Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ABSCESSO CEREBRAL É uma infecção única ou múltipla provocada por bactérias, fungos ou parasitas que invadem e se desenvolvem no interior do parênquima cerebral formando uma coleção purulenta. Trata-se de uma coleção de pus que se desenvolve consequente a uma infecção ou a um trauma. Que pode ser causado por: · Bactérias · Fungos · Parasitas Eles podem ser múltiplos, formando coleções purulentas que destroem o tecido cerebral. O abscesso cerebral difere dos empiemas, que são coleções formadas em espaços preexistentes situados ao redor do cérebro. Imagem 1: Empiema Imagem 2: pequeno empiema originado de osteomielite craniana. Epidemiologia do abscesso cerebral: -Foi notado um grande aumento na incidência dos abscessos cerebrais após o início do surto de AIDS -Nos EUA, atualmente, ocorrem de 1800 a 2000 casos novos por ano. -Idade média de 30 a 45 anos -Homens predominam 3/1.2 -Atualmente está sendo observado um aumento na população de crianças de 4 a 7 anos. Fatores de risco: · AIDS · Cardiopatias cianóticas · Endocardite bacteriana · Infecções pulmonares · Terapia imunossupressora Organismos responsáveis: Bactérias anaeróbias: -Bacteriodes spp -Estreptococos anaeróbios Bactérias aeróbias (predominam): -Estreptococus spp -Enterobacteriae spp -Staphylococus spp -Haemophilus spp -A maioria dos abscessos é produzida por um único agente -A flora mista aparece em 1/3 dos casos -A flora que aparece em neonatos é diferente daquelas dos adultos -Agentes mais frequentes: Proteus spp e Citrobacter spp. Fatores de risco locais: · Otite · Mastoidite · Sinusite · Osteomielite craniana · Infecção dentária · Trauma craniano aberto · Presença de tecido “estranho” intraparenquimatoso · Infecções pós-operatórias SINUSITE – INFECÇÃO DENTÁRIA – MASTOIDITE -A complicação mais frequente no decurso da otite média aguda é a mastoidite aguda. Manifesta-se habitualmente na criança. -Lesão de couro cabeludo + fraturas de crânio + lesões intracraniana + lesões concomitantes -Pós-fratura de seio frontal com pneumoencéfalo (comunicante) -Fraturas com corpo estranho -Fraturas comunutivas com afundamento Fratura de base de crânio: -Fístula liquórica de conduto auditivo em fratura de base de crânio -Grande risco de infecção Laceração cerebral: -Com prego e ponta de faca Ferimento por arma de fogo Patogênese: -O pré-requisito para a formação de um abscesso cerebral consiste em uma área de necrose colonizada por um microrganismo. -A formação dos abscessos apresenta 4 estágios: 1. Cerebrite inicial – do 1° ao 3° dia · Caracterizada por um centro necrótico e inflamação local ao redor da adventícia e inflamação local ao redor da adventícia dos vasos resultando na formação de edema. 2. Cerebrite tardia – do 4° ao 9° dia · Alterações histológicas mais evidentes. Inicio da formação de pus em um centro que se expande circundado por uma área de células inflamatórias e macrófagos. 3. Cápsula inicial – do 10° ao 13° dias · Os fibroblastos formam uma rede de reticulina. O edema se torna mais evidente. 4. Cápsula tardia – a partir do 14° dia · Centro necrótico · Área periférica de fibroblastos · Cápsula densa de colágeno · Região de neovascularização · Zona de glicose e edema no contorno Quadro clínico: Resultante da combinação de: -Infecção -Lesão do parênquima cerebral -Hipertensão intracraniana -Cefaleia em 70% dos casos (HIC) -Febre em 50% -Convulsão em 35% -Confusão mental -Rigidez de nuca Exame neurológico: Quadro de hipertensão intracraniana: -Somado ao déficit dependente do local atingido -Alterações visuais -Alterações auditivas -Paresias/plegias -Sonolência -Perda do equilíbrio -Abscesso após mastoidite Diagnóstico: -Em média decorre um período de 8 dias até a confirmação do diagnóstico -Os exames de imagem trouxeram um grande avanço para a elucidação do quadro -Os sintomas, em geral, peduram por 2 semanas. Pensar quando o quadro neurológico está associado a: -Endocardite -Pneumonia -Infecções abdominais -Cistite -Tomografia computadorizada -Ressonância magnética -Última imagem: abscessos múltiplos em geral são de origem hematogênica. Abscesso cerebral Diagnóstico diferencial Metástases Metástases cerebrais: Características: -Lesões múltiplas -Limites bem diferenciados -Grande edema do tipo vasogênico Tratamento do abscesso cerebral: -Antibioticoterapia -Drenagem cirúrgica -O tratamento unicamente clínico pode ser empregado em algumas condições. -Antibioticoterapia como tratamento único: · Estágios iniciais da cerebrite · Lesões menores que 3cm de diâmetro · Abscessos multiplis (menores que 3 cm) · Abscessos localizados em regiões eloquentes · Pacientes em condições clínicas de alto risco -Antibioticoterapia e drenagem cirúrgica: · O uso de antibióticos deve ser mantido por um mínimo de 8 semanas. -Cirurgia indicações: · Importante efeito de massa · Proximidade com ventrículos laterais · Diagnostico do agente causal · Abscessos fúngicos · Abscessos traumáticos com corpo estranho · Trepanação e aspiração do conteúdo (é o método mais indicado podendo ser executado com anestesia local). · Remoção do abscesso encapsulado (em geral com presença de corpo estranho) · Trepanação e aspiração do conteúdo por estereotaxia (em áreas de difícil acesso) -Prognóstico · Morbidade – alguma sequela em 45% e epilepsia em 25% Tecido cicatricial -Prognóstico muito relacionado com o fator causal: · Mortalidade: após o emprego da tomografia computadorizada reduziu-se para menos que 10%. Semiologia neurológica: -A complexidade do funcionamento do sistema nervosa e a grande interação com os outros sistemas tornam a propedêutica neurológica a mais difícil quando comparada com as demais. -O SN encontra-se em íntima relação com os demais sistemas. -Qualquer alteração nos outros órgãos e aparelhos pode ser sentida no SN. -Muitos sinais e sintomas neurológicos podem mimetizar várias alterações consequentes a doenças que acometem outros órgãos. -Poe outro lado doenças que acometem outros órgãos podem induzir a se pensar na existência de uma doença neurológica. -Portanto, deve-se em primeiro lugar, reconhecer se existem alterações que são originarias do SN. -Ou se existem alterações que são originarias de outros sistemas. · Exame de consciência: -Inicia-se com o interrogatório do paciente e dos familiares. · Exame do estado mental: -Começa com a história clínica onde se avaliam: -Estado emocional, memória, inteligência, caráter, personalidade, poder se observação. -Observar também aparência, atitude, higiene e excentricidades. -Em seguida avaliar características da doença atual. -Sempre que possível confirmação de familiares -Indagar sobre inicio dos sintomas, perda de movimentos, se ocorrem movimentos involuntários, se existe perda da memoria, presença de cefaleia e confusão mental. -Confirmar com familiares sobre memória, insônia, depressão, dificuldade de audição e deglutição. Equilíbrio estático: -Sinal de Romberg: quando consistentemente positivo para um dos lados e após breve latência, sugere disfunção vestibular homolateral. -Indagar sobre: alterações visuais; alterações auditivas; alterações na fala. -Convulsões, sonolência, insônia, perda do equilíbrio, quedas frequentes. · Alterações visuais: perda súbita da visão; perda progressiva da visão; perda de um campo visual; visão dupla; visão embaralhada. · Alterações auditivas: perda súbita da audição; perda progressiva da audição; perda unilateral da audição; sensação de zumbidos; sensação de sons estranhos. · Alterações na fala: perda súbita da fala; perda progressiva da fala; fala embaralhada; gagueira; fala incoerente. -Teste mini mental: é o mais utilizado para avaliar a função cognitiva. Sua duração deve ser em torno de 10 minutos. Normal é acima de 27 pontos e demência é menor ou igual a 24 pontos. Estudo do equilíbrio estático e dinâmico Sistema sensorial: -Segundo Sherrington o sistema somatosensorial é composto por três grandes funções: 1. Interocepção: sensação de funcionamentodos órgãos do corpo. Fundamental para o equilíbrio entre os sistemas. A maioria não é consciente. 2. Propriocepção: sensação de si próprio. Receptores nos músculos, tendões, articulações. Fundamental para o equilíbrio. Fuso muscular e o órgão tendinoso de golgi. 3. Exterocepção: propriedade fisiológica de detectar estímulos sensoriais do exterior do organismo. Receptores para tato, pressão, temperatura, dor, audição, visão. -Sensibilidade profunda: posição segmentar, vibratória, pressórica, TESTE DE ROMBERG. · Equilíbrio estático: -O equilíbrio depende fundamentalmente da integridade. -Da propriocepção (particularmente a noção de posição segmentar) -Da visão -Da função vestibular -Se duas destas funções estiverem preservadas o equilíbrio se mantem · Equilibrio dinâmico: -Gilles de La Tourette -NA MARCHA NORMAL É O INDIVÍDUO QUE SE DESLOCA, NA PATOLÓGICA É A DOENÇA QUE COMANDA A MARCHA. -COMO DECORRÊNCIA, O FATO DE QUE AS MARCHAS CONSIDERADAS TÍPICAS NAS DOENÇAS NEUROLÓGICAS SÃO RESPOSTAS ADAPTATIVAS ÀS LIMITAÇÕES IMPOSTAS POR CADA PATOLOGIA. Tipos de marchas: · MARCHA HEMIPLÉGICA. É TÍPICA DA SÍNDROME PIRAMIDAL UNILATERAL E RESULTA PRINCIPALMENTE DA HIPERTONIA ESPÁSTICA E DA PARESIA/PLEGIA DO MEMBRO AFETADO · ATÁXICA MOTORA (EBRIOSA) É TÍPICA DAS DOENÇAS CEREBELARES · ATÁXICA SENSITIVA. É CARACTERÍSTICA DAS DOENÇAS QUE ENVOLVEM O CORDÃO POSTERIOR COMO A AVITAMINOSE B12 OU A TABES DORSALIS. PRESENTE TAMBÉM EM NEUROPATIAS. · VESTIBULAR. NESTA MARCHA O ASPECTO MAIS RELEVANTE É A LATEROPULSÃO
Compartilhar