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3° fase Medicina UNIFEBE Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Lesão e Morte Celular Visão geral das respostas celulares ao estresse e aos estímulos nocivos A homeostasia intracelular deve ser constante As células podem se adaptar para garantir sua viabilidade e funcionalidade A lesões podem ser reversíveis ou irreversíveis (isquemia, toxinas, morte celular, reações imunes) A morte é normal e essencial durante nosso desenvolvimento (embriogênese) Necrose – acidente; não programada. Apoptose – morte celular programada (embriogênese) Causas de lesão celular: Hipóxia e isquemia: deficiência de O2, menos suprimento sanguíneo, menos nutrientes o Obstrução arterial, oxigenação inadequada Toxinas: poluentes, inseticidas, CO, amianto, cigarro, etanol, drogas, venenos o Fármacos, ausência ou excesso de água, glicose, sal, O2 Agentes infecciosos: vírus, bactérias, fungos, protozoários Reações imunes: reações autoimunes, alergias, respostas imunes excessivas Anormalidades genéticas: erros inatos do metabolismo, DNA danificado, proteínas mal dobradas que levam à morte celular Desequilíbrios nutricionais: insuficiência proteico- calórica, deficiência de vitaminas, excesso de alimentos (DM2, arteriosclerose) Agentes físicos: traumas, temperatura, radiação, choque elétrico, mudanças súbitas de pressão atmosférica Envelhecimento: as células não respondem ao estresse de maneira correta Lesão celular reversível Lesão celular reversível: A função celular está prejudicada e a morfologia lesionada; podem retornar ao normal se o estímulo for removido As organelas celulares são tumefeitas por absorção de água Organelas degeneradas e lipídeos podem acumular na célula Duas principais correlações morfológicas: tumefação e alteração gordurosa Quando o núcleo é rompido = morte celular A – túbulos renais normais e viáveis B – Lesão isquêmica reversível, núcleo preservado, citoplasma irregular, com bolhas, eosinofilia aumentada e tumefação celular C – lesão necrótica irreversível com perda dos núcleos, fragmentação das células, extravasamento dos conteúdos Tumefação: aumenta a permeabilidade da membrana celular, citoplasma pálido, maior turgor e peso do órgão, com vacúolos (retículo endoplasmático); há alteração hidrópica ou degeneração vacuolar 3° fase Medicina UNIFEBE Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Alteração gordura: vacúolos lipídicos com tecido gorduroso no citoplasma; órgãos envolvidos no metabolismo dos lipídeos Membrana citoplasmática: bolhas, apagamento ou distorção de microvilosidades e afrouxamento de anexos intercelulares. Mitocôndrias: tumefação, densidades de fosfolipídeos Dilatação RE: o liso atua no metabolismo de substâncias químicas (resistência a fármacos e aumento do metabolismo de outros químicos por hipertrofia do REL) Núcleo: fica menor, condensação de cromatina e a quebra Citoplasma: formam figuras de mielina (fosfolipídeos); fica mais acidófilo por conta da necrose Ponto de irreversibilidade: Mesmo que diminua o estímulo que está lesionando a célula, ela não se recupera mais Lesões que impedem que as mitocôndrias façam ATP Perda da integridade da membrana citoplasmática e das membranas intracelulares Lesão, mutação, perda de DNA Morte Celular Necrose: morte celular acidental, por isquemia, trauma, infecções, toxinas, lesões graves e sempre patológicas. As membranas celulares se desintegram e as enzimas celulares extravasam e digerem a célula. Provoca reação inflamatória para eliminar os debris celulares e fazer o reparo. Falha na geração de ATP por redução de O2/lesão mitocondrial → danos às membranas → extravasamento de conteúdo celular → danos irreversíveis causados por espécies reativas de oxigênio Alterações citoplasmáticas, nucleares o Há tumefação, aumento do tamanho da célula o Núcleo: picnose → cariorrexe → cariólise o Membrana plasmática é rompida Padrões de necrose: o Coagulação: mantêm a estrutura do tecido; não acontece no cérebro; 3° fase Medicina UNIFEBE Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Fígado Rins - glomérulo o Liquefativa: bactérias ou fungos; não consegue ver qual tecido que era – muda toda a conformação; acontece com o cérebro; material purulento o Gangrenosa: necrose de coagulação em membros; pode ter infecção bacteriana secundária o Caseosa: vimos na tuberculose – macro e microscopia; tecido amarelo-claro, que se esfarela, com morfologia destruída. Associa- se à granuloma Pulmão Tuberculose o Gordurosa: mama, hipoderme, pâncreas (lipases pancreáticas digerem o órgão); há destruição do tecido adiposo, com calcificação do tecido Pancreatite Aguda o Fibrinoide: reações autoimunes (por antígeno-anticorpo) e em hipertensão grave; 3° fase Medicina UNIFEBE Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Apoptose: lesões menos graves, que pode ser manipulada por agentes terapêuticos ou mutações genéticas. Há uma morte celular regulada. Irá eliminar células anômalas sem induzir processo inflamatório, DNA ou proteínas danificadas. Pode ocorrer em tecidos normais e em neoplasias Causas: fisiológicas (desenvolvimento normal, ciclos de perda e proliferação celular, fatores de crescimento) e patológicas (eliminar células danificadas que não podem ser reparadas) Células ativam enzimas que degradam o DNA nuclear, proteínas nucleares e citoplasmáticas Há retração do tamanho da célula; o macrófago fagocita sem inflamação Núcleo: fragmentação em fragmentos do tamanho de nucleossomas Membrana plasmática é intacta Células apoptóticas 3° fase Medicina UNIFEBE Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Mecanismos de Apoptose Vias bioquímicas: controlam o equilíbrio entre os sinais indutores de morte e sobrevivência: ativação de enzimas denominadas caspases (degradam componentes celulares) Mitocondrial (intrínseca): várias proteínas que induzem apoptose – citocromo c – no citosol, juntamente com certos cofatores, ativa a caspase-9. Ativação da cascata de caspases que desencadeia a fragmentação nuclear e leva à formação de corpos apoptóticos Via do receptor de morte da apoptose (extrínseca): moléculas de superfície - receptores de morte. Maioria parte da família do TNF, que contém em suas regiões citoplasmáticas um “domínio de morte” conservado. TNF tipo I e Fas (LT) (CD95), ativam caspase-8. LT citotóxicos Eliminação de células apoptóticas: fagócitos reconhecem sinalizadores na membrana. Rápida para não ativar inflamação Outras vias: necroptose e piroptose Apoptose micro: os núcleos apresentam várias fases da cromatina e fragmentação do DNA; células encolhidas; sem resposta inflamatória Autofagia: digestão lisossômica dos componentes da célula; sobrevivência quando há privação de nutrientes. Organelas intracelulares e porções do citosol são os primeiros a serem sequestrados para dentro do vacúolo autofágico derivado de RE, cuja formação é iniciada pelas proteínas citosólicas que detectam a privação de nutrientes. Ocorre em isquemia, miopatias, etc Mecanismos de lesão celular e morte celular A resposta celular aos estímulos prejudiciais depende do tipo de lesão, da sua duração e da sua gravidade. As consequências de um estímulo nocivo também dependem do tipo, do estado, da adaptabilidade e da composição genética da célula lesionada: o músculo esquelético estriado na perna tolera a isquemia completa por 2 a 3horas sem lesão irreversível, 3° fase Medicina UNIFEBE Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 enquanto o músculo cardíaco morre após apenas 20 a 30 minutos de isquemia. A lesão celular geralmente resulta de anormalidades funcionais e bioquímicas em um ou mais componentes celulares essenciais. Hipóxia e isquemia A morte celular é causada por falta de ATP, poishaverá falha de vias metabólicas dependentes de energia. A hipóxia persistente ou grave e a isquemia causam falha na geração de ATP e esgotamento de ATP das células Restauração (reperfusão após isquemia) do fluxo de forma abrupta pode causar mais lesão, principalmente no coração e cérebro. Reoxigenação: aumenta geração de EROs e pode aumentar a inflamação Estresse oxidativo: induzido por EROs/radicais livres; causados por lesões químicas e por radiação – causam envelhecimento celular, lesão tecidual; atacam ácidos nucleicos, proteínas e lipídeos; geram mais radicais livres. Toxinas: podem ser ambientais ou produzidas por patógenos – faz necrose: podem ser de ação direta (atuam em componente molecular) ou latentes (convertidos em metabólitos ativos – citocromo P-450) Estresse do retículo endoplasmático: acúmulo de proteínas mal dobradas faz com que haja uma resposta e ativação de sensores proapoptóticos (BH3) e caspases → apoptose. Pode ser por mutações, envelhecimento, vírus, alterações de pH, fibrose cística, Alzheimer, entre outros Dano do DNA: por radiação, quimioterápicos, EROs, mutações → apoptose. O p53 suspende o ciclo celular; com dano nele, há apoptose Eventos comuns na lesão celular de causas diversas Disfunção mitocondrial Instabilidade de membrana 3° fase Medicina UNIFEBE Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Adaptações celulares ao estresse Hipertrofia – célula que aumenta de tamanho Hiperplasia – aumento do n° células normais Atrofia – célula que diminui de tamanho Metaplasia – célula se diferencia em outra para sobreviver à lesão Acúmulos intracelulares Alteração gordurosa Colesterol e ésteres de colesterol Proteínas Glicogênio Pigmentos: carbono, lipofuscina, melanina Lipofusina em miócitos cardíacos Pigmento granular em células hepáticas Depósitos de ferro em células hepáticas Calcificação patológica Deposição anormal de sais de cálcio e outros minerais. Pode ser distrófica (tecidos mortos ou lesionados) ou metastática (Hipercalcemia em tecidos normais) Envelhecimento É regulado por um n° limitado de genes e vias de sinalização conservadas evolutivamente das leveduras aos mamíferos. Há declínio progressivo do tempo de vida e da capacidade funcional das células o Mutações no DNA: mecanismos de reparo ineficientes o Menor replicação celular: encurtamento dos telômeros, parada do ciclo celular; pode diminuir a capacidade de regeneração das células-tronco o Homeostase defeituosa de proteínas: perda de proteínas normais e acúmulo de dobradas o Inflamação persistente 3° fase Medicina UNIFEBE Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 HIPERPLASIA 3° fase Medicina UNIFEBE Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Patologia do Sistema Cardiovascular Vasos Histologia dos Vasos sanguíneos: camadas íntima, média e adventícia o Íntima: camada única de células endoteliais (epitélio simples pavimentoso) o Média: células musculares lisas e matriz extracelular + tecido conjuntivo frouxo, fibras nervosas e vasos menores Vasa Vasorum o Adventícia Estrutura dos vasos sanguíneos: células musculares lisas e matriz extracelular, coberto por células endoteliais. o Artérias: mais espessas, várias camadas de células musculares lisas Grandes – elásticas, perdida com o envelhecimento; médias – musculares o Veias: paredes mais finas e distensíveis Pericito – envolve os capilares, faz reparação e contração Endotélio: revestem internamento todo o sistema cardiovascular; modulam a inflamação, fatores de crescimento, produção de MEC, manutenção da carreira/permeabilidade, produção de anticoagulantes e pró-trombóticos Doença hipertensiva: teoria é que a hipertensão resulta da interação de vários polimorfismos genéticos e fatores ambientais. Grande problema, muito comum no mundo todo; geralmente é assintomática Primária ou idiopática: 95% dos casos. Secundária a uma condição subjacente: doença renal crônica, estreitamento da artéria renal, distúrbios suprarrenais Arteriosclerose X Aterosclerose Arteriosclerose: espessamento e perda da elasticidade da parede arterial; afeta arteríolas e pequenas artérias; há endurecimento das artérias; o Paredes dos vasos degeneradas que aceleram a aterogênese (formação de placas de ateroma) o Hialina: espessamento hialino róseo da parede arteriolar (rosa), perda de detalhes estruturais e lúmen menor. Há extravasamento de componentes plasmáticos, aumentando a produção de MEC – em idosos, isso já ocorre sem a HAS Nos rins, causa comprometimento vascular difuso, chamado de nefroesclerose hipertensiva ou rim do hipertenso. Há cicatrizes glomerulares, isquemias focais e pode evoluir para insuficiência renal crônica o Hiperplásica: lesões em casca de cebola – espessamentos laminares (células 3° fase Medicina UNIFEBE Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 musculares lisas) e concêntricos, com estreitamento do lúmen; pode evoluir pra necrose o Outros tipos de arteriosclerose: esclerose medial ou mediosclerose de Monckeberg, hiperplasia fibromuscular da íntima e aterosclerose Aterosclerose: lesões na camada íntima chamadas ateromas, os quais avançam sobre o lúmen vascular e podem se romper, causando oclusão. É base da patogenia de doenças vasculares diversas e muito prevalentes; envolve fatores de risco constitucionais e modificáveis Patogenia da aterosclerose: hipótese de resposta à lesão: a aterosclerose é uma resposta inflamatória crônica da parede arterial à lesão endotelial. A lesão causa interação de lipoproteínas modificadas e outras células. o Lesão de células endoteliais aumentam a permeabilidade, adesão de leucócitos e trombose o Acúmulo de lipoproteínas – LDL, colesterol o Adesão plaquetária o Adesão monócitos que migram para a íntima, onde haverá diferenciação em macrófagos o Acúmulo de lipídeos dentro dos macrófagos dá origem às células espumosas, que liberam citocinas inflamatórias o Há recrutamento de células musculares lisas em resposta aos fatores liberados o Proliferação de células musculares causa produção de MEC e menor lúmen Manifestações morfológicas da aterosclerose: o Estrias gordurosas: linhas amarelas que formam lesões alongadas com macrófagos espumosos, já presentes em crianças desde os primeiros anos de vida A – aorta com estrias gordurosas; B – estrias gordurosas na íntima e células espumosas derivadas de macrófagos o Placa aterosclerótica: espessamento da íntima e acúmulo de lipídeos; são lesões elevadas branco-amareladas, com trombo sobreposto cor vermelho-acastanhada; formada por células musculares lisas, macrófagos, linfócitos, colágeno, fibras elásticas, proteoglicanos e lipídeos A – aorta com aterosclerose discreta; B – aorta com lesões graves e complicadas 3° fase Medicina UNIFEBE Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 F – capa fibrosa; C – centro necrótico; em azul: colágeno; L – lúmen estreitado o Possíveis desfechos da aterosclerose: ruptura, ulceração ou erosão (trombos/isquemia); hemorragia intraplaca; ateroembolismo (atingem a circulação); aneurismas (enfraquecimento da camada média e da parede) Ruptura de placa aterosclerótica; setas: local da ruptura Placa estável X Placa vulnerável/instável: Placa estável: capa fibrosa espessa, densamente colagenizada, com inflamação mínima e centro aterosclerótico discreto subjacente Placa vulnerável: capa fibrosa delgada, grande núcleo lipídico e inflamação aumentada; elevado risco de ruptura (muito lipídeo, muitas células espumosas) Aneurismas Dilatações dos vasos podendo ser congênitos ou adquiridos; o Pode ser verdadeiro (sacular ou fusiforme) ou falso (hematoma) Fatores de risco: aterosclerose e hipertensão; outras causas: hereditárias, síntese inadequada de tecido conjuntivo Veias Tromboflebite e flebotrombose (trombose + inflamação) Trombose venosa de membros inferiores (TVP) é mais comum em pacientes imobilizados por muito tempo, como os acamados, pós operatório, em viagens longas Fragmentos de trombo podem se desprender e embolizar Coração Histologia: células estriadas com 1-2 núcleos centrais, discos intercalares (junções comunicantes, de adesão, desmossomos), mitocôndrias, estriações – contrações fortes, rápidas e involuntárias. Camadas: epicárdio, miocárdio e endocárdio Condução do impulso elétrico: feixe AV ou de His – fibras de Purkinje 3° fase Medicina UNIFEBE Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Visão geral das cardiopatias: 6 mecanismos principais: insuficiência da bomba, obstrução do fluxo, fluxo regurgitante, desvio do fluxo, distúrbios da condução cardíaca e ruptura do coração ou de um vaso de grande calibre. Insuficiência Cardíaca: desfecho comum de muitas cardiopatias; é progressiva, com prognóstico desfavorável. Leva à insuficiências anterógrada e retrógrada. Mecanismos compensatórios: aumento do débito cardíaco, ativação do SRAA (aumenta a FC), hipertrofia dos miócitos o IC Esquerda: pode resultar de doença isquêmica do coração, hipertensão sistêmica, doença da valva da aorta e outros. Há edema e congestão pulmonar Consequências: diminui a perfusão sistêmica (anterógrada) e eleva a pressão pulmonar (retrógrada) Morfologia coração: macro: ventrículo hipertrofiado/dilatado; micro: inespecífica Morfologia pulmão: congestão, edema, derrame pleural, pulmões pesados e encharcados, edema alveolar + hemácias extravasadas IC Esquerda: A – hipertrofia por pressão; B – hipertrofia ventricular esquerda com e sem dilatação; C – Miocárdio normal; D – miocárdio hipertrofiado o IC Direita: pode resultar de IC esquerda ou distúrbios pulmonares. Há edema periférico e congestão visceral, além de fadiga, ascite, anorexia, veias jugulares distendidas e pode causar hipertensão portal, esplenomegalia congestiva, derrames pleural ou pericárdico Consequências: congestão venosa sistêmica Morfologia fígado: aumento do tamanho/peso; congestão passiva; necrose centrolobular e “cirrose cardíaca” e fígado em noz moscada no aspecto macro 3° fase Medicina UNIFEBE Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Arritmias: podem ser causadas por alterações isquêmicas ou estruturais no sistema de condução ou por instabilidade elétrica. Podem ser também por mutações nos canais de íons Doença Isquêmica: relacionada com várias síndromes; geralmente resulta da aterosclerose das artérias coronárias (90%) o Angina pectoris: dor torácica aos esforços pela perfusão inadequada o Angina instável: aumento da frequência da dor, podendo ser até em repouso. Há pequena fissura ou ruptura em uma placa aterosclerótica o Morte súbita cardíaca: resulta de arritmia fatal o Doença isquêmica crônica com ICC: insuficiência cardíaca progressiva que resulta de lesão isquêmica de infartos prévios o IAM: normalmente resulta de trombose aguda após ruptura de placa – necrose do músculo cardíaco. O miocárdio perde sua contratilidade, há alterações estruturais e lesões irreversíveis. Alcança sua extensão total em 3-6 horas Infarto recente – não são visíveis macroscopicamente; após 24h, há uma coloração vermelho-azulada do sangue estagnado. Após dias: amarelo-acastanhadas Infarto já cicatrizado; macroscopicamente é um tecido de granulação amarelado A – infarto após um dia, inflamação aguda; B – infiltrado de neutrófilos 2-3 dias após; C – remoção da necrose por macrófagos de 7-10 dias; D – tecido de granulação; E – IAM cicatrizado com colágeno denso Complicações do IAM – A, B, C: ruptura; D: pericardite fibrinosa; E: trombo mural; F: aneurisma Doença valvar: pode levar à oclusão/estenose ou regurgitação/insuficiência. As mais comuns são as estenoses (calcificação ou cicatrização) e insuficiências (regurgitação ou incompetência). 3° fase Medicina UNIFEBE Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 o Degenerativa: afetam a integridade da matriz extracelular da valva: calcificações, alterações na MEC, na produção da matriz ou degenerativas (envelhecimento) Doença valvar degenerativa calcificada Ossos, articulações, partes moles, nervos periféricos e músculos Principais doenças congênitas e metabólicas dos ossos São mutações hereditárias, nos estágios iniciais da formação óssea. As doenças podem ser por problemas na migração e condensação do mesênquima (disostose, aplasia – ausência de osso; formação de ossos extras, fusão anormal – sindactilia, caniossinostose) e desorganização global do osso/cartilagem (displasia – crescimento anormal; mutações em genes) Tipos de nanismos: Acondroplasia: nanismo, mais comum, autossômica dominante – crescimento da cartilagem retardado Displasia tanatofórica: forma mais letal; Há redução da reprodução de condrócitos e da desorganização na zona de proliferação Doenças do colágeno tipo I ou osteogênese imperfeita: doença hereditária mais comum do TC. Há da deficiência síntese do colágeno tipo 1 e é autossômica dominante. Osteopetrose ou ossos de mármore: a reabsorção óssea é baixa e há esclerose esquelética simétrica difusa, formação/função prejudicada dos osteoclastos. Doenças metabólicas: Osteoporose e osteopenia: histologicamente, o osso é normal; há diminuição da massa óssea. Na osteoporose, a perda óssea é suficientemente grave para aumentar o risco de fratura. Fatores que influenciam: idade (baixa renovação), atividade física (imobilidade), mutações genéticas, pouco cálcio, muito PTH, pouca vitamina D o Osteoporose pode ser 1° ou 2°; mais comumente senil ou pós menopausa Parte inferior: osso trabecular da medula; parte superior: osso cortical Raquitismo: A osteomalácia é caracterizada por um osso que é insuficientemente mineralizado. No esqueleto em desenvolvimento, as manifestações são caracterizadas por uma condição denominada raquitismo. É por deficiência de vitamina D ou falha no metabolismo. Hiperparatireoidismo e as alterações ósseas: hiperparatiroidismo surge da hipersecreção PTH e há aumento da atividade dos osteoclastos, aumentando a reabsorção óssea. o Excreção aumentada de fosfatos o Reabsorção de cálcio nos túbulos renais o Aumento da síntese de vitamina D, da absorção de cálcio e reabsorção de cálcio o Aumento de cálcio sérico o Primário: lesões em paratireoides o Secundário: lesão renal primário, acidose metabólica, depósito de alumínio nos ossos o Histologia: osteoporose, tumor marrom e osteíte fibrosa cística Tumor marrom – benigno 3° fase Medicina UNIFEBE Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Osteoclastos no entorno do centro da trabécula – osteíte dissecante Doença de Paget óssea: quantidade aumentada de tecido ósseo, desorganizada e estruturalmente fraco. Osteolítico, osteoclástico-osteoblástico com predomínio da segunda, estágio osteoesclerótico. Padrão em mosaico do tecido ósseo lamelar Osteonecrose avascular: infarto das células do osso e medula; lesão vascular: traumas, medicamentos, doenças sistêmicas, radiação Osteomielite: inflamação do osso e da medula, secundário a uma inflamação; complicação de qualquer infecção sistêmica – qualquer microorganismo; fraturas expostas; cirurgias; pé diabético Tumores ósseos e lesões semelhantes a tumores Principais tumores benignos e malignos: formadores de osso (produzem matriz osteóide não mineralizada ou osso reticular mineralizado) ou de cartilagem (osteoma Osteoide, osteoblastoma, condroma, osteossarcoma, condrossarcoma) e de origem desconhecida (Ewing, tumor de células gigantes, cisto) Osteoma Osteoide e Osteoblastoma: são compostos por osteoblastos benignos que sintetizam osteoide; histologicamente parecidos, diferem na clínica e radiologia o Osteoma osteoide:até 2cm de diâmetro; mais em homens jovens, fêmur ou tíbia, no córtex. Há dor noturna intensa que alivia com AAS e AINE 3° fase Medicina UNIFEBE Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 o Osteoblastoma: maior que 2 cm; lâminas e pedículos. Dor não responde aos medicamentos Osteocondroma: são tumores benignos (mais comum) que produzem cartilagem hialina. Há exostose, revestido por cartilagem, ligando-se ao esqueleto por pedículo. Geralmente é solitário. Osteossarcoma: é um tumor agressivo de osteoblastos malignos, mais comum em menores de 20 anos e depois em pacientes com fatores de risco (doença de Paget, infartos ósseos, radiação prévia); mais comum em fêmur e tíbia (joelho); há massas volumosas cinza esbranquiçadas, com hemorragia ou citificação. Destroem córtex, partes moles, canal medular e epífise o Mais comum em joelho – quadril – ombro – pescoço Proliferação de osteoblastos atípicos, desorganizados Condroma: benigno de cartilagem hialina sem atipias, em ossos de origem encondral. Pode ser encondroma (20-50 anos – cavidade medular) e condroma justacorticais (superfície cortical) Condrossarcoma: são tumores malignos compostos por condrócitos que envolvem o esqueleto axial em adultos, produzem cartilagem, com atipias Pode ser convencional (90%), desdiferenciado, células claras e mesenquimal (esses 2 últimos mais comuns em crianças). Preferencialmente no esqueleto axial; podem ser secundários a outros tumores; vemos a proliferação do tecido cartilaginoso, apagamento da cortical óssea, invasão de tecidos moles 3° fase Medicina UNIFEBE Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Tumores de origem desconhecida Sarcoma de Ewing: são tumores agressivos, malignos, compostos de pequenas células arredondadas, azuis e com diferenciação em diversos graus. É o 2° tumor ósseo mais comum em crianças; forma massas dolorosas, com locais quentes e inchados. Rosetas de Homer-Wright Tumor de células gigantes: predomínio de células gigantes multinucleadas do tipo osteoclasto. Destroem o córtex subjacente, massa vermelho- acastanhadas, envolta por camada de osso reativo. É agressiva pro local, mais comum em adultos e em ossos longos/fêmur/tíbia. Semelhantes a artrite reumatoide na sintomatologia Cisto ósseo aneurismático: benigno, espaços císticos com sangue; metáfise de ossos longos e vértebras Cisto com espaço cístico repleto de sangue, circundado por parede fibrosa contendo fibroblastos em proliferação, osso reticular reativo e células gigantes Lesões não neoplásicas que simulam neoplasia: Fibroma não ossificante: benigna provavelmente reativa, 50% dos 2-25 anos. Defeito fibroso cortical/metafisário 3° fase Medicina UNIFEBE Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Displasia fibrosa: distúrbio causado por mutações de ganho de função que ocorrem durante o desenvolvimento. É benigno; Expandem e distorcem o osso, tem proliferação Fibroblástica, sem osteoblastos evidentes Metástases: extensão direta, via hematogênica e linfática, propagação intraespinal – em próstata, rim, mama, pulmão, etc Articulações Artrite reumatoide: é uma doença inflamatória crônica autoimune que afeta principalmente as pequenas articulações, formando granulomas. A AR produz sinovite proliferativa inflamatória em toda a membrana sinovial. Causada por predisposição genética e fatores ambientais. Há destruição da cartilagem e anquilose (osso contra osso), com lesões extra articulares. Nódulo reumatoide com área de necrose central A direita: cada “bolinha roxa” é uma célula inflamatória; destruição da cavidade articular Osteoartrite: é a doença mais comum das articulações, é um processo degenerativo da cartilagem articular em que a degradação da matriz excede a sua síntese. A inflamação é mínima e tipicamente secundária. A produção local de citocinas inflamatórias pode contribuir para a progressão da degeneração articular. Mais comum após os 50 anos. É por estresse biomecânico, genética, citocinas, etc Fibrilação da cartilagem articular Artrite idiopática juvenil: antes dos 16 anos, é uma Oligoartrite sistêmica, sem nódulos reumatoides 3° fase Medicina UNIFEBE Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Espondiloartropatias soronegativas: provavelmente autoimune Artrite infecciosa: artrite supurativa, infecção direta por microrganismos Artrite de Lyme: infecção sistêmica por Borrelia burgdoferi Gota e pseudogota: derivam de respostas inflamatórias desencadeadas pela precipitação de urato ou pirofosfato de cálcio, respectivamente. Gota: tem tofos, nefropatia gotosa Tofo gotoso (gota) Depósitos na cartilagem – material basofílio amorfo (pseudogota) Lesões que se assemelham a tumores: Cistos gangliônicos e cistos sinoviais Tumores de células gigantes tenossinoviais Tumores de tecidos moles A categoria de neoplasias de tecidos moles descreve tumores que surgem de tecidos não epiteliais, excluindo-se o esqueleto, as articulações, o sistema nervoso central e os tecidos hematopoiético e linfoide. A maioria é benigno e esporádica, sem causa predisponente. Quanto mais superficiais forem, melhor o prognóstico Lipoma: benigno, mais comum em adultos, subcutâneo de extremidades e tronco Lipossarcoma: maligno, menos comuns, mais em 50- 60 anos, são profundos e no retroperitônio. Pode ser bem diferenciado, mixoide ou pleomórfico Tumores fibrosos: Fasciite nodular: proliferação Fibroblástica e miofibroblástica, autolimitada, em membros superiores, com história de trauma. Confunde muito com sarcoma, histologicamente. Fibromatoses: podem ser superficiais (deformidade local, inócua, fibroblastos proliferados associados ao colágeno abundante – plantar, peniana, palmar) e profundas (grandes massas infiltrativas, recorrentes, em adultos mais jovens; acometem parede abdominal, mesentério, etc 3° fase Medicina UNIFEBE Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Tumores do tecido muscular esquelético A grande maioria é maligno; Rabdomiossarcoma: é maligno mesenquimal com diferenciação muscular esquelética. Pode ser alveolar, embrionário, pleomórfico. É uma massa infiltrativa, cinza, com células semelhantes ao músculo esquelético. Leioimioma: é uma neoplasia benigna de tecido muscular liso. Sem atipia Leiomiossarcoma: menos comum; é maligno, mais em mulheres e em extremidades/retroperitônio. São massas firmes, indolores, volumosas, com atipias, mitoses e necrose Tumores de origem incerta Sarcoma sinovial: 20-40 anos, raros; é uma massa profunda; são monofásicos ou bifásicos (mais comum). Não se sabe da onde é originado. Sarcoma pleomórfico indiferenciado: maligno com células pleomórficas de alto grau. Grande, com necrose e hemorragia Tumores das bainhas dos nervos periféricos Na maioria dos tumores das bainhas dos nervos, as células neoplásicas mostram evidências de diferenciação de células de Schwann. Há dor e perda da função. Schwannoma: são tumores benignos circunscritos, usualmente encapsulados, tem uma proliferação dupla (uma bem celular e outra não) atinge as partes moles, raízes nervosas e órgãos internos. 3° fase Medicina UNIFEBE Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Paliçadas – núcleos “agrupados” (em B); ajuda no diagnóstico Neurofibromas: são benignos; não encapsulados; não formam nódulos bem delimitados; “manchas café com leite” na pele; plexiforme, difusos Neuroma traumático: bem comum nos pés; é não neoplásico, Provável trauma pós cirurgia em parótida; lesionou o nervo Patologias não neoplásicas do SNC Introdução Doenças graves, em maioria Características únicas que refletem a função altamente especializada do SNC Sinais e sintomas dependem da região cerebral afetada Neurônio: unidade funcional do SNC que pode apresentar vulnerabilidade seletiva (devidoa propriedades distintas entre grupos de neurônios); não fazem divisão celular quando maduros → lesão pequena em área específica pode causar déficit Células da glia: Astrócitos: sustentação de neurônios, controle da composição iônica e molecular do ambiente extracelular Oligodendrócito: fazem bainha de mielina Micróglia: fazem fagocitose; participam de inflamações Epêndima: revestimento dos ventrículos e movimentação do líquor Lesão neuronal Neurônio vermelho: encolhimento do corpo celular, picnose do núcleo, desaparecimento do nucléolo, perda dos corpúsculos de Nissl e eosinofilia intensa do citoplasma 3° fase Medicina UNIFEBE Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Gliose: processo de reparo e cicatrização do cérebro; o Aumento do número ou volume dos astrócitos e deposição de fibrilas gliais no tecido NC o Recente: muitos astrócitos gemistocísticos o Antiga: tecido fibrilar, delicadas e eosinófilas, poucos núcleos o É o achado mais comum ao redor dos infartos, hemorragias e abscessos, meses ou anos após a fase aguda. Substância branca com gliose Astrócitos gemistocísticos: tem vários prolongamentos, normalmente; o núcleo fica mais periférico e o citoplasma eosinofílico e brilhante. Doenças cerebrovasculares Distúrbios cerebrais causados por vasos sanguíneos: importante causa de óbito e sequelas neurológicas; causada por 3 principais mecanismos: oclusão trombótica, oclusão embólica e ruptura vascular. AVC: forma aguda; pode ser por trombose ou embolia (isquemia) ou hemorragia. o Trombose ou embolia: causam perda de O2 e substratos metabólicos, o que leva ao infarto ou lesão isquêmica o Hemorragia: causa dano tecidual direto e então lesão isquêmica secundária. Hipóxia, isquemia e infarto: o cérebro depende muito de O2 e glicose, recebendo cerca de 15-20% do débito cardíaco e do oxigênio. Há 2 mecanismos de privação de oxigênio: o Hipóxia funcional: por anemia extrema, altas altitudes, intoxicação por CO o Isquemia: pode ser transitória ou permanente; por hipotensão ou obstrução vascular Isquemia cerebral global: é uma lesão hipóxico isquêmica difusa; pode ocorrer na hipotensão sistêmica grave (como paradas cardíacas e choques) o Leve: pode recuperar, causa quadros confusionais transitórios o Graves: estado vegetativo e morte encefálica o Morfologia: causa edema cerebral e perda da demarcação da substância B-C 12-24H: neurônios vermelhos → astrócitos e oligodendrócitos reacionais → infiltrado neutrofílico 24h-2 semanas: necrose tecidual, macrófagos, proliferação vascular e gliose Isquemia cerebral focal: geralmente é causada por oclusão arterial, a qual leva a isquemia e infarto. o Infarto embólico: mais comum, Êmbolos oriundos de trombos cardíacos, doença valvar ou placas carotídeas. O território da artéria cerebral média é o mais afetado. o Infarto trombótico: por placa de ateroma. o Morfologia: hemorrágicos e não hemorrágicos Hemorrágicos: petéquias múltiplas; pode ter hematomas extensos; na microscopia: infarto isquêmico + extravasamento de hemácias e reabsorção 3° fase Medicina UNIFEBE Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Não hemorrágicos: no macro, parece normal nas primeiras horas; após 48h: tecido macio, pálido e com edema; após 2-10dias: gelatinoso e friável; após semanas: liquefação + reabsorção do tecido. No micro: 24h: neurônios vermelhos e edema → proliferação endotelial e desintegração celular; dias: infiltração neutrofílica; semanas: macrófagos, fagocitose e liquefação Infarto anêmico de 1 semana no território da artéria cerebral média; aspecto amolecido A – infiltração por neutrófilos nas bordas, suprimento vascular intacto; B – 10° dia, macrófagos e gliose reativa; C – infartos antigos com áreas de perda tecidual e gliose residual Hemorragias intracranianas Hemorragia intraparenquimatosa cerebral primária: é não traumática e mais comum em adultos e idosos; tem como causa principal a HAS; pode ou não ser assintomática. o Micro: sangue coagulado circundado por tecido edematoso (fagocitose) Hemorragia subaracnoide: a causa mais comum do tipo não traumático é um aneurisma sacular (evaginação de parede fina de uma artéria – com revestimento de 1 camada da íntima hialinizada o Outras causas: MAV, coagulopatias, hemorragia intracerebral o Clínica: cefaleia intensa, perda de consciência 3° fase Medicina UNIFEBE Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Malformações vasculares 4 tipos: malformações arteriovenosas (MAVs), telangiectasias capilares, malformações cavernosas e angiomas venosos MAVs são mais comuns em homens, de 10-30 anos. Causam hemorragia e convulsões. Macroscopia: rede emaranhada de vasos Microscopia: vasos aumentados, paredes anormais com espessamento ou duplicação, sinais de hemorragia antiga MAV Cavernoma Outras doenças vasculares Doença cerebrovascular hipertensiva: paredes ficam enfraquecidas, mais vulneráveis a ruptura; podem haver microaneurismas; podem ocorrer infartos lacunares (pequenos, mais na substância cinzenta) o Encefalopatia hipertensiva aguda: devido aos aumentos súbitos e prolongados da PA, há aumento da PA intracraniana, o que leva a disfunção cerebral global e sintomas como cefaleia, vômitos e confusão Infartos lacunares no núcleo caudado e putamen Infarto cerebral na sequência: Neurônios vermelhos: infarto/AVC 3° fase Medicina UNIFEBE Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Doenças neurodegenerativas Perda progressiva de neurônios Afetam tipicamente os neurônios com interconexões funcionais similares Acúmulo de agregados proteicos: processo patológico compartilhado pela maioria das doenças neurodegenerativas (marco histológico) o Podem ser secundários as mutações o Produção excessiva de proteínas ou produção errônea o Acumulam-se dentro das células – podem ser tóxicos aos neurônios, gerando uma resposta inflamatória Principais doenças neurodegenerativas Doença de Alzheimer: causa mais comum de demência em idosos; pode ser familiar ou esporádico (mais comum); há perda de memória, mudança de humor e comportamento alterado. Há acúmulo das proteínas Aβ e Tau o Aβ: acumula-se em forma de placas e, provavelmente, diminui o número de sinapses. o Tau: acumula em forma de emaranhados; está presente nos microtúbulos dos axônios o Há uma resposta inflamatória em micróglia e astrócitos contra os acúmulos das 2 proteínas; esses depósitos aparecem no cérebro bem antes do comprometimento cognitivo o Morfologia: atrofia cortical, alargamento dos sulcos, aumento ventricular compensatório A – placas cercando os núcleos centrais de depósito amiloide; micróglia e astrócitos reacionais; B – imunorreatividade para Abeta; C – emaranhados neurofibrilares, ressaltadas por coloração de prata em D Alterações neuropatológicas: deposição de material amiloide em três localizações diferentes no tecido nervoso central Citoplasma de neurônios: alterações neurofibrilares por Tau Tecido entre os corpos celulares (neurópilo): placas senis por Abeta Vasos da leptomeninge ou do parênquima: angiopatia amiloide 3° fase Medicina UNIFEBE Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Degeneração lobar frontotemporal: engloba vários distúrbios; há deterioração progressiva da linguagem e mudanças na personalidade. Podem haver depósitos de Tau. o Macroscopia: atrofia dos lobos frontal e temporal; perda neuronal e gliose o Microscopia: inclusões citoplasmáticas ou intranucleares A – atrofia do córtex; B – perda neuronal grave e gliose; C – Tau; Doença de Parkinson: distúrbio do movimento; há perda de neurônios dopaminérgicos da substância negra; outras causas levam ao “parkisonismo”, como uso de antagonistas dopaminérgicos o Acúmulo de agregação de proteínas, anormalidades mitocondriais e perda neuronalna substância nigra e em outras partes do cérebro o Corpo de Lewy: inclusão contendo alta- sinucleína, proteína envolvida da transmissão sináptica; Corpo de Lewy; Quando demência ocorre no prazo de 1 ano após o início dos sintomas motores, é chamada demência com corpos de Lewy (DCL). Doença ou Coreia de Huntigton: é um distúrbio autossômico dominantes com movimentos espasmóticos involuntários de todas as partes do corpo, de contorcionismo. Há degeneração do corpo estriado (caudado e putamen); a alteração na proteína huntingtina faz degradação celular proteica e proteólise, formando agregados intranucleares de caráter tóxico o Macro: cérebro pequeno, atrofia de núcleo caudado, ventrículos dilatados, atrofia cortical o Micro: perda de neurônios nas regiões afetadas, gliose, inclusões intranucleares de huntingtina nos neurônios remanescentes Doença lateral amiotrófica ou Doença de Lou Gehrig: Morte de neurônios motores inferiores na medula espinhal e tronco encefálico, além de perda de neurônios motores superiores no córtex cerebral o Sintomas: Sensibilidade inalterada desnervação de músculos, atrofia muscular (amiotrofia), fraqueza e fasciculações (NMI), paresia, hiper- reflexia, espasticidade, além de degeneração dos tratos corticoespinais na porção lateral da medula espinal (“esclerose lateral”) (NMS) 3° fase Medicina UNIFEBE Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 o Mais um homens, 50-60 anos; na fase mais final há envolvimento de músculos respiratórios o Patogenia: maioria é esporádica; alguns genes e mutações envolvidas; 10% familiar o Macro: raízes anteriores da medula, finas e cinzas; pode haver atrofia de giro pré-central o Micro: redução do número de neurônios no corno anterior, gliose reativa, perda de fibras mielinizadas Doenças da mielina Mielina - isolante elétrico, permite a propagação rápida dos impulsos neurais Tem várias camadas de membranas plasmáticas altamente especializadas, montadas pelos oligodendrócitos Principalmente substância branca afetada Doenças desmielinizantes do SNC: condições adquiridas – esclerose múltipla Esclerose múltipla: distúrbio desmielinizante autoimune caracterizado por episódios intermitentes de doença ativa, que produzem lesões interespaçadas na substância branca o Patogenia: resposta autoimune dirigida contra componentes da bainha de mielina o Mais em mulheres jovens o Surtos e remissões de déficits neurológicos Morfologia: lesões em placas, cor cinza-acastanhada, comuns perto dos ventrículos; placas ativas contém macrófagos abundantes, preenchidos com debris de mielina Leucodistrofias: Hereditárias, mielina produzida inadequadamente com renovação anormal (maioria causada por mutações que impedem a formação de proteínas necessárias para a formação das bainhas de mielina normais)
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