olham obesos com pré-diabetes, ele já perdeu 40% do que ele tinha de massa de célula Beta, e, quando ele tem diabetes ele já perdeu 60. Daqui sai o 60%. Então, em um primeiro momento, o paciente compensa a obesidade, ele mantem a glicose controlada produzindo muita insulina. Em quanto tempo ele consegue isso, é a genética que determina. Tem pessoas que o pâncreas vai conseguir fazer isso por 10 anos, 20 anos, 30 anos, e, temos pessoas que estão apresentando diabetes na adolescência, porque, provavelmente, quando esse paciente desenvolveu resistência, rapidamente o pâncreas dele degenerou, e, não conseguiu manter essa produção de insulina. DISFUNÇÃO DA CÉLULA BETA Então, o diabetes é uma junção desses dois defeitos principais, que é a resistência a insulina, em um primeiro momento a célula Beta consegue manter a glicose, até o ponto que começamos a ter disfunção de célula Beta. Então, a disfunção da célula Beta é um comprometimento da capacidade de secreção de insulina pela célula Beta, ela mostra-se incapaz de compensar essa insulina, ela não aguenta mais, o pâncreas não aguenta mais produzir insulina. E, novamente, a base é fisiopatogênica genética e ambiental, então junta as duas coisas. 3 Digitada por Júlia Robadey INSULIN AND GLUCAGON DYNAMICS ARE ABNORMAL IN TYPE 2 DIABETES Em cima estamos vendo o que acontece com a glicose quando nós comemos, ela sobe, e, volta ao normal. Faz isso, porque o pâncreas consegue fazer uma secreção de insulina, e, porque o glucagon cai. O que acontece no nosso paciente com diabetes é que a glicose sobe muito, mas não volta ao normal, o pâncreas não consegue fazer a secreção de insulina, o Glucagon que deveria cair, se mantem elevado. EFEITOS DAS INCRETINAS SOBRE A SECREÇÃO DE INSULINA EM INDIVÍDUOS SAUDÁVEIS EM RESPOSTA A GLICOSE ORAL OU INFUNDIDA IV Nesse caso, o pesquisador pegou pessoas e deu uma quantidade de glicose por via oral, em azul, e, viu como essa glicose se comportava. Depois, ele deu a mesma quantidade por via venosa, e, viu como a glicose se comportava, então, conseguiu constatar que tanto por via oral, quanto por via venosa, a curva de glicose é igual. Ele foi então medir a secreção de insulina pelo pâncreas, através da medida do peptídeo C, e, viu que quando ele dava glicose venosa, a secreção de insulina pelo pâncreas era muito menor, em comparação a quando ele dava glicose por via oral. INCRETINAS 4 Digitada por Júlia Robadey O SISTEMA INCRETÍNICO NA FISIOPATOLOGIA DO DM O grande problema do glucagon é que ele dura muitopouco tempo na circulação, porque vem uma enzima chamada DPP4, e, quebra ele. Os níveis de GLP-1 estão DIMINUÍDOS no nosso paciente com diabetes tipo 2. DEFINIÇÃO DO DM 2 Trata-se de uma doença caracterizada por uma hiperglicemia crônica, com alteração no metabolismo de carboidratos, gorduras, proteínas. Com defeitos na secreção de insulina (disfunção da célula Beta= falência de célula Beta). CUIDADO: NÃO EXISTE MAIS DIABETES INSULINO-DEPENDENTES, E NÃO INSULINO-DEPENDENTES, já que, mesmo no diabetes tipo 2, em algum momento, ele vai precisar de insulina, porque a célula Beta dele vai sofrer, é uma alteração na resistência a insulina, e, um provável defeito na secreção de Incretinas. HISTÓRIA NATURAL DO DIABETES TIPO 2 Em rosa, temos a resistência a insulina, em branco, a glicose de jejum, e, em azul, a glicose pós prandial. Então, aqui estamos vendo o normal, e, o primeiro que vai mudar ao começarmos a engordar, é a resistência a insulina. Obviamente, se o paciente vai ficando mais resistente, a secreção de insulina também vai aumentando, e, a glicose ainda não mexeu, porque a secreção de insulina, está tentando controlar a resistência, depois de algum tempo, a glicemia do pós-prandial começa a subir primeiro, o paciente começa a perder o controle sob a glicose, depois que ele come. Depois, começa a subir a glicose de jejum, vem o pré-diabetes, e, depois desenvolve o diabetes. 5 Digitada por Júlia Robadey FISIOPATOLOGIA DO DM TIPO 2 DM2: UM PROBLEMA CRESCENTE DADOS DE PREVALÊNCIA 6 Digitada por Júlia Robadey Nós somos o 4° pais com mais diabetes no mundo. DEFINIÇÃO DO ESTADO HIPERGLICÊMICO SEGUNDO ADA Esse quadro agora é o quadro que vai compor várias das nossas questões. Primeiro critério diagnóstico que nós temos, são sintomas de diabetes associado a uma glicemia acima de 200, os sintomas de diabetes são: poliúria, polidipsia, nictúria, perda inexplicável de peso. Se pegamos pacientes com esses sintomas, fazemos a glicose dele em qualquer hora do dia, e, a glicose vem acima de 200, podemos afirmar que esse paciente tem diagnóstico de diabetes, e, começar o tratamento. Então, não é uma glicemia acima de 200 isolada, é uma glicemia de 200 associada com sintomas. A segunda maneira de diagnosticar diabetes, seria pela glicemia de jejum (FPG). Se essa glicemia de jejum for menor do que 99, ela é normal. Se ela tiver entre 100 e 125, a gente chama de “glicemia de jejum alterada”, e, se ela tiver 7 Digitada por Júlia Robadey maior ou igual a 126, a gente chama de “diabetes”. Neste caso, uma única dosagem não é suficiente para darmos o diagnóstico, precisamos de 2 exames, podendo ser 2 glicemias de jejum, ou algum dos exames listados abaixo do slide. O segundo exame, é o “Teste oral de tolerância a glicose”. NÃO EXISTE CURVA GLICÊMIA PARA DIABETES, OU DIABETES GESTACIONAL, existe “Teste oral de tolerância a glicose”. Aí sim, vamos para o laboratório, vão colher um exame de sangue para medir a glicose em jejum, vão dar um líquido bem doce para tomar, e, vão medir sua glicose depois de 2 horas, se depois de 2 horas a glicose estiver abaixo de 140, está normal. De 140 a 199, chamamos de “intolerância a glicose”, acima de 200, chamamos de diabetes. REPETINDO: Precisamos de 2 exames, então, pode ser uma glicemia de jejum, e, uma glicemia no teste oral de intolerância a glicose. Nosso último exame, é a nossa chamada “Hemoglobina Glicada”, essa, reflete uma média do controle de diabetes dos últimos 3 meses, e, se ela estiver abaixo de 5,6 é normal, 5,7 a 6,4, vamos chamar de “Intolerância a glicose”, e, tanto a intolerância a glicose, como a glicemia de jejum alterada é o que iremos chamar de pré-diabetes. Se ela estiver em 6,5 ou mais, diabetes. PERGUNTA: SE CHEGAR UM PACIENTE NO AMBULATÓRIO QUE NÃO SABE QUE TEM DIABETES, COM UMA GLICOSE DE JEJUM DE 115, ESSE PACIENTE TEM DIABETES? Não sei. Precisamos de mais exames, já que, se ele tiver 115, eu peço para ele fazer um teste oral de tolerância a glicose, e, vem uma glicose em 2 horas de 220, e, uma hemoglobina glicada de 7, aí sim ele terá Diabetes. Isso se dá, já que, juntou a glicose do teste, mais a Hemoglobina Glicada, e, precisamos sempre de 2 testes. Na maioria das doenças, nunca damos diagnóstico com base em apenas 1 exame, mas sempre temos que ter 2, não obrigatoriamente o mesmo, para conseguirmos fazer diagnóstico adequado nesses pacientes. AVALIAÇÃO DA HIPERGLICEMIA NÃO EXISTE GLICEMIA PÓS-PRANDIAL PARA DIAGNÓSTICO DE DIABETES. O Teste que se faz chama-se “Teste Oral de Tolerância a Glicose”, com uma dose certa de 75g de Dextrosol. ATENÇÃO: O diabetes tem 2 tipos de complicações, o que nós chamamos de complicações “microvasculares”, e, complicações “macrovasculares”. Microvasculares é o termo que usamos para aquelas complicações que estão diretamente relacionadas ao controle da glicose, essas complicações são a retinopatia, nefropatia, e, neuropatia. Essas 3 complicações do Diabetes são as complicações relacionadas ao controle da glicose, e, portanto, diretamente relacionadas a Hemoglobina Glicada. Agora, o diabetes também é uma causa importantíssima de infarto e AVC, mas eles são muito relacionados a resistência a insulina, mais do que ao controle da glicose. Então, falaremos muito sobre os objetivos do tratamento do diabetes, mas o objetivo é controlar a hemoglobina glicada do paciente, porque quando controlamos, temos uma excelente redução das complicações microvasculares, só que, só controlar a hemoglobina glicada, não é suficiente para prevenção das complicações macrovasculares. O slide a direita é muito importante para a gente, pois ele está mostrando as 3 complicações do diabetes 8 Digitada por Júlia Robadey (microalbuminúria é só um marcador), e, quando vamos aumentando a hemoglobina glicada o risco de cada uma dessas complicações sobe consideravelmente. O objetivo do meu tratamento do diabetes é trazer essa hemoglobina glicada para perto do normal, e, evitar essas complicações. Além disso, também sei que para cada 1% que eu reduzo da Hemoglobina Glicada, eu reduzo 20% de risco de morte, 14% de risco de infarto, e, 40% das complicações microvasculares. Veremos o controle da Hemoglobina Glicada como um dos mais importantes, mas não o único no nosso paciente. COMPLICAÇÕES MICROVASCULARES: DIRETAMENTE RELACIONADAS A HEMOGLOBINA GLICADA, DIRETAMENTE RELACIONADAS AO CONTROLE DA GLICOSE. COMPLICAÇÕES MACROVASCULARES: TAMBÉM RELACIONADAS AO CONTROLE DA GLICOSE, MAS ESTÃO MUITO RELACIONADAS A RESISTÊNCIA A INSULINA, A PA, A CONTROLE DA DISLIPIDEMIA.
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