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Trabalho de Fonética e Fonologia

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ANÁLISE DE DESVIOS ORTOGRÁFICOS EM REDAÇÃO 
 
 
STEFANY SILVA DO NASCIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FOZ DO IGUAÇU 
2014 
 
 
Introdução 
 
O presente trabalho pretende, no primeiro momento, apontar a significância da 
fonética e da fonologia em uma das fases mais importantes – se não a mais relevante – na 
trajetória percorrida por educandos: a alfabetização. 
O ato de alfabetizar não se restringe apenas em ensinar ao alfabetizando o código da 
escrita, visto que o funcionamento e a estrutura da língua – logros que pretendem ser 
alcançados em tal processo - são dois objetivos concomitantes. 
No atual sistema de ensino há em circulação um modelo que serve de guia para o 
ensino e, consequentemente, para a aprendizagem. Tal molde está embasado em uma 
aquisição do sistema de signo de maneira individual e com representação fonêmica única. 
Sendo assim, no momento em que o alfabetizando escuta uma palavra e a transcreve 
graficamente para o papel, há certa complicação que é resultante do fato do educando não 
saber a variação de certo fonema em um ambiente que, até então, é desconhecido. 
A parte sonora da língua desempenha uma função de extrema importância no processo 
de alfabetização, dado que os alfabetizadores fazem uso da transição de tais sons para 
ensinarem seus alunos a desenvolver a técnica da escrita. Todavia, um dos fatores que causa 
maiores desvios e dificuldades para o indivíduo que está em fase de ser alfabetizado é o fato 
das letras, em sua maioria, não possuírem um único som. 
O aspecto escrito da língua é aprendido a partir da modalidade oral; a alfabetização é 
um processo que, muitas vezes, mostra ser necessária uma homogeneização da língua, embora 
saibamos que a língua não é e não pode adquirir tal característica. 
A fonética e a fonologia proporcionam a ocorrência do reconhecimento das variantes 
do português falado discernido do português escrito. As análises fonética e fonológica podem, 
também, evidenciar quais os tipos de obstáculos com quais o aprendiz poderá se deparar ao 
ser alfabetizado ao tentar estabelecer as relações entre fonemas e grafemas. 
No segundo momento, será apresentada uma redação escrita por um alfabetizando, e a 
respectiva análise que foi realizada após as aulas da disciplina de Fonética e Fonologia, 
ministradas pela professora doutoranda Sílvia Letícia Matievicz Pereira, no curso de Letras da 
Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste, no campus de Foz do Iguaçu; em que 
discutimos a importância da fonética e da fonologia o processo que envolve alfabetizador e 
alfabetizando. 
Sendo tal análise o objetivo central do presente trabalho, no terceiro momento serão 
apresentadas as conclusões finais, em que mostraremos os resultados obtidos. 
 
Objeto de análise 
 
No presente trabalho, realizaremos a análise de uma redação escrita por um aluno do 
segundo ano do Ensino Fundamental I, estudante da Escola Municipal Dr. Dirceu Lopes, 
localizada na cidade de Foz do Iguaçu/PR, levando em consideração os três tipos de falhas – 
falhas de primeira ordem, falhas de segunda ordem e falhas de terceira ordem. 
A redação foi elaborada a pedido da professora da turma, que desenvolveu tal 
atividade alguns dias antes da comemoração do Dia das Crianças, pedindo aos alunos que 
descrevessem o que gostariam de receber de presente na data comemorativa. 
 Apresentamos abaixo a redação:1 
1.O presente 
2. Eu ia gostadi ganhar un carrinho de corrida azul que amda bem rrápido e ganha do 
carrinho do meu irmão. 
3. No otro dia das criançapidi pro meu pai mi dar un elicopiteromais* ele não deu. 
4. Minha vó mi deu uma camizeta do Ben 10. Mais eu fiquei brabo porque eu 5. 
queria mesmo um elicopitero. 
6. Quero esse ano ganha o que eu pedi que é un carrinho de corrida azul que corre ben 
rrápido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Apresentamos as linhas enumeradas para uma melhor compreensão e dispomos os desvios de tal maneira: 
Expressões em negrito representam os desvios encontrados; expressões sublinhadas representam desvios de 
concordância; a expressão mais (linha 4) apresenta o símbolo *, pois é uma forma de escrita válida; entretanto, 
há alteração em seu significado. 
 
Análise 
 
Na língua portuguesa escrita, ao se escrever, principalmente na alfabetização, pode-se 
ocorrer deslizes. Esses erros podem ser classificados em três ordens: 
1a Ordem: Acontece quando há a supressão de uma letra; inversão de uma 
determinada letra ou ainda a troca de uma letra onde ocorra a mudança do som produzido. 
2a Ordem: Dá-se cada vez que se troca uma letra, porém não há uma mudança total do 
som, e sim apresenta marcas da oralidade. 
 3a Ordem: Sucede sempre que há a troca de letra por grafemas em que não se altera o 
som, a sonoridade permanece a mesma na oralidade. 
 Agora que temos as respectivas classificações dos desvios ortográficos, podemos 
analisar o texto acima. Inicialmente vamos observar todos os desvios de primeira ordem, que 
totalizam cinco, com repetição da expessão elicópitero. 
 O primeiro deles é a expressão gosta (gostar) [linha 2], em que há a supressão do grafema 
r.O O segundo deles é a palavra di (dei) [linha 2], que pode ser classificado como um erro de 
primeira ordem, pelo fato de haver a supressão de um fonema, no caso, e. O terceiro se 
encontra no vocábulo elicopitero (helicóptero) [linhas 3 e 5], que ocorre duas vezes no texto 
e é um desvio tanto de primeira quanto de segunda ordem; pois há a supressão de uma letra 
(h), e apresenta-se a marca da oralidade, grafada na sílaba pi. 
O O quarto desvio ocorre no vocábulo brabo (bravo) [linha 4], que apresenta a troca do 
fonema /v/ pelo fonema /b/. Com tal desvio, há mudança no som pronunciado. 
O quinto lapso ocorre no termo ganha (ganhar) [linha 6], tal desvio pode ser considerado 
tanto de primeira quanto de segunda ordem. De primeira ordem, pois cujo deslize é também a 
supressão de um grafema, nesse caso a letra r; e de segunda ordem por haver marca de 
oralidade. 
 Em sequência apresentamos a análise dos desvios de segunda ordem, os quais 
apresentam maioria na redação, e totalizam quinze, mas com repetições. 
A primeira expressão presente é un (um) [linhas 2, 3 e 6],temos aqui a troca de uma 
letra, no caso a npela m, porém ambas possuem o som nasalizado e assim há a troca da letra, 
mas não ocorre mudança total do som. Nas Nas expressões amda (anda) 
[linha 2], e ben (bem) também vemos a troca de grafemas devido a nasalidade de ambos. 
Nas Nas palavras pidi (pedi) [linha 3], mi (me) [linha 3 e 4], mais (mas) [linha 3], o aluno 
levou para a escrita a forma como ele pronuncia estes vocábulos. 
Este fenômeno de transcrição de acordo com a fala também é expresso na grafia da palavra 
rrápido(rápido) [linhas 2 e 6], em que o alfabetizando demonstra que ainda não 
compreendeu totalmente o uso devido da letra r; apresentando em sua escrita confusão com a 
troca de [r forte] por [R]. 
Por fim, apresentamos os desvios de terceira ordem, que consistem na troca de uma 
letra por um grafema em que o som permanece o mesmo. No texto analisado constatamos 
apenas um deslize de tal natureza. 
O equívoco está presente no termo camizeta (camiseta) [linha 4], que está grafado 
com o fonema /z/ em vez do fonema /s/. Neste caso o alfabetizando demostra que ainda utiliza 
a ideia de monogamia (uma letra para cada som), grafando a sílaba ze ao invés de se por 
acreditar que somente a letra zdesempenha tal som. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Considerações Finais 
 
A partir deste trabalho, concluímos que na importante fase de alfabetização é 
fundamental que o professor possua um papel ímpar para que o alfabetizando seja bem 
orientado e conclua tal trajeto de aprendizagem alcançando o sucesso nas totalidades das 
etapas que constituem o processo em questão. 
É preciso que o profissional da educação possua um conhecimento amplo dos 
aspectos – nada simples - que envolvem a etapa de alfabetização. A fonética e a fonologia 
contribuem, de modo significativo, para que o professor compreenda melhor as dificuldades e 
barreiras que os educandos podem enfrentar no processo de aquisição das noções de 
alfabetização. 
Um alfabetizador que não possui, ao menos, algumas noções básicas de fonética e 
fonologia pode se prender à certeza de que a melhor maneira de alfabetizar seus alunos é 
seguir os passos defendidos pela maioria dos padrões existentes; dando sequência, assim, ao 
processo de apresentar, inicialmente, em sala de aula, as vogais (a, e, i, o, u), e posteriormente 
as sílabas – seguindo também as ordens das consoantes (ba, be, bi, bo, bu; ca, co, cu; ce, ci; 
da, de, di, do, du; fa, fe, fi, fo, fu; ga, go, gu; ge, gi). 
Realizando seu trabalho de tal maneira, o alfabetizador pode, ao invés de esclarecer as 
dúvidas que surgem na cabeça de seus alunos, contribuir para o surgimento de novas 
confusões. 
Conhecimentos básicos de fonética e fonologia podem, além de abrir a visão do 
educador para que o mesmo possa inovar em sala de aula, apresentando métodos que levem 
em consideração as facilidades de aprendizagem dos alunos, contribuir para que o 
alfabetizador compreenda mais rápida e profundamente os motivos reais dos diversos deslizes 
que ocorrem durante a alfabetização; não caindo no senso comum de nomear tais equívocos 
como erros oriundos da falta de inteligência dos educandos. 
Sendo assim, podemos afirmar com clareza que é de real significância o envolvimento 
do profissional da educação com as áreas da Fonética e da Fonologia, pois ambas tendem a 
acrescentar e aprefeiçoar os conhecimentos já dominados pelos alfabetizadores. 
 
 
 
 
 
Referências Bibliográficas 
 
LEMLE, Miriam. Guia teórico do alfabetizador. São Paulo: Ática, 1987. 
MORAES, Artur Gomes de, (org). O aprendizado da ortografia. Belo Horizonte: Autêntica, 
2000. 
ROJO, Roxane. Letramentos múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo: Parábola 
Editorial, 2009.

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