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Prévia do material em texto

Macroeconomia 
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Esp. Valdécio Silvério Bezerra
Revisão Textual:
Profa. Ms. Fátima Furlan
O Modelo IS – LM
• O Modelo IS-LM
• Equilíbrio no Mercado de Bens e Serviços e a Curva IS
• Equilíbrio no Mercado Monetário: A Curva LM
• Equilíbrio no Mercado de Bens e Serviços e no Mercado Monetário
• Demanda Agregada no Modelo IS-LM
• Interação Demanda Agregada e Oferta Agregada no Modelo IS-LM
• Políticas Monetária e Fiscal no Modelo IS-LM
 · Detalhar como surgiu o Modelo IS–LM e quais foram os seus 
idealizadores e a partir desse conhecimento definir o que representa 
a curva IS e a curva LM, o que é equilíbrio de mercado de bens e 
serviços e monetário. Assim como explicar os efeitos das políticas 
fiscal e monetária nesse modelo.
 · Entender e interpretar gráficos e os resultados possíveis dessas 
políticas de acordo com as inclinações das curvas IS e LM e suas 
combinações e o que acontece com a taxa de juros, os investimentos, 
o estoque de moedas, a renda e outras variáveis passíveis de serem 
explicadas pelo modelo.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
O Modelo IS – LM
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”. 
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas, dentre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE O Modelo IS – LM
Contextualização
Juros Altos Favorecem Investimento em Renda Fixa; Poupança é 
Opção Ruim
A taxa de juros no Brasil continua elevada, o que favorece o investimento 
em renda fixa e afasta o investidor de um risco desnecessário, como aplicação 
em Bolsa, para garantir um bom rendimento. A poupança continua sendo uma 
opção ruim.
Consultores econômicos afirmam que o cenário econômico no país ainda 
é incerto, pois precisa passar pela avaliação da força do governo que procura 
aprovar no Congresso projetos que podem resultar em aumento de impostos. 
O cenário econômico exige do governo tomada de ações impopulares para acertar 
a economia.
Se essas ações de ajuste forem tomadas com sucesso, só então os especialistas 
acreditam que a Bolsa poderá subir, terminando o ano em curso perto dos 60 mil 
pontos. Dólar deve cair a R$ 3,10 no mesmo período e a taxa de juros poderá 
baixar para 13% ao ano.
Com a atual taxa elevada de juros se mantendo, a renda fixa continua bem 
atraente: ela garante uma rentabilidade alta a um risco menor, dizem os especialistas, 
por outro lado, dependendo do apetite de risco do investidor, é possível já começar 
a diversificar até 20% do seu capital em investimentos mais arriscados, tais 
como ações.
8
9
O Modelo IS-LM 
Atribui-se a origem do Modelo IS–LM ao artigo “Mr. Keynes and the classics: a 
suggested interpretation”, de autoria do economista britânico John Richard Hicks 
em 1937. Neste artigo, Hicks procurava sintetizar as principais ideias contidas no 
livro, então recentemente publicado, A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da 
Moeda, de John Maynard Keynes.
Alvin Hansen - (1887-1975) John Richard Hicks (1904-1989)
Fonte: Adaptado de Wikimedia/Commons
Alvin Hansen - https://goo.gl/MpJhhv
Ex
pl
or
Neste artigo, o autor procurava descrever, de maneira simplificada, um sistema 
de equações relacionado aos mercados de bens, monetários e de ativos, ao mesmo 
tempo buscava resumir tais ideias com base em termos geométricos, a partir de 
gráficos com duas curvas assim definidas por ele. “SI” (que representava o equilíbrio 
de mercado de bens ou a igualdade entre poupança e investimento), e a curva “LL” 
(representando o equilíbrio no mercado monetário ou a igualdade entre oferta e 
demanda por moeda). Essa análise foi posteriormente ampliada pelo economista 
norte americano Alvin Hansen. Hicks e Hansen chamaram essa formulação de 
modelo IS–LM, também conhecida como modelo de Hicks-Hansen.
9
UNIDADE O Modelo IS – LM
Uma das partes do modelo é composta pela curva IS (do inglês Investiment 
Saving) corresponde a “investimento” e “poupança”, a curva IS representa aquilo 
que está acontecendo no mercado de bens e serviços. O outro componente do 
modelo é a curva LM (do inglês Liquidity Money), representa aquilo que está 
acontecendo com a oferta e demanda por moeda.
Como a taxa de juros influencia tanto o investimento quanto a demanda por 
moeda, ela é a variável que faz a ligação entre as duas metades do modelo IS–LM . 
“O modelo demonstra como interações entre o mercado de bens e serviços e o 
mercado de moeda determinam a posição e a inclinação da curva de demanda 
agregada e, consequentemente, o nível da renda nacional no curto prazo” 
(MANKIW, p. 206, 2008).
Agora que você conheceu um pouco sobre o surgimento do modelo objeto 
de nosso estudo, passemos agora aos principais conceitos relacionados, suas 
aplicações, objetivos e representações gráficas. Vamos lá!
Equilíbrio no Mercado de Bens e 
Serviços e a Curva IS
Como vimos, a curva IS representa graficamente a relação entre a taxa de juros 
e o nível de renda que surge no mercado de bens e serviços.
Representamos a condição de equilíbrio no mercado de bens e serviços assim 
como segue:
Y = C + I + G, também equivalente à expressão: I + G = S + T
Na maioria das vezes, representamos a curva de equilíbrio no mercado de 
bens, denominada curva IS, tendo como referência a segunda forma acima da 
condição de equilíbrio. Tomando como base um caso simplificado, no qual não 
levaremos em conta o setor governamental (G e T são iguais a zero), chegamos 
a seguinte conclusão:
I (r) = S (Y)
Indicamos assim a dependência do investimento em relação à taxa de juros e a 
dependência da poupança em relação ao nível de renda.
10
11
Com base nessas informações, podemos agora construir a curva IS, que 
representamos graficamente na Figura 1 abaixo:
r
r2
r1
r0
C
Y2
B
Y1
A
Y0
IS Y
A Curva IS
Renda
Ta
xa
 d
e 
Ju
ro
s
Figura 1 – Construção da Curva IS (T = G = 0)
Nas combinações taxa de juros-renda (r0, Y0), (r1, Y1) e (r2, Y2) obtemos os pontos 
(A, B, C) ao longo da curva IS.
Cada ponto na curva IS (A, B, C) representa equilíbrio no mercado de bens. 
Além disso, a curva ilustra o modo como o nível de renda de equilíbrio depende da 
taxa de juros. Percebemos também como o aumento na taxa de juros, por exemplo, 
de r0 para r1 provoca uma queda no investimento, o que implica em redução na 
renda, de Y0 para Y1, a curva IS apresenta uma inclinação negativa (descendente). 
Mas o que determinará se esta curva for muito ou pouco inclinada? Veremos mais 
a frente que o decliveda curva IS é o fator que determina a efetividade relativa das 
politicas de estabilização monetária e fiscal.
Quando a curva IS é traçada muito inclinada, indica que o investimento não 
é muito sensível a mudanças na taxa de juros, a elasticidade de demanda por 
investimento em relação aos juros é baixa. Agora, se a curva IS apresenta pouca 
inclinação, isso significa que a elasticidade de demanda por investimento em relação 
aos juros é baixa. Ver Figura 2.
O conceito de elasticidade refere-se à mudança percentual em uma variável resultante 
de uma mudança de 1% em outra variável. No caso da elasticidade da demanda por 
investimento em relação aos juros, a elasticidade é negativa. Um aumento de 1% na taxa de 
juros causará uma queda da demanda por investimento. Essa demanda será muito ou pouco 
elástica (sensível) às mudanças na taxa de juros.
Ex
pl
or
11
UNIDADE O Modelo IS – LM
IS’
Y
C
A
r1
r
r2
Y1 Y2
B
IS
Y’2
Renda
A Curva IS
Ta
xa
 d
e 
Ju
ro
s
Figura 2 - Elasticidade da Demanda de Investimento em Relação aos Juros e a Inclinação da Curva IS
Para exemplificar o que descrevemos acima, o gráfico da Figura 2 demonstra 
como seriam as curvas IS muito ou pouco elástica (sensível) a mudanças da taxa 
de juros. A curva IS (vermelha) é pouco elástica em relação a variação da taxa de 
juros, ocorre um pequeno aumento da renda (poupança) para que se estabeleça 
o equilíbrio do mercado de bens. A curva é mais inclinada. A curva IS’ (preta) é 
mais elástica (sensível) a variação da taxa de juros. O investimento aumenta num 
montante maior, com a queda da taxa de juros. Assim como a poupança e também 
a renda devem aumentar numa magnitude maior. A curva IS’ será pouco inclinada.
Equilíbrio no Mercado Monetário: A Curva LM
Vamos agora estudar a curva LM e como se dá o equilíbrio no mercado monetá-
rio. Vimos anteriormente que a curva LM representa graficamente a relação entre 
a taxa de juros e o nível de renda que ocorre no mercado por encaixes monetários 
(o dinheiro que pertence aos bancos é mantido junto ao Banco Central em forma 
de garantia ou lastro). Para que você entenda essa relação é preciso, antes de qual-
quer coisa, compreender a teoria relacionada à taxa de juros denominada teoria 
da preferência pela liquidez.
A preferência pela liquidez, segundo Keynes, determina a quantidade de moeda 
que o público deseja reter de acordo com a taxa de juros,
[...] sendo a taxa de juros, a qualquer momento, a recompensa da renúncia 
à liquidez, é uma medida de relutância dos que possuem dinheiro alienar 
o seu direito de dispor do mesmo. A taxa de juros não é o “preço” que 
equilibra a demanda de recursos para investir e a propensão de abster-se 
do consumo imediato. É o “preço” mediante o qual o desejo de manter 
a riqueza em forma líquida se concilia com a quantidade de moeda 
disponível. Isso implica que, se a taxa de juros fosse menor, isto é, se a 
recompensa da renúncia à liquidez se reduzisse, o montante agregado de 
moeda que o público desejaria conservar excederia a oferta disponível 
12
13
e que, se a taxa de juros se elevasse, haveria um excedente de moeda 
que ninguém estaria disposto a reter. Se esta explicação for correta, 
a quantidade de moeda é outro fator que, aliado à preferência pela 
liquidez, determina a taxa corrente de juros em certas circunstâncias. A 
preferência pela liquidez é uma potencialidade ou tendência funcional 
que fixa a quantidade de moeda que o público reterá quando a taxa de 
juros for dada. (KEYNES, 1996, 174)
Dessa forma, tendo como base a teoria da preferência por liquidez, podemos 
explicar o que determina a taxa de juros, e a partir dessa teoria podemos derivar 
a curva LM.
Em síntese, uma renda alta implica em gasto alto, as pessoas se envolvem em 
um maior número de transações que exigem o uso de moeda. Portanto, de acordo 
com a teoria da preferência pela liquidez, uma renda mais alta acarreta uma taxa de 
juros mais alta, isso porque a oferta de encaixes monetários permanecerá inalterada 
provocando o aumento da taxa de juros.
Vejamos como podemos ilustrar essa relação com base no gráfico da 
Figura 3 abaixo:
Encaixes monetários
reais, M/P
Ta
xa
 d
e 
Ju
ro
s
Renda, produto, Y
Aumento na renda, aumenta
a demanda por moeda.
LM
B
Y2
A
r1
r1
r2
r r
r2
L(r2 ,Y2)
L(r1 ,Y1)
Y1M/P
a) O Mercado de Encaixes Monetários Reais b) A Curva LM
Figura 3
Fonte: MANKIW, 2008
Derivando a Curva LM: O painel (a) apresenta o mercado de encaixes monetários 
reais, um crescimento na renda, de Y1 para Y2, faz crescer a demanda por moeda e, 
por conseguinte, faz crescer a taxa de juros, de r1 para r2. O painel (b) apresenta a 
curva LM, sintetizando essa relação entre a taxa de juros e a renda, quanto mais alto 
o nível de renda, maior a taxa de juros. (MANKIW, p. 218, 2008)
A curva LM, ilustrada na Figura 3, sintetiza a relação entre o nível de renda e a 
taxa de juros. Cada ponto na curva LM (A e B), por exemplo, representa equilíbrio 
no mercado monetário, e a curva ilustra no modelo como a taxa de juros de 
equilíbrio depende do nível de renda. Quanto mais alto o nível de renda, maior a 
demanda por encaixes monetários reais, maior a taxa de juros de equilíbrio. Por 
essa razão, a curva LM tem inclinação ascendente (positiva).
13
UNIDADE O Modelo IS – LM
Equilíbrio no Mercado de Bens e Serviços e 
no Mercado Monetário
Como já vimos, a curva IS tem inclinação negativa e mostra todos os pontos de 
equilíbrio no mercado de bens, já a curva LM tem inclinação positiva e nos mostra 
todos os pontos de equilíbrio no mercado monetário. Agora vamos combinar essas 
duas curvas, IS e LM. O ponto de intersecção entre as duas curvas (E) é o único 
ponto de equilíbrio geral para ambos os mercados. Todos os pontos fora dessa 
intersecção indica algum tipo de desequilíbrio.
A Figura 4 abaixo ilustra graficamente essa combinação:
r
A
D
Renda
Ta
xa
 d
e 
Ju
ro
s
B
C 
Y 
Y0 
IS
F
E
LM
r0
Figura 4 - Ajuste ao Equilíbrio no Modelo das Curvas IS -LM
O ponto de intersecção (E) das curvas IS e LM representa a combinação da taxa 
de juros e a renda (r0 e Y0), que produz o equilíbrio tanto para o mercado de bens 
quanto para o mercado monetário.
Importante a compreensão desse equilíbrio no modelo IS–LM se levarmos em 
consideração as razões pelas quais os pontos fora da intersecção das duas curvas 
não são pontos de equilíbrio e o que cada um desses pontos quer nos dizer.
Os pontos acima da curva LM indicam que há um excesso de oferta de moeda. 
A renda associada a qualquer dos pontos A ou B (Figura 4), a taxa de juros 
correspondente é excessivamente alta para o equilíbrio do mercado monetário. 
Há um excesso de oferta de moeda, com isso há pressão de baixa sobre a taxa 
de juros. Por outro lado, nos pontos abaixo da curva LM, por exemplo, C e D, 
haverá excesso de demanda por moeda, e consequentemente, pressão de alta 
sobre a taxa de juros.
14
15
Agora, nossa referência será a curva IS, sendo agora observados os pontos B 
e C, que estão à direita da curva IS, a produção excederá a demanda agregada, 
ou da mesma forma, o valor da poupança somado aos impostos excederá o do 
investimento somado aos gastos do governo. Há, portanto um excesso de oferta 
de bens, consequentemente uma pressão sobre a produção. Por outro lado, nos 
pontos que ficam à esquerda da curva IS, pontos A e D, a produção está abaixo 
do nível que equilibra o mercado de bens. Há um excesso de demanda por bens, 
haverá, portanto, pressão para aumento da produção.
Um ponto na curva IS, por exemplo, o ponto F, representa equilíbrio no 
mercado de bens, mas, ao mesmo tempo, um ponto ao longo da curva IS que 
não seja o ponto E, resulta em desequilíbrio no mercado monetário. Já um ponto 
ao longo da curva LM, indica equilíbrio no mercado monetário, no entanto, com 
exceção do ponto E, qualquer outro ponto ao longo da curva LM implica em 
desequilíbrio, ou seja, aplica-se a lógica do ponto acima ou abaixo da curva IS.
Demanda Agregada no ModeloIS-LM
A curva da demanda agregada sintetiza os resultados do modelo IS-LM, 
mostrando a renda de equilíbrio em qualquer nível de preços determinado. A curva 
da demanda agregada tem inclinação negativa, uma vez que o nível de preços mais 
baixo faz crescer a quantidade de encaixes monetários reais, reduz a taxa de juros, 
estimula o gasto com investimento e, com isso, faz crescer a renda de equilíbrio.
Agora, substituiremos a teoria quantitativa pelo modelo IS–LM para explicar os 
determinantes de demanda agregada. Nesse modelo a renda nacional cai à medida 
que o nível de preços cresce, isso explica por que a curva da demanda agregada 
tem inclinação negativa e nos mostra o conjunto de pontos de equilíbrio que surge 
no modelo IS–LM à medida que variamos o nível de preços e verificamos o que 
acontece com a renda. 
Na Figura 5, derivamos a curva de demanda agregada com o modelo IS-LM 
para facilitar a compreensão do que definimos acima.
Figura 5
15
UNIDADE O Modelo IS – LM
Derivando a Curva da Demanda Agregada com o Modelo IS-LM. O painel (a) mostra 
o modelo IS-LM um aumento no nível de preços, de P1 para P2, diminui os encaixes 
monetários reais e, por conseguinte, desloca a curva LM para cima. O deslocamento 
da curva LM diminui a renda, de Y1 para Y2. O painel (b) mostra a curva de demanda 
agregada, sintetizando essa relação entre o nível de preços e a renda, quanto mais 
alto o nível de preços, mais baixo o nível de renda. (MANKIW, p. 232, 2008)
Em síntese, quando ocorre uma variação no modelo IS–LM em decorrência 
de uma variação no nível de preços representa um movimento ao longo da 
curva da demanda agregada. Uma variação na renda nesse mesmo modelo, 
para um determinado nível de preços provoca um deslocamento na curva da 
demanda agregada. 
Interação Demanda Agregada e Oferta 
Agregada no Modelo IS-LM 
O modelo de Demanda Agregada (DA) e Oferta Agregada (OA) e o Modelo 
IS–LM podem ser considerados modelos equivalentes. Ambos são baseados nas 
mesmas premissas sobre o comportamento e ajuste de preços e quando utilizados 
para analisar os efeitos de vários choques na economia dão as mesmas respostas.
O modelo IS–LM relaciona a taxa de juros real ao produto, já o modelo 
DA–OA relaciona o nível de preços ao produto. A escolha de um modelo ou 
outro dependerá sempre da variável que queremos analisar expressando a maior 
aproximação possível da realidade. Portanto, se tratamos de assuntos relacionados 
ao comportamento da taxa de juros real será crucial utilizarmos o modelo IS–LM. 
Por outro lado, assuntos relacionados ao nível de preços ou inflação, o uso do 
modelo DA–OA é mais conveniente. A escolha da estrutura IS–LM ou da estrutura 
DA–OA é uma questão de conveniência, os dois modelos expressam a mesma 
teoria macroeconômica básica.
Curva de Demanda Agregada
A curva de demanda agregada representa a relação entre quantidade agregada 
de bens demandados, Cd + Id + G e o nível de preços P, e tem inclinação negativa, 
assim como a demanda por um produto único. O que diferencia uma curva da 
outra e que é muito importante: demanda por um produto, por exemplo, batata, 
relaciona a demanda por esse produto com o preço desse produto em relação 
aos preços de outros bens. Já a curva DA relaciona a quantidade agregada de 
produto demandada ao nível geral de preço.
Destaque-se que, para um dado nível de preços, a quantidade agregada de 
produto que as famílias, as empresas e o governo decidem demandar é onde a 
curva IS e a curva LM se cruzam. 
16
17
Como a demanda agregada é determinada pela interseção entre as curvas IS 
e LM, mantido o nível de preços constante, qualquer fator que desloque para a 
direita esse ponto de interseção entre as curvas IS e LM eleva a demanda agregada 
e desloca a curva DA para cima e para a direita. Assim como, qualquer fator que 
desloque para a esquerda o ponto de interseção entre as curvas IS e LM, desloca a 
curva DA para baixo e para a esquerda.
Na Figura 6, a curva DA tem inclinação negativa porque um aumento no nível 
de preços reduz a oferta real de moeda deslocando a curva LM para cima e para a 
esquerda; a redução na oferta real de moeda eleva a taxa de juros real, reduzindo 
a demanda de famílias e empresas por bens. Os pontos E e F na Figura 6a 
corresponde respectivamente aos pontos E e F na Figura 6b.
LM2(P=P2)
LM2(P=P1)
Y2 Y1
F
E
IS
r
2
r
1
(a) IS-LM
(b) Curva de demanda agredada
Ta
xa
 d
e j
ur
os
 re
al
 r
Ni
ve
l d
e p
re
ço
s, 
P
Produto, Y
Produto, Y
F
E
DA
Y2 Y1
P1
P2
Figura 6
Fonte: ABEL, BERNANKE e CROUSHORE, 2008
Curva de Oferta Agregada
A curva de oferta agregada mostra a relação entre o nível de preços e a 
quantidade agregada de produtos que as empresas ofertam. Importante salientar 
que no modelo IS–LM destacamos a premissa de que as empresas se comportam 
de forma diferente no curto prazo e no longo prazo.
Segundo essa premissa com os preços fixos no curto prazo, é que as empresas 
ofertam a quantidade de produto demandada a esse nível de preços fixos. Assim a 
curva de oferta agregada de curto prazo OACP é uma linha horizontal.
17
UNIDADE O Modelo IS – LM
No longo prazo, preços e salários se ajustam para equilibrar todos os mercados 
na economia. As empresas ofertam Y para qualquer nível de preços e, assim a 
curva de oferta agregada de longo prazo OALP é uma linha vertical em Y = Y 
como mostra a Figura 7.
Figura 7
Fonte: ABEL, BERNANKE e CROUSHORE, 2008
Qualquer fator que aumente o pleno emprego do produto, Y, desloca a curva 
OALP para a direita e qualquer fator que reduza Y desloca a curva OALP para a 
esquerda. Sendo assim, qualquer alteração que desloque a linha de pleno emprego 
para a direita no diagrama IS–LM também desloca a curva OALP para a direita.
Políticas Monetária e Fiscal no Modelo IS-LM
Vamos iniciar nossos estudos relacionados às políticas econômicas estabelecen-
do algumas relações que nos facilitarão compreender os resultados proporcionados 
por dois instrumentos dessas políticas, o monetário e o fiscal que podem ser utiliza-
dos para afetar o nível de renda. A “eficácia”, ou seja, o tamanho do efeito sobre a 
renda de uma determinada mudança na variável de política econômica (monetária 
ou fiscal) depende das inclinações das curvas IS e LM. A tabela abaixo nos possibi-
lita visualizar os efeitos dessas ações.
M, estoque de moeda; G, nível de gastos do governo; T, impostos. O sinal + indica que uma mudança no 
instrumento de política faz com que a variável nessa coluna (Y ou r) se mova na mesma direção. O sinal - 
indica o oposto. 
Efeitos das Variáveis das Políticas Monetária e Fiscal
Efeito de M G F
Sobre Y + + -
Sobre r - + -
(FROYEN, p.178, 2005)
Em primeiro lugar vamos analisar os efeitos da política monetária com base em três 
situações de inclinação da curva IS, ou seja, muito inclinada, pouco inclinada e vertical.
18
19
No caso da curva IS muito inclinada (baixa elasticidade da demanda por 
investimentos em relação aos juros), Figura 8a, observamos que a política 
monetária é relativamente ineficaz. A renda aumenta muito pouco como resultado 
do aumento do estoque de moeda e a curva LM desloca-se de LM0 para LM1. No 
caso da Figura 8b, a curva IS está bem menos inclinada, refletindo uma maior 
elasticidade da demanda por investimentos em relação aos juros. Verificamos 
nesse caso que a política monetária torna-se mais eficaz. Agora simulando um caso 
extremo, a curva IS vertical, Figura 8c investimento completamente insensível 
às variações da taxa de juros (elasticidade zero). O efeito do aumento do estoque 
de moeda simplesmente deslocará a curva LM para baixo ao longo da curva IS, 
ou seja, nesse caso o investimento não é afetado pela política monetária, não 
depende da taxa de juros.
Importante!
Quanto maior for a inclinação da curva IS, mais nos aproximamos desse caso extremo, e 
a política monetária será menos efi caz.
Importante!
Figura 8
Fonte: FROYEN, 2005
19
UNIDADE O Modelo IS – LM
Agora, vamos analisar osefeitos da política fiscal com base nas mesmas três 
situações de inclinação da curva IS, ou seja, muito inclinada, pouco inclinada e vertical.
Nos casos mostrados nas Figuras 9a e 9b, o aumento nos gastos do governo, 
seja a curva IS muito ou pouco inclinada, em ambos os casos, esta se desloca 
de IS0 para IS1. A distância horizontal, ΔG (1/1-b), é a mesma nos dois casos, 
podemos deduzir que a magnitude do impacto da política é igual em ambos os 
casos. Observamos nos gráficos que a política fiscal é muito mais eficaz quando a 
curva IS é mais inclinada, Figura 9a. 
A curva IS muito inclinada ocorre quando o investimento, como vimos, é 
relativamente inelástico aos juros, com isso maior será o efeito de uma determinada 
política fiscal.
“Qual a importância desse efeito no investimento, em geral chamado 
de crowding out (ou efeito deslocamento)? Um fator que determina a 
importância desse deslocamento no investimento privado é a inclinação 
da curva IS.”(FROYEN, p. 183, 2005).
No caso da curva IS vertical, como mostrado na Figura 9c, o investimento é 
completamente sensível aos juros. O aumento dos gastos do governo faz subir a 
taxa de juros, mas não interfere nos investimentos.
a. Curva IS muito inclinada b. Curva IS pouco inclinada
20
21
c. Curva IS pouco inclinada
Figura 9
Fonte:FROYEN, 2005
O Efeito da Política Fiscal e a Inclinação da Curva IS
Comparando os resultados das duas políticas tratadas acima, verificamos que 
a política fiscal é mais eficaz quando a curva IS é muito inclinada (elasticidade da 
demanda por investimento em relação a juros é baixa), por outro lado, a política 
monetária é mais eficaz quando a curva IS é pouco inclinada (elasticidade da 
demanda por investimento em relação aos juros é alta). 
Agora, nosso foco será a inclinação da curva LM, sabemos que essa inclinação 
depende da elasticidade da demanda por moeda em relação aos juros. Veremos 
agora como a eficácia das políticas monetária e fiscal depende da inclinação da 
curva LM, ou seja, da elasticidade da demanda por moeda em relação aos juros.
Na Figura 10, ilustramos os efeitos do aumento na quantidade de moeda em 
relação à inclinação da curva LM, muito ou pouco inclinada ou vertical. Nos 
casos exemplificados, supomos que o aumento no estoque de moeda desloque a 
curva LM, de LM1 para LM0. A inclinação da curva IS é a mesma em todos os 
gráficos. Nos três casos, o aumento no estoque de moeda desloca a curva LM a 
uma distância (∆M/c1) igual, de LM0 para LM1.
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UNIDADE O Modelo IS – LM
No gráfico da Figura 10ª, onde a curva LM é relativamente pouco inclinada, 
a política monetária é menos eficaz (a elasticidade da demanda por moeda em 
relação aos juros é alta). O efeito sobre a renda do aumento no estoque de moeda 
é sucessivamente maior quando consideramos a Figura 10b, caso em que a 
elasticidade da demanda por moeda em relação aos juros é menor, e depois a 
Figura 10c, onde a elasticidade da demanda por moeda em relação aos juros é 
zero, ou seja, a curva LM é vertical.
Figura 10
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A tabela abaixo faz um resumo dos efeitos das Políticas Fiscal e Monetária no 
contexto do Modelo IS–LM. 
Efeitos das Políticas Fiscal e Monetária
Deslocamento de IS Deslocamento de LM Mudança no produto
Mudança na taxa 
de juros
Aumentos dos 
impostos esquerda nenhum diminui diminui
Diminuição dos 
impostos direita nenhum aumenta aumenta
Aumento dos gastos do 
governo direita nenhum aumenta aumenta
Diminuição dos gastos 
do governo esquerda nenhum diminui diminui
Aumento da moeda nenhum para baixo aumenta diminui
Diminuição da moeda nenhum para cima diminui aumenta
Fonte: BLANCHARD, 2007
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UNIDADE O Modelo IS – LM
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Macroeconomia
ABEL, B. A; BERNANKE, B. S.; CROUSHORE, D. Macroeconomia. 6. ed. São 
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. 
 Leitura
IS-LM: uma história?
ANDRADE, A. A. S. & MAGALHÃES, M. A. IS-LM: uma história? v. 24, nº 4.,São 
Paulo: Revista de Economia Política, out./dez. 2004.
https://goo.gl/W61Yo5
As primeiras impressões de Hicks sobre a Teoria Geral
SOROMENHO, J. E. de C. As primeiras impressões de Hicks sobre a Teoria Geral. v. 
34, nº 2, São Paulo: Revista de Eco. Pol., pp. 327-343, abr./jun. 2014.
https://goo.gl/cRrrSU
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Referências
BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia. 4. ed. São Paulo: Pearson Prentice 
Hall, 2007.
FROYEN, Richard T. Macroeconomia. 5. ed. São Paulo-SP: Saraiva, 2005.
KEYNES, John Maynard. A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. São 
Paulo: Nova Cultural, 1996.
LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, M. A. S. Manual de Macroeconomia: Nivel 
Básico e Nível Intermediário. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
MANKIW, N. Gregory. Macroeconomia. 6. ed. ,Rio de Janeiro: LTC-Livros 
Técnicos e Científicos, 2008.
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Cruzeiro do Sul 
Educacional

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