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Alice Bastos Mecanismo de ação dos métodos contraceptivos Anticoncepcionais orais combinados São aqueles que contêm estrogênio e progestagênio no mesmo comprimido; Principal mecanismo de ação: pílulas combinadas agem bloqueando a ovulação (bloqueio gonadotrópico); Progestagênios + estrogênios = inibição do pico de hormônio luteinizante (responsável pela ovulação); Efeitos acessórios: Mudança do muco cervical (torna mais difícil a ascensão dos espermatozoides); Diminuição dos movimentos das trompas; Transformação inadequada do endométrio. Anel vaginal anticoncepcional Método contraceptivo hormonal combinado constituído de um anel flexível e transparente feito de evatane, que contém 2,7 mg de etinil estradiol e 11,7 mg de etonogestrel distribuídos uniformemente; Principal mecanismo de ação: inibição da ovulação; O etonogestrel age suprimindo a maturação folicular e a ovulação; Ocorre a inibição do eixo hipotálamo-hipófise- ovariano pela presença de hormônio exógeno (retroalimentação negativa); Mecanismo secundário: alteração do muco cervical; Este se torna mais espesso e desfavorável à penetração dos espermatozoides. Adesivo transdérmico Principal mecanismo de ação: inibição das gonadotrofinas e, consequentemente, da ovulação; Progestagênio: inibe a secreção de LH, bloqueando o pico necessário para a ovulação; Estrogênio: age sobre o FSH, impedindo o desenvolvimento folicular e a emergência do folículo dominante; Mecanismos secundários: Estabilização do endométrio, evitando a descamação irregular; Potencializar a ação do progestagênio, através do aumento dos receptores intracelulares para este hormônio; OBS.: Como resultado da ação do progestagênio, o endométrio fica atrófico (não receptivo à nidação), o muco cervical é espesso e hostil à ascensão dos espermatozoides e o transporte tubário do óvulo é prejudicado. Alice Bastos Injetáveis mensais combinados Possuem estrogênio natural associado ao progestagênio; Progestagênio: Inibe a produção e liberação do LH, impedindo assim a ovulação; Atua na motilidade tubária; Atua no aumento da espessura do muco cervical dificultando a ascensão dos espermatozoides; Induz a atrofia endometrial, tornando o endométrio hostil a implantação; Estrogênio: Inibe a produção e liberação do FSH, impedindo o crescimento folicular; Ajuda a estabilizar o endométrio, proporcionando ciclos menstruais previsíveis. Pílulas de progestagênios Pílulas só de progestagênios (ou minipílulas); Mecanismo de ação: Espessamento do muco cervical (impedindo a progressão do espermatozoide); Redução da motilidade tubária; Atrofia endometrial; OBS.: algumas preparações podem promover a inibição da ovulação, dependendo da dose e do tipo de progestagênio; A pílula contendo desogestrel 75 mcg/dia suprime a ovulação em quase todos os ciclos. Contraceptivos injetáveis contendo apenas progestagênios São preparações de liberação lenta com duração de dois a três meses; O mais utilizado e estudado é o AMP-D (acetato de medroxiprogesterona de depósito) intramuscular trimestral; Mecanismo de ação do AMP-D: Altera a espessura endometrial; Espessa o muco cervical; Bloqueia o pico do hormônio luteinizante (LH), evitando a ovulação; O início da ação contraceptiva do AMP-D ocorre dentro de 24 horas após a injeção e é mantida por até 14 semanas; OBS.: os efeitos da AMP-D demoram de seis a oito meses para desaparecer após a última injeção. Implante contraceptivo subdérmico Coloca-se o hormônio anticoncepcional dentro de um tubo de um tipo especial de silicone e mescla-se o hormônio com este polímero para formar um cilindro sólido que é coberto por uma capa fina do mesmo material, para regular a liberação do esteroide; Principal mecanismo de ação: disfunção ovulatória (incluindo anovulação, com ou sem luteinização do folículo não rompido, e ovulação com defeito da fase lútea); Mecanismos secundários: o etonogestrel utilizado sob a forma de implante possui efeitos endometriais, pois a uma ação direta do progestagênio sobre os sítios alvo progestacionais do endométrio e há uma ação indireta, via eixo hipotálamo-hipofisário-ovariano; O progestagênio modifica as funções angiogênicas endomeriais, com reflexo sobre a vasculatura endometrial e também é capaz de modificar a histologia e a densidade endometrial; O progestagênio também possui efeito sobre o muco cervical, bloqueando o transporte espermático através do muco cervical. Alice Bastos Dispositivos intrauterinos Consistem em objeto sólido de formato variável que é inserido através do colo uterino na cavidade uterina; Podem ser classificados em três tipos principais: não medicados, medicados ou de cobre e hormonais; Principal mecanismo de ação: prevenção da fertilização; DIU não medicado: depende de uma reação de corpo estranho para sua ação contraceptiva; Uma reação inflamatória estéril que produz lesão tecidual mínima; A lesão tecidual é suficiente para ser espermicida (imobiliza e destrói os espermatozoides); DIU de cobre (consiste em um fio de prata corado com cobre): a presença de um corpo estranho e de cobre na cavidade endometrial causa mudanças bioquímicas e morfológicas no endométrio, além de produzir modificações no muco cervical; É associado à resposta inflamatória aumentada com acréscimo de citocinas citotóxicas O cobre é responsável pela produção de prostaglandinas e pela inibição de enzimas endometriais, afetando o transporte de esperma e prevenindo a fertilização; OBS. 1: Os íons de cobre também afetam a motilidade espermática, reduzindo a capacidade de penetração no muco cervical; OBS. 2: A ovulação não é afetada em usuárias do DIU de cobre. Sistema intrauterino liberador de levonorgestrel Possui um reservatório com 52 mg levonorgestrel, mede 32 mm de comprimento e libera 20 µg de levonorgestrel por dia; Principais mecanismos de ação: Muco cervical espesso e hostil à penetração do espermatozoides, inibindo a sua motilidade no colo, no endométrio e nas tubas uterinas, prevenindo a fertilização; Alta concentração de levonorgestrel no endométrio, impedindo a resposta ao estradiol circulante; Forte efeito antiproliferativo no endométrio; Inibição da atividade mitótica no endométrio; Mantém a produção estrogênica, o que possibilita uma boa lubrificação vaginal. Métodos de barreira Bloqueiam a ascensão dos espermatozoides para a cavidade uterina, impedindo a fecundação; Podem ser classificados quanto ao seu mecanismo de ação principal: Barreira mecânica: preservativo masculino e feminino; Barreira química: espermaticidas e esponjas; Barreira mista: diafragma e capuz cervical; Mecânica Preservativo feminino e masculino: são utilizados antes do coito com a finalidade de impedir que o pênis e o sêmen entrem em contato direto com a mucosa genital feminina, evitando, consequentemente, a fertilização. Alice Bastos Química As esponjas são dispositivos pequenos, macios e circulares de poliuretano contendo espermaticida, colocado no fundo da vagina recobrindo o colo uterino; Funciona como um método anticoncepcional de barreira cervical, impedindo a ascensão do espermatozoide da vagina para a cavidade uterina; Espermicidas são substâncias que recobrem a vagina e o colo do útero, bloqueando a passagem dos espermatozoides pelo canal cervical, impedindo sua ascensão em direção ao ovócito para fecundação; Dissolvem os componentes lipídicos da membrana celular dos espermatozoides, provocando inativação ou morte. Mista Diafragma é um dispositivo vaginal de anticoncepção, que consiste em um capuz macio de borracha, côncavo, com borda flexível que cobre parteda parede vaginal anterior e o colo uterino, servindo como uma barreira mecânica à ascensão do espermatozoide da vagina para o útero; O capuz cervical é um dispositivo menor que o diafragma, que recobre e adere ao colo do útero e é usado junto com espermicidas que funcionam como métodos anticoncepcionais de barreira cervical. Métodos baseados na percepção da fertilidade Fundamentam-se no ciclo menstrual da mulher e nas características biológicas da reprodução humana, que permitem a identificação de um período específico em que existe a possibilidade de fecundação; Mecanismo de ação: a mulher observa seu ciclo menstrual e características como o muco cervical, temperatura basal e outros sinais e sintomas, evitando relações sexuais durante a ovulação/período fértil. Método de lactância com amenorreia Fundamenta-se na hiperprolactinemia (níveis elevados de prolactina) existente em resposta ao estímulo da sucção da amamentação; Consequentemente, os níveis de FSH e LH ficam insuficientes para estimular o desenvolvimento dos folículos ovarianos. Esterilização cirúrgica Processo que visa impedir, por ato cirúrgico e de forma definitiva, a concepção. Esterilização cirúrgica masculina É feita por corte e selagem ou amarrando o canal deferente (tubo que transporta o esperma dos testículos para o pênis). Alice Bastos Esterilização cirúrgica feminina É feita por corte, selagem ou bloqueio das tubas uterinas que carregam o óvulo dos ovários para o útero. Anticoncepção de emergência Método de Yuzpe: consiste na ingestão de duas doses de 100 mcg de etinilestradiol e 500 mcg de levonorgestrel em duas tomadas, com intervalo de 12 horas; Contraceptivo com levonorgestrel isolado: usa-se o levonorgestrel na dose de 1,5 mg em dose única ou fracionada em duas tomadas, com intervalo de 12 horas; O mecanismo de ação varia de acordo com o momento do ciclo menstrual em que a contracepção de emergência é administrada; Primeira fase do ciclo (antes do pico do LH): a contracepção de emergência altera o crescimento folicular, impedindo ou retardando a ovulação por muitos dias; Segunda fase do ciclo (após ocorrida a ovulação): a contracepção de emergência atua para impedir a fecundação, dessa forma, altera o transporte dos espermatozoides e do óvulo pela tuba uterina, modificando o muco cervical (este torna-se hostil à espermomigração) e interferindo na capacidade espermática.
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