Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Leucoencefalomalácia Por: Fabiana Magalhães de Carvalho Etiologia A leucoencefalomalácia equina (LEME), é uma doença degenerativa não infecciosa e altamente fatal causada pelo fungo Fusarium moniliforme, que libera micotoxina no milho, ração ou feno com manejo e estocagem inadequada, e quando ingerido causa uma intoxicação que afeta o sistema nervoso central dos equídeos. Patogenia Quando o animal ingere algum alimento contaminado com a micotoxina do fungo isso provoca uma alteração metabólica que promove o amolecimento da substância branca do encéfalo e liquefação (malácia), que nada mais é que a passagem do estado sólido para o estado liquido, apresentando sinais neurológicos súbitos, evoluindo para a morte em 72 horas. Deve-se ter maior atenção com quedas de temperaturas, pois promovem um choque térmico, favorecendo o desenvolvimento do fungo. Além de causar a encefalomalácia, este fungo também é responsável por outras doenças como edema pulmonar, câncer, dentre outros. Epidemiologia A doença é comumente observada na região Sul e Sudeste porém ocorre em todo o país. No Sul e Sudeste a doença ocorre principalmente no inverno, enquanto que no Nordeste não há uma distribuição sazonal evidente e provavelmente esteja relacionada com a quantidade de ração fornecida e condições de armazenagem do milho. Sinais Clínicos Os sinais clínicos apresentados está relacionado com a quantidade de toxina ingerida, qualidade da imunidade do animal e sua tolerância a esta micotoxina. Os sinais clínicos iniciais são hiperexitação, anorexia, dificuldade de mastigação e apreensão de alimentos, incoordenação motora, pressionar a cabeça contra objetos, lesão hepática, cegueira e depressão. Já em estado avançado da doença o animal apresenta decúbito lateral com movimentos de pedalagem, coma e morte em até 72 horas. Alterações macroscópicas As lesões macroscópicas típicas incluem necrose e degeneração liquefativa dos hemisférios cerebrais, ao corte transversal do encéfalo observam-se, na substância branca subcortical, áreas de necrose liquefativa caracterizadas por coloração amarelada e focos hemorrágicos e frequentemente observa-se também, cavidades com conteúdo líquido ou pastoso. Alterações histológicas As lesões histológicas caracterizam-se por necrose da substância branca, com microcavitações, edema, congestão, hemorragias e presença de neutrófilos, e em algumas ocasiões, eosinófilos. Lesões vasculares e degenerativas podem ser encontradas em diversas áreas do sistema nervoso central, incluindo cápsula interna, tálamo, tubérculos quadrigêmeos e medula. Nas meninges pode observar-se edema, hemorragias e infiltração de neutrófilos, eosinófilos ou células linfocitárias. Diagnóstico O diagnóstico é feito através do estado clinico, histórico, manejo e exame laboratorial (hemograma e bioquímico), análise dos alimentos fornecidos para o animal e caso o animal venha a óbito exames que detecta alterações do sistema nervoso central. Porém não existe diagnóstico específico para leucoencefalomalácia, pois os sinais clínicos são semelhantes a outras patologias como tétano, nematoides cerebrais entre outras. O histórico de alimentação com milho ou subprodutos e a realização da correta necropsia para constatar as lesões macroscópicas características são importantes para o diagnóstico desta intoxicação.
Compartilhar