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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

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Constitucional
Administração Pública
· Agentes Públicos:
a) Acesso aos cargos, empregos e funções públicas: Conforme o artigo 37, inciso I da CRFB/88, os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei. Entendimento do STF:
Súmula Vinculante 44: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público.
Súmula 14: Não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade, inscrição em concurso para cargo público.
A exigência de experiência profissional prevista em edital importa em ofensa constitucional. 
A fixação do limite de idade via edital não tem o condão de suprir a exigência constitucional de que tal requisito seja estabelecido por lei. 
Editais de concurso público não podem estabelecer restrição a pessoas com tatuagem, salvo se esta violar valores constitucionalmente protegidos.
Súmula 686: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público.
Desta forma, apenas a lei poderá definir os requisitos para acesso a cargos públicos. Se não estiver previsto em lei, não poderá o edital exigir determinado requisito. 
1. Momento de comprovação: 
· Na posse: Regra geral.
· Na inscrição: Limite de idade e prática jurídica para MP e magistratura, DPU, AGU, Procurador da Fazenda Nacional. 
2. Estrangeiros: Podem ter acesso aos cargos públicos, desde que a lei autorize. Cada ente federativo tem autonomia para editar sua lei. Sendo norma de eficácia limitada (enquanto para os brasileiros é norma de eficácia contida). 
b) Concurso Público: O Artigo 37 da CRFB determina que:
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;
VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público;
Este último inciso trata da contratação por tempo determinado. Esse pessoal não está sujeito ao regime estatutário a que se submetem os servidores titulares de cargo efetivo e em comissão, também não está sujeito à CLT. 
Contudo, continuam sendo estatutários, uma vez que têm seu próprio estatuto de regência. Exercem função pública remunerada temporária. É necessário o cumprimento de 03 requisitos:
1. Excepcional interesse público;
2. Temporariedade da contratação;
3. Hipóteses expressamente previstas em lei. 
c) Cargos e funções de confiança: O artigo 37, V, da CRFB/88 diz que: as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento. Súmula Vinculante 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
NÃO ALCANÇA CARGO DE NATUREZA POLÍTICA.
1. Funções de confiança: São exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo. 
2. Cargo em comissão: Livre nomeação e exoneração. Contudo, há previsão em lei de um percentual mínimo dos cargos em comissão que devem ser ocupados por servidores de carreira. 
Ambos se destinam a atribuições de chefia, direção e assessoramento. 
d) Direitos sociais dos servidores públicos:
1. Associação sindical: VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical. 
2. Greve: VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; 
3. Demais direitos: Conforme determina o art. 39, § 3º da CRFB/88, aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. 
e) Remuneração: A remuneração dos agentes públicos pode se dar por meio de:
1. Subsídio: Forma de remuneração fixada em parcela única, sem acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou qualquer outra espécie de verba remuneratória. É a remuneração obrigatória a determinadas carreiras, como a AGU, DP, PG da Fazenda Nacional, Procuradoria dos estados e do DF, polícia federal, PRF, polícia civil e militar e corpo de bombeiros. A critério do legislador ordinário pode ser adotada a outros agentes. 
Art. 39, § 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.
2. Vencimento: Remuneração em sentido estrito percebida pelos servidores públicos. Trata-se do vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. 
3. Salário: Forma de remuneração dos empregados públicos, contratados pelo regime celetista. 
Alguns subsídios são criados por decreto legislativo: 
Deputados e Senadores, Presidente e Vice-Presidente da República e Ministros de Estado
Conforme estabelece o art. 37, inciso X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;
O inciso X criou o princípio da periodicidade, sendo a revisão da remuneração dos servidores. 
· Iniciativa para a lei que fixa a remuneração:
f) Teto constitucional remuneratório: É fixado pelo art. 37, inciso XI da CRFB/88: A remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério
Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos. 
Do dispositivo se extrai que:
· A remuneração de todos os servidores e empregados públicos está sujeita a um teto remuneratório geral do funcionalismo, que é o subsídio dos Ministros do STF;
· A CRFB prevê a existência de subtetos remuneratórios nos Municípios, nos Estados e no DF;
· Nos Municípios, a remuneração de todos os servidores e empregados públicos têm como limite o subsídio do Prefeito. Quanto aos Magistrados, a leitura literal dá a entender que seu subsídio é limitado à 90,25% do subsídio dos Ministros do STF. Entretanto, passariam a ganhar menos do que os Juízes federais, assim, o STF entendeu que aos juízes dos estados não se aplica essa vedação, aplicando-se apenas aos servidores do poder judiciário estadual. 
· Nos Estados e no DF, o subteto varia por poder: 1 – Executivo: O limite é o subsídio do Governador; 2 – Legislativo: O limite é o subsídio dos deputados estaduais e distritais; 3 – Judiciário: O limite é o subsídio dos Desembargadores do TJ, limite que também se aplica ao MP, aos procuradores e aos Defensores Públicos. 
AS VERBAS INDENIZATÓRIAS FIXADAS EM LEI NÃO ESTÃO SUJEITAS AO TETO CONSTITUCIONAL.
CONFORME ART. 37, XIIXII - OS VENCIMENTOS DOS CARGOS DO PODER LEGISLATIVO E DO PODER JUDICIÁRIO NÃO PODERÃO SER SUPERIORES AOS PAGOS PELO PODER EXECUTIVO. Os procuradores estaduais possuem teto de 90,25% do subsídio de Ministro do STF. 
Já os Defensores Públicos Estaduais <3 têm como teto o subsídio dos desembargadores do TJ.
XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores.
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
Súmula Vinculante 42: É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária.
g) Acumulação remunerada de cargos, empregos e funções públicas: A regra é a vedação à acumulação remunerada de cargos, empregos e funções públicas. A vedação se estende àqueles que exercem empregos e funções na administração indireta. Contudo, o próprio inciso XVI traz 03 exceções:A vedação de que trata esse inciso diz respeito apenas à função pública. Havendo compatibilidade de horários e com o regime jurídico do agente, poderá o agente público exercer atividade privada (em empresa privada). 
Art. 37, inciso XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;Quanto ao teto remuneratório, o STF entendeu que se aplicam aos cargos isoladamente. A soma pode extrapolar, mas os cargos individualmente não. 
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;
O texto constitucional trouxe, ainda, mais algumas exceções: 
Art. 38, inciso III: Acúmulo do cargo de vereador e outro cargo emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo;
Art. 95, parágrafo único, inciso I: Permissão para que juízes exercem magistério;
Art. 125, §5º, inciso II, “d”: ‘’ membros do MP exercem o Magistério. 
· Aposentadoria: Conforme art. 37, § 10, “é vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração”.
h) Servidores e mandado eletivo: O art. 38 da CRFB traz as regras que serão aplicadas:
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: 
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de origem. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
1. Remuneração percebida:
i) Regime Jurídico: O art. 39 da CRFB/88 determina que cada um dos entes federativos deverá instituir regime jurídico única e planos de carreira para os servidores da administração direta, das autarquias e das fundações públicas. 
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN nº 2.135-4)
A lei é de iniciativa do chefe do executivo. 
j) Estabilidade e perda do cargo:
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar. 
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências:
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança;
II - exoneração dos servidores não estáveis.
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal.
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço.
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos.
§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas
na efetivação do disposto no § 4º. 
k) Regime previdenciário dos servidores: O regime previdenciário dos servidores é denominado RPPS (Regime Próprio de Previdência Social), sendo aplicável a todos os servidores titulares de cargos de provimento efetivo da União, Estados, DF e municípios. Difere do RGPS (regime Geral da Previdência Social), aplicável às demais pessoas. O RGPS se aplica:
1. Aos trabalhadores celetistas;
2. Aos agentes públicos ocupantes de cargo em comissão;
3. Aos ocupantes de empregos públicos;
4. Aos ocupantes de funções temporárias;
5. Ocupantes de mandatos eletivos (novidade da EC 103/19).
1. Regime: Até a edição da EC 103/19, os entes federativos detinham ampla competência/liberdade para instituir regime de previdência aplicável aos seus servidores. Após a EC 103/19, foi vedada a criação de novos regimes previdenciários pelos entes federativos, admitindo-se, no entanto, aqueles já existentes até a promulgação da referida emenda. 
A Emenda 103/19 também vedou a existência de múltiplos regimes e/ou órgão ou entidade gestora desse regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e entidades autárquicas. Deste modo, em um determinado estado, somente poderá existir um único RPPS, que será aplicado a todos os servidores de todos os poderes e um único órgão (autarquia) responsável pela administração deste regime. 
Conforme art. 40, §20 da CRFB/88: § 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora desse regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão responsáveis pelo seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei complementar de que trata o § 22. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
2. Diretrizes: Os regimes de previdência instituídos pelos entes deverão seguir as diretrizes estabelecidas pelo art. 40, caput da CRFB/88.
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
· Caráter contributivo: Uma vez que contribuem para o financiamento do sistema (por meio de tributos) o ente público, os servidores ativos, os aposentados e os pensionistas. 
· Caráter solidário: Pois visa minimiza a desigualdade social e garantir a todos os segurados condições dignas de vida por meio de tributação daqueles que podem arcar com esse ônus, inclusive aposentados e pensionistas.
3. Hipóteses de aposentadoria: São previstas no §1º do art. 40 da CRFB/88:
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015)
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
· Aposentadoria por incapacidade permanente para o trabalho: 
Deve haver o preenchimento de duas condições: 
- O servidor deve estar permanentemente incapacitado para o trabalho
- Não deve ser possível à readaptação do servidor para outro cargo. 
Ao ser concedida a aposentadoria por incapacidade, o servidor deverá ser submetido à avaliações periódicas para verificar a continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo 
A EC 103/19 também trouxe novidade para o art. 37 da CRFB/88: 
§ 13. O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilidades sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição, desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do cargo de origem. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
· Aposentadoria compulsória: Até à EC 88/15, os servidores deveriam se aposentar compulsoriamente aos 70 anos de idade. Atualmente, com a vigência da EC 88/15, os servidores poderão ser aposentados compulsoriamente aos 70 (com proventos proporcionais) ou 75 anos, na forma de lei complementar. 
A lei complementar é a LC 152/2015, aplicável a todos os servidores públicos, de todas as esferas federativas, bem como aos membros do Poder Judiciário, do MP, das DPs e dos Tribunais de contas. Atualmente, os servidores são aposentados compulsoriamente aos 75 anos de idade. 
O STF entende que a aposentadoria compulsória não é aplicada aos servidores em comissão. 
· Aposentadoria voluntária: Seus requisitos foram modificados pela EC 103/19. 
As regras gerais sobre aposentadoria voluntária definidas na CF se aplicavam a todos os entes federativos. Com a vigência da EC 103/19, a idade mínima prevista (62 para mulher e 65 para homem) passou a ser aplicada apenas no âmbito da União. 
Os Estados, o DF e os Municípios passaram a ter autonomia para mediante emendas às constituições ou leis orgânicas, definir os seus próprios requisitos de idade mínima para aposentadoria ao amparo do RPPS. 
Ademais, a CF permite que lei complementar de cada ente estabeleça outros requisitos para a aposentadoria voluntária, dentro os quais a exigência de tempo mínimo de contribuição. 
 
4. Valor da aposentadoria: Após a modificação feita pela EC 103/19, os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao salário-mínimo ou superior ao limite máximo do RGPS.
Ademais, a EC 103/19 vedou que seja concedida complementação de aposentadoria ou pensão por morte, salvo no caso de benefícios decorrentes de regime de Previdência Complementar que, após a reforma, passou a ser obrigação dos entes federativos sua instituição, mediante lei de iniciativa do chefe do poder executivo. 
Art. 40, § 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime de previdência complementar para servidores públicos ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto no § 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
5. Cálculo do valor da aposentadoria: art. 40, § 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 103, de 2019). 
§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
A regra é a vedação do estabelecimento de critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria pelo RPPS. No entanto, admitem-se algumas exceções, definidas em lei complementar, além dos casos previstos pelo próprio texto constitucional. 
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
6. Abono de permanência: Trata-se de benefício concedido ao servidor que preencha os requisitos para aposentadoria voluntária, mas que deseja permanecer na ativa até completar a idade para aposentadoria compulsória. 
§ 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo que tenha completado as exigências para a aposentadoria voluntária e que opte por permanecer em atividade poderá fazer jus a um abono de permanência equivalente, no máximo, ao valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade para aposentadoria compulsória. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Cabe a cada ente decidir se irá ou não instituir o abono de permanência. 
O valor do abono será definido por lei de cada ente, sendo no máximo o valor da contribuição previdenciária. Contudo, poderá ser menor. 
7. Vedação à criação de novos RPPS: Os entes que não criaram seus regimes de previdência até a vigência da EC103/19 não poderão mais fazê-lo. 
§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência social, lei complementar federal estabelecerá, para os que já existam, normas gerais de organização, de funcionamento e de responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o Regime Geral de Previdência Social; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos recursos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
III - fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
V - condições para instituição do fundo com finalidade previdenciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recursos provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de qualquer natureza; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
VI - mecanismos de equacionamento do deficit atuarial; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, observados os princípios relacionados com governança, controle interno e transparência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles que desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indiretamente, com a gestão do regime; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Lei complementar federal estabelecerá, para os regimes próprios já existentes normais gerais de organização funcionamento e de responsabilidade em sua gestão. 
8. Pensão por morte: Não pode ser inferior a um salário mínimo. O benefício será estabelecido por lei de cada ente federativo. 
Poderá haver diferenciação na hipótese de morte de agentes da segurança pública em virtude de agressão física sofrida no exercício ou em razão da função. 
l) Administração Tributária: Conforme art. 37, inciso XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei. 
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.

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