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Transtornos alimentares - Anorexia e bulimia

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Anorexia nervosa 
- É um transtorno alimentar que se caracteriza por 
perda de peso autoinfligida e distorção da imagem 
corporal, acompanhado de medo ou recusa em 
ganhar peso. 
EPIDEMIOLOGIA 
→ 90% são do sexo feminino. 
→ Faixa etária mais atingida = 15-25 anos. 
→ Prevalência entre os homens é baixa mas está 
aumentando, principalmente entre 
homossexuais. 
→ Caucasianos são mais acometidos. 
→ Profissões ligadas à estética e ao corpo 
(bailarinas, atletas, profissionais da moda, 
atrizes, atores, estudantes de nutrição, 
medicina e psicologia). 
FATORES DE RISCO 
 Predisponentes – sexo feminino, história 
familiar, baixa autoestima, perfeccionismo, 
dificuldade de expressar emoções. 
 Precipitantes – dieta, separação, perda, 
alteração na dinâmica familiar, expectativas 
irreais na escola, trabalho ou vida pessoal e 
proximidade da menarca. 
 Mantenedores – alterações neuroendócrinas 
decorrentes do estado nutricional alterado, 
distorção da imagem corporal, distorções 
cognitivas e práticas purgativas. 
QUADRO CLÍNICO 
→ O quadro clínico inicia-se quase sempre após 
uma dieta. 
→ Inicialmente são evitados alimentos 
“engordativos” e progressivamente passa a 
restringir a alimentação, chegando a abolir a 
ingesta de grupos alimentares e minimizar o 
número de refeições. 
→ O quadro clínico crônico é associado a sérias 
complicações decorrentes da desnutrição e 
dos métodos compensatórios inadequados. 
→ Apesar da perda de peso, o paciente continua 
insatisfeito. 
COMPLICAÇÕES CLÍNICAS 
→ Pele amarelada por hipercarotenemia, pele 
seca, lanugo, cabelos finos e quebradiços, 
perda de cabelo. 
→ Retardo do esvaziamento gástrico, diminuição 
do peristaltismo, pancreatite, constipação 
intestinal, alteração das enzimas hepáticas, 
lesões esofágicas causadas por vômitos, 
perda dentária, hipoglicemia. 
→ Bradicardia, diminuição da PA, arritmias, IC, 
parara cardíaca, hipotensão postural, aumento 
do intervalo QT, miocardiopatias. 
→ Edema, cálculo renal, aumento da ureia sérica, 
poliúria, desidratação. 
→ Anemia, leucopenia, trombocitopenia. 
→ Amenorreia, infertilidade, recém-nascidos com 
baixo peso, partos prematuros, complicações 
perinatais. 
→ Hipocalemia, hiponatremia, hipofosfatemia, 
hipomagnesemia. 
→ Osteopenia/osteoporose. 
→ Hipoglicemia. 
→ Hipotermia e intolerância ao frio. 
→ Convulsões, atrofia cerebral, alterações 
neurocomportamentais. 
CLASSIFICAÇÃO 
1. AN purgativa – se o paciente apresenta 
compulsão alimentar e utiliza métodos como 
indução de vômitos, abuso de laxantes e ou 
diuréticos. 
2. AN restritiva – se o paciente utiliza da 
restrição alimentar para perder peso que pode 
estar acompanhada por atividade física 
excessiva e uso de anorexígenos. 
COMORBIDADES 
 Depressão. 
 Transtornos de ansiedade. 
 TOC. 
 Dependência de álcool e drogas. 
 Transtornos de personalidade. 
TRATAMENTO 
- Assistência multidisciplinar – nutricionista, 
psicólogo, médico psiquiatra. 
- Realimentação – preferencialmente VO; há 
circunstâncias em que a nutrição enteral ou 
parenteral é necessária. Atenção a síndrome da 
realimentação! 
- Monitoramento do peso. 
- ISRS – Ex. Fluoxetina. 
- Antipsicóticos – Ex. Olanzapina, clorpromazina, 
loxapina. 
- Ciproeptadina (anti-histamínico) – pode ser 
utilizada como orexígeno. 
- Benzodiazepínicos – podem ser utilizados 
antes das refeições, por seu efeito ansiolítico. 
- Psicoterapia – cognitivo-comportamental, 
individual de orientação psicodinâmica, familiar. 
Bulimia nervosa 
- Caracteriza-se pela compulsão alimentar 
(ingestão de grande quantidade de alimento em 
curto período com sensação de perda de controle 
e compensações inadequadas para o controle de 
peso, como vômitos induzidos, dietas 
compensatórias, uso de medicamentos e 
exercícios físicos exagerados). 
EPIDEMIOLOGIA 
→ Prevalência maior no sexo feminino (90%). 
→ Início mais comum no final da adolescência ou 
início da vida adulta. 
→ Profissões de maior risco = modelos, 
profissionais da moda, jóqueis, atletas. 
FATORES DE RISCO 
 Biológicos – alteração em neurotransmissores 
e hormônios da saciedade. 
 Psicológicos – pensamento dicotômico, 
perfeccionismo, labilidade emocional, aversão 
a conflitos e medo de abandono, baixa 
autoestima, dificuldade em verbalizar 
sentimentos e autoavaliação negativa. 
 Culturais – crença de que corpo atrativo facilita 
o sucesso social e profissional. 
 Familiares – conflitos familiares, alterações 
nas relações interpessoais, dificuldade de 
comunicação e falta de coesão no núcleo 
familiar. Comentários negativos dos pais a 
respeito do peso dos filhos, comportamento 
alimentar restritivo e encorajamento para que 
os filhos façam dieta são possíveis fatores 
desencadeantes de TA. 
 Genéticos – maior prevalência de episódios 
depressivos e TA em familiares de 1º grau 
afetados pela doença. 
QUADRO CLÍNICO 
→ Grande preocupação com o peso e forma 
corporal previamente ao transtorno 
propriamente dito, embora o peso corporal 
esteja normal ou levemente elevado. 
→ Intenso medo de engordar, mas sem o desejo 
de emagrecer ou buscar ideias de beleza cada 
vez mais magros (como observado na AN). 
Assim, inicia-se uma dieta restritiva, 
eliminando alimentos que julga “engordativos”, 
mas sem haver uma restrição desenfreada 
como nos pacientes anoréxicos. 
→ Em determinado momento ocorre o episódio 
de compulsão alimentar, fica culpado e se 
sente mal pela grande quantidade de comida 
ingerida, induzindo o vômito. Esse 
comportamento gera ansiedade e faz com que 
ele volte a dieta novamente. 
→ Há um ciclo vicioso com reinício da dieta 
seguida de novos episódios compulsivos e 
vômitos. 
→ Uso de mecanismos compensatórios – 
laxantes, diuréticos, hormônios tireoidianos, 
inibidores de apetite, maconha, cocaína, 
abuso de exercício físico. 
→ Frequência – episódios de compulsão e os 
comportamentos compensatórios ocorrem 
pelo menos 1-2x/semana, por 3 meses. 
COMPLICAÇÕES 
→ Calosidade no dorso da mão por escoriação 
(sinal de Russell), retração gengival, erosão do 
esmalte dentário, peliose, cáries, hipertrofia 
das glândulas parótidas em decorrência dos 
vômitos. 
→ Dor abdominal, dispepsia, gastrite, esofagite, 
erosões gastroesofágicas, hérnia de hiato, 
metaplasia de Barrett, sangramentos, 
obstipação, síndrome do cólon irritável, 
prolapso retal. 
→ Desidratação, alterações hidroeletrolíticas 
(hipocalemia). 
→ Irregularidade menstrual, risco de aborto 
espontâneo, parto cesariana em vez de 
normal, depressão pós-parto, baixo peso do 
RN. 
COMORBIDADES 
 Depressão. 
 Transtornos ansiosos. 
 Uso de substâncias psicoativas. 
 TOC. 
 Transtorno de estresse pós-traumático. 
 Transtornos de personalidade. 
TRATAMENTO 
- Assistência multidisciplinar. 
- Psicoterapia – cognitivo-comportamental e 
interpessoal. 
- Antidepressivos – Fluoxetina (ISRS). 
- Estabilizador de humor – Topiramato 
(anticonvulsivo). 
- Antagonistas narcóticos – TTO auxiliar em 
casos de difícil controle.

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