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Trabalho de Fim do Curso João Tandala

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UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO 
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS 
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA 
 
 
 
A INFLUÊNCIA DO COMPORTAMENTO DESVIANTE 
DOS ADOLESCENTES COMO FACTOR 
MOTIVACIONAL NO COMETIMENTO DE CRIME 
(Caso: Remar - Centro Cristã de Reabilitação e Reinserção de 
pessoas Marginalizadas) 
 
 
 
Autor: João Afonso Manuel Tandala 
Tutor: José da Costa Alcântara Berdinardinel Pedro, Ph.D. 
 
 
 
 
Trabalho apresentado para a obtenção do grau de Licenciatura em Psicologia, 
opção: Psicologia Criminal. 
 
 
 
 
Luanda, 2020 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO 
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS 
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA 
 
 
 
A INFLUÊNCIA DO COMPORTAMENTO DESVIANTE 
DOS ADOLESCENTES COMO FACTOR 
MOTIVACIONAL NO COMETIMENTO DE CRIME 
(Caso: Remar - Centro Cristã de Reabilitação e Reinserção de 
pessoas Marginalizadas) 
 
 
Autor: João Afonso Manuel Tandala 
 
 
 
Trabalho de fim de Curso apresentado à 
Faculdade de Ciências Sociais da UAN como 
requisito para obtenção do grau de licenciatura 
em Psicologia Criminal, orientado pelo Professor 
Doutor José da Costa AlcântaraBerdinadinel 
Pedro, Ph.D. 
 
 
Luanda, 2020 
 
VI 
 
ÍNDICE 
Dedicatória...................................................................................................................... IX 
Agradecimentos ................................................................................................................ X 
Resumo ........................................................................................................................... XI 
Abstract .......................................................................................................................... XII 
Lista de Tabelas ............................................................................................................ XIII 
Lista de Gráficos .......................................................................................................... XIV 
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 12 
Identificação do Problema .............................................................................................. 13 
Justificação do Estudo .................................................................................................... 14 
a) Motivação: ................................................................................................................. 14 
b) Importância: .............................................................................................................. 14 
c) Actualidade: ............................................................................................................... 15 
Objectivos do Estudo ...................................................................................................... 15 
Objectivo Geral: ............................................................................................................. 15 
Objectivos Específicos: .................................................................................................. 15 
Hipóteses de Pesquisa ..................................................................................................... 16 
Variáveis de Pesquisa ..................................................................................................... 16 
Variável Dependente: ..................................................................................................... 16 
Variável Independente: ................................................................................................... 16 
Variáveis Sócio-demográficas: ....................................................................................... 16 
Delimitação e Limitação do Estudo ............................................................................... 17 
Metodologia de Pesquisa ................................................................................................ 17 
Método de Pesquisa ........................................................................................................ 17 
Abordagem Quantitativa................................................................................................. 18 
Tipo de Pesquisa ............................................................................................................. 18 
Pesquisa Descritiva ......................................................................................................... 18 
 
VII 
 
Pesquisa Bibliográfica .................................................................................................... 18 
Técnicas e Instrumentos de Recolha de Dados .............................................................. 19 
Questionário ................................................................................................................... 19 
Instrumentos ................................................................................................................... 19 
População e Amostra ...................................................................................................... 20 
População ....................................................................................................................... 20 
Amostra .......................................................................................................................... 20 
Procedimentos Éticos ..................................................................................................... 20 
CAPÍTULO I: ABORDAGEM TEÓRICA CONCEPTUAL SOBRE O 
COMPORTAMENTO DESVIANTE ............................................................................ 22 
1.1. Breve Historial sobre o Comportamento Desviante ................................................ 22 
1.2. Definição de Termos e Conceitos ............................................................................ 23 
1.3. Teorias Explicativas do Comportamento Desviante ............................................... 25 
1.3.1. Teoria do Vínculo Social de Hirschi .................................................................... 25 
1.3.2. Teoria de Aprendizagem Social de Albert Bandura ............................................. 27 
1.3.3. Teoria da Rotulangem de Labelling Aproach....................................................... 29 
1.4. Factores Motivacionais do Comportamento Desviante nos Adolescentes .............. 31 
1.4.1. Factores Biológicos: ............................................................................................. 31 
1.4.2. Factores Psicológicos: .......................................................................................... 32 
1.4.2. Factores Sociais: ................................................................................................... 34 
1.5. Normas e Desvio ..................................................................................................... 39 
1.5.1. Desvio e Crime ..................................................................................................... 39 
1.7. Diferentes Comportamentos Desviantes nos Adolescentes..................................... 40 
1.7.1. Comportamento Estranho ..................................................................................... 41 
1.7.2. Comportamento Inadequado................................................................................. 41 
1.7.3. Comportamento Adequado ................................................................................... 41 
1.8. Tipos de Crimes Cometidos pelos Adolescentes ..................................................... 41 
 
VIII 
 
1.9. Consequências Psicossociais do Comportamento Desviante nos Adolescentes ..... 42 
1.8.1. Estigmatização ...................................................................................................... 42 
1.9.2. Preconceito e Discriminação ................................................................................43 
1.9.3. Prisão (Julgados de menores) ............................................................................... 44 
1.10. O Papel do Psicólogo Criminal para Minorar o Impacto do Comportamento 
Desviante ........................................................................................................................ 45 
CAPÍTULO II: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE, INTERPRETAÇÃO E DISCUSSÃO 
DOS DADOS ................................................................................................................. 47 
2.1. Caracterização do Local de Pesquisa....................................................................... 47 
2.2. Apresentação dos Resultados .................................................................................. 48 
2.3. Apresentação das Variáveis Socio-demográficas dos Sujeitos ............................... 48 
2.4. Distribuição da amostra com base as perguntas ...................................................... 50 
2.5. Discussão dos Dados ............................................................................................... 61 
SUGESTÕES ................................................................................................................. 66 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 67 
APÊNDICES .................................................................................................................. 76 
ANEXOS ........................................................................................................................ 76 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IX 
 
Dedicatória 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“À minha querida mãe Emília Manuel Júnior, 
aos meus irmãos Isabel Pedro Kiangala, Moisés 
Afonso Manuel Tandala. A vossa presença durante 
esta jornada tornou tudo mais fácil. Gratidão 
eterna”.“Ao eterno pai Afonso Tandala Neto «in 
memory» que sempre foi o motivo da minha 
caminhada”. 
 
 
X 
 
Agradecimentos 
Primeiramente, agradeço a Deus pai todo poderoso por ser a origem da minha 
sabedoria e por me conceder saúde, paz, amor, sapiência e por iluminar os meus 
caminhos. Agradeço as minhas queridas mães Emília Manuel Júnior, Linda Manuel 
Garcia e Isabel Manuel Garcia pelo apoio manso, carinhoso na minha caminhada. Ao 
pai Miranda Pedro os meus agradecimentos. 
Aos meus irmãos Moisés Afonso Manuel Tandala, Isabel Pedro Kiangala, 
Manuel Pedro Kiangala, Francisco Daniel Mateus, Cristina Daniel Mateus, Domingos 
Daniel Mateus, Martana Daniel Mateus, Claúdia Mbenza Eduardo, Pedro Júnior 
Miranda, António Júnior Miranda, António Manuel Garcia que sempre me apoiaram, 
em momento difíceis estiveram comigo. À minha querida Miss mexicana, Maura 
Laurindo meu amor que sempre sobe dar o seu apoio. Aos meus padrinhos André 
Mateus Sebastião e Maria da Felicidade Aurélio Tussamba Sebastião. Sem esquecer 
também a Maria Tietie João, António Mário, Lourenço Damala, Claúdio dos Santos e a 
todos aqueles que me apoiarão de forma direita ou indirectamente os meus profundos 
agradecimentos. 
À Faculdade de Ciências Sociais / UAN, especificamente ao Departamento de 
Psicologia. Á Drª Helena Veloso com os conhecimentos de Freud - Psicanálise, Drª 
Maria Adelina Alberto com a Psicologia Geral - Behaviorismo, Dr. Pascoal 
Luduvino Neto com a Orientação Vocacional, a Drª Catarina Nunda com a Teoria de 
campo - Kurt Lewin, ao Professor Mário de Lemos com a Criminologia entre outros 
saberes, Professor Catarino Luamba com a Psicologia da Educação. Ao Dr. Aníbal 
Simões pela transmissão do saber metodológicos de investigação qualitativa e 
quantitativa. Á “Família Criminal” meus colegas Joel Matondo, Amarildo da Costa, 
Victor da Rosa, Moniz Kialunda, Iveth da Laura, Jacira Chicola, Niceth Chivela, 
Lourena Muginga, Biatriz Dambi, Victoria Sapalalo, Israel Paulo e Laurindo António. 
Em síntese, ao meu tutor Dr. José Alcântara Pedro, um dos impulsionadores 
nesta especialidade, onde os conhecimentos são como as fontes do rio que só escorrem 
tipo água e por ter robustecido a minha enciclopédia sapiêncial. 
 
 
 
XI 
 
Resumo 
O presente trabalho tem como objectivo compreender os factores motivacionais 
que influenciam o comportamento desviante dos adolescentes no cometimento de crime. 
O trabalho baseou - se na Teoria do Vínculo Social de Hirschi, Teoria de Aprendizagem 
Social de Albert Bandura e Teoria da Rotulagem de Labelling Aproach. O estudo foi de 
natureza quantitativa que teve como técnica de recolha de dados o questionário. E 
efectuou-se a Pesquisa Bibliográfica e Descritiva, onde analisamos os aspectos de 
ralação, de equilíbrio e de comunicação com os objectivos que obtemos através do 
software estatístico SPSS, a fim de fazermos uma correlação estatística da influência do 
comportamento desviante dos adolescentes como factor motivacional no cometimento 
de crime. Participaram no presente trabalho 30 adolescentes da Remar, que representa 
os 100% da amostra com idade média 15,44 (15 anos) tendo como idade mínima 12 
anos e a máxima de 17 anos, repartidas conforme, Género, a Idade, Estado Civil e o 
Nível Académico. Conclui-se que a desestruturação familiar, o consumo de substâncias 
psicoactiva, exclusão social e a pobreza, pois foram apontadas pelos inquiridos como 
um dos principais factor motivacional que influência o comportamento desviante dos 
adolescentes no cometimento de crime. Também a falta de vínculo e envolvimento dos 
pais nas actividades do adolescente, influência ao comportamento desviante motivando 
o adolescente ao cometimento de crime. Todavia, o comportamento desviante pode 
levar o adolescente a estigmatização, preconceito e descriminação ou até mesmo ao 
processo de privação de liberdade (julgados de menores). 
Palavras-chave: Comportamento desviante, Adolescente, Motivação e Crime. 
 
 
XII 
 
Abstract 
 The present work aims to understand the motivational factors that influence 
the deviant behavior of adolescents in committing a crime. The work was based on 
Hirschi 's Social Link Theory, Albert Bandura' s Social Learning Theory and Labeling 
Approach Theory of Labeling. The study was quantitative in nature, using the 
questionnaire as a technique for data collection. And a bibliographic and descriptive 
research was carried out, where we analyzed the aspects of grating, balance and 
communication with the objectives we obtained through the statistical software SPSS, 
in order to make a statistical correlation of the influence of the deviant behavior of 
adolescents as a motivational factor. in committing a crime. Thirty Remar adolescents 
participated in this study, which represents the 100% of the sample with an average age 
of 15.44 (15 years), with a minimum age of 12 years and a maximum of 17 years, 
divided according to Gender, Age, Marital Status and the Academic Level. It is 
concluded that family breakdown, consumption of psychoactive substance, social 
exclusion and poverty, as they were pointed out by the respondents as one of the main 
motivational factors that influence the deviant behavior of adolescents in committing a 
crime. Also the lack of attachment and parental involvement in the adolescent's 
activities, influence to deviant behavior motivating the adolescent to commit a crime. 
However, deviant behavior can lead adolescents to stigmatization, prejudice and 
discrimination or even to the process of deprivation of liberty (judged by minors). 
 Keywords: Deviant behavior, Adolescent, Motivation and Crime. 
 
 
XIII 
 
Lista de Tabelas 
APRESENTAÇÃO DAS VARIÁVEIS SÓCIO-DEMOGRÁFICAS DOS SUJEITOS 
Tabela nº 1-Distribuição da amostra segundo a idade...............................................…..48 
Tabela nº 2 -Distribuição da amostra segundo o género............................................….48 
Tabela nº 2 - Distribuição da amostra segundo o estado civil.........................................49Tabela nº 3 - Distribuição da amostra segundo o nível académico.................................49 
DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA COM BASE AS PERGUNTAS 
Tabela nº 1 - O consumo de bebidas alcoólica sem regras me levou a ter o 
comportamento desviante......................................................................................…......50 
Tabela nº 2 - Eu não segui regras em minha casa e fui excluído em certos grupos e o baixo 
nível de vida levou-me ao comportamento desviante............…………................…………51 
Tabela nº 3 - A falta de vínculo e regras entre os meus pais levou-me ao comportamento 
desviante..................................................................................................................…....52 
Tabela nº 4 - Eu não me sinto bem onde há regras..........................................................53 
Tabela nº 5 - Onde há regras eu apresento comportamento estranho..............................54 
Tabela nº 6 - O grau de comportamento desviante que eu apresento me leva a cometer 
crime................................................................................................................................55 
Tabela nº 7 - Já cheguei ao grau de ser mal visto e falado por ter apresentado 
comportamento desviante................................................................................................56 
Tabela nº 8 - Já foi rejeitado em diversos locais por apresentar um grau de 
comportamento desviante.........................................................................................…...57 
Tabela nº9 - Quando há mais regras em casa me leva e cometer 
crime.........................................................................................................................…...58 
Tabela nº 10 - O comportamento desviante já me levou ao grau de eu ser privado a 
liberdade............................................................................................................................59 
 
 
 
XIV 
 
Lista de Gráficos 
APRESENTAÇÃO DAS VARIÁVEIS SÓCIO-DEMOGRÁFICAS 
Gráfico nº 1-Distribuição da amostra segundo o género............................................….48 
Gráfico nº 2 - Distribuição da amostra segundo o estado civil..................................…..49 
Gráfico nº 3 - Distribuição da amostra segundo o nível académico...........................….50 
DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA COM BASE AS PERGUNTAS 
Gráfico nº 1 - O consumo de bebidas alcoólica sem regras me levou a ter o 
comportamento desviante..........................................................................................…..51 
Gráfico nº 2 - Eu não segui regras em minha casa e fui excluído em certos grupos e o baixo 
nível de vida levou-me ao comportamento desviante............…………................…………52 
Gráficonº 3 - A falta de vínculo e regras entre os meus pais levou-me ao comportamento 
desviante.............................................................................…………...53 
Gráfico nº 4 - Eu não me sinto bem onde há regras........................................................54 
Gráfico nº 5 - Onde há regras eu apresento comportamento estranho............................55 
Gráfico nº 6 - O grau de comportamento desviante que eu apresento me leva a cometer 
Gráfico.............................................................................................................................56 
Gráfico nº 7 - Já cheguei ao grau de ser mal visto e falado por ter apresentado 
comportamento desviante................................................................................................57 
Gráfico nº 8 - Já foi rejeitado em diversos locais por apresentar um grau de 
comportamento desviante............................................................................................…58 
Gráficonº9 - Quando há mais regras em casa me leva e cometer 
crime.........................................................................................................................…...59 
Gráfico nº 10 - O comportamento desviante já me levou ao grau de eu ser privado a 
liberdade............................................................................................................................60 
 
 
 
12 
 
INTRODUÇÃO 
O presente trabalho diz respeito a uma investigação que se realizou na Remar, 
subordina-se ao tema: “A influência do comportamento desviante dos adolescentes 
como factor motivacional no cometimento de crime”. Estamos a falar de um conjunto de 
aspectos que de alguma forma isolam ou afastam o indivíduo da coexistência social. 
O estudo em referência foi realizado no âmbito da obtenção do grau de 
licenciatura em Psicologia Criminal na Faculdade de Ciências Sociais da Universidade 
Agostinho Neto. É um tema que se enquadra na Psicologia Criminal e em Sociologia do 
Crime. 
Desde os tempos remotos, as normas sociais sempre existiam a fim de 
normalizar a vida social. Actualmente, as suas essências mantêm-se. No entanto, 
quando nascemos, os nossos pais nos ensinaram por meio da socialização o certo e o 
errado; bem como fomos preparados para vivermos em sociedade. Mas nem todos 
conseguem interiorizar certas normas, princípio ou as regras sociais, culminando o que 
chamamos de desvio ou comportamento desviante. 
Segundo Hirschi (1969), a falta de apego e de uma vinculação firme à sociedade 
(família, escola e igrejas), sobretudo com os pais, poderá favorecer o adolescente para a 
prática de comportamentos desviantes. Quanto mais sólidos forem os laços que o 
indivíduo possui no seio familiar, e quanto maior forem a sua conformidade e consenso 
para com a sociedade, menos levará a influenciar para desviar-se das normas sociais. 
Becker (1963) defende que, o desvio é criado pelas reacções de pessoas a tipos 
particulares de comportamentos, pela rotulação desses comportamentos como 
desviantes. Devemos também ter em mente que as regras criadas e mantidas por essa 
rotulação não são universalmente aceites. Ao contrário, constituem objecto de conflito e 
divergências, da parte do processo político da sociedade. 
Dai que o ser humano, quando é inserido nos diferentes grupos sociais, oferece-
lhes toda a complexidade que o caracteriza e que está na sua natureza. Todavia, a forma 
de apresentação da adolescência é muito controversa, porque é onde o indivíduo começa 
a descobrir o seu ego por intermédio da formação da sua imagem. 
Teorias como de Erikson (1994), no processo de desenvolvimento da 
adolescência identificam essa fase da adolescência, com confusão de papéis e 
 
 
13 
 
dificuldades de estabelecer uma identidade própria. Como um período que passou a ser 
quase um modo de vida entre a infância e a idade adulta. 
De acordo com Bandura (1989), a aprendizagem desempenha um papel 
importante nesse processo, visto que, todo comportamento apreendido é influenciado 
através de comportamentos observados, por esta razão, muitas famílias influenciam seus 
filhos ao comportamento desviante. Este mesmo comportamento leva o adolescente ao 
cometimento de transgressão. Logo, a família perde o controlo total do filho. 
Todavia, a família e a escola exercem um papel crucial no crescimento de um 
adolescente. Se ele tiver uma boa educação, será difícil desviar-se de certos 
comportamentos impróprios. A importância da família na vida do indivíduo é 
imensurável, uma vez que, é a partir dela que o adolescente adquiri os primeiros 
conceitos que formarão os pilares do seu carácter e servindo de orientação para os 
caminhos a serem trilhados em toda a sua trajectória de vida. Sendo a família, conhecida 
como um agente socializador que tem como principal objectivo de velar pela segurança 
e bem estar do adolescente. Portanto, todo adolescente tem direito de ser criado e 
educado no seio da sua família. 
Diante deste estudo, pretendemos elucidar a sociedade em geral sobre os 
problemas que advêm do comportamento desviante, mas sabendo que estecomportamento acaba desestruturando a personalidade do adolescente e condicionar a 
vida social dos mesmos. No decurso da leitura, o leitor terá a oportunidade de conhecer 
de que forma o comportamento desviante pode motivar no cometimento de crime. Os 
comportamentos desviantes nos adolescentes, tipos de crimes cometidos pelos 
adolescentes e de que forma o psicólogo criminal poderá actuar para minorar o impacto 
do comportamento desviante. 
Identificação do Problema 
Tendo em conta a política criminal do nosso país, o comportamento desviante 
por parte dos adolescentes tem se tornando um problema muito grave e com 
consequências preocupantes na sociedade nos últimos anos. “Os adolescentes, 
geralmente acabam por tomar atitudes por conformismo ou obediência, ou seja, por 
pressão social directa ou indirecta do grupo a que pertence com subcultura específica. 
Uma pessoa acaba por mudar o seu comportamento para seguir as crenças e os valores 
desses mesmos grupos” (Cusson, 2011). Entretanto, em Angola nenhuma sociedade 
 
 
14 
 
pode ser repartida de um modo simples, entre aquelas que se desviam das normas e 
aqueles que agem de acordo com elas. Porém, de acordo alguns estudos feitos sobre o 
comportamento desviante, a família pode controlar e prevenir o comportamento 
desviante numa sociedade. A família apesar de todas as mudanças a que tem sido sujeita 
na sua estrutura, papel e funções ao longo do tempo, toda via continua a desempenhar 
um papel fundamental no desenvolvimento dos adolescentes e sua integração na 
sociedade. Esta constitui, assim, um espaço crucial de intervenção junto do adolescente 
que pode monitorar e precaver a delinquência. 
Por estes motivos, os problemas do comportamento desviante no mundo e em 
particular Angola, tornaram-se preocupações nas autoridades competentes. Mas do que 
as condições sócio-económicas a falta de vinculação e interacção entre pais e filhos. 
Daí a nossa pergunta de investigação: 
 Qual é a influência do comportamento desviante dos adolescentes no 
cometimento de crime? 
Justificação do Estudo 
 Abordar sobre o comportamento desviante dos adolescentes na nossa sociedade 
como se sabe, é tratar de um problema de carácter importante, porque leva consigo 
determinados componentes que de alguma forma desestabilizam a própria personalidade 
do indivíduo. 
a) Motivação: 
O tema do presente estudo foi escolhido por razões essencialmente académica, já 
que como estudante de Psicologia Criminal, também nos preocupamos com as 
vulnerabilidades psicossociais do comportamento desviante nos adolescentes. Daí a 
necessidade que nasceu para saber de que forma o comportamento desviante dos 
adolescentes influencia no cometimento de crime. 
b) Importância: 
O presente tema é importante ao nível da Psicologia Criminal e Sociologia do 
crime. Quer a nível teórico, quer a nível prático. 
À nível teórico, o tema é importante, porque vai se aplicar os conhecimentos 
teóricos apreendidos e relaciona-la no nosso contexto. Com este estudo, vamos poder 
 
 
15 
 
examinar os adolescentes que fazem parte de um grupo e não só, com o qual se 
identifica. Neste grupo tem um papel fundamental enquanto indivíduo social. 
Sob o ponto de vista prático, o tema é importante, pois pode preparar os 
integrantes do sistema de justiça para questões emocional que está adjacente ao trâmite 
de um processo desde a fase informativa até a fase final ou sentença do caso. 
c) Actualidade: 
O estudo cujo projecto é actual por duas razões: Em primeiro lugar, pelo facto de 
ser objecto de estudo em vários países, como: Brasil, Portugal e Angola. 
Em segundo lugar, este é um facto que lentamente vai aumentado o seu número 
nas estatísticas, especialmente na faixa etária dos adolescentes, o que o transforma num 
problema social preocupante não só pelos efeitos sobre a pessoa que o comete, como 
também pelas consequências psicossociais nefastas que pode provocar nos familiares e 
pessoas próximas ao comportamento desviante. 
Objectivos do Estudo 
 Para Marconi e Lakatos (2003), o objectivo geral “está ligado a uma visão global 
e abrangente do tema. Relaciona-se com o conteúdo intrínseco, quer dos fenómenos e 
eventos, quer das ideias estudadas. Vincula-se directamente à própria significação da 
tese proposta pelo projecto”. 
Para os autores, o objectivo específico “apresentam carácter mais concreto. Têm 
função intermediária e instrumental, permitindo, de um lado, atingir o objectivo geral e, 
de outro, aplicá-lo a situações particulares” (p. 219). 
 Como toda pesquisa requer de um ou mais objectivos, na tentativa de responder 
a nossa pergunta de partida, decidimos elaborar os seguintes objectivos: 
Objectivo Geral: 
 Compreender os factores motivacionais que influenciam o comportamento 
desviante dos adolescentes no cometimento de crime. 
Objectivos Específicos: 
 Identificar os factores motivacionais do comportamento desviante dos 
adolescentes; 
 
 
16 
 
 Descrever os diversos comportamentos desviantes e os tipos de crimes 
cometidos pelos adolescentes; 
 Apresentar as consequências do comportamento desviante dos adolescentes; 
 Traçar o perfil dos adolescentes com comportamento desviante. 
Hipóteses de Pesquisa 
De acordo com Gil (2008, p. 41) “hipótese é uma suposta resposta ao problema a 
ser investigado. É uma proposição que se forma e que será aceita ou rejeitada somente 
depois de devidamente testada”. Essas sugestões podem ser a solução para o problema. 
Tendo em consideração a nossa pergunta de partida que apresentamos mais 
acima, formulamos as seguintes hipóteses: 
H1: Desestruturação familiar e o consumo de substâncias psicoactiva podem 
levar o adolescente ao comportamento desviante e cometer crime; 
H2: A falta de vínculo e envolvimento dos pais no adolescente influência ao 
comportamento desviante. 
H3: O comportamento desviante pode levar o adolescente a estigmatização, 
preconceito e descriminação ou até mesmo a privação de liberdade (julgados de 
menores). 
Variáveis de Pesquisa 
 Na visão de Marconi et al. (2003,p. 204.), variáveis “é uma classificação, 
medida ou quantidade que varia. Um conceito operacional, que na qual apresenta 
valores sobre o objecto de estudo possíveis de mensuração”. Temos assim as seguintes 
variáveis: 
Variável Dependente: 
 Comportamento desviante nos adolescentes. 
Variável Independente: 
 Falta de diálogo no seio familiar, consumo de substâncias psicoativas e 
influência dos amigos. 
Variáveis Sócio-demográficas: 
 Idade; Género; Estado Civil; Nível de Escolaridade; 
 
 
17 
 
Delimitação e Limitação do Estudo 
Delimitação: O nosso estudo realizou-se em Luanda, concretamente na Remar – 
(Centro Cristã de Reabilitação e Reinserção de pessoas Marginalizadas) num espaço 
temporal compreendido entre os meses de Junho de 2019 à Março de 2020. Diante da 
pesquisa, trabalhou-se com adolescentes dos 12 aos 17 de idade, com comportamento 
desviante como factor motivacional no cometimento de crime, aonde aplicamos o 
questionário com finalidade de obter os dados relacionados ao tema. 
Limitação: Os estudos sobre comportamento desviante nos adolescente é sem 
dúvida muito complexa e abrangente, uma vez que só é possível determinar deste facto 
se tivermos em consideração o comportamento da pessoa durante as interacções, no 
entanto, podemos dizer uma das limitações do nosso estudo é o facto de que os 
indivíduos não se disponibilizarem de imediato perante a investigação deste 
comportamento desviante, e por existirem poucos artigos publicados sobre 
comportamento desviante. 
Tendo em conta a nossa pesquisa também encontramos as seguintes limitações: 
dificuldades financeiras, carências bibliográficas, dificuldade na obtenção das respostas 
por parte da instituição e do próprio inquerido. 
Metodologia de Pesquisa 
Prodanov e Freitas (2013, p. 14) a Metodologia é compreendida como uma 
“disciplina quese traduz em estudar, compreender e avaliar os vários métodos 
acessíveis para a realização de uma pesquisa académica”. Ela, em um nível aplicado, 
analisa, descreve e avalia métodos e técnicas de pesquisa que facultam a colecta e o 
processamento de informações, tendo em vista ao encaminhamento e à resolução de 
problemas ou questões de investigação. 
Método de Pesquisa 
Importa desde já dizer que assim afirma os autores que “os métodos de 
investigação traduzem e harmoniza-se com os diferentes fundamentos filosóficos que 
suportam as preocupações e as orientações de uma investigação” (p.15). Neste trabalho 
utilizamos a metodologia quantitativa. 
 
 
 
18 
 
Abordagem Quantitativa 
O método quantitativo “é entendido como um método que se caracteriza pelo 
emprego da quantificação, tanto nas modalidades de colecta e de informações, quanto 
no tratamento desta por meio de técnica estatísticas, desde as mais simples até as mais 
complexas” (Richardson 1989). 
Na visão de Freixo (2012, p. 171), “a investigação quantitativa constitui um 
processo sistemático de colheita de dados observáveis e quantificáveis baseados na 
observação de factos objectivos, de acontecimentos e de fenómenos que existem 
independentemente do investigador”. 
Já Prodanov et al. (2013, p. 76), “neste tipo de metodologia tudo pode ser 
quantificável, o que significa traduzir em número opiniões e informações para 
classificá-las e analisar”. Propõe o uso de recursos e de técnicas estatísticas 
(percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação). 
Tipo de Pesquisa 
Mediante das variedades dos tipos de pesquisa que a metodologia quantitativa 
apresenta, para o nosso trabalho em função da temática e dos objectivos preconizados, 
utilizamos a pesquisa descritiva e a pesquisa bibliográfica. 
Pesquisa Descritiva 
Pesquisa descritiva “é aquela que descreve um fenómeno e o registra a maneira 
que ocorre e, também como experimental quando há interpretações e apresentações e 
avaliações na aplicação de determinados factores ou simplesmente dos resultados já 
existentes dos fenómenos” (Hymann, 1967). 
De acordo Prodanov et al.(2013, p. 53), Pesquisa descritiva “quando o 
pesquisador apenas registra e descreve os factos observados sem interferir neles. Visa a 
descrever as características de determinada população ou fenómeno ou o 
estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de 
colecta de dados: questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a forma de 
Levantamento”. 
Pesquisa Bibliográfica 
 De acordo com Gil (2008, p. 50), a pesquisa bibliográfica “é desenvolvida a 
partir de material já elaborado, constituindo principalmente de livros e artigos 
 
 
19 
 
científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta 
natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas”. 
A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, “abrange toda bibliografia já 
tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, 
jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc., até 
meios de comunicação orais: rádio, gravações em fita magnética e audiovisuais: filmes 
e televisão. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contacto directo com tudo o que 
foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto, inclusive conferencias seguidas 
de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, quer publicadas, quer 
gravadas” Marconi et al. (2003,p. 204). 
Usamos o método estatístico dedutivo. Na perspectiva de, Freixo (2012 p. 85) 
“parte da regra geral, da teoria, a que se chega mediante a razão e a partir dela se 
deduzir consequências lógicas aplicáveis à realidade. Desta forma, possibilita-nos 
identificar, descrever e compreender através das leituras consultadas e, da colecta e 
análise dos dados”. 
Técnicas e Instrumentos de Recolha de Dados 
Para recolha dos dados da nossa pesquisa utilizamos o questionário, visto que, é 
o elemento fulcral e indispensável na metodologia quantitativa. 
Questionário 
Questionário “é um instrumento de colecta de dados, constituído por uma série 
ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do 
entrevistador”. (Marconi et al. 2003). Em geral, o pesquisador envia o questionário ao 
informante, pelo correio ou por um portador; depois de preenchido, o pesquisado 
devolve-o do mesmo modo. Assim sendo, este questionário aplicou-se aos adolescentes 
da Remar. 
Instrumentos 
 Alguns instrumentos usados: computador, lapiseira, pen-drive, impressora, folha 
A4 etc... 
 
 
 
 
20 
 
Plano de Tratamentos de Dados 
Importa-nos dizer que para o tratamento de dados no trabalho referido utilizou-
se o software SPSS. No entanto, usamos questionário e, posteriormente, passamos no 
programa Word e Excel, inseridos no software SPSS. 
População e Amostra 
População 
Para Marconi et al. (2003, p.32), “população é um conjunto de seres animados 
ou inanimados que apresentam características comuns”. É um conjunto de indivíduos 
com características comuns, onde se extrai a amostra. 
A população do nosso estudo é constituída por 65 indivíduos da Remar. 
Amostra 
De acordo com Lopes (2006, p.33) “amostra é a fracção ou pequena parte da 
população de um estudo científico na qual através de critérios determinados faz-se a 
demonstração do universo do estudo científico para demonstrar um todo”. Refere-se ao 
subconjunto do universo da população, por meio do qual estabelecemos as 
características desse universo ou dessa população. 
A nossa amostra de estudo é fixada a 30 indivíduos da mesma instituição 
supracitada. 
Procedimentos Éticos 
Durante a nossa pesquisa, os adolescentes foram informados sobre os objectivos 
e a importância do estudo em causa e dos instrumentos que utilizamos. É importante 
para que se salvaguarde a intimidade das pessoas envolvidas na investigação, porque a 
intenção do estudo não é causar danos, tais como: psicológicos, morais ou a saúde física 
dos mesmos. 
Confidencialidade: Correlação ao nosso estudo, explicamos aos adolescentes, 
estamos a inqueri-los no sentido de nos facultar informações sobre a pesquisa “A 
influência do comportamento desviante dos adolescentes como factor motivacional no 
cometimento de crime”, no contexto de uma investigação para o grau de Licenciatura; 
 
 
21 
 
Consentimento: Antes de tudo referimos que não é obrigatório participar do 
estudo, após dos objectivos, contudo, alguns adolescentes consentiam em participar do 
nosso estudo. 
Estrutura do Trabalho 
Neste trabalho, abordamos aspectos como a introdução, a justificativa, a 
problemática, os objectivos, as hipóteses, a delimitação e limitação do estudo e 
Metodologia da pesquisa. O mesmo está estruturado em II Capítulos. 
 I Capítulo, abordamos sobre abordagem teórica conceitual do comportamento 
desviante, definimos os termos e conceitos, este apresenta às discussões de diferentes 
autores que já debruçaram concernente à temática e posteriormente as teorias que darão 
sustentabilidade ao trabalho. 
II Capítulo, abordamos sobre análise, interpretação e discussão dos dados. 
Consta a caracterização do local de pesquisa e apresentação, onde buscou-se fazer a 
justificativa da metodologia usada no corpo da pesquisa. Por fim, as conclusões, 
sugestões, bibliografia utilizada, assim como os anexos e apêndices que reforçam a 
compreensão da informação pesquisada. 
 
 
 
22 
 
CAPÍTULO I: ABORDAGEM TEÓRICA CONCEPTUAL 
SOBRE O COMPORTAMENTO DESVIANTE 
Após termos esmiuçado sobre a natureza da pesquisa, vamos tratar no presente 
capítulo sobre a abordagem teórica conceptual do comportamento desviante. 
1.1.Breve Historial sobre o Comportamento Desviante 
Do ponto de vista histórico, o estudo do comportamento desviante sempre teve 
atenção de vários autores,desde o século XX, no EUA, sempre preocupou vários 
teóricos como psicólogos, sociólogos, até mesmo os criminólogos. Os mesmos estudos 
eram importantes para se entender sobre o desvio “comportamento desviante” que se 
distinguia como loucura “doença mental” ou normalidade (Becker, 1963). Daí surgiu 
várias teorias ou escola para interpretação dos maus actos, no que estava na base de 
comportamentos agressivos. É nesta perspectiva que alguns autores já demonstravam 
preocupação com o comportamento que antecede ao crime, “desvio”. 
“Todas as sociedades e grupos humanos dotados de certa permanência criam as 
suas próprias normas: regras de conduta cuja transgressão é passível de sanção. Por 
exemplo, as sociedades estabelecem regras de boa educação, cuja existência se revela 
no facto que os autores de actos considerados grosseiros merecerem reprovação e, em 
caso de persistência, o ostracismo”. (Cusson, 2011, p. 14). 
 Em 2010, Giddens, vem com seus estudos relacionados com desvio, as suas 
ideias focalizam-se na personalidade humana, dizendo que, “o desvio parte de 
abordagens biológicas e psicológicas”. O mesmo afirma que, “a socialização sólida 
influencia ao comportamento desviante, como também certos comportamentos são 
hereditários”. 
Assim sendo, qualquer reflexão sobre os comportamentos desviantes nos 
adolescentes envolve antes de mais, uma tentativa de definição do próprio conceito de 
“comportamento desviante”. Admitir que a definição do conceito “comportamento 
desviante” envolve um elevado grau de relativismo e que é ambígua, suscitando, por 
isso, posições divergentes, contribui, no entanto, muito pouco para estabelecer o tipo e 
natureza dos problemas de que este capítulo vai ocupar. Uma das concepções mais 
divulgadas acerca do desvio define-se como um comportamento que se afasta 
 
 
23 
 
significativamente das normas, padrões de conduta e expectativas sociais estabelecidas 
por uma determinada cultura. (Bittencourt e Carmo, 2008, p. 45). 
Todos nós sabemos o que são desviantes, ou assim queremos crer. “Os 
indivíduos desviantes são aqueles que se recusam a viver de acordo com as regras 
seguidas pela maioria de nós, são criminosos violentos. Viciados em drogas ou 
marginas, que não se encaixam naquele conceito que a maioria das pessoas teriam, de 
padrões normais de aceitabilidade”. (Giddens, 2010, p. 172). No entanto, as coisas não 
são bem como parecem, uma lição que a sociologia nos ensina com frequência, nos 
estimulando a observar além dos limites do óbvio. 
Todavia, realidade angolana o comportamento desviante nos adolescente é muito 
frequente tendo em conta as normas vigentes em cada zona, porque se para os outros é 
errado, mas para o outro lado é certo. Dai que, comportamento desviante “é qualquer 
comportamento que envolve uma transgressão ou violação de normas e expectativas 
sociais ou que é considerado desviante por um grupo de indivíduos ou pela 
comunidade”. 
 Desta maneira importa-nos realçar sobre os estudos realizados em Angola com 
adolescentes que apresentam comportamentos desviantes, mostraram relatos de histórias 
de vida com maus tratos, o consumo de bebidas alcoólicas, problemas de comunicação e 
de relação afectiva entre os adolescentes e às suas famílias. 
Sanches e Gouveira-Pereira (2010), associam ainda “os comportamentos 
desviantes a famílias com enormes carências de vários pontos de vista como sócio-
económico, emocional, pobreza consequente do nível sócio-económico, o que acaba por 
resultar em exclusão por parte da sociedade”. 
Em síntese “os comportamentos desviantes, muitas vezes são resultados da 
dificuldade que os adolescentes sentem em ultrapassar os obstáculos inerentes a esta 
fase de desenvolvimento” (p. 89). 
1.2.Definição de Termos e Conceitos 
Neste enfoque, estaremos a definir alguns conceitos cruciais do nosso estudo a 
fim de proporcionar uma desenvoltura na compreensão do tema, conceitos estes, que 
serão empregados no desenrolar de toda nossa abordagem. 
 
 
24 
 
Influência: etimologicamente a palavra “influência” tem origem no latim, 
Influentia que por sua vez tem origem em Influere cujo sufixo latim IN significa 
“movimento para dentro” (Retinere, 2016). 
De acordo Second e Backman (1964, p. 227) influência “ocorre quando se 
influência as acções de outra pessoa”, ou seja, podemos dizer que o comportamento de 
alguém foi influenciado socialmente quando ele se modifica na presença de outrem. 
Comportamento desviante: “são as acções daquele que se desvia das regras de 
um grupo social. Distingue-se das noções de crime, loucura (doença mental) ou 
anormalidade apenas pela metodologia própria de abordagem do tema” Carvalho (2000, 
p.38). 
Já Cloward e Ohlim (1960, p.37) “comportamento desviante é fruto de uma 
inadaptação social face aos valores e as normas com que são confrontados e 
posteriormente, a uma interiorização de determinados modos de agir e pensar 
característico de pertenças a subcultura específica”. 
Adolescência: “é uma etapa de desenvolvimento marcada por drásticas 
mudanças, tanto a nível físico, como a nível cognitivo e social”. (Ribeiro 2011, p.2) 
Assim, podemos compreender que adolescência é uma fase, caracterizada por grandes 
transformações entre a infância e a vida adulta. 
Para Braconnier e Marcelli (2005, p.111) “adolescência é uma etapa do 
desenvolvimento humano que marca a passagem da infância à idade adulta, tornando-se 
como a idade da mudança”. Contudo, torna-se difícil definir claramente em que idade é 
que termina a infância e em que idade, tem início a idade adulta dado que estes limites 
variam, por exemplo, conforme a época e a cultura, o que torna a adolescência num 
fenómeno não transversal ao ser humano. 
 Motivação: “é um construtor que se refere à orientação momentânea do 
pensamento, da atenção e da acção para um objecto percepcionado como positivo pelo 
indivíduo” Simas e Turvey (2014, p.151). Esta orientação activa ao comportamento 
englobam conceitos tão diversos como anseio, desejo, vontade, esforço, sonho, 
esperança entre outras. 
Na visão Robbins citado por Rosa (2010, p. 37), “a motivação se define como 
um processo de intensidade, direcção e persistência dos esforços de uma pessoa para o 
 
 
25 
 
alcance de uma determinada meta”. Embora, a motivação, de uma maneira geral se 
relacione ao esforço para atingir qualquer objectivo. 
Crime: de acordo o Código Penal angolano nomeadamente no artigo 1º deste 
instrumento jurídico define “crime ou delito é o facto voluntário declarado punível pela 
lei penal” (p.3). 
Para Santos citado por Fernandes (2012, p.39), crime “é o comportamento 
humano positivo ou negativo provocando, este, um resultado e que segundo o seu 
conceito formal, é a violação culpável da lei penal, constituindo assim, delito”. 
1.3.Teorias Explicativas do Comportamento Desviante 
 Neste tópico procuramos trazer as teorias que aparecem na literatura na tentativa 
de explicar o comportamento desviante, levando em conta os níveis de análise 
(individual, interpessoal, institucional e estrutural). De maneira geral faremos uso de 
três teorias com vistas a estabelecer a ligação com o tema. 
1.3.1.Teoria do Vínculo Social de Hirschi 
É relevante iniciarmos por falar da Teoria do Vínculo Social de Hirschi, sendo 
uma das teorias principais para interpretação dos comportamentos desviantes. Segundo 
este autor, “ausência de laços e de uma vinculação firme à sociedade (família, escola e 
igrejas), sobretudo com os pais, poderá favorecer o indivíduo para a prática de 
comportamentos desviantes”. (citado por Born, 2005). Entretanto, quanto mais sólidos 
forem os laços que o indivíduo possui no seio familiar e quanto maior for a sua 
conformidade e consenso para com a sociedade, menos terá a influenciar para desviar-se 
de normas sociais. 
Para Hirschi (1969) citado por Gonçalves (2008), existem quatro componentes 
do vínculo social: 
1. Apego –“os laços de afecto e respeito pelos outros. O apego aos pais é 
especialmente importante, porque eles são agentes primários de socialização de 
uma criança; um forte apego a eles leva à adolescente internalizar as normas 
sociais”; 
2. Compromisso – “com os objectivos educacionais e profissionais de longo prazo; 
alguém que aspira fazer a faculdade de Direito provavelmente não cometerá um 
crime, porque um registo criminal seria obstáculo à sua carreira nessa área”; 
 
 
26 
 
3. Envolvimento – “as pessoas que estão envolvidas com o esporte, o escutismo, os 
grupos religiosos e outras actividades convencionais simplesmente têm menos 
tempo para adoptar o comportamento desviante”; 
4. Crença – “o respeito pela lei e pelas pessoas que ocupam posições de 
autoridade” (p.28). 
“A relação entre o comportamento desviante e os quatros componentes do 
vínculo social é um dos focos do estudo, entre a falta de apego e a desviânça; 
adolescentes provindos de lares caracterizados pela falta de supervisão dos pais e pela 
falta de comunicação e de apoio desenvolvem mais comportamentos desviantes” 
(Gonçalves, 2008). O apego à Escola, medido pelas notas, também é associado com a 
desviânça. Os adolescentes que vão bem à Escola apresentam menor probabilidade de 
ser delinquentes. Quando ao compromisso com os objectivos de longo prazo, as 
pesquisas indicam que os jovens que têm compromisso com os objectivos de educação e 
de carreira têm menor probabilidade de envolverem-se em crimes contra a propriedade, 
como roubos e furtos. 
O terceiro componente, o envolvimento, é misto. Enquanto o envolvimento nos 
estudos e no lar negativamente associado com o comportamento desviante. Finalmente, 
os indícios sugerem que as crenças convencionais reduzem a frequência do 
comportamento desviante. 
Todavia, estes quatros componentes citados têm uma base fundamental para o 
crescimento ou para incremento do adolescente. Tudo parte de uma boa educação 
primária e secundária, para que o adolescente despenham um bom papel na socialização 
terciária, desde que seja uma educação sólida e firme. 
É importante realçar que, a ligação ou vínculo que o indivíduo cria com os pais e 
o respeito pelas regras por si impostas e o consequente respeito e congruência para com 
as normas sociais, ampliar-se-á então à escola, ao grupo de pares, e à restante sociedade 
na generalidade. A vinculação é maior quanto maior for à importância que o indivíduo 
dê à opinião que os outros possuem de si, e quanto maior for o número de instituições 
convencionais às quais o indivíduo está vinculado. 
Na visão de Born (2005), menciona empenho como uma dedicação ao indivíduo 
às actividades convencionais (escola, ocupação de tempos livres). “A opção de 
enveredar pelo mundo crime diverge tendo em conta o interesse do indivíduo pelas 
 
 
27 
 
actividades convencionais supracitadas, efectuando este um balanço entre as vantagens 
e os inconvenientes à prática criminal. A passagem ao acto criminal varia ainda de 
acordo com o tempo que o indivíduo despende a realizar essas actividades 
convencionais”. Quanto maior for o interesse pelas actividades convencionais e o tempo 
investido nas mesmas, menor será a tendência para o indivíduo ingressar no mundo 
desviante, uma vez que possui fortes laços sociais e está vinculado às normas 
convencionais. 
Em síntese, Hirschi pretende com esta teoria aprovar a possibilidade de que cada 
indivíduo pode ser um “potencial desviante”, no entanto, dependendo de variáveis como 
os laços afectivos e sociais, a vinculação às instituições convencionais, o envolvimento 
em actividades convencionais ou a conformidade com as normas sociais, poderá criar 
uma “intolerância ao desvio”, não enveredando pela via criminal. (Gonçalves, 2008). 
1.3.2.Teoria de Aprendizagem Social de Albert Bandura 
É de extrema importância mencionar-mos a teoria de aprendizagem social de 
Bandura no nosso trabalho, visto que, todo comportamento desviantes são aprendidos a 
partir da observação. 
“O aprendizado seria excessivamente trabalhoso, para não mencionar perigosos, 
se as pessoas dependessem somente dos efeitos de suas próprias acções para informá-las 
sobre o que fazer. Por sorte, a maior parte do comportamento humano é apreendida pela 
observação através da modelagem. Pela observação dos outros, uma pessoa forma uma 
ideia de como novos comportamentos são executados e, em ocasiões posteriores, esta 
informação codificada serve como um guia para a acção.” (Bandura, 1989). 
Para Vila e Vieita (2008, p.4) a “aprendizagem social, é tudo aquilo que o 
indivíduo aprende através da imitação social, no decorrer das relações interpessoais”. 
Dai que os comportamentos que os adolescentes apresentam são apreendidos pela 
observação de certos acto que suscita imitar. 
Bandura citado por Azzi e Polydoro (2008, p.15), em algumas teorias 
comportamentais, aprendizagem “é apresentada como sendo uma imitação do 
comportamento dos outros”. Portanto a imitação de um modelo constitui um processo 
de aprendizagem isento de reforço, isto é um comportamento adquirido pela imitação de 
um modelo não necessária de ser reforçado. 
 
 
28 
 
De acordo Bandura (1989), os processos de aprendizagem passam por vários 
componentes que estão por trás do aprendizado pela observação: 
1. Atenção – Para aprender qualquer coisa, é necessário prestar atenção, “incluindo 
os eventos apresentados (clareza, valência afectiva, complexidade, frequência, 
valor funcional) e as características do observador (capacidades sensoriais, nível 
de atenção despertada, conjunto de percepção, reforço anterior)”; 
2. Retenção - Para aprender, “é necessário ser capaz de reter (lembrar ou 
memorizar) aquilo em que prestamos atenção. É nesse processo que a 
imaginação e a linguagem entram em cena. Mantemos o que é visto na forma de 
imagens mentais ou descrições verbais. Precisamos ser capazes de recorrer a eles 
para reproduzi-los em nosso comportamento”; 
3. Reprodução – “o indivíduo deve ser capaz de codificar as imagens ou descrições 
arquivadas para servir para mudar seu comportamento no presente. Para 
aprender a fazer algo, é necessária uma mobilização de comportamento, ou seja, 
a pessoa deve ser capaz de reproduzir esse comportamento”; 
4. Motivação - Para aprender, “a pessoa em questão deve ter motivos para querer 
fazê-lo. Isso dependerá de sua capacidade de focar a atenção, reter e reproduzir 
comportamentos. Obviamente, os motivos podem ser positivos, que são os que 
nos levam a imitar um comportamento, e negativos, que são os que nos levam a 
não imitar um determinado comportamento” (p.86). 
Para aprendizagem de um comportamento desviante depende necessariamente 
de um foco, ou seja, a centralização de uma determinada acção ou acto, deste modo é 
necessário a retenção do comportamento aprendido em função das faculdades mentais 
de acordo com meio externo e as interacções vinda das mesmas. 
 Em síntese, através das experiências observadas por modelagem o adolescente 
aprende um comportamento social inadequado, não adaptativo, e internaliza crenças e 
atitudes, além de deixar de aprender um comportamento social adaptativo. Adquirir 
padrões de comportamento perigosos para si próprio e para os outros, e uma visão o 
mundo distorcido. Assim a teoria da aprendizagem social defende que aquisição de 
resposta comportamental agressivo acontece por modelagem. 
 
 
29 
 
1.3.3.Teoria da Rotulagem de Labelling Aproach 
Assim como a teoria da aprendizagem é perceptível na esfera do processo social 
interactivo, a teoria da rotulagem não escapa do paradigma, muito embora supere o 
exemplo justificável habitual, discutindo a própria definição do comportamento 
desviante ou do crime. 
De acordo Becker (1963, p. 9): 
Um dos primeiros precursores da teoria da Rotulagem afirma que, “o desvio 
ou o comportamento desviante é uma resposta do outro”. O desvio não é umaqualidade do acto que a pessoa comete, mas uma consequência da aplicação 
por outros de regras e sanções a um “transgressor”. 
Depois do autor, ter observado certas comunidades tidas como desviantes nos 
EUA, chegou à conclusão que a classificação de acto desviante vai depender de quem 
avalia o desvio e aplica essa classificação, muito porque os grupos sociais criam o 
desvio instituindo normas cuja transgressão constitui o crime, aplicando essas normas a 
certos indivíduos e rotulando-os como delinquentes. Assim sendo, “o desvio é uma 
propriedade, não do próprio comportamento, mas da interacção entre a pessoa que 
comete o acto e as reagem a esse acto” (p. 10). 
Por isso é que pode haver indivíduos designados como desviantes sem terem 
transgredido normas e indivíduos que transgridem, mas que não recebem o rótulo de 
desviantes. 
“Quem rotula são os grupos que detêm a moral convencional, como a família, a 
polícia, os médicos, os legisladores e os agentes sociais. E, do outro lado, ficam os 
rotulados (criminosos, prostitutas, drogados, doentes mentais etc), e como consequência 
surge uma divisão social entre estas duas grandes categorias que tende a perpetuar-se e a 
criar assim um mecanismo simbólico de controlo social. Isto é, se surge algum 
problema (furto, por exemplo) numa secção do escritório, o indivíduo sobre quem cai a 
maior dose de suspeita é o que já teve alguma prisão anterior, ou que já esteve internado 
no hospital de saúde mental” (Gonçalves, 2008, p. 109). 
 A teoria da rotulação é considerada, dentre as várias existentes, uma das 
abordagens mais importantes, pois segundo Giddens o desvio é interpretado por meio 
dela como um processo de interacção entre desviantes e não desviantes dentro da 
sociedade. Vai mais além dizendo que as pessoas que representam as forças da lei e da 
 
 
30 
 
ordem, ou que têm capacidade de impor aos outros suas definições de moralidade 
convencional, são responsáveis pela maior rotulagem. Estes rótulos criam categoria de 
desvio e expressam a estrutura de poder da sociedade. 
Gonçalves (2000) nos traz uma ideia de como alguns factores vão influenciar no 
comportamento desviante. 
 “Algumas características fisiológicas podem predispor a pessoa a ser mais ou 
menos agressiva, mas tais predisposições são em grande medida moderadas pelo 
ambiente e pelos universos simbólico-ideológicos em que o indivíduo vive”; 
 “As atitudes, as crenças e os valores acerca da violência produzem uma 
influência considerável no comportamento violento”; 
 “As crianças que crescem em ambientes muito desfavorecidos, onde a pobreza, a 
frustração e a falta de esperança são endémicos encontram-se numa situação de 
risco muito maior em relação ao envolvimento futuro em actos violentos e anti-
sociais do que outras crianças”; 
 “A violência atrai violência e as crianças que vivem em famílias ou em 
comunidades onde a violência é frequente e que, além disso, absorvem através 
da média outros exemplos e representações dessa violência, encontram-se numa 
situação de maior risco para se tornarem também violentas” (p.132,133). 
 Esta teoria parte do pressuposto que a conduta desviante é originada pela 
sociedade, ou seja, a criminalidade é produto da sociedade. Somente a partir da 
observação e mediante o acontecimento da conduta desviada é que se pode saber se será 
considerado crime, pois os grupos sociais é que criam os desvios e cabe a eles a decisão 
da conduta ser seleccionada pelo rótulo de criminalidade, nesta senda há que relacionar 
o desvio com a reacção social. 
Contudo, conseguimos perceber que o comportamento desviante é uma 
construção social, na medida em a que sociedade vai criando as suas normas e condutas 
legais, de forma implícita, cria também o desvio ou o crime, classificando o que deve 
ser considerado desvio e o que deve ser entendido como normal, todavia, quando um 
membro infringe uma norma social, o acto em si não configura como sendo desviante, 
mas pelo facto da sociedade ter determinado que essa conduta fosse considerada 
desviante, esse indivíduo torna-se um desviante, essa reacção social, acaba por etiquetar 
e ostracizar o indivíduo como desviante, marginal ou delinquente. O comportamento 
desviante não se materializa na própria conduta do indivíduo, torna-se o resultado da 
 
 
31 
 
atribuição colectiva a tal acção, estigmatizando o infractor. A sociedade nesse contexto 
escolhe quem quer rotular ou hostilizar. 
1.4.Factores Motivacionais do Comportamento Desviante nos 
Adolescentes 
Neste contexto faremos a menção de factores motivacionais do comportamento 
desviante, sabendo que o comportamento desviante é causado por múltiplos factores de 
ordem bio-pisico-social. Nesta senda podemos descortinar os que mais desencadeiam na 
adolescência: Afectivos, cognitivos e emocionais que desencadeiam as possíveis 
desestruturações familiares, pobreza sócio-económico, abandono, dificuldade escolar 
(indisciplina) e até a toxicodependência. 
1.4.1. Factores Biológicos: 
O ser humano vive o seu estado comportamental segundo a sua constituição 
genética, para ter uma personalidade, um carácter e uma atitude positiva ou negativa de 
acordo a reacção prestada pelos órgãos. 
Desde muito sedo, o indivíduo é influenciado no seu comportamento e conduta 
de ser em sociedade e individual, para Dawin citado por Nunes (2010) “que a possível 
influência da genética sobre o comportamento humano”. O comportamento desviante 
deve ser visto como um fenómeno de grande relevância e não como uma contraversão, 
pesembora o factor interno interferem muito no comportamento humano. 
Os aspectos como hereditariedade e a genética e outra qualquer disfunção 
orgânica que ocorrer no adolescente desviante, isto podem levar a comportamentos 
reprovados pela sociedade. 
 Hereditariedade: “é o conjunto dos processos que presidem a transmissão 
biológica e que assentam nas propriedades do património genético” (Pilette 2008). O 
processo são objecto de um ramo particular da biologia, a genética e o seu papel nos 
comportamento é objecto da genética comportamental ou psicogenética. 
 Para o autor a “hereditariedade consiste na herança individual, que cada criança 
recebe de seus pais ao ser concebido” (p. 34). 
Maturidade: “é o importante factor interno que influi no desenvolvimento. Este 
factor consiste no processo de mudança do organismo determinado de dentro para fora. 
 
 
32 
 
Isto quer dizer que o indivíduo cresce, desenvolve habilidades de andar, correr, agir, 
pensar e dominar o seu próprio comportamento no ambiente social” (Hill 2002, p.85). 
Orgânico: “os estudos procuram explicar o comportamento desviante através de 
comportamentos singular orgânico, concentram-se especialmente nos aspectos 
estruturais e funcionais do organismo”, (Nunes 2010). “Diante dos aspectos como 
bioquímico, farmacológicos e o registo electro-encefalográfico e outros aspectos com as 
alterações ao nível do sistema nervoso autónomo e as disfunções cerebrais” encadeiam 
o comportamento desviante que leve o adolescente ao cometimento de crime. 
 Em algumas circunstâncias, o adolescente apresente comportamento desviante 
em função das substâncias químicas penetrado no organismo, e tende mostrar 
comportamentos anormais na sociedade. 
 Por tanto de acordo Perini (2011, p.104), fala de “diversos factores pré e 
perinatais podem incidir no nível de irritabilidade, da estrutura muscular na energia e 
nas actividades exibidas”. Isto quer dizer que o adolescente tem a probabilidade de 
apresentar comportamentos desviantes que podem leva-lo ao cometimento de crime por 
disfunção genética, maturidade e orgânico. 
No genético temos que ter em conta o gene, que faz parte de nós e que influência 
de qualquer maneira no comportamento humano, centrado na diferença da reacção de 
cada situação, até mesmo na interferência na personalidade dos gémeos fraternos, que se 
um dos gémeos idênticosem que um deles tenha comportamento desviante é provável 
que o outro o tenha. 
1.4.2. Factores Psicológicos: 
A má formação do aparato psicológico ou das funções psíquica começa entrar 
em conflito consigo mesmo, e toda manifestação deste comportamento é posta ao meio 
ambiente, ou seja, toda alteração do sistema biológico afecta a área psicológica que 
coordena toda acção do corpo, e o resultado desta manifestação é expor ao ambiente 
social com a ansiedade, frustração e agressividade. 
 Ansiedade: “implica na ocorrência de uma condição eversiva ou penosa, algum 
grau de incerteza ou dúvida e alguma forma de impotência do organismo em uma dada 
conjuntura” (Pessotti 1978, p.23). 
 
 
33 
 
A ansiedade, por outro lado, “é entendida como uma resposta à situações nas 
quais a fonte de ameaça ao indivíduo não está bem definida, é ambígua ou não está 
objectivamente presente” (Milgrom & Weinstein, 1985, p.48).Os adolescentes podem 
passar por estados de ansiedade quando se sentem isoladas e desprotegidas. 
Dai que uma das causas mais frequentes geradoras de ansiedade no adolescente 
é a sensação de desamparo causada pelo sintoma de desprotecção diante das situações 
perigosas ou sentida como difíceis demais para lidar não conseguem adquiris estratégias 
de em fretamento adequadas e com isso desenvolvem transtornos de ansiedade mais 
facilmente que motiva o adolescente ao comportamento desviante. 
Frustração: “está definitivamente relacionada com a excitação da raiva, na 
presença de um factor cognitivo”. A frustração ocorre quando a pessoa tem uma 
expectativa que não é compreendida. A experiência do desapontamento requer 
cognições com a memória e a imaginação (Mckay, Rogers, & Mckay, 2001, p.28). 
Desde esta análise pode afirmar mesmo que qualquer frustração levaria a 
agressão, ainda que invisível e, qualquer agressão, resultaria de uma frustração, mesmo 
que invisível. Pois, a frustração é tida como a insatisfação devido à recusa de um agente 
externo de entender a exigência libidinal, quanto à insatisfação ligada a factores 
internos, como inibição e defesas do eu, que leva as formulações hesitantes. (Farias, 
2005, p. 205). 
Significa que, a frustração está estritamente ligada a uma decepção, 
desapontamento ou mesmo desilusão, que o indivíduo enfrenta; uma pessoa frustrada é 
alguém que não conseguiu realizar determinado objectivo ou lhe foi negado algo que 
impediu a sua realização da satisfação, e nesta situação de desconforto essa pessoa pode 
enveredar às práticas consideradas inadequadas ou criminosas tudo por que pretende 
que sua expectativa seja compreendida e respeitada. 
Portanto, Mckay at al (2001, p.29) esclarecem que, uma pessoa frustrada não se 
comportará de maneira agressiva a menos que o contexto seja percebido como 
apropriado para a manifestação de hostilidade. Quer no campo de batalha quer numa 
discussão doméstica, a agressão só ocorre se for considerada apropriada ou aceitável 
dentro daquela situação. 
 
 
34 
 
Agressividade: “é um processo humano, inato, que provoca na pessoa uma 
complexa sensação de expansão, de ir além de si mesma, de correr riscos, de ampliar 
limites, de terminar o começado” (Ribeiro, 2006, p. 59). 
Significa que, a agressividade por ser natural ela influência a forma como o 
individuo se comporta ou age perante determinada situação, objecto ou coisa, um 
individuo com instintos agressivos está propenso a agir de modo diferente diante dos 
desafios da vida, culminando a ter um comportamento desviante. 
Nesta perspectiva Landau (2002, p.135-136) assegura que, “a agressividade é 
próprio da espécie, que condiciona e admite aprendizagem, tornando os relacionamentos 
possíveis”. A mesma autora afirma que, “a agressividade não é somente uma reacção 
cujos objectivos sejam destrutivos ou violentos; mais que isso, ela é o alicerce para 
qualquer realização”. 
 “A agressividade é um instinto benéfico à vida de todo ser humano e actua em 
dois níveis: um interno, que cuida da energia a cada instante; e outro, externo que cuida 
dos estímulos que vêm de fora e possam ser ameaçadores do equilíbrio da pessoa” 
Ribeiro (2006). Ela instrumentaliza e regula as relações de pessoas ou coisas diferentes 
de si, e está, quase sempre, associada ao medo, à baixa auto-estima, a desesperança e 
sobretudo, `necessidade de se respeitar ou ser respeitado. 
Em sínteses, Born (2005, p.129) considera agressividade como “uma reacção 
dinâmica vital de defesa de afirmação de si e dos seus bens”. 
1.4.2. Factores Sociais: 
Filho (2010) citado por Fernandes (2012, 49), caracterizam “os factores sociais 
como causas do comportamento desviante”, ou seja, leva o adolescente a ter 
comportamento desviante que motiva-o ao cometimento de crime. O autor menciona os 
seguintes factores: a família, o consumo de substâncias psicoactivas, a exclusão social e 
a pobreza. 
Família: “é unidade básica da sociedade formada por indivíduos com ancestrais 
em comum ou ligados por laços afectivos. A família representa um grupo social 
primário que influência e é influenciado por outras pessoas e instituições” (Simas et al 
2014, p.139). 
 
 
35 
 
 Faco (2009, p. 8), “a família é tida como o primeiro refúgio em que o indivíduo 
ameaçado se protege durante os períodos de enfraquecimento do Estado”. A família é 
extremamente importante para o desenvolvimento individual e social, o primeiro 
contacto com o mundo externo surge com ela, assim como os primeiros laços afectivos 
e interacções sociais. 
Para Giddens (2010, p. 301): 
Existem várias causas que influencia o adolescente ao comportamento 
desviante, tais como, o acompanhamento insuficiente, falta de atenção dos 
entre queridos, ansiedade e medo da punição, na vontade de se livrar dos 
cuidados dos pais e tutores, no tratamento cruel dos camaradas, em 
adulterações desmotivadas para mudar um ambiente entediante. 
Nesta senda, a família tem sido considerada, desde há muito, um factor decisivo 
no desenvolvimento de comportamentos desviantes na sociedade. Assim, não é por 
acaso que muitas teorias da se centrem na estrutura familiar, na interacção pais-filhos e 
nos estilos educativos dos pais. Perante o aumento da “instabilidade das estruturas” 
familiares, os factores ligados à família continuarão a ter uma importância central na 
explicação de comportamentos desviantes (Fonseca, 2002, 74). Sendo que a família faz 
parte a primeira socialização tem uma importância fundamental porque estabelece a 
primeira matriz de referências do adolescente, e está na base da sua primeira concepção 
de realidade, o adolescente tende a pensar que o mundo todo é igual ao mundo que 
experiencia dentro do contexto da sua família. Se, durante esta fase, a violência, 
agressão, negligência e falta de afecto forem características dominantes da realidade do 
sujeito a socialização pode sofrer sérios desvios e orientar o indivíduo para condutas 
anormais. 
Dai que, a adolescência constitui um período de especial vulnerabilidade. O 
facto de o jovem desconhecer os seus limites pode colocá-lo em situações bastantes 
perigosas, pelo que é fundamentais os pais estarem atentos à vida dos seus filhos de 
forma a evitarem a ocorrência de experiencia negativas. Dai que para perceber o que 
leva o adolescente a ter determinados comportamentos, é importante conhecer a sua 
estrutura familiar, por um lado a família desestruturada pode ser o centro onde se 
desenvolve o comportamento desviante, por outro lado, uma família forte pode criar e 
proteger o adolescente, mesmo quando os pares e a escola falham. 
 
 
36 
 
Contudo, quando a relação entre o adolescente e a sua família está 
desestruturada, quando existe um vazio ou uma explosão desagregadora do seu 
universo, o adolescente interioriza modelos de relações distorcidas, ela vai repetir 
sistematicamente o que foi apreendido nessas experiências precoces, em padrões de 
comportamentos desviantesque pode levar o adolescente em diversas consequências. 
Consumo de substância psicoactiva ou droga: sempre existiu ao longo da 
história da humanidade. Praticamente em todas as culturas e povos encontram-se 
referências ao uso dessas substâncias durante os rituais religiosos e cerimonias, com 
variação da quantidade, do tipo e da forma de consumo. A literatura mostra que o 
fenómeno do consumo de drogas se deve a factores específicos e característicos do 
momento histórico que a sociedade vive. Nas últimas décadas, porém temos visto que o 
uso indiscriminado de substâncias psicoactivas lícitas e ilícitas vem causando grandes 
impactos negativos em níveis individual e social. Esse padrão de consumo está 
directamente relacionado ao aumento da criminalidade, marginalização e violência em 
nossas cidades. (Higa, 2013). 
De acordo a OMS, a droga “é toda substância ou produto que, administrado ao 
organismo vivo, produz artificialmente modificações em uma ou mais de suas 
funções”. Com isso podemos entender que o usuário de drogas, na maioria dos casos 
tem consciência desta definição, mas recorre à droga que complete ou até dê sentido a 
sua condição de ser social. 
Não podemos associar uso de drogas ao crime, o uso de drogas não capacita o 
indivíduo à prática de crime, ela pode potencializar uma estrutura de personalidade 
criminógena já contida no indivíduo. Como também pode provocar o envolvimento do 
usuário em pequenos actos delituosos como furtos e roubos em busca de recursos para 
custeio do vício, ou desencadear transtornos mentais que levem ao crime. 
Na visão de Teixeira (2009, p.51), “A adolescência é caracterizada também 
como período em que adolescente experimenta novas condutas, abandonando o seio 
familiar, buscando auto-afirmação social através de sua inserção em diferentes grupos e 
começa a ter relações de amizade e íntimas com pessoas que não integram o meio 
familiar. É nessa busca por auto-afirmação perante a si, a família, ao grupo de amigos e 
a sociedade, que ocorre o uso de substâncias psicoactivas”. 
 
 
37 
 
O envolvimento da família nesse processo de transformação ajuda a minimizar 
as possíveis condutas de risco do adolescente. A família é considerada um dos elos mais 
fortes do adolescente que pode levar ao uso abusivo de álcool e drogas, como também 
actuar como importante factor de protecção ao uso dessas substâncias. Estudos recentes 
mostram que as famílias são referências para as crianças, adolescentes e jovens, e 
práticas parentais como o consumo do álcool e tabaco influenciam os comportamentos 
dos filhos. Assim, a família pode exercer influências de protecção ou risco para os 
jovens (Malta, 2011). 
Contudo, as alterações causadas por essas substâncias que é usada por influência 
dos amigos variam de acordo com as características da pessoa que as usa, de qual droga 
é utilizada e em que quantidade, do efeito que se espera da droga e das circunstâncias 
em que é consumida. Dai que o adolescente vai desencadear comportamentos desviantes 
por alteração do sistema nervoso por uso de substância psicoactivas. Este tipo de 
comportamento pode levar ao crime uma vez que o prazer está condicionado ao 
“objecto” que, em muitos casos, agride o outro. 
Exclusão Social e Pobreza: estão sem dúvida associadas à condição de famílias 
com baixo nível de vida e são extremamente importantes para a caracterização da 
mesma. Devido às condições e aos factores de risco associados a esta camada da 
população, a exclusão social faz, como referido, parte da sua condição social. Deste 
modo, esta apresenta-se como a fase extrema do processo de marginalização ao longo 
do qual se verificam sucessivas rupturas na relação do indivíduo com a sociedade. Essa 
fase extrema é caracterizada não só pela ruptura com o mercado de trabalho, mas por 
rupturas familiares, afectivas e de amizade. O conceito de pobreza é “analisado 
enquanto situação de escassez de recursos de que um indivíduo, ou família, dispõem 
para a satisfação das necessidades consideradas mínimas” (Cunha, 2014, p.149). 
 Para o autor, a exclusão a nível do mercado no trabalho apresenta-se como 
aquela que é mais comum e que conduz na maioria das vezes à situação de pobreza. A 
pobreza é essencialmente a dimensão mais visível da exclusão social. 
Sanches e Gouveira-Pereira (2010), associam ainda os comportamentos 
desviantes a famílias com enormes carências de vários pontos de vista como sócio-
económico, emocional, pobreza consequente do nível sócio-económico, o que acaba por 
resultar em exclusão por parte da sociedade. 
 
 
38 
 
 A autora assevera que nas pessoas sem abrigo é possível, normalmente, 
reconhecer um conjunto de constrangimentos individuais, como as baixas qualificações, 
a duração do desemprego, ausência de empregos estáveis, etc.. Desta forma, é possível 
identificar um processo progressivo de exclusão que acontece em dois pólos: 
 “O ponto de partida, ou seja, a fragilidade das possibilidades de inclusão social 
dos indivíduos, no âmbito de uma transmissão geracional de pobreza e exclusão 
(que se reflecte nos recursos económicos, inserção escolar, etc.)”; 
 “E o seu agravamento ao longo do tempo devido a constrangimentos 
conjunturais actuais (precariedade de emprego, aumento do preço da habitação, 
etc.)” (p.97). 
 Na visão de Carvalho (2000, p. 36), “a exclusão é encarada como um conjunto 
de fenómenos sociais interligados que contribuem para a produção de excluídos”. Está 
relacionada à fenómenos sociais como: o desemprego, a pobreza, a descriminalização, 
entre outros. 
 Por conseguinte, quando um indivíduo apresenta indícios de comportamento 
desviante já é motivo de ser excluído numa determinada sociedade dai associando com 
as condições de vida muito baixa, quando enfrentam essas crises sociais, baseado na 
pobreza extrema que também favorece a exclusão, a saída mais viável torna-se o cair 
em diversos comportamentos que não é aceite na sociedade, nesta senda, o adolescente 
em virtude da sua condição social marginalizada, optará em desvincular as normas a fim 
de superar o processo de exclusão social e a pobreza. 
 Portanto, Madeira (2001, p. 59), “a pobreza é uma condição de desestabilização 
sistemática, pela qual condição estrutural implícita mantém os pobres e confinam os 
seus acessos ao poder social ao nível de sobrevivência diária”. A pobreza é 
essencialmente a dimensão mais visível diante de indivíduos que apresentam 
comportamentos desviastes de pequenos furtos, onde certos adolescentes subtraem 
certos objectos sem o consentimento de outrem por falta de meios financeiros para obter 
o mesmo. 
O meu social ou ambiental, tem um grande papel no desenvolvimento e 
crescimento do adolescente, qualquer deslize que houver no acto da aprendizagem do 
adolescente como a rotulação, o bulling e exclusão social e a pobreza acabam de afastar 
o adolescente da reintegração e inserção social. 
 
 
39 
 
1.5.Normas e Desvio 
 Antes que um acto ser visto com desviante, e antes que qualquer indivíduo 
possa ser rotulado e tratado como desviante por cometer tal acto, alguém precisa ter 
feito a norma que define o acto dessa maneira. “Para que uma norma seja criada, o dano 
precisa ser descoberto e mostrado, alguém deve chamar atenção do público para esse 
problema, e assim, ser criada a norma” (Kazdin, e Buela-Casal, 2001, p.91). 
 As sociedades modernas não são organizações simples em que todos concordam 
com as normas estabelecidas e como elas devem ser aplicadas. São, ao contrário, muitos 
complexos e altamente diferenciadas em relação às classes sociais, aos grupos étnicos e 
aos valores culturais. Esses grupos, frequentemente, não partilham as mesmas regras, 
apesar de muitas serem aceitas por todos os membros da sociedade. À medida que as 
normas de vários grupos se colidem e contradizem, haverá desacordo quanto ao tipo de 
comportamento apropriado. As perspectivas das pessoas

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