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Achados clínicos e laboratoriais do aborto Ameaça de abortamento Quadro clínico: Sangramento vaginal em pequena quantidade, acompanhado ou não de dor em cólica na região hipogástrica; Não existem sinais de infecção; Exame ginecológico: Colo do útero encontra-se fechado; Tamanho do útero é compatível com o atraso menstrual; Ultrassonografia: Apresenta-se normal, com feto vivo; Presença de hematoma subcoriônico (caracteriza-se pelo acúmulo de sangue na membrana córion, que fica situada entre o útero e a placenta) em cerca de 4 a 40% dos casos de ameaça de abortamento; Beta HCG: Dosagens seriadas monitorizar a evolução; Em uma gravidez viável, ocorre o aumento do Beta HCG, ou seja, em casos de abortamento, o Beta HCH diminuirá. Abortamento em curso Quadro clínico: Sangramento moderado ou intenso, acompanhado de dor abdominal em cólica, geralmente de forte intensidade; No exame físico, dependendo da intensidade da hemorragia, podem aparecer: anemia, taquicardia e hipotensão arterial; OBS.: Quadro clínico é inconfundível, dispensa exames complementares; Exame especular: Observa-se sangramento ativo proveniente do canal cervical, geralmente com presença de restos dos produtos da concepção; Exame de toque vaginal: Orifício interno do colo uterino encontra- se dilatado; Ultrassonografia: Descolamento ovular com saco gestacional em posição baixa; Dilatação cervical. Abortamento completo Quadro clínico: Se ocorre no primeiro trimestre, principalmente nas 10 semanas iniciais, é comum a expulsão completa dos produtos da concepção; Útero se contrai rapidamente sangramento, juntamente às cólicas, diminui de intensidade; Orifício interno do colo uterino tende a fechar-se em poucas horas; Ultrassonografia: Pode não haver evidência de conteúdo uterino algumas vezes, porém, observa-se mínima quantidade de conteúdo heterogêneo e líquido; Apesar da falta de consenso, a medida da espessura endometrial inferior a 15 mm ao corte longitudinal mediano do útero à ultrassonografia transvaginal tem sido considerada indicativa de abortamento completo por vários autores. Abortamento incompleto Quadro clínico: Ocorre a eliminação parcial dos produtos da concepção; Sangramento vaginal persiste e, por vezes, torna-se intermitente sangramento maior intensidade que a ameaça de abortamento; O útero, amolecido, tem volume aumentado, mas o escoamento do líquido amniótico e, comumente do feto, reduz suas dimensões, que não são as previstas pela idade da gravidez; Exame de toque: Orifício interno do colo do útero geralmente se encontra pérvio em alguns casos, pode se apresentar fechado; Ultrassonografia: Observa-se a presença de conteúdo intrauterino de aspecto amorfo e heterogêneo, com presença ou não de líquido; Medida da espessura endometrial ao corte longitudinal mediano do útero acima de 15 mm indicativo de abortamento incompleto. Aborto retido Quadro clínico: Geralmente as pacientes relatam cessação dos sintomas associados à gravidez (náuseas, vômitos, ingurgitamento mamário); Pode ocorrer sangramento vaginal na maioria das vezes em pequena quantidade; Volume uterino é menor do que o esperado para a idade gestacional; Em retenções prolongadas do ovo morto (> 4 semanas), os distúrbios de hemocoagulação constituem a complicação mais temida; Exame de toque: Colo uterino encontra-se fechado; Ultrassonografia transvaginal: Ausência de vesícula vitelínica com diâmetro interno médio do saco gestacional superior a 8 mm; Não visualização de embrião, com diâmetro interno médio do saco gestacional acima de 16 mm; Medida isolada do maior diâmetro do saco gestacional acima de 20 mm com ausência de visualização de embrião; OBS.: Muitas vezes, para confirmação diagnóstica, é necessária a repetição da ultrassonografia no prazo de uma semana; Beta HCG: Apresenta níveis decrescentes. Abortamento infectado Há sempre antecedentes que a anamnese esclarece: Abortamento incompleto; Manipulação instrumental cavitária; Introdução de sondas; Laminárias; Quadro clínico (depende do grau de comprometimento da paciente): Endomiemetrite (infecção que se inicia no útero): Hipertermia; Sangramento vaginal discreto (pode ser acompanhado de saída de material purulento oriundo do canal cervical); Dores abdominais em cólica; Útero doloroso à palpação; Pelviperitonite (infecção progride, está localizada no miométrio, nos paramétrios e anexos, comprometendo o peritônio pélvico): Sangue escorre mesclado a líquido sanioso, cujo odor é fecaloide, com presença de anaeróbios; Temperatura em torno de 39°C; Estado geral afetado, com taquicardia, desidratação, paresia intestinal, anemia; Dores constantes e espontâneas; Exame pélvico praticamente impossível presença de dor; Útero amolecido, mobilidade reduzida e paramétrios empastados; Colo costuma ser entreaberto; Peritonite (forma extremamente grave, da infecção generalizada): Temperatura elevada (nem sempre); Pulso rápido, filiforme; Hipotensão arterial; Abdome distendido; Desidratação acentuada; Oligúria e icterícia; Pode conduzir à infecção renal aguda; Toque vaginal: Colo uterino pérvio e doloroso à mobilização; Exame especular: Saída de material purulento proveniente do canal cervical; Presença de lacerações cervicais (denunciadoras de abortamento feito de maneira clandestina). Abortamento habitual Perda espontânea e consecutiva de três ou mais gestações antes da 22ª semana; Diagnóstico baseado na história clínica; Presença de afunilamento do colo uterino.
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