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Victoria Karoline Libório Cardoso Agonistas e antagonistas adrenérgicos Agonistas adrenérgicos Fármacos agonistas do SNA simpático são chamados simpatomiméticos e seus efeitos finais são semelhantes à ativação dos receptores adrenérgicos pela norepinefrina. Classificação: ● Diretos: atuam nos receptores alfa e beta. ● Indiretos: promovem a liberação de norepinefrina ou bloqueiam enzimas de degradação. ● Mistos: promovem ambas as ações ao mesmo tempo. Obs: os fármacos podem ter variada seletividade por um alvo e isso pode determinar seu mecanismo de ação. Aplicações cardiovasculares: ● Tratamento de hipotensão aguda: para condições graves, como: hemorragias graves, diminuição da volemia, arritmias cardíacas e infecções graves; resultando em hipotensão tecidual e choque - indicação: noradrenalina IV para reposição de volume. ● Tratamento de hipotensão ortostática crônica: causada por uma redução da pressão arterial ao adotar uma postura vertical (diminuição do retorno venoso por efeito gravitacional) - indicação: agonista alfa (midodrina, efedrina ou fenilefrina). Aplicações pulmonares: ● Asma brônquica: uma das principais indicações de simpatomiméticos - indicação: beta2-seletivos (salbutamol, metaproterenol e terbutalina). ○ Ação curta: para tratamento agudo. ○ Ação prolongada: para tratamento de asma crônica e doença pulmonar obstrutiva crônica; deve-se usar em associação com esteróides. Obs: os agonistas adrenérgicos beta2-seletivos, como o salbutamol, são considerados broncodilatadores de primeira linha para o tratamento de sintomas asmáticos agudos. Classificação de fármacos simpatomiméticos Catecolaminas endógenas: ● Adrenalina: agonista alfa e beta - é um vasoconstritor e estimulante cardíaco potente. ○ Beta1: tem ação inotrópica e cronotrópica positiva que aumenta a pressão sanguínea sistólica. ○ Alfa1: causa vasoconstrição. Obs: a adrenalina também ativa receptores beta2 em alguns vasos (ex: vasos sanguíneos dos músculos esqueléticos), causando sua dilatação. Consequentemente, pode haver diminuição da resistência periférica total, o que explica a queda na pressão diastólica às vezes presentes quando se aplica injeção de adrenalina. Ação direta: ● Fenilefrina (alfa1). ● Clonidina (alfa2). Victoria Karoline Libório Cardoso ● Isoproterenol (beta1 e beta2). ● Epinefrina (alfa1, alfa2, beta1 e beta2). ● Terbutalina (beta2). ● Dobutamina (beta1 e alfa). Ação indireta: ● Anfetamina: aumento na liberação de NE. ● Cocaína: inibe a captação de NE. ● Selegilina: inibidor da monoaminaoxidade - MAO. ● Entacapona: inibidor da catecol-O-metiltransferase-COMT. Ação mista: ● Efedrina: aumento na liberação de NE e ativação de alfa1, alfa2, beta 1 e beta2. Ação dos fármacos agonistas Fenilefrina (alfa1): é um agonista alfa1-adrenérgico relativamente puro - indicação: descongestionante nasal. ● Promove vasoconstrição arterial; pode ser usado como descongestionante nasal e midriático, em solução oftálmica. ● Apesar de ser pouco utilizada, regula processos hipotensivos, incluindo hipotensão ortostática e choque. ● Promove: aumento da resistência arterial periférica; diminuição da capacitância venosa; elevação da pressão sanguínea e diminuição da frequência cardíaca (barorreceptores - efeito indireto compensador). Clonidina e metildopa: é um agonista alfa2-adrenérgico, usado durante para tratamento de hipertensão (atua no SNC, nos neurônios pré-sinápticos), resultando em diminuição da pressão e da frequência cardíaca via parenteral - indicação: hipertensão. ● A ação em congestão nasal apresenta hipotensão, sedação e bradicardia como efeitos secundários, por conta da ampla distribuição dos neurônios simpáticos. Isoproterenol: é um agonista beta-adrenérgico não seletivo, com pouca afinidade alfa-adrenérgica (causa poucos efeitos vasculares, reduz a resistência vascular e influencia o aumento do débito cardíaco, apesar de causar palpitações, taquicardia sinusal e arritmias) - indicação: bradicardia. ● Promove o relaxamento do músculo liso em quase todos os tecidos quando o tônus está elevado e seu efeito é sobre a musculatura lisa dos brônquios e do trato gastrintestinal. ● Rápida absorção parenteral e inalatória, com biotransformação no fígado pela MAO, o que permite maior concentração plasmática em maior tempo. Dobutamina: é um beta1 agonista e também é seletiva para alfa. Aumenta o débito cardíaco com menos taquicardia reflexa. Anfetamina: tem ação simpatomimética indireta, aumentando a liberação de NE, e possuem ação periférica em receptores beta-adrenérgicos. ● A administração oral eleva a pressão arterial, pode causar arritmias e variações como fadiga e depressão. ● Ação sobre o músculo liso: pode causar contração ou relaxamento, dependendo da localização. ● Ação sobre o SNC: estimula o centro respiratório bulbar e estimula as sinapses do SNC, altera o estado de vigília e de alerta, reduz a fadiga, eleva o humor, a capacidade de concentração, a atividade motora e a fala. Victoria Karoline Libório Cardoso ● Pode causar diminuição do apetite, pelo aumento de NE e DA, o que diminui a ingesta e não um aumento do metabolismo. Efedrina: tem ação nos receptores alfa e beta adrenérgicos. Atua com a liberação de NE dos neurônios simpáticos. ● Pode causar aumento da frequência e do débito cardíaco e aumento da pressão arterial, pois agem sobre receptores alfa-adrenérgicos, podendo por isso aumentar a contração dos músculos lisos. ● Quando atua nos beta-adrenérgicos causa broncodilatação. Antagonistas adrenérgicos Sua principal característica é reduzir a interação da NE, da epinefrina e de outros simpatomiméticos com os receptores alfa e beta-adrenérgicos. Entretanto, apesar de possuírem diferentes afinidades pelos receptores, podem ter uma interação covalente, sendo assim chamados de simpaticolíticos. Obs: essas interações podem auxiliar ou atrapalhar o quadro clínico do paciente, podendo causar efeitos colaterais quando disseminados por todo o organismo. Fármacos que modulam o sistema nervoso autônomo Antagonistas adrenoceptores causam inibição simpática. Antagonistas farmacológicos cujos efeitos principais são ocupar receptores alfa1, alfa2 e beta fora do SNC, impedindo sua ativação por catecolaminas e agonistas correlatos: ● Alfa1-seletivos: para hipertensão primária e hiperplasia prostática benigna. ● Beta-seletivos: para hipertensão, cardiopatias isquêmicas, arritmias, distúrbios endócrinos e glaucoma. Victoria Karoline Libório Cardoso Antagonistas beta-adrenérgicos ou beta-bloqueadores: propranolol, atenolol metoprolol, bisoprolol, carvedilol, nadolol, pindolol e timolol. ● Usos: infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, fibrilação arterial, hipertensão arterial sistêmica, glaucoma (uso tópico), profilaxia da enxaqueca, angina estável e instável. Classificação dos fármacos antagonistas Fenoxibenzamina: antagonista alfa-adrenérgico não seletivo; também antagoniza acetilcolina, histamina e serotonina - efeito: queda da pressão arterial - envolve ativação de alfa2. ● Possui longa duração de ação, pois se liga covalentemente ao receptor. Fentolamina: antagonista alfa-adrenérgico não seletivo (não atua em outros alvos) - efeitos: aumento do débito cardíaco e da frequência cardíaca (resposta reflexa mediada por beta) - envolve ativação de alfa2. ● Possui curta duração, pois faz ligação reversível. Prazosina, doxazosina e terazosina: podem ser um antagonista seletivo dos receptores alfa1-adrenérgicos, diferente de outros antagonistas não seletivos que poderiam causar efeitos colaterais graves - indicações:em emergências clínicas de hipertensão. ● Possuem mil vezes mais afinidade com o receptor alfa1 do que com os receptores Victoria Karoline Libório Cardoso alfa2-adrenérgicos, ou seja, possuem ação mais específica bloqueando os receptores que causam contrações musculares nos músculos lisos (nesse caso, principalmente vasos sanguíneos - arteríolas e veias - e brônquios), diminuindo a pressão arterial. ○ Esse fármaco reduz a resistência periférica total, não aumentando a frequência cardíaca e o débito cardíaco. ○ Além disso, esse fármaco não produz a liberação de NE a partir do SNC, não permitindo taquicardia reflexa por liberação de simpatomiméticos. ● Também tem efeito sobre as fosfodiesterases, reduzindo sua atividade. ● Causam vasodilatação e queda da pressão arterial, com bem menos taquicardia do que os antagonistas alfa não seletivos pois não aumentam a liberação de noradrenalina pelas terminações nervosas simpáticas. ● Outros efeitos: melhora da micção e das dores provocadas pela hiperplasia prostática benigna. ● Efeitos adversos: hipotensão postural e síncope. Propranolol: trata-se de um antagonista beta-adrenérgico não seletivo e que não bloqueia os receptores alfa-adrenérgicos - maior indicação: tratamento da hipertensão arterial e outras patologias do sistema cardiovascular. ● É um fármaco lipofílico que pode atravessar a barreira hemato encefálica para atuar no SNC. Timolol: é um antagonista não seletivo dos receptores beta-adrenérgicos, usados para tratamento de algumas patologias cardiovasculares - maior indicação: tratamento de glaucoma e para hipertensão intraocular. ● O bloqueio de receptores beta-adrenérgicos reduz a produção do humor aquoso, que acarreta em melhora clínica dos pacientes. Atenolol: é um antagonista para os receptores beta1-adrenérgicos - indicações: hipertensão arterial sistêmica, doença coronariana, isquemia cardíaca, arritmias e complicações do infarto agudo do miocárdio. ● Não possui a capacidade de atravessar a barreira hemato encefálica, logo, diferente do propranolol, não atua no SNC - maior segurança em relação aos efeitos adversos nesse sistema. Carvedilol: (antagonista misto de alfa e beta) mais considerado um antagonista dos receptores beta-adrenérgicos, mas com efeito variado. Trata-se de um fármaco que antagoniza seletivamente os receptores beta1 e alfa1-adrenérgicos, além de ser agonista parcial dos receptores beta2-adrenérgicos, ter efeitos sobre os canais de cálcio, ser antioxidante e antiinflamatório - indicações: hipertensão e insuficiência cardíaca congestiva ● Outros efeitos: cardioprotetor proeminente.
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