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Patologia bucal Doenças da polpa e do periápice Pulpite O que é ? Quando um estímulo externo atinge um nível nocivo, pode ocorrer degranulação de mastócitos, diminuição do fluxo de nutrientes e dano celular Com isso, ocorre: Resposta pulpar: Tem o objetivo de eliminar microrganismos invasores, remover restos celulares e limitar o dano tecidual. A reação inflamatória pode levar a um aumento da lesão pulpar e até mesmo à necrose da polpa. Em lesões cariosas profundas Quando as bactérias atingem a dentina terciária, então a barreira de defesa foi atravessada, causando um grau de pulpite severa e chance mínima de recuperação da polpa. Estímulos que podem lesar a polpa: Dano mecânico, lesão térmica, irritação química, efeitos bacterianos Classificação da pulpite Características clínicas Pulpite reversível: Dor súbita de intensidade leve a moderada e de curta duração. É necessário estímulos para que a pulpalgia ocorra, tais como, frio, calor, alimentos doces ou ácidos. A dor NÃO ocorre na ausência de estímulos e regride após remoção destes. O dente responde aos testes de vitalidade. A mobilidade e sensibilidade a percussão estão ausentes. Caso a inflamação progrida, pode acontecer de evoluir para uma irreversibilidade Pulpite irreversível: Dor aguda e acentuada ao estímulo térmico e dor continua após remoção do estímulo. A dor pode ser espontânea ou continua e pode ser exacerbada quando o individuo se deita. Dente responde aos teste de vitalidade utilizando-se corrente elétrica. Em estágios iniciais da pulpite irreversível a dor pode ser facilmente relacionada ao dente afetado, entretanto com o passar do tempo e aumento do desconforto, o paciente se torna incapaz de identificar o dente acometido no quadrante em questão. Em estágios mais avançados da pulpite irreversível, a dor aumenta de intensidade, podendo ser relatada pelo paciente como uma dor pulsátil, o que pode fazer com que paciente não consiga dormir á noite. O dente responde ao teste elétrico e a mobilidade e sensibilidade à percussão Necrose pulpar: Ocorre com a progressão da pulpite, nessa fase a polpa perde sua vitalidade, não respondendo aos testes e estímulos. LIBERAÇÃO DE MEDIADORES INFLAMATÓRIOS COMO BRADICININA, HISTAMINA ETC. VASODILATAÇÃO AUMENTO DO FLUXO SANGUÍNEO EXTRAVASAMENTO VASCULAR COM EDEMA Aguda ou crônica Localizada ou generalizada Infectada ou estéril Granuloma periapical Periodontite apiccal crônica O termo granuloma periapical se refere a uma massa de tecido de granulação crônica ou agudamente inflamado no ápice do dente desvitalizado. A formação de lesões inflamatórias no periápice do dente apresenta uma defesa secundária à presença de infecção microbiana no canal radicular, com a disseminação dos produtos tóxicos relacionados em direção à zona apical. Inicialmente a reação de defesa elimina as substâncias nocivas, no entanto, com o tempo, a reação do hospedeiro se torna menos eficaz em relação à invasão e disseminação de toxinas. Estágios iniciais Características clínicas e Radiográficas Fase aguda fase inicial da doença inflamatória periapical, provoca dor pulsátil não localizada constante. O dente associado responde negativamente ao teste de vitalidade. Em geral a dor provocada durante a oclusão ou percussão está presente, mas inicialmente não são observadas alterações radiográficas dignas de notas. Fase Crônica os sintomas associados regridem, pois a maioria dos granulomas periapicais são assintomáticos, mas podem ocorrer episódios de dor ou sensibilidade se houver uma exacerbação aguda, ou seja, se o granuloma reagudizar. O dente envolvido não se apresenta responsivo aos testes de vitalidade ou sensibilidade. Nesta fase a lesão já pode ser diagnosticada radiograficamente PREDOMINÂNCIA DE NEUTRÓFILOS NÃO HÁ PRESENÇA DE ALTERAÇÕES RADIOGRÁFICAS NESTA FASE É DENOMINADA PERIODONTITE PERIAPICAL AGUDA PODEM SE ORIGINAR A PARTIR DE ABSCESSOS PERIAPICAIS PODEM SE TRANSFORMAR EM CISTOS PERIAPICAIS LESÕES GERALMENTE PEQUENAS E RADIOLÚCIDAS DENTES ACOMETIDOS APRESENTAM PERDA DA LÂMINA DURA PERIAPICAL LESÃO BEM CIRCUNSCRITA, OU SEJA, BEM DELIMITADA GERALMENTE NÃO APRESENTAM HALO RADIOPACO CIRCUNDANTE NOTÁVEL REBSORÇÃO RADICULAR Características Histopatológicas Tratamento O sucesso do tratamento depende da redução e do controle dos organismos causadores. Quando o dente pode ser preservado o tratamento endodôntico é indicado. Nos casos em que o dente não pode ser preservado, indica-se a exodontia, seguida de curetagem de todo o tecido mole apical para que não haja recidivas. Cisto periapical Cisto radicular ou cisto periodontal apical O epitélio na região do ápice de um dente desvitalizado pode ser estimulado pela inflamação para formar um cisto verdadeiramente revestido por epitélio. A resposta inflamatória pode aumentar a produção do fator de crescimento levando ao aumento da proliferação do epitélio. A fonte epitelial é formada pelos restos epiteliais de Malassez. Tipos de cisto Características clínicas e radiográficas Cisto periapical em geral são assintomáticos, à menos que ocorra agudização. O cisto pode atingir um tamanho grande, podendo ser observada área de tumefação e sensibilidade leve. Com o crescimento do cisto pode ocorrer deslocamento e mobilidade de dentes adjacentes. O dente não responde à testes de vitalidade. Radiograficamente o cisto periapical apresenta: TECIDO DE GRANULAÇÃO CIRCUDADO POR CÁPSULA FIBROSA INFILTRADO DE CÉLULAS INFLAMATÓRIAS (HISTIOLINFOPLASMOCITÁRIO) CORPÚSCULO DE RUSSEL (ACÚMULO DE IMUNOGLOBULINAS) PODEM ESTAR PRESENTES CRISTAIS DE COLESTEROL, VASOS SANGUÍNEOS ECTÁSICOS PRESENÇA DE CÉLULAS GIGANTES CISTOS CISTO PERIAPICAL VERDADEIRO CISTO PERIAPICAL RESIDUAL CISTO PERIAPICAL LATERAL PERDA DA LÂMINA DURA ÁREA RADIOLÚCIDA PERIAPICAL TAMANHO DA LESÃO NÃO PODE DETERMINAR DIAGNÓSTICO REABSORÇÃO RADICULAR CIRCUNSCRITAS COM HALO RADIOGRÁFICOS Cisto periapical lateral apresenta-se como uma imagem radiolúcida discreta ao longo da porção lateral da raiz. A perda da lâmina dura e uma fonte de inflamação evidente não podem ser detectadas. Cisto periapical residual apresenta-se como uma imagem radiolúcida de forma circular a oval, de tamanho variável, localizada no processo alveolar em um local de extração dentária prévia. O envelhecimento da lesão, degeneração dos constituintes celulares no lúmen, leva à calcificação distrófica e radiopacidade central do lúmen. Características histopatológicas As características histopatológicas de todos os três tipos de cistos inflamatórios são semelhantes. O cisto é revestido pelo epitélio escamoso estratificado, o qual pode apresentar exocitose, espongiose ou hiperplasia. O lúmen do cisto pode ser preenchido por gaz ou líquido, além de restos celulares, área necrótica ou degeneração vacuolar O revestimento do epitélio pode apresentar calcificações lineares ou em forma de arco, conhecidas como o corpúsculo de Rushton (que NÃO pode estar presente no granuloma, pois ele não possui epitélio, e o corpúsculo é uma calcificação distrófica do epitélio) São vistos também cristais de colesterol, com células gigantes multinucleadas, hemácias, áreas de pigmentação. Cápsula do cisto é constituída por tecido conjuntivo fibroso denso, com infiltrado inflamatório histiolinfoplasmocitário. A cápsula do cisto pode conter corpos hialinos dispersos.Tratamento O sucesso do tratamento depende da redução e do controle dos organismos causadores. Quando o dente pode ser preservado o tratamento endodôntico é indicado. Nos casos em que o dente não pode ser preservado, indica-se a exodontia, seguida de curetagem de todo o tecido mole apical para que não haja recidivas. Abscesso periapical O acúmulo de células inflamatórias agudas no ápice do dente NÃO vital é denominado abscesso periapical As lesões inflamatórias agudas com formação de abscesso podem surgir como alteração periapical inicial ou de uma exacerbação aguda de uma lesão periapical inflamatória crônica. Inicialmente, as fibras periapicais do ligamento periodontal podem exibir inflamação aguda, mas nenhuma formação evidente de abscesso, esta alteração localizada pode evoluir para um abscesso. Características clínicas e radiográficas Devem ser classificados como sintomáticos e assintomáticos com base nas suas apresentações clínicas. Abscessos periapicais se tornam sintomáticos a medida que o material purulento se acumula no interior do alvéolo. Nos estágios iniciais provocam sensibilidade no dente afetado, que muitas vezes é aliviada pela aplicação direta de pressão. Com a progressão, a dor se torna mais intensa, frequentemente com sensibilidade extrema à percussão, extrusão do dente e tumefação dos tecidos. O dente afetado não responde à estímulos ao frio nem teste pulpares elétricos. Paciente pode relatar cefaléia, mal estar, febre e calafrios. Radiograficamente podem apresentar um espessamento do ligamento periodontal apical, imagem radiolúcida mal delimitada. Com a progressão, o abscesso se dissemina pela região que apresenta menos resistência. A secreção purulenta, através dos espaços medulares, pode se afastar da área periapical, resultando em osteomielite ou pode perfurar a cortical e se difundir através dos tecidos moles sobrejacentes como celulite O material purulento pode acumular-se no tecido conjuntivo sobrejacente ao osso e provocar aumento de volume séssil ou perfurar a superfície epitelial e drenar através de fistula intra-oral. Os abscessos dentários também podem canalizar-se através da pele sobrejacente e drenar por uma fístula cutânea. Características histopatológicas Os abscessos consistem em aglomerados de leucócitos polimorfonucleares, permeados por exsudato inflamatório, restos celulares, material necrótico, colônias bacterianas ou histiócitos (macrófagos). Tratamento Drenagem e eliminação do foco de infecção. Indica- se utilização de AINES e antibióticos no caso de pacientes sistemicamente comprometidos principalmente. Geralmente a cicatrização ocorre espontaneamente após a remoção do fator causal e drenagem do abscesso. Celulite Quando o abscesso não é capaz de drenar através da superfície cutânea ou para o interior da cavidade oral, ele pode se disseminar difusamente através dos planos fasciais dos tecidos moles. Esta disseminação aguda e edemaciada de um processo inflamatório é o que se caracteriza como celulite. As formas de celulite mais discutidas são angina de Ludwig e trombose do seio cavernoso. Angina de Ludwig É uma celulite agressiva que dissemina rapidamente e que acomete os espaços sublingual, submandibular e submentual. Uma vez que a infecção penetra pelo espaço submandibular ela pode se estender para o espaço faríngeo lateral e depois ao espaço retrofaríngeo, podendo se estender ao mediastino, resultando em graves conseqüências. O paciente relata dor na região do pescoço e no soalho de boca, restrição dos movimentos do pescoço, disfagia, disfonia, disartria, sialorreia e garganta dolorida. O envolvimento do espaço faríngeo lateral pode causar obstrução respiratória secundária ao edema da laringe, resultando em taquipneia, sibilo, inquietação e necessidade de manter postura ereta para facilitar respiração. Paciente pode ainda apresentar febre, calafrios, leucocitose. Trombose do seio cavernoso Apresenta-se como um aumento edemaciado Aumento periorbitário com envolvimento das pálpebras e da conjuntiva. Nos casos que envolvem o espaço canino, a tumefação também está caracteristicamente localizada ao longo da margem lateral do nariz e pode se estender para região medial do olho e região periorbitária Paciente pode apresentar lacrimenjamento, dilatação pupilar, fotofobia e perda da visão, além de proptose, equimoses e ptose palpebral. Podem ser relatadas febre, calafrios, dores de cabeça, sudorese, taquicardia, náuseas e vômitos. Caso haja progressão, pode haver comprometimento do sistema nervoso central. Logo, a meningite, taquicardia, taquipneia, respiração irregular, endurecimento do pescoço, topor profundo, com ou sem delírio. Tratamento Angina de Ludwig 1. Manutenção das vias aéreas 2. Incisão e drenagem 3. Antibioticoterapia 4. Eliminação do foco infeccioso original Trombose do seio cavernoso 1. Drenagem cirúrgica 2. Altas doses de antibiótico 3. Dente afetado deve ser extraído 4. Deve ser feita drenagem caso haja ponto de flutuação .
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