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CAPÍTULO 1
Neurociência: Histórico e Evolução
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 9 Historicizar os estudos da neurociência, a fim de que se possa reconstruir o 
processo de descobertas e das aplicações dos estudos na área.
 9 Estabelecer relações entre os estudos atuais e as descobertas realizadas 
desde o surgimento dos estudos da neurociência.
 9 Enumerar os principais avanços da neurociência e apontar suas contribuições 
para os estudos atuais.
10
Neurociência: evolução e atualidade
11
Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
Contextualização
Pare um instante e tente analisar seu jeito de andar. Você consegue 
descrever seus movimentos de forma consciente? 
Pois é, nós falamos, andamos, pensamos. Isso tudo acontece de forma 
tão natural em nossa vida que não paramos para refletir sobre o que acontece 
conosco. Apenas realizamos as ações.
Também raramente buscamos saber que estudos explicam nosso modo de 
pensar, acumular conhecimentos, guardar histórias e rostos, por exemplo. Nossa 
tarefa, neste momento, é compreender como chegamos a ser como somos sob a 
ótica das neurociências. 
Neste capítulo, que está organizado em três seções, temos como principal 
objetivo compreender os estudos da grande área da Neurociência na linha da 
história. 
Por isso, ele foi organizado da seguinte maneira: 
1) Origem e desenvolvimento histórico das Neurociências. 
2) Os rumos dos estudos na área e as implicações para novas descobertas. 
3) Os estudos atuais: avanços e contribuições para a área. 
Considere que estas partes se articulam entre si, pois a construção de uma 
casa começa com seu alicerce, muitas vezes escondido, mas que sustenta um 
todo sólido, bonito e à mostra. Portanto, sua tarefa é a de um arquiteto que visa a 
estudar uma edificação já pronta e buscar compreender e descrever o processo 
de sua construção. Preparado(a)? Então, vamos lá.
Origem e Desenvolvimento Histórico 
das Neurociências
Como você já sabe, temos intenções aqui e elas estão articuladas, mas 
iremos deixar mais clara a maneira como organizamos o todo e as partes deste 
capítulo. Na primeira seção, nosso objetivo é apresentar cronologicamente 
os estudos da neurociência para que se possa reconstruir o processo das 
descobertas e das aplicações dos estudos na área. Feito isso, iremos estabelecer 
12
Neurociência: evolução e atualidade
relações entre as descobertas realizadas ao longo dos séculos e os estudos mais 
recentes, para, finalmente, enumerar os principais avanços da neurociência e 
apontar suas contribuições para os estudos atuais.
Agora que você já sabe qual nosso propósito geral e de que maneira nos 
organizamos, convidamos você a realizar sua primeira atividade.
Atividades de Estudos: 
Observe com atenção e analise a foto que segue:
Figura 1 - Imagens que se encontram no museu Museu 
Nacional de Praga (República Tcheca) 
1) Observando as três cabeças, o que há de diferente entre elas?
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Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
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2) Em que época viveu cada um desses seres representados nas 
estátuas? Se tiver dúvidas quanto a isso, faça uma pesquisa em 
materiais sobre a evolução das espécies.
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O que você fez até aqui foi olhar para o exterior do ser humano e, partindo 
da aparência, fazer inferências sobre a organização cerebral, tendo como ponto 
de referência a configuração da cabeça de cada um dos seres representados na 
Figura 1. Entretanto, para que se possa saber mais acerca da organização cerebral 
humana, as neurociências apresentaram contribuições muito importantes, as quais 
foram construídas ao longo de milhares de anos. Para ajudar a fazer um passeio 
pela história, consultamos, selecionamos e traduzimos a cronologia apresentada 
em “Marcos das Pesquisas em Neurociências”, o qual foi disponibilizado pela 
universidade de Washington.
Se você quiser saber mais sobre os marcos das pesquisas em 
Neurociências, sugerimos que acesse o site: 
http://faculty.washington.edu/chudler/hist.html
14
Neurociência: evolução e atualidade
A cronologia está organizada em seis momentos históricos e, como salienta 
o autor, nem todos foram incluídos e as pesquisas se deram em diferentes fontes. 
Leia com atenção as descobertas e eventos de cada época 
e já vá destacando (assinale, pinte, sublinhe) aquelas que julgar 
importantes para a evolução dos estudos das neurociências I 4000 
a.C. a 0 d.C.
 ca. 4000 a.C. - Efeito euforizante da papoula é relatado em 
registros sumérios.
 ca. 4000 a.C. - Tabuletas de argila da Mesopotâmia discutem 
como usar o álcool para diluir medicamentos.
 ca. 2700 a.C. - Shen Nung dá origem à acupuntura.
 ca. 1700 a.C. - Edwin Smith: primeiro registro escrito sobre o 
sistema nervoso (em papiro).
 ca. 1400-1200 a.C. – O sistema Ayuvedic de medicina hindu é 
desenvolvido.
 
 ca. 500 a.C. - Alcmaion de Crotona disseca nervos sensoriais e 
descreve o nervo óptico.
 
 460-379 a.C. - Hipócrates descreve a epilepsia como um distúrbio 
do cérebro. Hipócrates afirma que o cérebro está envolvido com 
a sensação e é a sede da inteligência.
Figura 2 - Hipócrates (?460 a.C. – ?377 a.C.), 
conhecido como o pai da medicina moderna, foi a primeira 
pessoa a separar medicina de superstição
Fonte: Disponível em: <http://www.filosofia.com.br/historia_
show.php?id=27>. Acesso em: 1º dez. 2012.
15
Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
 387 a.C. - Platão ensina em Atenas. Considera o cérebro como a 
sede do processo mental.
 335 a.C. - Aristóteles escreve sobre o sono; acredita que o 
coração é a sede de processo mental.
 335-280 a.C. - Herófilo (o “Pai da Anatomia”) acredita que os 
ventrículos são sede da inteligência humana.
 280 a.C. - Erasístrato de Chios regista as divisões do cérebro.
0 d.C. a 1500
 177 - Galeno faz palestra sobre o cérebro.
 ca. 100 - Marinus descreve o décimo nervo craniano .
 ca. 100 - Rufus de Éfeso descreve e dá nome ao quiasma.
 ca. 390 - Nemésio desenvolve a doutrina da localização 
ventricular de todas as funções mentais.
 ca. 900 - Rhazes descreve sete pares de nervos cranianos e 31 
nervos espinhais em Kitab al-Hawi Fi Al Tibb.
 ca. 1000 - Al-Zahrawi (também conhecido como Abulcasis ou 
Albucasis) descreve vários tratamentos cirúrgicos para distúrbios 
neurológicos.
 1025 - Avicena escreve sobre a visão e o olho em The Canon of 
Medicine.
 1088 - Abu Ruh escreve The Light of the Eyes, descrevendo 
várias operações de olho.
 1260 - Luís IX fundaa primeira instituição para cegos.
 1316 - Mondino de’Luzzi escreve o primeiro livro europeu de 
anatomia (Anothomia).
 1402 – O Hospital Santa Maria de Belém é usado exclusivamente 
para doentes mentais.
 1410 – Uma instituição para doentes mentais é estabelecida em 
Valência, Espanha.
16
Neurociência: evolução e atualidade
1500 – 1600
 1504 - Leonardo da Vinci produz em cera o elenco dos ventrículos 
humanos.
Figura 3 – As contribuições em desenho para os estudos da Anatomia
Fonte: Disponível em: <http://www.leonardo-da-vinci-biography.com/
leonardo-da-vinci-anatomy.html>. Acesso em: 1º dez. 2012.
 1536 - Nicolo Massa descreve o fluido cerebrospinal.
 
1538 - Andreas Vesalius publica a Tabulae Anatomicae.
 
1542 - Jean Fernel publica De naturali parte Medicinae, o qual 
traz pela primeira vez o termo “fiosologia”.
 
1543 - Andreas Vesalius publica On the Workings of the Human 
Body.
 1543 - Andreas Vesalius discute a glândula pineal e desenha o 
corpo estriado.
 1549 - Jason Pratensis publica De Morbis Cerebri, um livro 
inicialmente dedicado à doença neurológica.
 1550 - Vesalius descreve a hidrocefalia.
 
 1550 - Eustachio Bartolomeo descreve a origem cerebral dos 
nervos ópticos.
 
17
Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
 1561 - Gabriele Falloppio publica Observationes Anatomicae e 
descreve alguns dos nervos cranianos. 
 1562 - Eustachio Bartolomeo publica The Examination of the 
Organ of Hearin.
 1564 - Giulio Cesare Aranzi cunha o termo hipocampo.
 1573 - Constanzo Varolio é o primeiro a cortar o cérebro a partir 
de sua base.
 1573 - Girolamo Mercuriali escreve De nervis opticis, a fim de 
descrever a anatomia do nervo óptico.
 1583 - Felix Platter afirma que a retina é onde as imagens são 
formadas.
 1583 - Georg Bartisch publica Ophthalmodouleia: das ist 
Augendienst com desenhos de olhos. 
 1586 - A. Piccolomini distingue entre o córtex e a substância 
branca.
 1587 - Guilio Cesare Aranzi descreve os ventrículos e o 
hipocampo. Ele também demonstra que a retina tem uma imagem 
invertida.
 1590 - Zacharias Janssen inventa o microscópio composto.
1600 – 1700
 1601 - Hieronymus Fabricius ab Aquapendente publica Tractatus 
de Oculo Visusque Organo, descrevendo o local correto da lente 
em relação à íris.
 1604 - Johannes Kepler descreve imagem invertida na retina.
 1609 - J. Casserio publica a primeira descrição de corpos 
mamilares.
 1611 - Lázaro Riverius publica o livro-texto descrevendo 
deficiências na consciência.
 1621 - Robert Burton publica A anatomia da melancolia sobre a 
depressão.
18
Neurociência: evolução e atualidade
 1623 - Benito de Daca Valdes publica o primeiro livro sobre o 
teste de visão e adaptação de óculos.
 1641 - Franciscus de la Boe Sylvius descreve a fissura na 
superfície lateral do cérebro (fissura silviana).
 1644 - Giovanni Battista Odierna descreve o aspecto microscópico 
do olho da mosca em L’Occhio della Mosca.
 
 1649 - René Descartes descreve o pineal como centro de controle 
do corpo e da mente.
 1650 - Franciscus de la Boe Sylvius descreve uma passagem 
estreita entre os terceiro e quarto ventrículos (o aqueduto de 
Sylvius).
 1658 - Johann Jakof Wepfer teoriza que um vaso sanguíneo 
quebrado no cérebro pode causar apoplexia (derrame).
 1661 - Thomas Willis descreve um caso de meningite.
 
 1662 - De homine de René Descartes é publicado (Ele morreu em 
1650).
 
 1664 - Thomas Willis publica Cerebri anatome (em latim).
19
Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
Figura 4 – Cerebri Anatome 
Fonte: Disponível em: <http://plato.stanford.edu/entries/
pineal-gland/>. Acesso em: 1º dez. 2012.
 1664 - Thomas Willis descreve o décimo primeiro nervo craniano 
(nervo acessório).
 1664 - Gerardus Blasius descobre e nomeia o “aracnoide”.
 
 1665 - Robert Hooke detalha o seu primeiro microscópio.
 1667 - Robert Hooke publica Micrographia.
 1668 - l’Abbe Edme Mariotte descobre o ponto cego.
 
 1670 - William Molins nomeia o nervo troclear.
 1673 - Joseph Duverney usa em pombos a técnica de ablação 
experimental. 
20
Neurociência: evolução e atualidade
 1681 – A edição em Inglês de Cerebri anatome de Thomas Willis 
é publicada.
 1681 - Thomas Willis cunha o termo Neurologia.
 
 1684 - Raymond Vieussens publica Neurographia Universalis.
 1695 - Humphrey Ridley publica A Anatomia do Cérebro.
 
 1696 - John Locke escreve o Ensaio sobre o Entendimento 
Humano.
 
 1697 - Joseph G. Duverney introduz o termo “plexo braquial”.
1700 – 1800
 1704 - Antonio Valsalva publica No ouvido humano.
 1705 - Antonio Pacchioni descreve as granulações aracnoides.
 1709 - George Berkeley publica a Nova teoria da visão.
 1717 - Antony van Leeuwenhoek descreve as fibras nervosas na 
seção transversal.
 1721 - A palavra “anestesia” aparece pela primeira vez em Inglês. 
 
 1736 - Jean Astruc cunha o termo reflexo.
 1749 - David Hartley publica Observações do Homem, o primeiro 
trabalho Inglês usando a palavra “psicologia”.
 
 1750 - Jacques Daviel realiza a primeira extração de catarata em 
um olho humano vivo.
 
 1752 - A Sociedade dos Amigos estabelece um ambiente 
hospitalar para os doentes mentais na Filadélfia.
 1760 - Arne-Charles Lorry demonstra que os danos ao cerebelo 
afetam a coordenação motora.
 1766 - Albrecht von Haller fornece descrição científica do líquido 
cefalorraquidiano.
 
21
Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
 1773 - John Fothergill descreve a neuralgia do trigêmeo (tique 
doloroso, síndrome do Fothergill).
 1773 - Sir Joseph Priestley descobre o óxido nitroso.
 
 1774 - Franz Anton Mesmer introduz o “magnetismo animal” 
(mais tarde chamada de hipnose).
Figura 5 – Franz Anton Mesmer 
Fonte: Disponível em: <hediedformygrins.blogspot.com>.
Acesso em: 1º dez. 2012.
 1776 - M.V.G. Malacarne publica o primeiro livro dedicado 
exclusivamente ao cerebelo.
 
 1777 - Philip Meckel propõe que o ouvido interno é preenchido 
com fluido, não ar.
 1778 - Samuel Thomas von Soemmerring apresenta a 
classificação moderna dos doze pares de nervos cranianos.
 
 1779 - Antonius Scarpa descreve o gânglio de Scarpa do sistema 
vestibular.
 
 1782 - Francesco Gennari publica um trabalho sobre “lineola 
albidior” (mais tarde conhecida como a faixa de Gennari).
 1782 - Francesco Buzzi identifica a fóvea.
 1784 - Benjamin Rush escreve que o álcool pode ser uma droga 
que vicia.
22
Neurociência: evolução e atualidade
 1784 - Benjamin Franklin menciona óculos bifocais em uma carta 
a George Whatley.
 1786 - Felix Vicq d’Azyr descobre o locus coeruleus.
 1786 - Samuel Thomas Sommering descreve o quiasma.
 1786 - Georg Joseph Beer funda o primeiro hospital de olhos em 
Viena.
 1791 - Luigi Galvani publica um trabalho sobre estimulação 
elétrica de nervos de rã.
 1792 - Giovanni Valentino Mattia Fabbroni sugere que a ação do 
nervo envolve tanto fatores químicos quanto físicos.
 1796 - Johann Christian Reil descreve a insula (ilha de Reil).
 1798 - John Dalton, que era daltônico vermelho-verde, fornece 
uma descrição científica do daltonismo.
1800 – 1850
 1800 - Alessandro Volta inventa a pilha molhada.
 1800 - Humphrey Davy sintetiza o óxido nitroso.
 1800 - Samuel von Sommering identifica o material preto no 
mesencéfalo e o chama de “substantia nigra”.
 1801 - Thomas Young descreve o astigmatismo.
 1801 - Adam Friedrich Wilhelm Serturner cristaliza ópio e obtém 
morfina.
 1808 - Franz Joseph Gall publica um trabalho sobre frenologia.
 1809 - Johann Christian Reil usa o álcool para endurecer o cérebro.
 1809 - Luigi Rolando usa corrente galvânica para estimular o 
córtex.
 1811 - Jean Julien Legallois descobre o centro respiratório na 
medula.
 1811 - Charles Bell discute as diferenças funcionais entre raízes 
dorsal e ventral da medula espinhal.
23
Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
 1820 – O galvanômetro é inventado.
 1821 - Charles Bell descreve paralisia facial ipsilateral (paralisia 
de Bell).
 1821 - François Magendie discute asdiferenças funcionais entre 
raízes dorsal e ventral da medula espinhal.
 1822 - Friedrich Burdach nomeia o giro cingulado e distingue 
geniculado lateral e medial.
 1823 - Marie-Jean-Pierre Flourens afirma que o cerebelo regula a 
atividade motora.
 1824 - John C. Caldwell publica Elementos de Frenologia.
 1824 - Marie-Jean-Pierre Flourens faz ablação em detalhes para 
estudar o comportamento.
 1824 - F. Magendie fornece a primeira evidência do papel do 
cerebelo no equilíbrio.
 
 1825 - John P. Harrison apresenta o primeiro argumento contra a 
frenologia.
 1825 - Jean-Baptiste Bouillaud apresenta casos de perda da fala 
após lesões frontais.
 
 1825 - Luigi Rolando descreve o sulco que separa os giros pós-
central e pré-central.
 1826 - Johannes Müller publica teoria de “energias nervosas 
específicas”.
 1832 - Justus von Liebig descobre o hidrato de cloral.
 
 1832 - Jean-Pierre Robiquet isola a codeína.
 1832 - Sir Charles Wheatstone inventa o estereoscópio.
 1833 - Philipp L. Geiger isola a atropina.
 1834 - Ernst Heinrich Weber publica a “Lei de Weber”.
 1836 - Marc Dax lê jornal sobre os efeitos do hemisfério esquerdo 
danos em discurso.
24
Neurociência: evolução e atualidade
 1836 - Gabriel Gustav Valentin identifica o neurônio núcleo e o 
nucléolo.
 1836 - Robert Remak descreve axônios mielinizados e não 
mielinizados.
 1836 - Charles Dickens (o romancista) descreve a apneia 
obstrutiva do sono.
 1837 - Janeiro Purkyně (Purkinje) descreve as células 
cerebelares; identifica o neurônio núcleo e seus processos.
 1837 - A American Physiological Society é fundada.
 1838 - Robert Remak sugere que fibras nervosas e células 
nervosas são unidas.
 1838 - Theordor Schwann descreve a célula formadora de mielina 
no sistema nervoso periférico (“célula de Schwann”).
 1838 - Jean-Etienne Dominique Esquirol publica Mentales Des 
Maladies, possivelmente a primeira obra moderna sobre os 
transtornos mentais.
 1838 – O Código Napoleônico leva à exigência de instalações 
para os doentes mentais.
 1838 - Eduard Zeis publica um estudo sobre os sonhos em 
pessoas que são cegas.
 1839 - Theordor Schwann propõe a teoria celular.
 1839 - C. Chevalier cunha o termo micrótomo.
 
 1840 - Moritz Heinrich Romberg descreve um teste para 
propriocepção consciente (teste de Romberg).
 1840 - Adolph Hannover utiliza ácido crômico para endurecer 
tecido nervoso.
 1840 - Jules Gabriel François Baillarger discute as conexões 
entre a substância branca e cinzenta do córtex cerebral.
 1840 - Adolphe Hannover descobre as células ganglionares da 
retina.
25
Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
 1841 - Dorothea Lynde Dix investiga brutalidade dentro de 
hospitais para doentes mentais nos Estados Unidos.
 1842 - Benedikt Stilling é o primeiro a estudar a medula espinhal 
em cortes seriados.
 1842 - Crawford W. Long usa éter sobre o homem.
 
 1842 - François Magendie descreve a abertura mediana no teto 
do quarto ventrículo (forame de Magendie).
 1843 - James Braid cunha o termo “hipnose”.
 1844 - Robert Remak fornece a primeira ilustração de 6 camadas do 
córtex.
 1844 - Horace Wells utiliza óxido nitroso durante uma extração de 
dente.
 1845 - Ernst Heinrich Weber e Edward Weber descobrem que a 
estimulação do nervo vago inibe o coração.
 1846 - William Morton demonstra anestesia com éter no 
Massachusetts General Hospital.
 1847 - A anestesia de clorofórmio é usada por James Young 
Simpson.
 1847 - A Associação Americana para o Avanço da Ciência é 
fundada.
 1848 - Phineas Gage tem seu cérebro perfurado por uma barra 
de ferro.
26
Neurociência: evolução e atualidade
Figura 6 – Cérebro perfurado por uma barra de ferro
Fonte: Disponível em: <www.joeltalks.com>. 
Acesso em: 1º dez. 2012. 
 1848 - Richard Owen cunha a palavra “notocorda”.
 
 1849 - Hermann von Helmholtz mede a velocidade dos impulsos 
nervosos em rã.
1850 – 1900
 1850 - Augustus Waller descreve a aparência de fibras nervosas 
em degeneração.
 1851 - Jacob Augusto Lockhart Clarke descreve o núcleo dorsal, 
uma área. na zona intermediária da matéria cinzenta da medula 
espinhal.
 1851 - Heinrich Muller é o primeiro a descrever os pigmentos 
coloridos na retina.
 1851 - Alfonso Corti Marchese descreve o órgão receptor coclear 
no ouvido interno (órgão de Corti).
 1851 - Hermann von Helmholtz inventa oftalmoscópio.
 1851 - Andrea Verga descreve o vergae cavum.
 1852 - George Meissner e Rudolf Wagner descrevem as 
terminações nervosas encapsuladas, mais tarde conhecidas 
como “corpúsculos de Meissner”.
27
Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
 1853 - William Benjamin Carpenter propõe “gânglio sensorial” 
(tálamo) como sede da consciência.
 1854 - Louis P. Gratiolet descreve circunvoluções do córtex 
cerebral.
 
 1855 - Bartolomeo Panizza demonstra que o lobo occipital é 
essencial para a visão.
 1855 - Richard Heschl descreve os giros transversos no lobo 
temporal (giros Heschl).
 1859 - Charles Darwin publica A Origem das Espécies.
 1859 - Rudolph Virchow cunha o termo neuroglia.
 1860 - Albert Niemann purifica cocaína.
 1860 - Gustav Theodor Fechner desenvolve a “lei de Fechner”.
 1860 - Karl L. Kahlbaum descreve e nomeia “catatonia”.
 1861 - Paul Broca discute localização cortical.
Figura 7 – Anatomia cerebral por Paul Broca e Carl Wernicke
Fonte: Disponível em: <wwww.souagora.com.br>. Acesso em: 1º dez. 2012.
andrea rosskamp
Realce
andrea rosskamp
Realce
andrea rosskamp
Realce
28
Neurociência: evolução e atualidade
 1861 - T.H. Moedas Huxley cunha o termo calcarine sulcus.
 1862 - Hermann Snellen inventa cartelas com letras para testar a 
visão.
 1863 - Ivan Mikhalovich Sechenov publica Reflexos do Cérebro.
 1863 - Nikolaus Friedreich descreve uma desordem hereditária e 
progressiva degenerativa do SNC (ataxia de Friedreich).
 1864 - John Hughlings Jackson escreve sobre a perda da fala 
após lesão cerebral.
 1865 - Otto Friedrich Karl Deiters diferencia dendritos e axônios e 
descreve o núcleo vestibular lateral (núcleo de Deiter).
 1866 - Julius Bernstein apresenta a hipótese de que um impulso 
nervoso é uma “onda de negatividade”.
 1866 - Leopold Agosto Besser cunha o termo “células de Purkinje”.
 1867 - Theodore Meynert realiza a análise histológica do córtex 
cerebral.
 1868 - Julius Bernstein mede a evolução no tempo do potencial 
de ação.
 1869 - Francis Galton afirma que a inteligência é herdada 
(publicação de Hereditary Genius).
 1869 - Johann Friedrich Horner descreve doença ocular (pupila 
pequena, pálpebra caída), mais tarde a ser chamada de 
“síndrome de Horner”.
 1870 - Eduard Hitzig e Gustav Fritsch descobrem a área motora 
cortical do cão usando estímulo elétrico.
 1870 - Ernst von Bergmann escreve o primeiro livro sobre cirurgia 
do sistema nervoso.
 1871 - Weir Mitchell oferece relato detalhado de síndrome do 
membro fantasma.
 1872 - Sir William Turner descreve o sulco interparietal.
 1872 - Charles Darwin publica A Expressão das Emoções no 
Homem e nos Animais.
andrea rosskamp
Realce
29
Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
 1874 - Jean Martin Charcot descreve a esclerose lateral 
amiotrófica.
 1874 - Vladimir Alekseyevich Betz publica trabalho sobre células 
gigantes piramidais.
 1874 - Roberts Bartholow estimula eletricamente o tecido cortical 
humano.
 1875 - Sir David Ferrier descreve diferentes partes do córtex 
motor do macaco.
 1875 - Richard Caton é o primeiro a registrar a atividade elétrica 
do cérebro.
 1875 - Heinrich Wilhelm Erb e Carl Friedrich Otto Westphal 
descrevem o reflexo patelar.
 1876 - David Ferrier publica As Funções do Cérebro.
 1876 - Francis Galton usa a “natureza e cultura” para explicar 
termo “hereditariedade e ambiente”.
 1877 - Jean-Martin Charcot publica Palestras sobre as Doenças 
do Sistema Nervoso.
 1878 - Paul Broca publica trabalho sobre o “grande lobo límbico”.
 1878 - Louis-Antoine Ranvier descreve interrupções regulares na 
bainha de mielina (nodos deRanvier).
 1879 - Camillo Golgi descreve o que mais tarde seria conhecido 
como “órgãos tendinosos de Golgi”.
 1879 - Hermann Munk apresenta a anatomia detalhada do 
quiasma.
 1879 - William Crookes inventa o tubo de raios catódicos.
 1879 - Wilhelm Wundt cria laboratório dedicado a estudar o 
comportamento humano.
 1880 - Jean Baptiste Edouard Gelineau introduz a palavra 
“narcolepsia”.
 1880 - Friedrich Sigmund Merkel descreve terminações nervosas 
livres as quais seriam mais tarde conhecidas como “corpúsculos 
de Merkel”.
 
30
Neurociência: evolução e atualidade
 1881 - Hermann Munk apresenta relatórios sobre anormalidades 
visuais após a ablação do lobo occipital em cães.
 1883 - Sir Victor Horsley descreve os efeitos da anestesia com 
óxido nitroso.
 1883 - Emil Kraepelin cunha os termos neuroses e psicoses.
 1883 - George John Romanes cunha o termo “psicologia 
comparativa”.
 1884 - Karl Koller descobre as propriedades anestésicas da 
cocaína.
 1884 - Georges Gilles de la Tourette descreve vários distúrbios do 
movimento.
 1885 - Paul Ehrlich observa que a tintura intravenosa não mancha 
o tecido cerebral.
 1885 - Carl Weigert introduz hematoxilina para corar a mielina.
 1885 - Ludwig Edinger descreve o núcleo que será conhecido 
como o núcleo Edinger-Westphal.
 1886 - V. Marchi publica procedimentos para corar a degeneração 
da mielina.
 1887 - Sergei Korsakoff descreve os sintomas característicos em 
alcoólatras.
 1888 - William Gill descreve anorexia nervosa.
 1888 - William W. Keen Jr. é o primeiro americano a remover 
meningioma intracranial.
 1888 - Giovanni Martinotti descreve células corticais mais tarde 
conhecidas como “células Martinotti”.
 
 1889 - Santiago Ramón y Cajal argumenta que as células 
nervosas são elementos independentes.
 1889 - William cunha o termo dendrite.
 1889 - Carlo Martinotti descreve o neurônio cortical com axônio 
ascendente (este neurônio hoje leva seu nome, célula Martinotti).
31
Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
 1890 - Wilhelm Ostwald descobre a teoria de membrana de 
condução nervosa.
 1890 - William James publica Princípios de Psicologia.
 1890 - O termo “testes mentais” foi inventado por James Cattell.
 1891 - H. Quincke introduz a punção lombar.
 1891 - Wilhelm von Waldeyer cunha o termo neurônio .
Figura 8 - Wilhelm von Waldeyer
 
Fonte: Disponível em: <http://serendip.brynmawr.edu/exchange/
brains/timeline>. Acesso em: 1º dez. 2012. 
 1891 - Luigi Luciani publica um manuscrito sobre o cerebelo.
 1891 - Heinrich Quinke desenvolve a punção lombar (punção 
espinhal).
 
 1892 - Arnold Pick é o primeiro a descrever a “doença de Pick”.
 
 1893 - Paul Emil Flechsig descreve a mielinização do cérebro.
 1893 - Charles Scott Sherrington cunha o termo proprioceptivo.
 1895 - William Seu primeiro usa o termo hipotálamo.
 1895 - Wilhelm Konrad Roentgen inventa o Raio-X.
32
Neurociência: evolução e atualidade
 1895 - Heinrick Quincke realiza punção lombar para estudar o 
líquido cefalorraquidiano.
 1896 - Rudolph Albert von Kolliker cunha o termo axônio.
 1896 - Camillo Golgi descobre o aparelho de Golgi.
 1896 - Emil Kraeplein descreve a demência precoce.
 1897 - Ivan Petrovich Pavlov publica trabalho sobre a fisiologia da 
digestão.
 1897 - Karl Ferdinand Braun inventa o osciloscópio.
 1897 - John Jacob Abel isola adrenalina.
 
 1897 - Charles Scott Sherrington cunha o termo sinapse.
 1897 - Ferdinand Blum usa formol como fixador do cérebro.
 1898 - John Langley Newport cunha o termo sistema nervoso.
 1898 - Angelo Ruffini descreve terminações nervosas 
encapsuladas, mais tarde conhecidas como corpúsculos de 
Ruffini.
 1899 - Francis Gotch descreve uma “fase refratária” entre os 
impulsos nervosos.
1900 - 1950
 1900 - Sigmund Freud publica A Interpretação dos Sonhos.
 1900 - Charles Scott Sherrington afirma que o cerebelo é o 
gânglio principal do sistema proprioceptivo.
 1900 - M. Lewandowsky cunha o termo “barreira cérebro-sangue”. 
 1902 - Oskar Vogt e Cecile Vogt cunham o termo “neurofisiologia”.
 1903 - Ivan Pavlov cria o termo reflexo condicionado.
 1905 - Alfred Binet e Theodore Simon apresentam seu primeiro 
teste de inteligência.
33
Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
 1905 - John Langley Newport cria a expressão “sistema nervoso 
parassimpático”.
 1906 - Alois Alzheimer descreve a degeneração pré-senil. 
 1906 - Sir Charles Scott Sherrington publica A ação integradora 
do sistema nervoso, que descreve a sinapse e o córtex motor.
 1907 - Ross Granville Harrison descrevem os métodos de cultura 
de tecidos.
 1907 - John Langley Newport introduz o conceito de moléculas 
receptoras.
 1908 - Vladimir Bekhterew descreve o núcleo superior do nervo 
vestibular (núcleo do Bekhterew).
 1908 - Oberga introduz a punção cisterna, um método para 
acessar o líquido cefalorraquidiano através da cisterna magna.
 1909 - Harvey Cushing é o primeiro a estimular eletricamente o 
córtex sensorial humano.
 1909 - Korbinian Brodmann 52 descreve as discretas áreas 
corticais.
 1909 - Karl Jaspers publica Doença Mental Geral.
 1910 - Emil Kraepelin nomeia a doença de Alzheimer.
“O anseio de Kraepelin era o de demonstrar que as doenças 
mentais tinham uma base anatômica, mas as alterações cerebrais 
estruturais associadas às doenças mentais eram só accessíveis 
através de investigação de achados pós-morte e, na época, Kraepelin 
possuía colaboradores que se tornaram famosos nesta empreitada: 
Alzheimer, Nissl e o casal Vogt (Tsuang et al., 1995).” (ELKIS, 1996).
 1911 - Eugen Bleuler cunha o termo esquizofrenia.
 1912 - Fórmula original para o quociente de inteligência (QI), 
desenvolvida por William Stern.
andrea rosskamp
Realce
34
Neurociência: evolução e atualidade
 1913 - Edwin Ellen Goldmann encontra a barreira hematoencefálica 
impermeável a grandes moléculas.
 1913 - Walter Samuel Hunter inventa o teste da resposta retardada. 
 1915 - J.G. Dusser De Barenne descreve a atividade do cérebro 
após a aplicação de estricnina.
 1916 - Shinobu Ishihara publica um conjunto de placas para testar 
a visão de cores.
 1918 - Walter E. Dandy introduz a ventriculografia.
 1919 - Cecile Vogt descreve mais de 200 áreas corticais.
 1919 - Walter E. Dandy introduz a encefalografia .
 1919 - Pio del Rio Hortega divide neuroglia em microglia e 
oligodendroglia.
 1920 - Henry Head publica Estudos em Neurologia.
 1920 - Stephen Walter Ranson demonstra as conexões entre o 
hipotálamo e a hipófise.
 1920 - John B. Watson e Rosalie Rayner publicam experimentos 
sobre o condicionamento clássico de medo (experimentos 
pequeno Albert).
 1921 - Otto Loewi publica trabalho sobre Vagusstoff.
 1924 - Charles Scott Sherrington descobre o reflexo de 
estiramento.
 1928 - Walter Rudolf Hess relata “respostas afetivas” à 
estimulação hipotalâmica.
 1928 - John Fulton publica suas observações (feitas em 1926 
e 1928) dos sons do sangue que flui ao longo do córtex visual 
humano.
 1929 - Hans Berger publica suas conclusões sobre o 
eletroencefalograma em ser humano.
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Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
 1932 - Max Knoll e Ernst Ruska inventou o microscópio eletrônico.
 1932 - Edgar Douglas Adrian e Charles S. Sherrington: Prêmio 
Nobel com o trabalho sobre a função dos neurônios.
 1936 - Egas Moniz publica trabalhos sobre a lobotomia frontal 
humana.
 1936 - Walter Freeman executa lobotomia nos Estados Unidos.
 1937 - James Papez publica trabalho sobre o circuito límbico.
 1936 - Hospital Geral de Massachusetts tem seu primeiro 
laboratório EEG.
 1938 - Isador Rabi cunha o termo “ressonância magnética”.
 1938 - Skinner publica O Comportamento dos Organismos que 
descreve o condicionamento operante.
 1938 - Ugo Cerletti e Lucino Bini: tratamento de pacientes 
humanos com eletrochoque.
 1938 - Franz Kallmann publica a genética da esquizofrenia.
 1946 - Theodor Rasmussen descreve o feixe olivococlear (pacote 
de Rasmussen).
 1946 - Presidente Trumanassina o Ato Nacional de Saúde Mental.
 1948 - A Organização Mundial de Saúde é fundada.
 1949 - Horace Winchell Magoun define o sistema ativador reticular.
Fonte: Disponível em: <http://faculty.washington.edu/
chudler/hist.html>. Acesso em: 1º dez. 2012. 
Até você pode acompanhar, de forma didática, os acontecimentos marcantes 
que irão, durante a leitura do caderno de estudos, auxiliá-lo a compreender de 
que formas as descobertas se articulam. Vale esclarecer que cada pesquisador 
atuou em momentos distintos e em lugares diferentes, cada um dentro de um 
36
Neurociência: evolução e atualidade
contexto de descobertas e tecnologias possíveis para aquele momento. Portanto, 
não podemos ler a cronologia de forma linear apenas, é preciso relacionar o 
que ocorreu, onde e quando, a fim de perceber que as novas descobertas estão 
relacionadas com outras e, assim, alimentam novas investigações e ampliação 
dos recursos tecnológicos possíveis para um dos momentos históricos. 
Atividade de Estudos: 
1) Antes de seguirmos adiante e analisarmos as principais 
contribuições na segunda metade do século XX:
a) Faça uma síntese do que você considerou importante durante sua 
leitura da cronologia, retomando fatos e pesquisadores, justifique 
suas escolhas. 
b) A fim de ajudar você a refletir sobre a história das neurociências 
quando toda a tecnologia atual ainda não estava disponível para 
os estudos desse espaço tão misterioso que é o cérebro, discuta 
acerca dessas questões: O que as descobertas significaram 
ao longo do tempo? A que se pode atribui os avanços em cada 
momento histórico? Quem são essas pessoas e como se deram 
essas descobertas? Como seria o nosso século se não tivessem 
ocorrido essas descobertas?
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Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
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Os Principais Avanços da Neurociência 
e suas Contribuições para os Estudos 
Atuais
Um dos objetivos desse capítulo é historicizar os estudos da neurociência, a 
fim de que se possa reconstruir o processo de descobertas e das aplicações dos 
estudos na área. Esperamos que você tenha compreendido que as descobertas 
se deram dentro de um momento histórico o qual tinha seus recursos de pesquisa. 
Os limites de cada momento auxiliaram nos avanços sobre os quais iremos 
estudar nesta seção.
Foram muitos estudos para que cada parte do todo fosse compreendida em 
relação às funções de cada órgão e da relação entre eles. Entretanto, apenas 
quando os aparelhos para os estudos mais detalhados do cérebro foram se 
desenvolvendo é que as descobertas até então realizadas foram confirmadas, 
revistas e ampliadas, pois, como você pode refletir em sua atividade anterior, a 
ciência parte sempre de conhecimentos já elaborados, os quais são refutados, 
reafirmados, alterados ou apenas complementados.
Vamos, então, rever alguns momentos já apresentados na cronologia e 
outros novos, pois houve contribuições anteriores que foram fundamentais para 
os avanços das neurociências. O que selecionamos para estudo possibilitou aos 
cientistas conhecer um pouco mais o funcionamento interno do corpo humano. 
Você já sabe que, em 1895, Wilhelm Konrad Roentgen inventou o Raio-X, o que 
foi um marco no século XIX, fechando um ciclo e abrindo outro. 
38
Neurociência: evolução e atualidade
Figura 9 – Equipamento móvel de radiografia em ambulância
Fonte: Disponível em: <http://www.cerebromente.org.br/n20/
history/neuroimage2_p.htm>. Acesso em: 1º dez. 2012. 
Em 1912, ocorreu, ainda que de forma incidental, a descoberta da 
pneumoencefalografia (visualização radiográfica dos ventrículos cerebrais por 
injeção de ar ou outro gás). Esta técnica, segundo Elkis (1996), foi usada até o 
início dos anos 70, mas apresentava grandes problemas metodológicos para a 
psiquiatria. 
Na década seguinte (a de vinte), surgiu a angiografia cerebral, graças aos 
trabalhos e investigações de Egas Morniz, o que possibilitou o início de estudos 
acerca de algumas relações entre estados mórbidos neurológicos e determinadas 
alterações do líquor. Essas técnicas foram auxiliando as pesquisas, investigações 
in vivo das alterações de estruturas cerebrais.
Angiografia Cerebral: Uma angiografia cerebral é um raio X 
que mostra os vasos sanguíneos na cabeça. É usado para verificar 
se há a presença de aneurismas, má-formações, coágulos de 
sangue, redução ou bloqueio deste ou mudanças devido a um tumor, 
a um sangramento interno ou a um inchaço.
Líquor ou líquido cefalorraquidiano, é popularmente conhecido 
como “líquido da espinha”. É produzido no cérebro, distribuindo-
se pelo espaço entre a superfície cerebral e o crânio e ao redor da 
medula espinal. Seu volume total é renovado três vezes por dia e, 
andrea rosskamp
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39
Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
depois de circular pelo espaço subaracnóide (entre as meninges), é 
absorvido pelo sistema venoso. Sua principal função é a de servir 
como um amortecedor entre o cérebro e a caixa óssea craniana, mas 
também exerce importante papel como interface entre o cérebro e o 
sangue na troca de fluidos e eletrólitos, além de ser um dos fatores 
de regulação da pressão intracraniana.
E, em 1940, foi introduzida a imagem por ultrassonografia. O que isso 
significa? Que se começava a ter maiores possibilidades investigativas do ser 
humano, mas somente com os avanços dos estudos nas áreas das neurociências, 
e aqui se incluem emprego de técnicas avançadas de neuroimagem, é que se 
começa a compreender mais e melhor muitos fenômenos que até então careciam 
de aparatos ampliados para sua investigação. Isso inclui estudos sobre a 
ampliação dos conhecimentos acerca dos circuitos cerebrais e das funções que 
estão relacionadas à cognição humana, bem como às doenças mentais e outros 
problemas que encontramos muitas vezes em nossas famílias, como o mal de 
Alzheimer, cuja degeneração pré-senil foi descrita por Alois Alzheimer, com você 
já leu anteriormente.
Pré-Senil: Relativo a um estado ou às perturbações que 
precedem a velhice. Ex.: catarata pré-senil, psicose pré-senil.
Você poderá ver mais adiante que os avanços da neurociência, 
especialmente pelo uso das neuroimagens, trouxeram detalhes sobre 
as áreas do cérebro que já vinham sendo estudadas no século XIX, 
mas que não poderiam ser detalhadas com a especificidade que hoje 
ocorre. Uma dessas áreas, por exemplo, é a da leitura e a descoberta 
de Dehaene (2012) dos neurônios da leitura. Com o uso de técnicas 
de neuroimagem funcional, ocorreu a possibilidade de comprovação 
de hipóteses já aventadas, refutação de outras e revisãoou ampliação 
de descobertas sobre como nosso cérebro funciona e quais as áreas 
responsáveis por cada função (ainda que se deva pensar na intrincada 
rede que ali ocorre), que faz de nosso cotidiano um viver simples como 
andar, falar, ler.
Com o uso de 
técnicas de 
neuroimagem 
funcional, ocorreu 
a possibilidade 
de comprovação 
de hipóteses 
já aventadas, 
refutação de 
outras e revisão 
ou ampliação 
de descobertas 
sobre como 
nosso cérebro 
funciona.
andrea rosskamp
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andrea rosskamp
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Neurociência: evolução e atualidade
Atividade de Estudos: 
1) Para saber um pouco mais sobre os usos e até mesmo a invenção 
ou surgimento de toda essa tecnologia, sugerimos que pesquise 
as seguintes técnicas:
 a) Tomografia Computadorizada ou TC Axial (CAT, em inglês): 
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 b) Ressonância Magnética - RM - (MRI, em inglês)
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 c) Ressonância Magnética Funcional – RMf (fMRI, em inglês)
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Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
 d) Tomografia de Emissão de Pósitrons ou PET-scan (PET, em 
 inglês)
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 e) Magnetoencefalografia (MEG)
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Para fechar este capítulo, apresentaremos alguns avanços na área das 
neurociências que serão retomadas ao longo do fascículo. Para isso, realizou-
se uma síntese das discussões apresentadas por Dehaene (2012), bem como 
trechos de sua obra no que tange aos recursos investigativos. Segundo ele, a 
leitura do cérebro, com as técnicas da imagem cerebral funcional, ocorreu há 
aproximadamente vinte anos. A observação dos processos, por exemplo, de 
leitura, foram não apenas realizados em pessoas doentes como portadores de 
alexia ou deslexia, por exemplo, mas também em sadias e pode-se observá-las 
em experiência de leitura de palavra. O que isso significou? A visualização da 
atividade cerebral no momento em que a pessoa realiza a operação mental, ou 
seja, no caso da dislexia, realiza a leitura. 
Para completar nossos estudos a respeito, trazemos as descobertas de 1988, 
depois ampliadas pelo uso da IRM funcional, o que revela que os avanços são 
sempre uma revisita às descobertas já ocorridas. Sobre isso, é importante saber:
andrea rosskamp
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Neurociência: evolução e atualidade
“Em 1988 aparece o um artigo que inaugurou, de modo 
espetacular, a era da imagem cerebral funcional. Steven Petersen e 
seus colegas estabelecem um marco ao revelar, pela primeira vez, 
a organização funcional das áreas cerebrais da linguagem, com a 
ajuda de um novo método: a tomografia por emissão de pósitrons”. 
(DEHAENE, 2012, p. 81).
Como você já realizou sua pesquisa (na atividade complementar) 
a respeito desse método, já sabe que há uma injeção de uma dose de 
água radioativa, ainda que fraca, para mapear as regiões de atividade 
cerebral. No que tange às áreas destinadas à escuta de palavras, 
leitura de palavras, produção de palavras e associação de palavras, 
foi em 1988 que estas áreas foram evidenciadas. Você pode ver isso 
melhor na figura que segue:
Figura 10 - Áreas do cérebro reveladas pela primeira vez pelo 
escaneamento PET (datada por Peterse et al., 1989)
Fonte: Disponível em: <http://readinginthebrain.pagesperso-orange.
fr/img/small/Diapositive9.jpg>. Acesso em: 1º dez. 2012.
No que tange às 
áreas destinadas 
à escuta de 
palavras, leitura 
de palavras, 
produção de 
palavras e 
associação de 
palavras, foi em 
1988 que estas 
áreas foram 
evidenciadas.
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andrea rosskamp
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Neurociência: Histórico e EvoluçãoCapítulo 1
Na Figura 10 você encontrou algumas expressões em inglês, 
segue a tradução desses termos: 
Listing to words = ouvir palavras; Reading words = ler palavras; 
Producing = produzir palavras; Associating = associação de palavras.
 
Mas, como você já deve ter percebido, os avanços vão colocando 
de lado algumas formas de investigação das atividades cerebrais 
e incluindo outras. O que surge, então, para detalhar ainda mais a 
atividade cerebral, levando, por exemplo, à compreensão de como 
lemos palavras? 
Foi com o advento da imagem funcional por ressonância magnética (IRM 
funcional). Qual a vantagem desse uso? Não era mais preciso injetar no sujeito 
produtos radioativos, como explica Dehaene (2012, p. 84), pois no IRM funcional 
o próprio sangue serve de produto para contraste. Além disso, o acesso a essas 
máquinas se encontra em muitos hospitais e apresenta uma grande vantagem 
que é “[...] a de fornecer uma série de medidas da atividade cerebral com uma 
grande rapidez. No curso de um só exame, podem-se facilmente obter algumas 
centenas de imagens do cérebro inteiro, numa escala de alguns milímetros, na 
razão de um a cada dois ou três segundos (contra uma imagem a cada 10 ou 15 
minutos para a câmera de pósitrons).” (DEHAENE, 2012, p. 84).
Algumas Considerações 
Pelo que você viu aqui, foi preciso muito investimento para tornar os métodos 
invasivos em outros não agressivos e mais eficientes, avançando, assim, nos 
estudos das neurociências. Guarde bem o que estudou até o momento, pois irá 
precisar desses conhecimentos para os estudos que seguem. Afinal, descobrir 
como lemos, como vemos imagens, como atribuímos significado ao que lemos 
acontece em um lugar que só foi descoberto graças a tudo que estudamos até aqui.
andrea rosskamp
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Neurociência: evolução e atualidade
Referências
D’AQUILI,Eugene G. The biopsychological determinants of culture. An Addison-
Wesley Module in Anthropology. Reading, Mass.: Addison-Wesley,1972.
DEHAENE, Stanislas. Os neurônios da leitura: como a ciência explica a nossa 
capacidade de ler. Porto Alegre: Artes Médicas, 2012. 
ELKIS, Hélio. Neuroimagem em psiquiatria: achados recentes de alterações 
estruturais no alcoolismo, esquizofrenia e transtornos do humor. Revista 
Psiquiatria clínica, v. 23/24, n. 4/1-3, p. 18-23, 1996.
Marcos das pesquisas em neurociências. Disponível em: <.http://faculty.
washington.edu/chudler/hist.html>. Acesso em: 1º dez. 2012.
SABBATINI, Renato M.E. A História da Neuroimagem. Mente e Cérebro. 
Disponível em: <http://www.cerebromente.org.br/n20/history/neuroimage2_p.
htm>. Acesso em: 1º dez. 2012.

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