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GEOGRAFIA MODULO 03 1 Todas os exercícios da apostila que tiverem essa câmera , estão gravados em vídeo para você. Nossos professores resolveram as questões, comentando cada detalhe para te ajudar na hora de estudar. Muitas questões trazem dicas preciosas. Não deixe de assistir aos vídeos dentro da plataforma on-line do Perspectiva e bons estudos! Revoluções industriais e os modelos de produção Antes de iniciarmos a abordagem teórica do módulo é preciso deixar bem claro o nosso principal objeto em questão que é a indústria. A indústria, pode ser entendida como uma atividade humana que através do trabalho e das máquinas converte matéria prima em produtos que serão consumidos por outras pessoas ou por outras industriais. A partir disso podemos classificá-las de várias maneiras, tais como: nível tecnológico utilizado, função exercida na economia de um país e o mercado para qual estão voltadas. Abaixo iremos enumera- las uma a uma através de cada classificação. A. Segundo a função desempenhada na economia A.1. Indústria de bens de produção Também chamada de indústria pesada ou de base, é responsável pela produção da matéria prima para outras indústrias (transformação de matéria prima bruta em matéria-prima elaborada ou a simples extração da matéria prima). Ela é a base do processo de industrialização. A localização geralmente é próxima às fontes de energia e matéria prima ou conectadas a portos e ferrovias, facilitado a essas fontes, além de viabilizar o escoamento da produção. Exemplos: Siderúrgica Metalúrgicas Petroquímicas Madeireiras A.2. Indústria de bens intermediários Também chamada de indústria de bens de capitais, é responsável por produzir máquinas, componentes, equipamentos e peças para as outras indústrias. Localizam-se próximas às empresas consumidoras de seus produtos. São consideradas estratégicas, pois agregam conhecimento e tecnologia à produção. Exemplos: Industria mecânica (máquinas industriais) Industrial de autopeças e componentes A.3. Indústria de bens de consumo (indústria leve) Este tipo de indústria é a que produz o produto final, aquele que será vendido diretamente ao consumidor. Desta forma, ela depende da proximidade com o mercado consumidor e não da matéria-prima. Além disso, apresenta retornos de investimentos de forma mais rápida e necessitam de menos energia. Podem ser dividias em dois tipos: Indústria de bens duráveis: Produzem produtos não-perecíveis (que “duram”). Exemplos: Indústria automobilística Eletrônicos Eletrodomésticos Indústria de bens não-duráveis: Produzem produtos perecíveis, isto é, de primeira necessidade. Exemplos: Têxtil e calçados Alimentícia Pode-se resumir as informações acima da seguinte forma: (http://www.geografiaopinativa.com.br) B. Segundo o nível tecnológico B.1. Tradicionais Utilizam e necessitam de grande quantidade de mão de obra, matéria- prima e energia; apresentam pequena automação, utilizando máquinas mais pesadas. B.2. Modernas Aplicam tecnologia de ponta, apresentando elevada robotização e automação no processo produtivo, além de uma reduzida necessidade de trabalhadores. A partir de agora iremos abordar as revoluções industriais, ou seja, as grandes inovações técnicas que transformaram drasticamente a maneira de produção e trabalho da humanidade A primeira Revolução Industrial Como dito anteriormente, a revolução industrial é uma mudança drástica na forma de produção e trabalho da humanidade, mas é importante saber que antes dessas transformações que vão ditar até os tempos atuais as maneiras e formas da produção os bens de consumo eram produzidos, de maneira geral, de um jeito diferente e digamos bem mais lento. Essa forma de produção e trabalho é conhecida como artesanato ou manufatura. Abaixo pode-se ver um exemplo de artesanato: (http://poetawagner.blogspot.com.br) A partir do século XVIII, a ciência ingressou em um constante processo de evolução, que desencadeou uma série de novas tecnologias que transformaram de forma rápida a vida do homem, sobretudo, no modo de produzir mercadorias acelerando o desenvolvimento do sistema capitalista. Sendo assim, a partir desse século o artesanato e a manufatura começaram a ser substituídos gradativamente pelas maquinofaturas que darão origem as indústrias que conhecemos hoje. A Primeira Revolução Industrial ocorreu inicialmente na Inglaterra, no final do século XVIII início do século XIX. Essa revolução ficou caracterizada pelas transformações sociais, econômicas e tecnológicas que levaram à consolidação do capitalismo e da maior relação homem/máquina na produção de produtos. Essa revolução ficou caracterizada por duas importantes invenções que propunham uma reviravolta no setor produtivo e de transportes, foram essas: a máquina a vapor e o tear mecânico. Essas invenções contavam com o carvão mineral como base energética e o ferro como matéria- GEOGRAFIA MODULO 03 2 prima, levando a um aumento considerável na produtividade. Além dessas inovações, a velocidade no setor de transportes, com a invenção dos barcos a vapor e das locomotivas, foi fundamental para a ampliação das trocas comerciais destinadas a mercados mais distantes. Mas por que essa revolução ocorreu inicialmente na Inglaterra? A Inglaterra já naquele período tinha passado por uma série de transformações sociais, políticas e econômicas que permitiram os avanços tecnológicos que irão possibilitar a revolução industrial. As transformações foram as seguintes: Acúmulo de capitais provenientes do mercantilismo (comercio manufatureiro através da atividade têxtil) e do colonialismo, durante a fase do capitalismo comercial (século XVI-XVIII). Ascenção da burguesia ao poder após a revolução gloriosa (1688), permitindo o fortalecimento desse grupo social e implementando a primeira monarquia parlamentarista. As inovações tecnológicas no território inglês. As principais são: A Máquina a Vapor em 1768 pelos dos Britânicos Thomas Newcomen e James Watt. O Tear Mecânico em 1780, pelos do Britânico Edmund Cartwright. A Locomotiva a Vapor em 1814, pelo britânico George Stephenson. Disponibilidade de mão de obra barata vinda dos campos, devido a Lei dos Cercamentos (Enclosure Acts). Com as terras passando a produzir lã para abastecer as indústrias das cidades. Disponibilidade de carvão mineral e reservas de minério de ferro, que serão respectivamente, a fonte de energia e matéria prima para as indústrias É bom lembrar que posteriormente outros países passaram por essa revolução industrial, tais como: França, Bélgica e Holanda, porém a Inglaterra foi o primeiro por apresentar as condições apresentadas acima. É importante destacar que essa Primeira Revolução Industrial foi marcada pelo desenvolvimento das indústrias têxteis, que se localizavam concentradas próximas às fontes de energia, matéria-prima e próximas da infraestrutura de transporte, facilitando o escoamento da produção. O grande contingente de trabalhadores nas áreas urbanas através do cercamento dos campos gerou uma oferta enorme de mão de obra que permitiu aos empresários da época pagar baixos salários, uma vez que a quantidade de em empregos não era o suficiente a todos. Somado a isso, existiam as péssimas condições de trabalho através de longas jornadas de trabalho que podiam chegar em algumas fábricas a 16 horas por dia, sem direito a descansos e férias, ambientes insalubres e utilização de mão de obra infantil. Isso levou ao início de reivindicações por melhores Condições de trabalho através da formação prematura das organizações sindicais. Abaixo pode-se ver um exemplo de fábrica da primeira revolução industrial. (http://www.sohistoria.com) Comparando as duas imagens anteriores, em qual delas você acha que possui uma maior produção e maior produtividade e por que? A segunda Revolução Industrial Como desenvolvimento da Revolução Industrial, percebemos que a necessidade crescente por novas tecnologias tornou-se uma demanda comum a qualquer nação ou dono de indústria que quisesse ampliar sua lucratividade. Com isso, o modelo industrial estipulado no século XVIII sofreu diversas mudanças e aprimoramentos que marcaram essa busca constante por inovações que amentassem a produtividade. Particularmente, podemos ver que, a partir do final do século XIX, uma nova onda tecnológica sedimentou a chamada Segunda Revolução Industrial. Nessa segunda etapa da revolução industrial temos os Estados Unidos da América e a Alemanha na vanguarda do processo, mas é importante ressaltar que outros países também passaram por essa revolução logo depois, como Japão (que se industrializou durante esse período), Inglaterra, França, Bélgica e Itália. Para compreendermos e diferenciarmos essa nova fase industrial da anterior (1º R.I) temos que analisar quais mudanças ocorreram e diferenciam uma da outra. Sem dúvidas a mudança que mais trará as condições para outras transformações subsequentes, que demarcaram uma nova revolução industrial, é a implantação da pesquisa aplicada que também pode ser entendida como a “cientifização”. Pois antes muitas descobertas e inovações eram fruto do acaso e agora através da introdução do método científico o homem conseguira organizar melhor os meios de pesquisar para obter novas descobertas. A disseminação do método científico atrelado ao desenvolvimento industrial contribuiu para o desenvolvimento de uma série de descobertas e inovações tecnológicas que serão altamente utilizadas na atividade industrial. Sendo essas inovações: O motor a combustão interna, que permitiu maior potência às máquinas, viabilizando o desenvolvimento da indústria automobilística. A utilização de eletricidade e do petróleo (através das indústrias petroquímicas) como fontes de energia. O desenvolvimento do aço em larga escala gerando o desenvolvimento das indústrias de base, tal como as siderúrgicas e metalúrgicas. Transformações no sistema transporte através da ampliação da potência das locomotivas (movidas a diesel) a utilização de barcos a motor, (no lugar de barcos a vapor) os automóveis e o avião. Desenvolvimento dos meios de comunicação, com o telégrafo e o telefone. A introdução da administração científica (Taylorismo) É importante destacar que durante o período da segunda revolução industrial e nos países que posteriormente passaram por esse processo e que apresentaram as indústrias características dessa fase, (já citadas anteriormente) ocorreu um processo chamado de aglomeração industrial. Pois as mesmas procuravam se instalar em locais específicos do território onde estariam mais perto das fontes de energia, matéria-prima, mercados consumidor e redes de transportes. Tal estratégia visa reduzir os custos de transportes e reduzir o tempo de deslocamento aumentando assim a sua capacidade de lucro. Essa lógica promove uma concentração industrial tanto em âmbito local quanto em âmbito regional, o que pode impactar diretamente na produção e transformação do espaço geográfico, pois os centros industriais formados costumam receber uma ampla e dinâmica infraestrutura em termos de malha rodoviária, transportes, energia e comunicação, impulsionando o dinamismo industrial, o crescimento das cidades e o consequente aumento da oferta de força de trabalho, atraindo cada vez mais indústrias e formando as aglomerações ou economias de aglomeração. Muitos são os exemplos de áreas que se enquadram nessa categoria, tais como o Manufacturing Belt na região nordeste e dos Grandes Lagos dos Estados Unidos, Onde existe uma grande aglomeração de indústrias de base e automobilísticas. E no Vale do Rio Ruhr na Alemanha com industrias do mesmo segmento. GEOGRAFIA MODULO 03 3 A. Taylorismo e Fordismo O Taylorismo, também conhecido como a administração científica é um sistema de organização industrial criado pelo engenheiro mecânico e economista norte-americano Frederick Winslow Taylor, no final do século XIX. Taylor (1856-1915) foi um dos primeiros a propor um método de organização científica do trabalho nas fábricas. Taylor irá propor uma série de estudos de métodos e técnicas sobre o controle de tempo e movimento no trabalho industrial, permitindo a redução do tempo ocioso dos operários na produção maximizando a produtividade dos mesmos. A metodologia de Taylor pode ser resumida através das seguintes ideias: Subdivisão de tarefas no processo produtivo. Especialização do trabalhador em uma única atividade procurando uma maneira ideal de efetuar cada movimento com o mínimo possível de desperdício de energia e tempo. Treinamento e preparação dos trabalhadores de acordo com as aptidões apresentadas. Uso de métodos padronizados para reduzir custos e aumentar a produtividade. Uso de supervisão humana especializada para controlar o processo produtivo. Disciplina na distribuição de atribuições e responsabilidades. As ideias de Taylor foram aperfeiçoadas pelo Industrial norte-americano Henry Ford (1863-1947) a partir da introdução e estruturação da linha de montagem em sua fábrica de automóveis a Ford Motor Company. Permitindo a produção em massa, ou seja, em larga escala de automóveis levando a surgimento do modelo de produção fordista, que será o principal dessa segunda revolução industrial. É importante destacar também que em um primeiro momento essas inovações contribuíram para o enfraquecimento da classe trabalhadora, uma vez que essa quebra do processo produtivo ao longo dos anos gerou um processo de alienação por parte dos trabalhadores, ou seja, um distanciamento do conhecimento de como os produtos gerados o que reduz a capacidade de negociação por melhores salários. Já especialização e simplificação de tarefas permite que o trabalhador seja facilmente substituído por outro, baixando assim o preço da mão de obra e contribuindo para o aumento do exército industrial de reserva. A seguir serão apresentadas as principais características da produção e trabalho mais marcantes do Fordismo. A.1. Características da produção Produção em massa e em série, com bens homogêneos facilitando a produção. Grandes estoques e galpões Aglomeração das industrias Ocorrência de desperdício (o controle da qualidade era realizado ao final da linha de montagem) A.2. Características do trabalho Trabalhador especializado e alienado. Sindicatos fortes (altos salários para estimular a produção e o consumo) Hierarquia rígida Longas jornadas de trabalho Abaixo uma imagem do filme Tempos Modernos (1936) de Charles Chaplin (1889-1977) que retrata bem as características de produção e trabalho do fordismo. (http://mariliaglobal.com.br) B. Crise do Liberalismo de 1929 e a introdução do Estado de Bem- Estar Social (Keynesianismo) Como dito anteriormente, através da introdução das metodologias de produção de Taylor e Ford (linha de montagem) a produtividade e a produção das indústrias passou por um avanço nunca visto antes. Entretanto, em solo americano, não houve um expressivo aumento dos ganhos salariais do operariado, que era uma parte significativa da população economicamente ativa do país. É bom lembrar que aqui estamos no início do século XX. A princípio essa desproporção entre a grande produção/produtividade e os baixos níveis salariais não se apresentou como um grande problema, pois a Europa tornara-se um grande mercado consumidor após o início da 1º guerra mundial. Porém, com término do conflito em 1918 a economia europeia foi se recuperando gradativamente e exigindo cada vez menos produtos industrializados norte-americanos enquanto que internamente os Estados Unidos não foi capaz de gerar um mercado consumidor capaz de absorver a grande capacidade produtiva do país. O somatório desses dois fatores terá como consequência a crise de 1929 que foia quebra da bolsa de Nova Iorque e a Grande Depressão dos anos 30. A solução encontrada pelos países capitalistas foi a ruptura com o modelo liberal que tem como principal ideia de que a mão invisível e as leis de oferta e procura controlavam por si só as relações econômicas. Com a crise de 1929 o modelo liberal será revisto por muitos países e em seu lugar irá surgir a política apresentada pelo economista inglês John Maynard Keynes (1883-1946), conhecida como keynesianismo. Essa teoria defendia a ação do Estado como regulador das ações econômicas, evitando, assim, os excessos e monopólios gerados pela ausência de regulamentações do Estado Liberal. As medidas tinham como objetivo principal permitir o consumo em massa, uma vez que a produção era em massa também. Nos EUA, essas medidas foram tomadas pelo Presidente Franklin Roosevelt (1883-1945), em um plano conhecido como New Deal. O Estado passou a controlar a produção, evitando outra superprodução, além de tomar medidas que recuperassem o poder de consumo da massa de desempregados. Para isso, o governo americano, passou a adotar as seguintes medidas: Políticas de pleno emprego/ Obras públicas de grande porte Seguro desemprego Aposentadoria Com isso, inicia-se o que conhecemos como o Estado do Bem-Estar Social (Welfare State) que recuperou o consumo em massa, dando ao fordismo novo ímpeto. Deve-se destacar que antes do New Deal o empresário Henry Ford já implementava essa política de estímulo ao consumo em massa em suas fábricas uma vez que nelas existia uma política de valorização salarial. B.1. Consequências do New Deal Fortalecimento dos sindicatos Consolidação do consumo interno dos EUA Ascenção dos EUA como grande potência econômica mundial Em outras partes do mundo, a crise dos estados liberais permitirá a ascensão de regimes econômicos interventores virá acompanhada de autoritarismo político, como: Nazismo, na Alemanha. Fascismo, na Itália. Varguismo, no Brasil. Salazarismo, em Portugal. Franquismo, na Espanha. Durante os anos 50 e 60 a economia fordista e keynesiana norte americana alcançou índices altíssimos através de sua alta produtividade e consumos elevados. Os anos 50, por exemplo, ficaram conhecidos como anos dourados norte-americanos, por conta de avanços científicos e culturais, tais como o cinema, a música, a moda a televisão e o início da corrida armamentista estimulada pela Guerra Fria. GEOGRAFIA MODULO 03 4 C. Crise do Fordismo e do Keynesianismo Com o passar dos anos o modelo de produção fordista e o modelo Keynesiano começam a passar alguns sinais de esgotamento e a partir dos anos 70 o modelo fordista começará a apresentar uma queda de produtividade por conta das seguintes razões: Diminuição do ritmo de consumo. Elevação dos gastos empresariais e estatais com o trabalhador. Encarecimento dos custos de produção. Demandas sociais. Para reverter esse quadro as empresas começam a investir em novas tecnologias e estratégias para aumentar novamente a produtividade. As novas estratégias utilizadas são: Gerar produtos com novas tecnologias, tamanhos e cores diferentes e menor vida útil Transferir os custos de produção para áreas mais baratas. Terceirização da produção. Produzir de acordo com a demanda (redução de estoques). Automatização da produção e flexibilização do trabalho. Essas novas estratégias serão conhecidas como modelo de produção Flexível, que também pode ser encontrado com os nomes de Toyotismo, Ohnismo ou Pós Fordismo. Terceira Revolução Industrial ou a Revolução Técnico científica informacional Antes de adentramos na terceira revolução industrial é preciso entender a diferença dessa revolução em relação as duas anteriores. O que demarca esta nova revolução industrial não é apenas o grande avanço tecnológico, mas sim a capacidade da humanidade de armazenar, processar, decodificar e transmitir uma grande quantidade de informações em uma velocidade jamais antes vista. A inovação que permitiu esse grandioso volume de informações foi o microchip que também contribuiu para o desenvolvimento do modelo de produção Toyotista. A partir daí inúmeras mudanças tecnológicas serão observadas, levando a grandes transformações que também podem ser vistas na área industrial, tais como: Introdução da robótica e da automação Surgimento da Nanotecnologia (construção de estruturas e novos materiais a partir dos átomos) Química fina (fabricação de novos materiais tais como polímeros e fibras sintéticas) A telemática (ciência que trata da transmissão, a longa distância, de informação computadorizada) Desenvolvimento de fontes energias alternativas As inovações, citadas acima, estão muito ligadas a uma nova maneira de se desenvolver tecnologia, pois se a palavra de ordem dessa terceira revolução é a inovação os centros de pesquisa científica terão um papel de destaque. Sendo assim, as empresas atuais procuram localizar-se próximas a tais áreas para dispor, desenvolver novas tecnologias e obter mão de obra qualificada. As localidades onde ocorre essa profunda integração entre a pesquisa científica acadêmica e os ramos empresário industrial é conhecida como Tecnopolo. Os países Centrais são as regiões que concentram a maior parte e os principais tecnopolos do mundo, com destaque para as universidades de Stanford e Berkley (no Vale do Silício, Califórnia), Oxford (Inglaterra), Tsukuba (Japão), Paris Axe-Sud (França). Já em países periféricos, encontramos poucos tecnopolos em comparação aos centrais, no Brasil, por exemplo, destacam-se a UNICAMP (Campinas, SP) e o complexo aeroespacial de São José dos Campos com O INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o ITA (Instituto de Tecnologia da Aeronáutica) e a EMBRAER (Empresa Brasileira de Aeronáutica) A. Toyotismo / Pós-fordismo / Modelo de produção flexível O Toyotismo – também conhecido como acumulação flexível – é um modelo de produção industrial contemporâneo a terceira revolução industrial idealizado por Eiji Toyoda (1913-2013) e difundido pelo mundo a partir da década de 1970 após a sua aplicação pela fábrica da Toyota, empresa japonesa que se despontou como uma das maiores empresas do mundo na fabricação de veículos automotivos. Podemos dizer que o Toyotismo surgiu no Japão em virtude das condições geográficas do país e das transformações históricas relacionadas ao término da Segunda Guerra Mundial. Assim, dispondo de um espaço geográfico reduzido e de um mercado consumidor menor do que o das potências ocidentais, o Japão não conseguia se adequar ao modelo fordista de produção em massa. Diante dessas dificuldades, Taiichi Ohno (1912-1990), engenheiro de produção da Toyota, passou a desenvolver uma produção em pequena escala, com ampla flexibilidade e adaptabilidade. A iniciativa desse engenheiro da Toyota leva alguns autores a utilizarem o termo “ohnismo” no lugar de toyotismo. A.1. Características do trabalho: Trabalhador qualificado e multifuncional. Qualificação constante do trabalhador Ritmo de trabalho e da produção flexíveis Perda do poder sindical (Automação e mecanização) A.2. Características da produção (relembrando): Produtos customizados/diversificados com menor vida útil Redução dos estoques e produção de acordo com a demanda (Just in Time) Desterritorialização da produção Fontes de energia e matérias primas alternativas. As novas mudanças geradas pelo novo modelo de produção (Toyotismo) irá gerar uma nova revisão nos padrões de localização das industrias (desterritorialização da produção). As industrias sairão de seus países de origem para países que apresentem vantagens comparativas mais atraentes. Pode-se dizer que de uma maneira geral as indústrias desse novo modelo buscam os seguintes fatores: Mão de obra qualificada e relativamente barata (leis trabalhistas flexíveis). Legislação ambiental mais flexível. Sindicatos mais enfraquecidos. Infraestrutura de transporte, telecomunicações e energia ágil e eficiente. Incentivos fiscais oferecidos pelo Estado. Estabilidade política e econômica. Abertura econômica (ausência de tarifas alfandegárias). Terrenos baratos. Proximidade de Tecnopolos Exercícios 1. A Intel, líder mundial de inovações em silício, desenvolve tecnologias, produtos e iniciativas para melhorar continuadamente a forma como as pessoas trabalham e vivem. (www.intel.com) A Intel investirá mais de US$ 1 bilhão de dólares na Índia ao longo de cinco anos (...). A Intel está conversando com o governo indiano sobre a instalação de unidades de produção no país (...). (“Valor Econômico”, 06/12/2005) A Revolução Industrial iniciada no século XVIII na Europa que resultou na reformulação do mapa econômico desse continente, e o atual processo de desenvolvimento industrial, exemplificado nos textos, têm mecanismos distintos de localização das atividades industriais. Em cada uma dessas fases, as fábricas com novas tecnologias foram atraídas, respectivamente, pela presença de: GEOGRAFIA MODULO 03 5 a) rede de transporte - governo democrático b) incentivo fiscal - abundante matéria-prima c) mercado consumidor - legislação ambiental flexível d) fonte de energia – mão de obra com qualificação 2.A Inglaterra pedia lucros e recebia lucros. Tudo se transformava em lucro. As cidades tinham sua sujeira lucrativa, suas favelas lucrativas, sua fumaça lucrativa, sua desordem lucrativa, sua ignorância lucrativa, seu desespero lucrativo. As novas fábricas e os novos altos-fornos eram como as Pirâmides, mostrando mais a escravização do homem que seu poder. (DEANE. P. A Revolução Industrial. Rio de Janeiro: Zahar, 1979). Qual relação é estabelecida no texto entre os avanços tecnológicos ocorridos no contexto da Revolução Industrial Inglesa e as características das cidades industriais no início do século XIX? a) A facilidade em se estabelecer relações lucrativas transformava as cidades em espaços privilegiados para a livre iniciativa, característica da nova sociedade capitalista. b) O desenvolvimento de métodos de planejamento urbano aumentava a eficiência do trabalho industrial. c) A construção de núcleos urbanos integrados por meios de transporte facilitava o deslocamento dos trabalhadores das periferias até as fábricas. d) A grandiosidade dos prédios onde se localizavam as fábricas revelava os avanços da engenharia e da arquitetura do período, transformando as cidades em locais de experimentação estética e artística. e) O alto nível de exploração dos trabalhadores industriais ocasionava o surgimento de aglomerados urbanos marcados por péssimas condições de moradia, saúde e higiene. 3. São Paulo, 1940: leitura de jornal nas ruas Rio de Janeiro, 1942: família se reúne para ouvir rádio (PILAGALLO, Oscar; DIWAN, Pietra. Cotidiano: um dia na vida de brasileiros. São Paulo: Folha de São Paulo, 2012) Nas décadas de 1930 e 1940, período de expansão do crescimento industrial, o cotidiano dos brasileiros residentes em grandes centros urbanos foi afetado por mudanças nos meios de comunicação, como ilustram as fotografias. A multiplicação de meios de comunicação contribuiu principalmente para a crescente uniformização de: a) práticas religiosas. b) demandas políticas. c) hábitos de consumo. d) padrões tecnológicos. 4. O gráfico aponta importantes mudanças no padrão de consumo de países desenvolvidos, entre as décadas de 1950 e 1990. O modelo produtivo e a correspondente explicação para tais mudanças estão apontadas em: a) consumismo - aumento do volume de crédito para a população b) sistêmico-flexível - adoção do livre-cambismo como política alfandegária c) fordismo - transferência aos trabalhadores de ganhos de produtividade d) neofordismo - redução do preço dos produtos por subsídios governamentais 5. (NEVES, E. Engraxate. Disponível em: www.grafar.blogspot.com. Acesso em: 15 fev. 2013.) Considerando-se a dinâmica entre tecnologia e organização do trabalho, a representação contida no cartum é caracterizada pelo pessimismo em relação à: a) Ideia de progresso. b) Concentração do capital. c) Noção de sustentabilidade. d) Organização dos sindicatos. e) Obsolescência dos equipamentos. 6. O New Deal visa restabelecer o equilíbrio entre o custo de produção e o preço, entre a cidade e o campo, entre os preços agrícolas e os preços industriais, reativar o mercado interno — o único que é importante —, pelo controle de preços e da produção, pela revalorização dos salários e do poder aquisitivo das massas, isto é, dos lavradores e operários, e pela regulamentação das condições de emprego. (CROUZET,M. Os Estados perante a crise. In: História geral das civilizações.São Paulo: Difel, 1966(adaptado) Tendo como referência os condicionantes históricos do entre guerras, as medidas governamentais descritas objetivavam: a) flexibilizar as regras do mercado financeiro. b) fortalecer o sistema de tributação regressiva. c) introduzir os dispositivos de contenção creditícia. d) racionalizar os custos da automação industrial mediante negociação sindical. e) Recompor os mecanismos de acumulação econômica por meio da intervenção estatal. GEOGRAFIA MODULO 03 6 7. A instalação de uma refinaria obedece a diversos fatores técnicos. Um dos mais importantes é a localização, que deve ser próxima tanto dos centros de consumo como das áreas de produção. A Petrobras possui refinarias estrategicamente distribuídas pelo país. Elas são responsáveis pelo processamento de milhões de barris de petróleo por dia, suprindo o mercado com derivados que podem ser obtidos a partir de petróleo nacional ou importado. (Murta, Energia: o vício da civilização, crise energética e alternativas sustentáveis. Rio de Janeiro Caramond 2011) A territorialização de uma unidade produtiva depende de diversos fatores locacionais. A partir da leitura do texto, o fator determinante para a instalação das refinarias de petróleo é a proximidade a a) sedes de empresas petroquímicas. b) zonas de importação de derivados c) polos de desenvolvimento tecnológico. d) áreas de aglomerações de mão de obra e) espaços com infraestrutura de circulação 8. A mundialização introduz o aumento da produtividade do trabalho sem acumulação de capital, justamente pelo caráter divisível da forma técnica molecular digital do que resulta a permanência da má distribuição da renda: exemplificando mais uma vez, os vendedores de refrigerantes às portas dos estádios viram sua produtividade aumentada graças ao just in time dos fabricantes e distribuidores de bebidas, mas para realizar o valor de tais mercadorias, a forma do trabalho dos vendedores é a mais primitiva. Combinam-se, pois, acumulação molecular-digital com o puro uso da força de trabalho. (OLIVEIRA, F. Crítica à razão dualista e o ornitorrinco. Campinas Boitempo, 2003) Os aspectos destacados no texto afetam diretamente questões como emprego e renda, sendo possível explicar essas transformações pelo(a) a) crise bancária e o fortalecimento do capital industrial. b) inovação toyotista e a regularização do trabalho formal. c) impacto da tecnologia e as modificações na estrutura produtiva. d) emergência da globalização e a expansão do setor secundário. e) diminuição do tempo de trabalho e a necessidade do diploma superior. 9. Andy Warhol (1928-1987) é um artista conhecido por criações que abordaram valores da sociedade de consumo; em especial, o uso e o abuso da repetição. Esses traços estão presentes, por exemplo, na obra que retrata as latas de sopa Campbell’s, de 1962. O modelo de desenvolvimento do capitalismo e o correspondente elemento da organização da produção industrial representados neste trabalho de Warhol estão apontados em: a) taylorismo – produção flexível b) fordismo – produçãoem série c) toyotismo – fragmentação da produção d) neofordismo – terceirização da produção 10. O processo ironizado na charge, em que cada participante da reunião acrescenta um item à imagem do operário, refere-se: a) à tomada de decisões no âmbito coletivo, que integra os operários no planejamento fabril e valoriza o trabalho. b) à alienação do trabalho, que fragmenta as etapas produtivas e controla os movimentos dos trabalhadores. c) ao aumento das exigências contratuais, que elevam o desemprego estrutural e alimentam as instituições de qualificação profissional. d) à substituição do trabalhador na linha de montagem, que mecaniza as fábricas e evita a especialização produtiva. e) ao desenvolvimento de novas técnicas, que complexificam a produção e selecionam os profissionais com domínio global sobre o produto. 11. O capitalismo já conta com mais de dois séculos de história e, de acordo com alguns estudiosos, vive-se hoje um modelo pós-fordista ou toyotista desse sistema econômico. Observe o anúncio publicitário: (Adaptado de Casa Cláudia, dezembro 2008) GEOGRAFIA MODULO 03 7 Uma estratégia própria do capitalismo pós-fordista presente neste anúncio é: a) concentração de capital, viabilizando a automação fabril b) terceirização da produção, massificando o consumo de bens c) flexibilização da indústria, permitindo a produção por demanda d) formação de estoque, aumentando a lucratividade das empresas 12. Um carro esportivo é financiado pelo Japão, projetado na Itália e montado em Indiana, México e França, usando os mais avançados componentes eletrônicos, que foram inventados em Nova Jérsei e fabricados na Coreia. A campanha publicitária é desenvolvida na Inglaterra, filmada no Canadá, a edição e as cópias, feitas em Nova York para serem veiculadas no mundo todo. Teias globais disfarçam-se com o uniforme nacional que lhes for mais conveniente. (REICH, R. O trabalho das nações: preparando-nos para o capitalismo no século XXI. São Paulo: Educator, 1994) (adaptado) A viabilidade do processo de produção ilustrado pelo texto pressupõe o uso de: a) linhas de montagem e formação de estoques. b) empresas burocráticas e mão de obra barata. c) controle estatal e infraestrutura consolidada. d) organização em rede e tecnologia de informação. e) gestão centralizada e protecionismo econômico. 13. Quando os auditores do Ministério do Trabalho entraram na casa de paredes descascadas num bairro residencial da capital paulista, parecia improvável que dali sairiam peças costuradas para uma das maiores redes de varejo do país. Não fossem as etiquetas da loja coladas aos casacos, seria difícil acreditar que, através de uma empresa terceirizada, a rede pagava 20 centavos por peça a imigrantes bolivianos que costuravam das 8 da manhã às 10 da noite. Os 16 trabalhadores suavam em dois cômodos sem janelas de 6 metros quadrados cada um. Costurando casacos da marca da rede, havia dois menores de idade e dois jovens que completaram 18 anos na oficina. (Época, 04/04/2011) A comparação entre modelos produtivos permite compreender a organização do modo de produção capitalista a cada momento de sua história. Contudo, é comum verificar a coexistência de características de modelos produtivos de épocas diferentes. Na situação descrita na reportagem, identifica-se o seguinte par de características de modelos distintos do capitalismo: a) organização fabril do taylorismo – legislação social fordista b) nível de tecnologia do neofordismo – perfil artesanal manchesteriano c) estratégia empresarial do toyotismo – relação de trabalho pré- fordista d) regulação estatal do pós-fordismo – padrão técnico sistêmico- flexível 14. A fábrica da Ford em River Rouge, nos E.U.A., inaugurada em 1928, ocupava 8 km2 e chegou a ter 120 mil operários. A fábrica da Ford em Camaçari, no brasil, inaugurada em 2001, ocupa 1,6 km2 e tem 8 mil operários. As diferenças observadas entre a fábrica fordista e a fábrica pós- fordista são explicadas, principalmente, pela introdução da estratégia de organização produtiva denominada: a) regulação. c) padronização. b) terceirização. d) hierarquização. 15. 3ª do plural Corrida pra vender cigarro Cigarro pra vender remédio Remédio pra curar a tosse Tossir, cuspir, jogar pra fora Corrida pra vender os carros Pneu, cerveja e gasolina Cabeça pra usar boné E professar a fé de quem patrocina Querem te matar a sede, eles querem te sedar Eles querem te vender, eles querem te comprar (...) Corrida contra o relógio Silicone contra a gravidade Dedo no gatilho, velocidade Quem mente antes diz a verdade Satisfação garantida Obsolescência programada Eles ganham a corrida antes mesmo da largada (...) (Engenheiros do Hawaii. letras.terra.com.br) Os diferentes modelos produtivos de cada momento do sistema capitalista sempre foram o resultado da busca por caminhos para manter o crescimento da produção e do consumo. A crítica ao sistema econômico presente na letra da canção está relacionada à seguinte estratégia própria do atual modelo produtivo toyotista: a) aceleração do ciclo de renovação dos produtos. b) imposição do tempo de realização das tarefas fabris. c) restrição do crédito rápido para o consumo de mercadorias. d) padronização da produção dos bens industriais de alta tecnologia. 16. No final do século XX e em razão dos avanços da ciência, produziu- se um sistema presidido pelas técnicas da informação, que passaram a exercer um papel de elo entre as demais, unindo-as e assegurando ao novo sistema uma presença planetária. Um mercado que utiliza esse sistema de técnicas avançadas resulta nessa globalização perversa. (SANTOS, M. Por uma outra globalização. Rio de Janeiro: Record, 2008 (adaptado)) Uma consequência para o setor produtivo e outra para o mundo do trabalho advindas das transformações citadas no texto estão presentes, respectivamente, em: a) Eliminação das vantagens locacionais e ampliação da legislação laboral. b) Limitação dos fluxos logísticos e fortalecimento de associações sindicais. c) Diminuição dos investimentos industriais e desvalorização dos postos qualificados. d) Concentração das áreas manufatureiras e redução da jornada semanal. e) Automatização dos processos fabris e aumento dos níveis de desemprego. GEOGRAFIA MODULO 03 8 17. Na década de 1970, o modelo produtivo predominante no capitalismo brasileiro era o fordista. Contudo, na publicidade veiculada em 1977, é possível identificar a transição para o modelo produtivo subsequente. A partir do anúncio publicitário, esse novo modelo é caracterizado pela introdução de: a) consumo de massa b) linha de montagem c) fabricação por demanda d) produção com flexibilidade 18. No início do século XX, o desenvolvimento industrial das cidades criou as condições necessárias para aquilo que Thomas Gounet denominou “civilização do automóvel”. Nesse contexto, um nome se destacou, o de Henri Ford, cujas indústrias aglutinavam contingentes de trabalhadores maiores que o de pequenas cidades com menos de 10.000 habitantes. O nome de Ford ficou marcado pela forma de organização de trabalho que propôs para a indústria. Com base nos conhecimentos sobre a organização do trabalho nos princípios propostos por Ford, assinale a alternativa correta. a) A organização dos sindicatos de trabalhadores dentro da fábrica transformou-os em colaboradores da empresa. b) A implantação da produção flexível de automóveis garantiu uma variedade de modelos para o consumidor. c) A produção em massa foi substituída pela de pequenos lotes de mercadorias, a fim de evitar estoques de produtos. d) O método de Ford potencializou o parcelamento de tarefas, largamente utilizado por Taylor. e) Para obter ganhos elevados, a organização fordista implicava uma drástica redução dos salários dos trabalhadores. 19. Sobre a geografia econômica dosEstados Unidos, assinale a alternativa CORRETA. a) O território dos EUA é dividido entre a área industrial na parte leste e o setor agrícola na região oeste. b) Os tecnopolos estão localizados nas grandes cidades da costa leste, principalmente na megalópole entre Boston e Washington. c) A região nordeste, primeira área de industrialização, passa por mudanças econômicas com a saída das indústrias tradicionais para outros países. d) O cinturão da plantação de laranja e produção de suco está na parte mais setentrional, próximo à fronteira com Canadá. 20. Analise a tirinha a seguir: (Disponível em <http://images.google.com.br/novaes>. Acesso em 24/10/2008) Nela, evidencia-se que a introdução da cronometragem no interior da produção vai se tornar um ponto de atrito constante entre a direção e os operários e suas organizações. Esse princípio foi introduzido na organização do trabalho pelo paradigma de produção: a) flexível. d) taylorista. b) marxista. e) toyotista. c) pós-fordista. 21. O que unia toda a oposição ao programa de Margaret Thatcher era uma suspeita de que a filha do merceeiro estava determinada a monetarizar o valor humano, de que ela não tinha coração. Mas, se os leitores de hoje voltassem no tempo até o fim dos anos 70, poderiam ficar irritados ao descobrir que a programação da TV do dia seguinte era um segredo de Estado que não se compartilhava com os jornais. Thatcher transformou de tal maneira a vida cotidiana que hoje mal nos damos conta. (Ian McEwan. Adaptado de Folha São Paulo 14/04/2013) A morte de Margaret Thatcher, em abril de 2013, ocasionou muitos debates na imprensa acerca de suas ações como primeira-ministra do Reino Unido entre 1979 e 1990, como exemplifica o texto. No contexto internacional da época, a política econômica da governante britânica foi associada a estratégias vinculadas à prática do: a) fordismo. c) corporativismo. b) trabalhismo. d) neoliberalismo. 22. As transformações do espaço mundial da era industrial estão muito associadas aos longos ciclos de inovação tecnológica. Por meio deles, a economia contemporânea foi evoluindo até a “revolução da inovação” do mundo de hoje, de acordo com o esquema apresentado abaixo. (The Economist London: The Economist Group, 20 fev. 1999. p.8. In: MAGNOLI, Demétrio. Geografia para ensino médio. São Paulo: Atual, 2012. p. 99. Adaptado.) Considerando-se a ordenação sequencial dos ciclos no esquema, é um elemento representativo para cada um desses ciclos, respectivamente: a) ferro, carvão, petróleo, novas mídias, aviação b) têxteis, siderurgia, automóveis, petroquímicos, biotecnologia c) navios a vapor, carvão mineral, petróleo, aviação, redes digitais d) ferrovias, siderurgia, telefone, eletrônicos, softwares e) força hidráulica, ferrovias, petroquímicos, eletricidade, novas mídias GEOGRAFIA MODULO 03 9 23. A Terceira Revolução Industrial, que se iniciou desde a década de 1970, vem impulsionando alterações no que se refere à espacialização de áreas fabris. No atual ciclo de inovações, configuram-se novas regiões industriais que primam pela localização nas proximidades de a) grandes aglomerações de força de trabalho. b) áreas com recursos naturais abundantes. c) amplos mercados consumidores. d) universidades e institutos de pesquisa. 24. (http://autoentusiastas.blogspot.com.br/2012/10/industria-automobilistica- definido-o.html. Acesso em: 21/11/2012) A imagem retrata um cenário presente na chamada Terceira Revolução Industrial ou Revolução Técnico-Científica, a qual fez surgir novos processos de produção e grandes mudanças nas relações de trabalho dentro das empresas capitalistas. Uma alteração significativa diz respeito à(ao) a) informatização do processo produtivo e à ampliação do emprego de modo geral. b) automação do processo produtivo e à necessidade de mão de obra reduzida, mas qualificada e especializada. c) surgimento do Fordismo, conjunto de métodos para a produção em série, com os quais vários operários produzem mais em menos tempo. d) ausência completa de trabalhadores em todas as fases da produção, visto que as máquinas regulam todo o processo produtivo. 25. A montadora Ford, de capital norte-americano, anunciou hoje (04/01/2012) a produção global de um modelo de utilitário esportivo, o EcoSport, projetado por cerca de 1,2 mil engenheiros brasileiros e argentinos no centro de desenvolvimento da companhia em Camaçari, na Bahia. O carro, que deverá ser vendido em 100 países, será produzido nas fábricas da Ford na Bahia, na Tailândia e na Índia. (http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-01-04/modelo-de- carro-concebido- no-brasil-vira-produto-global. Acesso em 27/08/2012) Assinale a alternativa que apresenta características da produção industrial atual representada pelo lançamento do Novo Ecosport. a) Estreita relação entre pesquisa e tecnologia e desconcentração industrial na produção de produtos globais. b) Rígida padronização (estandartização) dos produtos com o objetivo de atender o gosto dos clientes. c) Produção baseada no modelo Jus in time, que exige grandes almoxarifados no interior das fábricas. d) Linha de produção fordista, com eliminação da terceirização na produção e na incorporação de mão-de-obra pouco qualificada de países em desenvolvimento. 26. “Em 1905, a Ford tinha 33 fábricas nos Estados Unidos e 19 no estrangeiro. Todas produziam o mesmo carro negro, o Ford ‘T’ – o carro de ‘todo o mundo’ –, fabricando quinze milhões de exemplares de maneira Padronizada”. “A Nissan inventa o automóvel à la carte” “O sistema [...] já está operando em todas as concessionárias da Nissan desde agosto de 1991. [...] é um sistema de informação de ponta que coordena a produção e a venda, e [...] que permite dar ao cliente o prazo exato. [...] a fabricação se aproxima de uma produção segundo a demanda”. (BECKOUCHE, Pierre. Indústria um só mundo. São Paulo: Ática, 1995. p. 28 e 31.) Os dois fragmentos de texto acima exemplificam as transformações dos métodos de produção e de trabalho, com consequentes mudanças na forma de consumo da população mundial. Eles falam respectivamente a) da produção flexível e do pós-fordismo. b) do fordismo e do taylorismo. c) do socialismo e do capitalismo. d) do fordismo e do método Just-in-time. e) da indústria planificada e do toyotismo. 27. Observe a charge a seguir. (http://33pensees.voila.net/dessin.html) Com base na leitura da charge e nos conhecimentos sobre a conjuntura econômica mundial, pode-se concluir que: a) a revolução técnico-científica tem redefinido o mercado de trabalho, esvaziando os setores primário e terciário dos países mais desenvolvidos. b) o crescimento da interdependência econômica entre os países tem transformado o mundo do trabalho em uma aldeia global. c) a mundialização do consumo de bens industriais tem exigido cada vez mais mão de obra qualificada para atender à demanda mundial. d) as migrações internacionais têm representado a introdução de mão de obra jovem em áreas cuja população se caracteriza pelo envelhecimento. e) a reorganização do espaço industrial no mundo avança com o surgimento de novos países emergentes e as crises de desemprego nos velhos países industriais. 28. A indústria de alta tecnologia – eletrônica e informática, biotecnologia e química fina, aeroespacial e bélica – reflete, nas suas opções de localização, uma reação às aglomerações industriais. Esses setores industriais procuram novas localizações nos subúrbios afastados dos núcleos metropolitanos ou em pequenas cidades interioranas. Por outro lado, mão de obra científica e técnica altamente qualificada e intensos investimentos de capital constituem as principais exigências para o sucesso desses empreendimentos. Qual a região abaixo que apresenta as características do texto? a) Região dos Grandes Lagos (EUA) b) Bacia de Londres (Inglaterra)c) Vale de Ruhr (Alemanha) d) Vale do Damodar (Índia) e) Vale do Silício, na Califórnia (EUA) GEOGRAFIA MODULO 03 10 29. (André Dahmer) A crítica feita nos quadrinhos se relaciona com uma contradição do capitalismo globalizado, o qual se caracteriza simultaneamente por: a) elitização do acesso digital – popularização das mídias alternativas b) requinte dos sistemas produtivos – declínio dos regimes democráticos c) manipulação dos padrões técnicos – simplificação dos métodos de gestão d) consumo de produtos sofisticados – exploração da força de trabalho fabril. 30. Os fatores locacionais da indústria passaram por grandes modificações, desde o século XVIII, alterando as decisões estratégicas das empresas acerca da escolha do local mais rentável para seu empreendimento. O esquema abaixo apresenta alguns modelos de localização da siderurgia, considerando os fatores locacionais mais importantes para esse tipo de indústria: minério de ferro, carvão mineral, mercado e sucata. (TERRA, Lygia e outros. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil.São Paulo: Moderna, 2008). No caso dos modelos C e D, as mudanças socioeconômicas que justificam as escolhas de novos locais para instalação de usinas siderúrgicas nas últimas décadas são, respectivamente: a) dispersão dos mercados consumidores – revalorização das economias de aglomeração b) eliminação dos encargos com a mão de obra – generalização das redes de telecomunicação c) diminuição dos preços das matérias-primas – d) Substituição de fontes de energia tradicionais e) redução dos custos com transporte – ampliação das práticas de sustentabilidade ambiental. 31. Para produzir modernamente, essas indústrias convocam outros atores para participar de suas ações hegemônicas, levados, desse modo, a agir segundo uma lógica subordinada à da firma global.[...] Nos lugares escolhidos, tudo é permeado por um discurso sobre desenvolvimento.[...] Nada se fala sobre a robotização do setor e a drenagem dos cofres públicos para essa implantação industrial. (Milton Santos & M. Laura Silveira. O Brasil: Território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001.p. 112) O texto apresenta estratégias de descentralização das indústrias: a) mecânicas. d) petroquímicas. b) de vestuário. e) automobilísticas. c) siderúrgicas. 32. A chamada Segunda Revolução Industrial, ocorrida nas últimas décadas do século XIX, foi caracterizada. a) pela concentração do processo de industrialização na Inglaterra e pela montagem do império colonial britânico. b) pelo desenvolvimento da eletricidade e da siderurgia e pela expansão da industrialização para além do continente europeu. c) pela industrialização e pela formação de Estados nacionais no continente africano, a partir das suas antigas fronteiras culturais e linguísticas. d) pelo equilíbrio de forças entre as antigas colônias europeias e os Estados europeus devido à difusão da industrialização. e) pela retração da economia mundial devido à mecanização da produção e à diminuição da oferta de produtos industrializados. 33. O mundo moderno, dominado pela sociedade de consumo, tem na indústria o mais importante dos setores da sua economia: ela provoca o desenvolvimento de atividades que lhe são complementares, como fornecedores de matérias-primas e de energia, fornecendo oportunidade de emprego à mão-de-obra, forçando a sua qualificação, produzem capitais e estimulam o desenvolvimento do comércio, dos transportes e dos serviços. (ANDRADE, Manuel Correia de. Geografia econômica. 12. ed. São Paulo: Atlas, 1998) A indústria é vital para colocar os países na vanguarda do processo de desenvolvimento econômico. Sobre a evolução da indústria, é correto afirmar: a) O artesanato que antecedeu à manufatura teve como principal característica um trabalhador altamente especializado. b) A invenção da máquina a vapor está vinculada à primeira fase da Revolução Industrial que teve como principal base energética o petróleo. c) A doutrina liberal predominou na segunda fase da Revolução Industrial, tendo sido implantada, na Inglaterra, pelo seu criador Henry Ford. d) Os Tigres Asiáticos, países de industrialização tardia, se desenvolveram a partir de uma política agressiva, voltada para o mercado interno. e) A reengenharia e o just in time são elementos da terceira fase da Revolução Industrial que teve seu modelo derivado do Toyotismo. Gabaritos 1. D 2. E 3. C 4. C 5. A 6. E 7. E 8. C 9. B 10. B 11. C 12. D 13. C 14. B 15. A 16. E 17. E 18. D 19. C 20. D 21. D 22. B GEOGRAFIA MODULO 03 11 23. D 24. B 25. A 26. D 27. E 28. E 29. D 30. D 31. E 32. B 33. E
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