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PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA NO DIREITO CIVIL

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Direito Civil 
Prescrição e Decadência 
 
➔ Introdução: 
 
O exercício de um direito não pode ficar pendente e forma indefinida no tempo, devendo seu titular exercê-lo dentro de um 
determinado prazo. Assim, com base na pacificação social, na certeza e na segurança jurídica surgem os institutos da 
prescrição e da decadência. 
 
a) Localização: 
 
1. Prescrição: Arts. 189 a 106 do CC. Os prazos prescricionais estão nos arts. 105 e 206 do CC. Assim, em regra, todos os 
demais prazos previstos no CC/02 serão decadenciais. 
 
Ademais, os prazos prescricionais são sempre previstos em anos. Assim, os prazos previstos em dias ou meses serão sempre 
decadenciais (que também tem hipóteses de prazos previstos em anos. 
 
2. Decadência: Arts. 207 a 211 do CC. 
 
b) Diferenciação dos institutos: Angelo Amorim Filho criou a seguinte distinção: 
 
1. Prescrição: É associada às ações condenatórias, ou seja, àquelas relacionadas com direitos subjetivos, próprio das 
pretensões pessoais. Assim, a prescrição mantém relação com deveres, obrigações e com a responsabilidade decorrente da 
inobservância das regras ditadas pelas partes ou pelo Direito. 
 
2. Decadência: Está associada a direitos potestativos e às ações constitutivas, sejam positivas ou negativas. Logo, a 
decadência tem relação com um estado de sujeição, próprio dos direitos potestativos. 
 
As ações meramente declaratórias não 
estão sujeitas à prescrição/decadência. 
 
➔ Prescrição: 
 
a) Introdução: Conforme art. 189 do CC, violado um direito, nasce para o seu titular uma pretensão, que pode ser extinta 
pela prescrição, na forma dos arts. 205 e 206. 
 
b) Conceito: A prescrição extintiva é um fato jurídico em sentido estrito que constitui uma sanção ao titular do direito violado, 
que extingue tanto a pretensão positiva quanto a negativa (exceção ou defesa). Todavia, a prescrição não extingue o direito 
em si, que permanecerá ileso, mas sem proteção jurídica para solucioná-lo. 
 
c) Termo inicial: 
 
1. Enunciado 14, CJF/STJ: 1) O início do prazo prescricional ocorre com o surgimento da pretensão, que decorre da 
exigibilidade do direito subjetivo; 2) o art. 189 diz respeito a casos em que a pretensão nasce imediatamente após a violação 
do direito absoluto ou da obrigação de não fazer. 
 
2. Teoria da actio nata com viés subjetivo: Pela teoria, que vem ganhando força, o prazo prescricional tem início a partir 
do conhecimento da violação ou lesão ao direito subjetivo. 
 
Conforme Nelson Chave e Rosenvald, essa é a teoria que melhor resolve a questão. O início do prazo prescricional deve 
decorrer não da violação de um direito subjetivo em si, mas sim, do seu conhecimento pelo titular do direito violado. 
 
Com isso, a boa-fé é prestigiada de modo mais vigoroso, obstando que o titular seja prejudicado por não ter tido 
conhecimento da lesão que lhe foi imposta. 
 
A teoria tem sido aplicada pelo STJ no âmbito da responsabilidade civil, conforme AgRg no REsp 931.869/ES, Rel. Min. 
Humberto Martins; REsp 1.020.801/SP, Rel. Min. João Noronha; REsp 1.318.825/SE, Rel. Min. Nancy Andrighi; REsp 
1.388.030/MG, Rel. Min. Paulo de Tarso, que originou a Súmula 573/STJ; REsp 1.645.746/BA, Rel. Min. Ricardo Villas Boas; 
Súmula 278. 
 
Em sede legislativa, a teoria foi adotada expressamente pelo art. 27 do CDC, pela qual havendo acidente de consumo, o prazo 
prescricional de cinco anos tem início do conhecimento do dano e de sua autoria. 
 
d) Exceções: Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão. Aqui, aplica-se também a teoria da actio 
nata. 
 
Enunciado 415 CJF/STJ: O art. 190 do Código Civil refere-se apenas às exceções impróprias (dependentes/não autônomas). 
As exceções propriamente ditas (independentes/autônomas) são imprescritíveis. 
 
É o caso, por exemplo, da alegação de pagamento direto ou de coisa julgada, que podem ser alegadas a qualquer momento. 
 
e) Renunciabilidade: A prescrição pode ser renunciada pelo devedor, desde que já consumada, ou seja, a renúncia deve ser 
feita após a verificação da ocorrência da prescrição e não antes. 
 
f) Alteração dos prazos: Não podem as partes convencionares acerca da alteração do prazo prescricional previsto em lei, 
sendo-lhes vedada a criação de prazo, que somente terá origem legal, conforme art. 192 do CC1. 
 
Ademais, previsão contratual nesse sentido estará eivada de nulidade absoluta virtual, visto que a lei veda a prática do ato, 
mas não comina qualquer punição. 
 
g) Momento de arguição: Poderá ser alegada em qualquer momento e grau de jurisdição, podendo ser reconhecida de ofício. 
 
DIREITOS CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. PRESCRIÇÃO. ESPÉCIE EXTINTIVA. ALEGAÇÃO. APELAÇÃO. POSSIBILIDADE. ART. 162, CC. SILÊNCIO 
EM CONTESTAÇÃO. IRRELEVÂNCIA. PRECEDENTES. RECURSO ESPECIAL. ENUNCIADO N. 7 DA SÚMULA/STJ. RECURSO DESACOLHIDO. I 
- A prescrição extintiva pode ser alegada em qualquer fase do processo, nas instâncias ordinárias, mesmo que não tenha sido deduzida 
na fase própria de defesa ou na inicial dos embargos à execução. II - A pretensão recursal, que depende do reexame de documentos 
apresentados nas instâncias ordinárias, não comporta análise nesta Corte, a teor do enunciado n. 7 de sua súmula. 
 
h) Prescrição da pretensão executiva: Conforme Súmula 150/STF, prescreve a execução no mesmo prazo da prescrição da 
ação. 
 
Ler sobre prescrição intercorrente. 
 
O Art. 921 do CPC/15 traz as hipóteses de suspensão da execução. 
 
Art. 921. Suspende-se a execução: III - quando o executado não 
possuir bens penhoráveis; 
 
 
1 Nesse sentido, ver TJDFT, Recurso Inominado 2008.07.1.001151-3, Acórdão 329.066, Rel. Des. Luciano Vasconcelos. 
§ 1º Na hipótese do inciso III, o juiz suspenderá a execução pelo 
prazo de 1 (um) ano, durante o qual se suspenderá a prescrição. 
 
§ 4º Decorrido o prazo de que trata o § 1º sem manifestação do 
exequente, começa a correr o prazo de prescrição intercorrente. 
 
§ 5º O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de 15 (quinze) 
dias, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição de que trata o § 4º 
e extinguir o processo. 
 
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO DE EXECUÇÃO. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. INÉRCIA DO CREDOR. INEXISTÊNCIA. 
SÚMULA N. 7/STJ. INCIDÊNCIA. 1. O reconhecimento da prescrição intercorrente vincula-se não apenas ao elemento temporal mas 
também à ocorrência de inércia da parte autora em adotar providências necessárias ao andamento do feito. 2. Consignado no 
acórdão recorrido que o credor não adotou comportamento inerte, inviável o recurso especial que visa alterar essa conclusão, em 
razão do óbice imposto pela Súmula n. 7/STJ. 3. Agravo regimental desprovido. (STJ, AgRg no AREsp 33.751/SP, Rel. Ministro JOÃO 
OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em 25/11/2014, DJe 12/12/2014). 
 
Pelo acórdão acima transcrito, deve a parte exequente ser intimada pessoalmente para dar andamento ao feito, sob pena 
de não ocorrer o retorno do prazo prescricional2. 
 
i) Menores: Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os seus assistentes ou 
representantes legais, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente. 
 
j) Sucessão: Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor. 
 
k) Causas impeditivas, suspensivas e interruptivas da prescrição: 
 
IMPEDIMENTO SUSPENSÃO INTERRUPÇÃO 
O prazo não começa a fluir O prazo para O prazo reinicia 
Ambas são ligadas à situações entre pessoas. Está relacionada com atos do credor ou do devedor. 
 
Seção II 
Das Causas que Impedem ou Suspendem a Prescrição 
 
Art. 197. Não corre a prescrição: 
 
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal; 
 
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar; 
 
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, 
durante a tutela ou curatela. 
 
Art. 198. Também não corre a prescrição:I - contra os incapazes de que trata o art. 3 o ; 
 
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos 
Estados ou dos Municípios; 
 
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em 
tempo de guerra. 
 
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição: 
 
I - pendendo condição suspensiva; 
 
2 STJ, AgRg no AREsp 131.359/GO, Rel. Min. Marco Buzzi. 
3 Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa a coisa e constitui em 
mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil). § 1º A interrupção 
 
II - não estando vencido o prazo; 
 
III - pendendo ação de evicção. 
 
Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado 
no juízo criminal, não correrá a prescrição antes da respectiva 
sentença definitiva. 
 
Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores 
solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível. 
 
Além dessas hipóteses, antes do reconhecimento da prescrição 
intercorrente, a prescrição ficará suspensa pelo prazo de um ano, 
durante a suspensão da execução (art. 921, §1º, do CPC). 
 
Seção III 
Das Causas que Interrompem a Prescrição 
 
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá 
ocorrer uma vez, dar-se-á: 
 
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a 
citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei 
processual3; 
 
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente; 
 
III - por protesto cambial; 
 
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário 
ou em concurso de credores; 
 
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
 
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que 
importe reconhecimento do direito pelo devedor. 
 
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da 
data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para 
a interromper. 
 
Art. 203. A prescrição pode ser interrompida por qualquer 
interessado. 
 
Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita 
aos outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o co-
devedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados. 
 
§ 1 o A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos 
outros; assim como a interrupção efetuada contra o devedor 
solidário envolve os demais e seus herdeiros. 
 
§ 2 o A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor 
solidário não prejudica os outros herdeiros ou devedores, senão 
quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis. 
 
§ 3 o A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica 
o fiador. 
 
l) Prazos prescricionais: A regra geral é de 10 anos, havendo previsões específicas de prazos de 1, 2, 3, 4 e 5 anos no art. 206 
do CC. 
 
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe 
haja fixado prazo menor. 
 
Art. 206. Prescreve: 
 
§ 1 o Em um ano: 
 
I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres 
destinados a consumo no próprio estabelecimento, para o 
pagamento da hospedagem ou dos alimentos; 
 
II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra 
aquele, contado o prazo: 
 
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da 
data em que é citado para responder à ação de indenização 
proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, 
com a anuência do segurador; 
 
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da 
pretensão; 
 
III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários 
judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, 
custas e honorários; 
 
 
da prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, ainda 
que proferido por juízo incompetente, retroagirá à data de 
propositura da ação. 
 
§ 2º Incumbe ao autor adotar, no prazo de 10 (dez) dias, as 
providências necessárias para viabilizar a citação, sob pena de não 
se aplicar o disposto no § 1º. 
IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que 
entraram para a formação do capital de sociedade anônima, 
contado da publicação da ata da assembléia que aprovar o laudo; 
 
V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou 
acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata 
de encerramento da liquidação da sociedade. 
 
§ 2 o Em dois anos, a pretensão para haver prestações 
alimentares, a partir da data em que se vencerem. 
 
§ 3 o Em três anos: 
 
I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos; 
 
II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas 
temporárias ou vitalícias; 
 
III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer 
prestações acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de um 
ano, com capitalização ou sem ela; 
 
IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa; 
 
V - a pretensão de reparação civil; 
 
 
§ 3º A parte não será prejudicada pela demora imputável 
exclusivamente ao serviço judiciário. 
 
§ 4º O efeito retroativo a que se refere o § 1º aplica-se à 
decadência e aos demais prazos extintivos previstos em lei. 
VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos 
de má-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a 
distribuição; 
 
VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por 
violação da lei ou do estatuto, contado o prazo: 
 
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da 
sociedade anônima; 
 
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, 
do balanço referente ao exercício em que a violação tenha sido 
praticada, ou da reunião ou assembléia geral que dela deva tomar 
conhecimento; 
 
c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior 
à violação; 
 
VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a 
contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial; 
 
IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro 
prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil 
obrigatório. 
 
§ 4 o Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data 
da aprovação das contas. 
 
§ 5 o Em cinco anos: 
 
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de 
instrumento público ou particular; 
 
II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores 
judiciais, curadores e professores pelos seus honorários, contado o 
prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos 
contratos ou mandato; 
 
III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que 
despendeu em juízo.
➔ Decadência: 
 
a) Conceito: Trata-se da perda de um direito, em decorrência da ausência do seu exercício. 
 
b) Origem: Pode ter origem legal ou convencional (decorrendo da autonomia privada). 
 
c) Suspensão, interrupção e prescrição: Em regra, não se aplicam à decadência. Todavia, havendo previsão legal expressa, 
poderão ocorrer: 
 
Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I. 
 
O dispositivo trata do direito de regresso contra os representantes (Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas 
jurídicas têm ação contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem 
oportunamente), bem como do impedimento relativo aos absolutamente incapazes (Art. 198. Também não corre a 
prescrição: I - contra os incapazes de que trata o art. 3º). 
 
d) Renúncia: Não se pode renunciar decadência legal. A contrário sensu, poderá a parte renunciar à decadência 
convencional. 
 
Tartuce entende pela aplicação analógica do art. 191 do CC, de modo que somente poderá ocorrer renúncia à decadência 
convencional após a sua ocorrência. 
 
e) Reconhecimento de ofício: O Juiz não pode reconhecer de ofício a decadência convencional, devendoesta ser arguida 
pelo interessado. 
 
CAPÍTULO II 
Da Decadência 
 
Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam 
à decadência as normas que impedem, suspendem ou 
interrompem a prescrição. 
 
Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 
198, inciso I. 
 
Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei. 
 
Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, 
quando estabelecida por lei. 
 
Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem 
aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas 
o juiz não pode suprir a alegação. 
 
➔ Regra de transição: 
 
Conforme Art. 2.028, do CC: Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código, e se, na data de sua entrada 
em vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada. 
 
Explicando o dispositivo, há o enunciado 299 do CJF/STJ: Iniciada a contagem de determinado prazo sob a égide do Código 
Civil de 1916, e vindo a lei nova a reduzi-lo, prevalecerá o prazo antigo, desde que transcorrido mais de metade deste na 
data da entrada em vigor do novo Código. O novo prazo será contado a partir de 11 de janeiro de 2003 (vigência do CC/02), 
desprezando-se o tempo anteriormente decorrido, salvo quando o não-aproveitamento do prazo já vencido implicar 
aumento do prazo prescricional previsto na lei revogada, hipótese em que deve ser aproveitado o prazo já transcorrido 
durante o domínio da lei antiga, estabelecendo-se uma continuidade temporal. 
 
Se não tiver decorrido metade do prazo, este será regulado pelo prazo do CC/02. Assim, verifica-se que a soma do prazo já 
decorrido + o novo prazo é maior ou menor do que o prazo do CC/16, eis que não poderá ocorrer aumento do prazo 
prescricional. 
 
Conclusão do art. 2.028, do CC/02. 
Decorrido mais da metade do 
prazo previsto no CC/16 
Decorrido menos da metade do prazo previsto no CC/16 
Continua até terminar o prazo. 
Se a soma do prazo transcorrido com o prazo do 
CC/02 for superior ao total previsto no CC/16, 
continuará o prazo do CC/16 até terminar. 
Se a soma não for superior, aplica-
se o prazo do CC/02, tendo termo 
inicial a vigência do CC/02. 
 
A fim de elucidar o assunto, vale transcrever exemplo dos professores Arruda Alvim e Pablo Stolze, em Desmistificando a 
contagem de prazos no Código Civil: 
 
Imagine-se que um determinado sujeito haja cometido um ato ilícito antes da vigência do novo Código. 
 
Passados 12 anos, a vítima (credor) ainda não formulou em juízo, por meio da conhecida “ação ordinária de reparação civil”, 
a pretensão indenizatória contra o agente causador do dano (devedor). 
 
Sob a égide do Código de 1916 pretensões pessoais indenizatórias prescreviam, como se sabe, no prazo máximo de 20 anos 
(art. 177, CC-16). Entrando em vigor a nova lei, que reduziu o prazo prescricional de 20 para 3 anos (art. 206, § 3°, V), 
pergunta-se: quantos anos restariam para se completar o prazo máximo, 8 (segundo a lei velha) ou 3 (segundo a lei nova)? 
 
O nosso Código estabelece, como visto, que prevalecerá o prazo da lei anterior, ainda que mais dilatado, se, na data da 
entrada em vigor da lei nova, já houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada. 
 
Dessa forma, no exemplo supra, já havendo transcorrido 12 anos na data da vigência do novo Código, ou seja, mais da 
metade do tempo estabelecido pela lei anterior (10 anos), restarão ainda 8 anos para que se atinja o prazo prescricional 
máximo extintivo da pretensão indenizatória. Por mais que se afigure estranho o fato de a lei revogadora reduzir o prazo 
para 3, e, ainda assim, remanescer o lapso de 8 anos, esta foi a opção do legislador, que entendeu por bem manter a 
incidência da lei superada, se já houvesse transcorrido mais da metade do tempo previsto. 
 
No entanto, se somente houvessem transcorrido sete anos (menos da metade do prazo estabelecido pela lei revogada), fica 
claro que faltariam três a contar da vigência de lei nova.

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