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SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL

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• Representa uma das principais queixas referidas pelas pacientes em 
idade reprodutiva, o sangramento uterino anormal (SUA) compreende até um 
terço das consultas médicas ginecológicas e impacta de forma significativa a 
qualidade de vida dessas mulheres. 
• Em 2011, a International Federation of Ginecology and Obstetrics (FIGO), 
propôs mudanças com o propósito de padronizar os termos utilizados para 
descrever os padrões anormais de sangramento uterino por médicos de 
diferentes nacionalidades, cientistas e, principalmente, pacientes a nova 
classificação permite investigação e comparação de populações similares, 
contribuindo para novas pesquisas e para a tomada de decisão com base em 
evidências. 
• Segundo a FIGO: SUA crônico é o sangramento originado do corpo 
uterino na ausência de gravidez, anormal em frequência, regularidade, duração 
e/ou volume, persistente por mais de 6 meses não necessita de intervenção 
médica imediata. 
• SUA agudo é definido por episódio de sangramento intenso, na ausência 
de gravidez, em quantidade suficiente para determinar necessidade de 
intervenção rápida para evitar perda sanguínea adicional pode ocorrer na 
vigência de um quadro crônico de SUA o sangramento que ocorre entre dois 
ciclos menstruais regulares é denominado sangramento intermenstrual, e pode 
ocorrer de forma aleatória ou ser recorrente e previsível. 
• Após o diagnóstico, o sistema “PALM-COEIN” de 
classificação elaborado pela FIGO: P- pólipo, A- adenomiose, L- leiomioma, M- 
malignidade - hiperplasia atípica e câncer, C- coagulopatia, O- disfunções 
ovulatórias, E- endometrial, I- iatrogênica e N- não classificada. 
 
• Pólipo (SUA-P): São proliferações endometriais envolvendo estroma e 
glândulas nessa classificação, também estão incluídos pólipos endocervicais, 
apesar de sua grande maioria ser assintomática. 
• Adenomiose (SUA-A): Implantação heterotópica de células endometriais 
no interior do miométrio sua associação com SUA é controversa devido a 
inúmeras variações no diagnóstico histopatológico, dificultando a associação 
com o quadro clínico. Segundo a FIGO, para diagnóstico de adenomiose na 
classificação “PALM-COEIN”, achados ultrassonográficos de tecido endometrial 
no interior do miométrio e/ou hiperplasia miometrial são suficientes, sem 
necessidade de exames complementares. 
• Leiomioma (SUA-L): Tumor fibromuscular do endométrio, de caráter 
benigno apesar da alta prevalência em mulheres com SUA, ainda não se 
compreende essa relação de maneira integral, já que muitas mulheres são 
totalmente assintomáticas o mioma com componente submucoso, sobretudo 
aquele que distorce a cavidade uterina, apresenta mais frequentemente SUA 
com fluxo intenso. 
• Malignidade (SUA-M): Apesar de incomuns, hiperplasia endometrial 
atípica e carcinoma de endométrio devem sempre ser aventados em pacientes 
com SUA, em qualquer idade. 
• Coagulopatia (SUA-C): Em 13% das pacientes com SUA, é identificada 
alguma alteração na coagulação, sendo a doença de von Willebrand a condição 
mais comum pacientes em regime de anticoagulação associado ao SUA 
também são classificadas como SUA-C. 
• Disfunções ovulatórias (SUA-O): São representadas por uma ampla 
variedade de anormalidades menstruais - amenorreia total, sangramento leve e 
infrequente, até episódios de sangramento extremamente aumentado que por 
vezes requer intervenção de urgência. 
• No período da menacme, a produção de progesterona durante o ciclo 
menstrual é determinada pela ovulação e, após, sustentada pelo corpo lúteo 
se não há ovulação, em consequência, não há produção adequada de 
progesterona. 
• O endométrio torna-se proliferado e espesso devido à ação do estrogênio 
sem oposição essa hiperproliferação torna-o frágil, resultando em 
sangramento anormal. Ciclos com esse padrão de sangramento correspondem 
a ciclos anovulatórios, sem instituição de fase lútea costumam ocorrer nos 
extremos da vida reprodutiva: nos primeiros anos após a menarca e na 
perimenopausa. 
• Anormalidades do eixo hipotálamo-hipófise-ovário (HHO) devidas à sua 
imaturidade ou a endocrinopatias podem desencadear disfunções ovulatórias e 
alterar o ciclo menstrual síndrome dos ovários policísticos, hipotireoidismo, 
hiperprolactinemia, estresse, obesidade, anorexia e atividade física extrema. 
• Alterações no eixo HHO causadas por fármacos que modificam os níveis 
sorológicos de dopamina, como antidepressivos tricíclicos e outros 
psicofármacos, consequentemente resultam em disfunções ovulatórias e 
também estão classificados como SUA-O, apesar do seu caráter iatrogênico. 
• Endometrial (SUA-E): Sangramento anormal que ocorre em periodicidade 
regular, sugerindo ciclo ovulatório, sem outras causas identificadas é atribuído 
a alterações primárias do endométrio, entre elas, disfunções no mecanismo de 
homeostase local, resultando em sangramento aumentado. 
• O aumento de prostaglandinas e plasminogênio local também pode estar 
envolvido. 
• O padrão de sangramento intermenstrual pode ser secundário a quadros 
inflamatórios ou infecciosos do endométrio, do colo uterino e das tubas, à 
presença de Chlamydia trachomatis no trato urogenital, ao aumento da resposta 
inflamatória local e a alterações da vasculogênese do endométrio. 
• Iatrogênica (SUA-I): Inclui o uso de hormônios exógenos sistêmicos ou 
dispositivos intrauterinos, medicações que impactam diretamente no endométrio, 
interferem na coagulação sanguínea ou interferem sistemicamente na ovulação. 
• Os anticoncepcionais hormonais combinados em diferentes regimes de 
uso podem resultar em sangramento não programado quando há oscilação nos 
níveis de estrogênio (devido a esquecimento, atraso, uso incorreto, associação 
de medicações que diminuam a disponibilidade do hormônio), elevando a 
concentração de progesterona em relação ao estrogênio e causando 
sangramento por disruptura. 
• O uso de pílulas ou métodos de longa duração contendo progestogênio 
exclusivamente pode resultar no mesmo tipo de sangramento após um período 
de uso prolongado medicações que interfiram no eixo HHO com 
consequências nas concentrações séricas de esteroides e na ovulação, como 
os psicofármacos, também podem resultar em sangramento anormal. 
• Não classificada (SUA-N): Situações ainda não totalmente relacionadas 
ao SUA ou condições ainda não identificadas. 
• A anamnese deve ser guiada pelo sistema “PALM-COEIN”. 
• Primeiramente, o foco está em obter detalhes do padrão menstrual 
comum da paciente e as alterações apresentadas em frequência, intensidade do 
fluxo, periodicidade e duração outros sintomas relacionados devem ser 
investigados, assim como a história médica pregressa, a história ginecológica e 
obstétrica, as doenças sistêmicas e o uso de fármacos (anticoncepcionais 
hormonais, terapia de reposição hormonal, dispositivos intrauterinos, 
anticoagulantes, tamoxifeno, antipsicóticos, antidepressivos tricíclicos, inibidores 
da recaptação da serotonina, entre outros). 
• Questionamentos sobre outros tipos de sangramento, pois, auxiliam na 
determinação das pacientes que se beneficiarão de exames complementares em 
busca de coagulopatias ainda não diagnosticadas. 
• Atenção especial deve ser dada à idade da paciente, fator importante no 
diagnóstico diferencial, já que as principais etiologias do SUA são diferentes para 
cada fase da vida da mulher. 
• Frente a uma paciente em idade reprodutiva com sangramento anormal, 
seja agudo ou crônico, é mandatória a investigação de gravidez sabe-se que 
as complicações de uma gestação não diagnosticada constituem a principal 
causa de sangramento na menacme. 
 
 
• A partir do exame físico ginecológico com exame 
especular e toque vaginal bimanual pode-se determinar a origem do 
sangramento por meio da identificação de lesões ou outras alterações a 
grande maioria é oriunda do corpo uterino, porém, outras fontes a serem 
consideradassão vulva (trauma, doença sexualmente transmissível, lesões 
cutâneas), vagina (vaginites, úlceras, traumatismos, malformações), colo uterino 
(lesões malignas, ectopia, cervicite, pólipos), além de uretra, bexiga, ânus e reto, 
que merecem adequada avaliação. 
• Além de alterações no exame ginecológico, é importante identificar outros 
sinais que possam contribuir para o sangramento aumentado alterações na 
tireoide, como bócio e nódulos, galactorreia sugerindo hiperprolactinemia, 
obesidade, quadro de hiperandrogenismo e sinais de resistência à insulina, 
como acantose nigricans, que possam remeter à síndrome dos ovários 
policísticos, são alguns exemplos a presença de petéquias e equimoses 
sugere distúrbios hematológicos e coagulopatias, e deve ser pesquisada. 
• Em situações de sangramento agudo importante, atentar para sinais de 
grande perda sanguínea e hipovolemia, como alterações em sinais vitais e 
anemia grave nesses casos, é mandatória a estabilização da paciente antes 
de prosseguir a investigação. 
• Segundo as recomendações da FIGO, 
todas as pacientes com quadro de SUA agudo ou crônico devem ser avaliadas 
para anemia com hemograma completo, incluindo contagem de plaquetas, além 
de teste de gravidez outros exames laboratoriais estão indicados quando 
houver suspeita clínica de doenças relacionadas: tireotrofina (TSH), tireoxina 
(T4) livre e hiperprolactinemia. 
• As pacientes com suspeita de distúrbios hematológicos e coagulopatias, 
com rastreio positivo por meio da anamnese ou de sinais ao exame físico, devem 
ser submetidas à avaliação inicial com dosagens de tempo de protrombina (TP) 
e tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) se houver alterações, 
sugere-se avaliação com hematologista e pesquisa de testes específicos para 
doença de von Willebrand e outras coagulopatias. 
• Pesquisa para Chlamydia trachomatis deve ser considerada quando 
houver fatores de risco para a infecção. 
• A citologia para rastreio de câncer cervical deve estar atualizada. 
• O estado ovulatório pode ser inferido pela clínica, sem necessidade de 
exames complementares a regularidade menstrual, quase na totalidade dos 
casos, é marcador de ovulação. 
• A avaliação uterina deve ser realizada por meio 
de exames de imagem e biópsia endometrial (BE), quando indicada. 
• Os exames de imagem devem ser realizados 
quando há anormalidade no exame físico ou se não há resposta ao tratamento 
em pacientes com exame físico normal. 
• A avaliação inicial deve ser realizada com 
ultrassonografia (US) transvaginal, que permite avaliar o formato e o volume 
uterinos, a cavidade endometrial, bem como a espessura da lâmina endometrial, 
o miométrio e os anexos com alguma precisão, consegue identificar lesões 
intrauterinas como pólipos, miomas e tumorações; porém, a especificidade para 
essas alterações é baixa. 
• Preferencialmente, o exame deve ser realizado na primeira fase do ciclo 
menstrual, quando o endométrio está menos espesso, o que aumenta a 
visibilidade para lesões intracavitárias. 
• A imagem normal é suficiente para encerrar a investigação de causas 
estruturais porém, está recomendada a complementação diagnóstica com 
método mais sensível quando há suspeita de lesões como pólipos e miomas, 
que distorcem a cavidade, ou quando o exame é subótimo ou inconclusivo os 
métodos a serem utilizados são a histerossonografia. 
• Apesar da acurácia relativamente baixa da US transvaginal, seu custo-
efetividade justifica o seu uso como primeira linha na investigação de alterações 
estruturais no SUA se o acesso vaginal não é possível, como no caso de 
adolescentes e mulheres virgens, sugere-se realizar US pélvica transabdominal. 
• A ressonância magnética (RM) não é primeira escolha no diagnóstico e 
sua indicação deve ser individualizada devido ao alto custo para a sua 
realização. 
• Consiste na instilação de solução salina 
durante a US transvaginal, distendendo a cavidade uterina e permitindo melhor 
visão intracavitária, aumentando a sensibilidade e a especificidade em identificar 
lesões focais no endométrio tem acurácia similar à HSC ambulatorial para 
diagnóstico de lesões uterinas. 
• É o melhor método para avaliação da cavidade 
uterina, pois além da visualização direta da cavidade e do endométrio, permite 
biópsias dirigidas e a instituição de métodos terapêuticos quando possível 
consiste em uma técnica de endoscopia ginecológica na qual se visualiza a 
cavidade uterina com uma pequena óptica posicionada através do colo uterino. 
• A principal função da BE nas pacientes com 
SUA está em excluir a presença de lesões pré-malignas (hiperplasias) ou 
carcinoma endometrial o risco para desenvolver patologias malignas do 
endométrio aumenta com a idade da paciente; porém, o fator isolado mais 
relevante é o tempo de exposição à estimulação endometrial estrogênica sem 
oposição da progesterona. 
• Como recomendação geral, a BE deve ser realizada como primeira linha 
de investigação nas pacientes com SUA e com mais de 45 anos porém, toda 
paciente com sangramento anormal, independentemente da idade, com fatores 
de risco para carcinoma de endométrio, história de exposição continuada ao 
estrogênio sem oposição da progesterona (caso da síndrome dos ovários 
policísticos e da obesidade), SUA persistente, falha terapêutica ou irregularidade 
endometrial na US transvaginal deve ser submetida à BE. 
 
• A medida da espessura do endométrio na US transvaginal também está 
relacionada com a incidência de patologia maligna ou pré-maligna. 
• Na menacme, não há consenso quanto ao ponto de corte para indicar 
avaliação endometrial com biópsia, já que o endométrio sofre variações durante 
o ciclo menstrual. 
• O espessamento endometrial em exame ultrassonográfico em pacientes 
em idade reprodutiva e assintomáticas não tem valor para indicar avaliação 
adicional. 
• Na pós-menopausa, um aumento da incidência de malignidade foi 
relacionado à espessura endometrial na US transvaginal maior ou igual a 5 mm 
associada à clínica de sangramento anormal essas pacientes têm 
obrigatoriedade de avaliação complementar por meio do exame 
anatomopatológico. 
• Já nas pacientes pós-menopáusicas assintomáticas, o significado de 
espessamento endometrial não está bem estabelecido e, segundo as evidências 
atuais, não deve ser indicador para avaliação complementar. 
• Em outros casos especiais, como uso de terapia de reposição hormonal 
e uso de tamoxifeno, a US transvaginal não deve ser realizada rotineiramente 
como rastreio para malignidade. 
• A avaliação com biópsia está indicada no caso de sangramento anormal, 
independentemente da imagem ultrassonográfica. 
• O objetivo do tratamento nos casos de SUA é manejar a 
fase aguda, estabilizando a paciente e cessando o sangramento, corrigir as 
alterações do padrão menstrual e a anemia, quando existente, além de evitar a 
recidiva e melhorar a qualidade de vida. 
• Em muitos casos, pequenas irregularidades e alterações leves no fluxo 
menstrual não necessitam de tratamento, desde que a causa básica esteja clara. 
• O tratamento do SUA pode ser medicamentoso, com fármacos não 
hormonais e hormonais, ou cirúrgico a decisão baseia-se no padrão e na 
causa do sangramento, na presença de comorbidades concomitantes, no desejo 
de manter a fertilidade e na preferência e tolerabilidade da paciente de 
maneira geral, o tratamento medicamentoso é considerado a primeira linha para 
causas não estruturais. 
• Os tratamentos cirúrgicos tendem a ser indicados quando há falha do 
tratamento conservador. 
 
• No caso 
de episódio agudo de sangramento de grande volume, o manejo é imediato e 
necessita de rápida intervenção médica com a finalidade de controlar o 
sangramento ativo e suas complicações – instabilidade hemodinâmica e anemia 
grave. 
• No primeiro momento, 
estão indicadas manobras de suporte visando à estabilização hemodinâmica.Recomenda-se avaliar a necessidade de reposição volêmica e/ou transfusão 
sanguínea deve-se sempre excluir gravidez como causa do sangramento 
as intervenções devem ser imediatas. 
• TAMPONAMENTO UTERINO: O sangramento pode ser controlado com 
a introdução de uma sonda Foley e, após, infusão de 30 mL de líquido no seu 
balonete outra forma de tamponamento inclui o tampão de gaze o objetivo 
é o controle do sangramento e a estabilização da paciente para posterior 
instituição de tratamento definitivo. 
• CURETAGEM UTERINA: É um procedimento cirúrgico de urgência de 
escolha para pacientes instáveis com sangramento agudo grave e que 
necessitam de intervenção imediata também é a opção mais segura para 
aquelas que desejam preservar a fertilidade. 
• Envolve dilatação do colo uterino e posterior curetagem sob anestesia 
geral o sangramento pode recorrer, já que a causa do sangramento 
geralmente não é resolvida, necessitando de tratamento complementar para 
manutenção o material curetado deve ser enviado para análise 
histopatológica. 
• ESTROGÊNIOS EQUINOS CONJUGADOS EM ALTAS DOSES: Nas 
situações em que a via oral está preservada, utilizam-se estrogênios equinos 
conjugados (EECs), em altas doses para controle do sangramento nas pacientes 
sem contraindicação conhecida para uso de terapia hormonal (TH) o controle 
do sangramento é alcançado em até 10 horas da primeira dose na maioria das 
pacientes. 
• Pode-se associar um antiemético para controle das náuseas relacionadas 
a altas doses de estrogênio toda terapia com estrogênio isolado deve ser 
seguida por cobertura progestagênica. Após, a manutenção pode ser realizada 
com anticoncepcional combinado. As doses devem ser as mínimas efetivas para 
controle de sangramento. 
• EEC 1,25 mg VO de 6/6 horas por 21 a 25 dias e, após, acetato de 
medroxiprogesterona 10 mg VO 1 ×/dia por 10 dias ACO com 30 a 35 µ g de 
etinilestradiol, VO de 8/8 horas por 7 dias realizar pausa de 7 dias para 
sangramento de deprivação reiniciar com ACO 1 ×/dia para manutenção. 
• EMBOLIZAÇÃO UTERINA: Escolha para pacientes com malformações 
arteriovenosas uterinas pouco utilizada como terapêutica emergencial devido 
às limitações do método, além do tempo para realizá-lo, que normalmente é 
maior quando comparado às outras alternativas. 
• HISTERECTOMIA: Considerada se houver falha dos outros métodos e 
necessidade de pronta intervenção. 
• O tratamento hormonal 
via oral (VO) é a escolha nesses casos, quando não há contraindicação. 
• ESTROGÊNIOS EQUINOS CONJUGADOS EM ALTAS DOSES: É a 
primeira linha para pacientes estáveis, por via oral (VO), utilizado de forma 
similar à paciente instável. EEC 1,25 mg VO de 6/6 horas por 21 a 25 dias e, 
após, acetato de medroxiprogesterona 10 mg VO 1 ×/dia por 10 dias. 
• ANTICONCEPCIONAL ORAL COMBINADO EM ALTAS DOSES: 
Compostos com no mínimo 30 µ g de etinilestradiol devem apresentar bons 
resultados em até 48 horas de uso. 
• ACO com 30 a 35 µ g de etinilestradiol VO de 8/8 horas por 7 dias; realizar 
pausa de 7 dias para sangramento de deprivação; reiniciar com ACO 1 ×/dia 
para manutenção; 
• ACO com 30 a 35 µ g de etinilestradiol VO; 5 cp no primeiro dia; 4 cp no 
segundo dia; 3 cp no terceiro dia; 2 cp no quarto dia; 1 cp a partir do quinto dia, 
seguido por mais 7 dias; realizar pausa de 7 dias para sangramento de 
deprivação; reiniciar com ACO 1 ×/dia para manutenção. 
• PROGESTERONA E PROGESTOGÊNIOS EM ALTAS DOSES: Eficazes 
para pacientes com ciclos anovulatórios visando à estabilização endometrial 
após intensa proliferação por estímulo estrogênico em longo prazo. 
• Acetato de medroxiprogesterona 20 mg VO de 12/12 horas por 7 dias; 
• Acetato de megestrol 20 a 60 mg VO de 12/12 horas por 7 dias. 
• ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDES: Os anti-inflamatórios não 
esteroides (AINEs) reduzem os níveis de prostaglandinas, inibindo a enzima 
cicloxigenase (COX), responsável pela conversão de ácido araquidônico em 
prostaglandina, com ação na hemostasia endometrial devido à vasoconstrição. 
• O resultado é a diminuição do fluxo menstrual, sendo o uso indicado para 
pacientes com sangramento ovulatório de grande volume a redução do fluxo 
chega a 20 a 50% em 75% das mulheres com SUA de fluxo intenso. 
• Ácido mefenâmico 500 mg 3 ×/dia (de 8/8 horas); 
• Naproxeno 500 mg 2 ×/dia (de 12/12 horas); 
• Ibuprofeno 600 mg 1 ×/dia. 
• ANTIFIBRINOLÍTICOS: O endométrio das pacientes com sangramento 
uterino aumentado apresenta concentrações maiores de ativadores de 
plasminogênio, grupo de enzimas que causa fibrinólise os antifibrinolíticos 
inibem os ativadores de plasminogênio, diminuindo a fibrinólise, promovendo a 
coagulação sanguínea e diminuindo o sangramento menstrual. 
• O fármaco aprovado para uso em sangramento uterino aumentado é o 
ácido tranexâmico, que está relacionado com diminuição no fluxo menstrual em 
40 a 50% quando comparado ao placebo. 
• O ácido tranexâmico está contraindicado para uso em pacientes com 
doença tromboembólica ativa e coagulação intravascular disseminada (CID). 
• Deve ser utilizado com cautela em pacientes com risco aumentado para 
eventos tromboembólicos, apesar de a incidência de trombose ser similar à das 
não usuárias. 
• Os efeitos colaterais mais comuns são gastrintestinais e estão presentes 
em um terço das pacientes o ácido tranexâmico deve ser prescrito a partir do 
primeiro dia de sangramento e deve ser continuado por 5 dias, ou antes, se 
cessar o sangramento, seu uso pode ser VO ou intravenoso (IV) no caso de 
sangramento excessivo grave. 
• Ácido tranexâmico 250 mg 4 a 6 cp (1-1,5 g) 3 ×/dia (de 8/8 horas). 
• ABLAÇÃO ENDOMETRIAL: Procedimento cirúrgico utilizado para 
mulheres com contraindicação à TH ou na ausência de sucesso com outras 
terapêuticas tem como objetivo a destruição da camada basal do endométrio 
e pode ser realizada por meio de diferentes técnicas. 
• O tratamento de manutenção não 
deve ser instituído sem que a etiologia do sangramento esteja elucidada e a 
presença de malignidade, excluída para evitar as recidivas, a patologia de 
base deve ser identificada e, quando possível, tratada. 
• É o caso das causas estruturais como miomas, pólipos e adenomiose, 
que podem ser abordadas cirurgicamente, infecções e endocrinopatias, que 
possuem manejo farmacológico específico e que, ao terem a terapêutica correta 
instituída, evoluem com normalização do ciclo menstrual na maioria das vezes. 
• As doenças hematológicas também possuem tratamento específico. 
Essas pacientes devem ter acompanhamento de hematologista, 
indefinidamente. 
• O tratamento medicamentoso hormonal é 
a primeira escolha para pacientes com SUA e sem coagulopatias. 
 
• ANTICONCEPCIONAL ORAL COMBINADO: Para pacientes que 
desejam contracepção, os anticoncepcionais orais combinados (ACOs) são a 
primeira escolha sabe-se que seu uso reduz o fluxo menstrual, regulariza o 
ciclo, diminui a dismenorreia e possui a vantagem de ser contraceptivo. 
• Os regimes, os tipos de hormônio e as vias de administração são variados, 
e todos são efetivos para a manutenção do SUA, apesar de apenas o composto 
trifásico de valerato de estradiol e dienogeste estar indicado formalmente para 
controle de sangramento uterino. 
• DISPOSITIVO INTRAUTERINO DE LEVONORGESTREL: Opção para as 
pacientes com contraindicação ao uso de estrogênio e com desejo de 
contracepção prolongada, o dispositivo intrauterino de levonorgestrel libera 20 
µg de levonorgestrel por dia, diretamente no endométrio seu papel no 
tratamento do sangramento uterino aumentado já foi comprovado. 
• O efeito no fluxo menstrual é progressivo, com diminuição do volume 
menstrual em 71 a 96% das pacientes em tratamento no fim do primeiro ano 
de uso, 20 a 30% das usuárias desenvolvem amenorreia tem efeito 
contraceptivo com duração de 5 anos. 
• PROGESTERONA E PROGESTOGÊNIOS: O uso de progestogênios no 
controledo SUA é amplamente utilizado, porém, sabe-se que seu efeito está 
limitado a situações em que o endométrio foi previamente proliferado pelo 
estrogênio, o que ocorre nos casos de anovulação, por exemplo é alternativa 
segura para pacientes com contraindicação ao uso de terapia estrogênica. 
• Pode ser utilizado na forma de depósito (acetato de medroxiprogesterona 
150 mg a cada 90 dias), uso oral contínuo ou de forma cíclica a forma cíclica 
é administrada durante 10 a 14 dias no mês, corrigindo a insuficiência lútea das 
pacientes anovulatórias ao término de cada ciclo, ocorrerá sangramento, esse 
regime não tem efeito contraceptivo. 
• OUTROS: Danazol, gestrinona e agonistas do hormônio liberador de 
gonadotrofina são medicações que, apesar de seu grande poder em suprimir o 
sangramento uterino, têm seu uso limitado devido a importantes efeitos adversos 
e ao elevado custo. 
• Utilizado em conjunto com o 
tratamento hormonal ou isoladamente para as pacientes com contraindicação ao 
uso de estrogênio e/ou progesterona. 
• ANTIFIBRINOLÍTICOS E ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDES: 
Opções para pacientes com contraindicação à TH (terapia hormonal) alguns 
estudos comprovaram a superioridade da terapia antifibrinolítica frente ao uso 
de AINEs. 
• O tratamento cirúrgico é oferecido quando 
há falha ao tratamento medicamentoso, recorrência do SUA, quando existe 
desejo da paciente por um tratamento duradouro ou definitivo ou quando a 
etiologia primária do SUA tem manejo cirúrgico. 
• POLIPECTOMIA: Realizada via HSC, consiste na exérese de pólipo 
endometrial ou endocervical. 
• MIOMECTOMIA: Pode ser realizada via HSC (histeroscopia) no caso de 
miomas submucosos, de forma segura e minimamente invasiva no caso de 
miomas de grande volume ou número, o procedimento pode ser realizado via 
laparoscopia ou laparotomia é a escolha para casos de miomas e desejo de 
manter a fertilidade. 
• Outras opções envolvem a ablação endometrial e a embolização de 
artérias uterinas a gestação após esses procedimentos não está 
recomendada e o uso de contraceptivos deve ser incentivado. 
• HISTERECTOMIA: É o tratamento definitivo para o SUA e está 
relacionado a altas taxas de satisfação pós-tratamento. 
• Geralmente, é indicada após falha de outras terapias e não necessita de 
seguimento em longo prazo ou uso de medicações após a cirurgia; porém, está 
relacionada com riscos cirúrgicos e anestésicos significativos, bem como 
maiores taxas de morbimortalidade.

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