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Direito Constitucional Aplicado - Pós Legale 8

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• - princípio da socialidade: procura superar o caráter
individualista e egoísta que imperava na codificação
anterior, no sentido de que os valores coletivos devem
prevalecer sobre os interesses individuais;
• - o triunfo da "socialidade", fazendo prevalecer os
valores coletivos sobre os individuais, sem perda,
porém, do valor fundante da pessoa humana.
• CF/88: Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da
República Federativa do Brasil:
• I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
• Função social dos contratos: Art. 421. A liberdade
contratual será exercida nos limites da função social do
contrato. (o contrato deve ser visualizado e
interpretado de acordo com o contexto da
razoabilidade, do equilíbrio social)
• Obs: Lei 13.874/2019 – liberdade econômica – não
afasta as normas de ordem pública
• Função social da propriedade: Art. 1.228, §1º
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Função Social do Contrato
2
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
3
Relação entre as partes:
• contexto interno do 
contrato, não existência de 
cláusulas abusivas. Não pode 
haver um grande 
desequilíbrio entre as partes: 
onerosidade excessiva para 
um e enriquecimento 
excessivo para outro. Ex: 
cobrança de multa abusiva
Relação dos contratantes 
com 3ºs:
• contrato não pode ser fonte 
de prejuízo para a 
sociedade. Ex: distribuição 
de amostras grátis de bebida 
alcoólica em frente ao 
Alcoólatras Anônimos. 
Locação de terreno para 
armazenamento de lixo 
tóxico sem tratamento.
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
• STJ: RECURSO ESPECIAL Nº 1.840.428 - SP (2019/0289892-2)
• Plano de saúde - Rescisão unilateral de contrato coletivo -
Impossibilidade - Rompimento que fere os princípios da boa-fé, equidade
contratual e função social, tendo em vista a natureza do serviço prestado
que envolve a saúde de diversas pessoas - Prestação de serviço de saúde
destinada a cada um dos beneficiários, que possuem direito individual à
manutenção da avença - Possibilidade de denúncia do contrato que deve ser
aferida por meio da interpretação analógica do inciso II, do parágrafo único,
do artigo 13 da Lei n° 9.656/1998, sendo necessário que esteja presente uma
das hipóteses referidas no dispositivo legal, o que não ocorreu na hipótese -
Sentença reformada - Recurso provido.
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
• Agravo de instrumento. Ação de obrigação de fazer. Plano de Saúde.
Indeferimento do pedido de tutela provisória de urgência para determinar o
restabelecimento do contrato de plano de saúde. Inconformismo. Cabimento.
Presença dos requisitos para a concessão da tutela de urgência ao caso. A
suspensão ou o cancelamento do plano de saúde por inadimplência durante a
pandemia de COVID-19 pode, em tese, caracterizar prática abusiva. Observância
da boa-fé objetiva, equilíbrio na relação de consumo e função social do contrato.
Agravante teve o seu faturamento diretamente afetado pela brusca diminuição das
operações aeroportuárias no aeroporto de Congonhas, local onde exerce suas
atividades comerciais. Operadora de plano de saúde impedida de suspender ou
rescindir o contrato com fundamento no inadimplemento do consumidor durante a
pandemia de COVID-19. Decisão reformada. Agravo provido.
• (TJ-SP - AI: 20983993520208260000 SP 2098399-35.2020.8.26.0000, Relator: Pedro
de Alcântara da Silva Leme Filho, Data de Julgamento: 29/08/2020, 8ª Câmara de
Direito Privado, Data de Publicação: 29/08/2020)
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Ofensas aos valores 
jurídicos, sociais, 
econômicos e morais 
– desrespeito á 
função social dos 
contratos –
desrespeito às regras 
de ordem pública que 
pautam a sociedade-
cláusulas antissociais 
• - cláusula de renúncia antecipada ao direito de
indenização e retenção por benfeitorias necessárias em
contrato de locação por adesão (cláusula nula)
• - prazo de carência maior do que 24 horas para
internação de urgência (covid-19)
• - a recusa de renovação das apólices de seguro de vida
pelas seguradoras em razão da idade do segurado é
discriminatória
• - responsabilidade da cervejaria (terceiro
aliciador/cumplice), que desrespeita a existência de
contrato, aliciando uma das partes.
6
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Enunciados: função social 
• I Jornada de Direito Comercial - Enunciado 21Nos contratos empresariais, o
dirigismo contratual deve ser mitigado, tendo em vista a simetria natural das
relações interempresariais.
• I Jornada de Direito Civil - Enunciado 21A função social do contrato, prevista no art.
421 do novo Código Civil, constitui cláusula geral a impor a revisão do princípio da
relatividade dos efeitos do contrato em relação a terceiros, implicando a tutela
externa do crédito.
• I Jornada de Direito Civil - Enunciado 22A função social do contrato, prevista no art.
421 do novo Código Civil, constitui cláusula geral que reforça o princípio de
conservação do contrato, assegurando trocas úteis e justas.
• I Jornada de Direito Civil - Enunciado 23A função social do contrato, prevista no
art. 421 do novo Código Civil, não elimina o princípio da autonomia contratual,
mas atenua ou reduz o alcance desse princípio quando presentes interesses
metaindividuais ou interesse individual relativo à dignidade da pessoa humana.
• I Jornada de Direito Civil - Enunciado 49Interpreta-se restritivamente a regra do art.
1.228, § 2º, do novo Código Civil, em harmonia com o princípio da função social da
propriedade e com o disposto no art. 187.Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
• III Jornada de Direito Civil - Enunciado 166A frustração do fim do contrato, como
hipótese que não se confunde com a impossibilidade da prestação ou com a
excessiva onerosidade, tem guarida no Direito brasileiro pela aplicação do art. 421
do Código Civil.
• IV Jornada de Direito Civil - Enunciado 360O princípio da função social dos
contratos também pode ter eficácia interna entre as partes contratantes.
• IV Jornada de Direito Civil - Enunciado 361O adimplemento substancial decorre
dos princípios gerais contratuais, de modo a fazer preponderar a função social
do contrato e o princípio da boa-fé objetiva, balizando a aplicação do art. 475.
• V Jornada de Direito Civil - Enunciado 413Os bons costumes previstos no art. 187 do
CC possuem natureza subjetiva, destinada ao controle da moralidade social de
determinada época, e objetiva, para permitir a sindicância da violação dos negócios
jurídicos em questões não abrangidas pela função social e pela boa-fé objetiva.
• V Jornada de Direito Civil - Enunciado 414A cláusula geral do art. 187 do Código
Civil tem fundamento constitucional nos princípios da solidariedade, devido
processo legal e proteção da confiança, e aplica-se a todos os ramos do direito.
• V Jornada de Direito Civil - Enunciado 431A violação do art. 421 conduz à invalidade
ou à ineficácia do contrato ou de cláusulas contratuais.
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
• V Jornada de Direito Civil - Enunciado 508Verificando-se que a sanção pecuniária
mostrou-se ineficaz, a garantia fundamental da função social da propriedade
(arts. 5º, XXIII, da CRFB e 1.228, § 1º, do CC) e a vedação ao abuso do direito
(arts. 187 e 1.228, § 2º, do CC) justificam a exclusão do condômino antissocial,
desde que a ulterior assembleia prevista na parte final do parágrafo único do
art. 1.337 do Código Civil delibere a propositura de ação judicial com esse fim,
asseguradas todas as garantias inerentes ao devido processo legal.
• VI Jornada de Direito Civil - Enunciado 542A recusa de renovação das apólices de
seguro de vida pelas seguradoras em razão da idade do segurado é discriminatória
e atenta contra a função social do contrato.
• VIII Jornada de Direito Civil - Enunciado 617O abuso do direito impede a produção
de efeitos do ato abusivo de exercício, na extensão necessária a evitar sua
manifesta contrariedade à boa-fé, aos bons costumes, à função econômica ou
social do direito exercido.
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
• - princípio da operabilidade:no sentido de facilitar
a interpretação e aplicação dos institutos do
Código Civil, por exemplo, pela adoção do sistema
de cláusulas gerais;
• - cláusulas gerais: meio hábil para permitir o
ingresso de princípios e outras diretrizes jurídicas
que preencham os conceitos jurídicos
indeterminados para a aplicação da hipótese
legal.
• - maior flexibilização da legislação
• “podem ser conceituadas como janelas abertas
deixadas pelo legislador para preenchimento pelo
aplicador do Direito, caso a caso. São exemplos de
cláusulas gerais constantes do Código Civil de 2002:
• - Função social do contrato – art. 421 do CC
• - Função social da propriedade – art. 1.228, §1º, do
CC
• - Boa-fé – arts. 113, 187 e 422 do CC”...
• Tartuce, Flavio. Manual de Direito Civil. Volume
único. Editora Método.Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Diferença entre cláusula geral e conceito jurídico 
indeterminado
CLÁUSULA GERAL CONCEITO JURÍDICO INDETERMINADO
- a dúvida está no conteúdo da norma, no
significado de alguma palavra ou expressão na
redação do artigo de lei, e, também, na
consequência legal da aplicação da norma.
- a dúvida está só no conteúdo da norma, no
significado de alguma palavra ou expressão do
artigo legal, e não na consequência, que já está
definida no artigo de lei.
Exemplo de cláusula geral com conceito jurídico
indeterminado: art. 421 do CC: A liberdade
contratual será exercida nos limites da função
social do contrato.
Exemplo de conceito jurídico indeterminado:
Atividade de risco: parágrafo único do art. 927, do
CC
- trata-se de cláusula geral, porque a consequência
do não exercício da função social do contrato, não
consta na norma, e, tal cláusula geral também
apresenta um conceito jurídico indeterminado –
função social – cujo conteúdo é indefinido.
- não se trata de cláusula geral, porque a
consequência da norma já está pré-determinada
no próprio artigo, ou seja, a responsabilidade
objetiva que vai recair sobre quem exercer
atividade de risco.
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Técnica 
legislativa de 
Miguel Reale 
na concepção 
do Código Civil 
de 2002
• As cláusulas gerais e os conceitos jurídicos
indeterminados presentes em vários artigos do
Código Civil de 2002, têm a finalidade de transferir
ao julgador a tarefa de preencher o sentido das
expressões indefinidas, bem como do efeito
consequente da norma, diante do encaixe do caso
concreto examinado.
• Esse procedimento será concretizado pelo método
da ontognoseologia jurídica de Miguel Reale:
• - diante do fato, o julgador deverá reputar o valor –
levando em conta a cultura, a tecnologia, a
realidade e concepção social da época e do local, o
momento histórico-, e, assim, preencher o
conteúdo e a consequência da norma na sua
aplicação ao caso concreto.
• A técnica legislativa do Código Civil, permite
maior interação entre os sistemas do
ordenamento jurídico, possibilitando maior
comunicação entre as disciplinas jurídicas,
ademais a influência dos ditames constitucionais
na legislação privada – Direito Civil
Constitucional.Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Comparativo entre as legislações 
• CC de 1916: concebido a luz da teoria positivista de Hans Kelsen: o sistema
é fechado, há uma pirâmide de normas fechada e estática. Deve haver o
apego a literalidade da lei, pois a norma seria suficiente e o juiz a boca da lei.
• CC de 2002: visão Realeana: o sistema é aberto e dinâmico em constantes
diálogos entre fato, valor e norma. As clausulas gerais são abertas e devem
ser analisadas caso a caso, tempo a tempo.
• Tartuce, Flavio. Manual de Direito Civil. Volume único. Editora Método. 
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Direito Civil Constitucional:
• Família, patrimônio e contrato – pilares estruturais da vida privada - na pós
modernidade
• Institutos do direito privado passaram a pertencer também à ordem
constitucional
• Interpretação da legislação infraconstitucional conforme os ditames
constitucionais.
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
• REFLEXOS DO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA DIGNIDADE DA
PESSOA HUMANA
• - o ser humano e a sua dignidade
• - a afetividade , como valor essencial da família;
• - a função social, como conteúdo e não apenas limite, da propriedade, nas
dimensões variadas;
• - o princípio da equivalência material e a tutela do contratante mais fraco, no
contrato.”
• Paulo Luiz Netto Lobo, Constitucionalização do Direito Civil. Revista de
Informação Legislativa, ano 36, nº. 141, Brasília, 1999.
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
• REFLEXOS DO OBJETIVO FUNDAMENTAL DA REPÚBLICA: A
SOLIDARIEDADE SOCIAL:
• CF, art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I- construir uma sociedade livre, justa e solidária;
• - surgimento do Estado social – a fim de intervir nas relações privadas por meio
de normas de ordem pública, de proteção ao hipossuficiente : dirigismo
contratual – Obs: Lei 13.874/2019 – Liberdade econômica – não afasta a aplicação
das normas de ordem pública
• - interpretação e aplicação da legislação civil de acordo com os ditames
constitucionais, e por meio de diálogo com as realidades social, política e
econômica.
• - valores e interesses coletivos em detrimento dos individuais
• - paridade e equilíbrio
• - denotação social dos institutos do Direito Privado (função social dos contratos: o
contrato deve ser realizado de acordo com o contexto da razoabilidade –
distanciamento da liberdade absoluta em contratar, a todo custo – Teoria da
imprevisão – equilíbrio contratual); (função social da posse e da propriedade)Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
• - REFLEXO DO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA IGUALDADE OU
ISONOMIA:
• - CF, art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País
a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes(...)
• - igualdade formal e material
• - igualdade nas relações familiares
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Eficácia horizontal dos Direitos Fundamentais
• - DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS – título II da Constituição
Federal, a partir do art. 5º: inspirados pela dignidade humana e
pragmaticamente operacionalizam o objetivo desse princípio fundamental,
sendo meios de concretização da realização da pessoa humana.
• - eficácia vertical dos Direitos Fundamentais: temos como sujeitos dos
direitos fundamentais, o Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário) como
destinatário e o cidadão como beneficiário desses direitos.
• - eficácia horizontal dos Direitos Fundamentais: de ambos os lados, os
sujeitos de direitos são os próprios cidadãos, o que implica alguma
influência do âmbito dos direitos fundamentais na órbita civil.
• Ao mesmo tempo os direitos fundamentais atuam como regras de proteção
da atuação estatal em relação à dignidade do cidadão e também como
direcionamento das relações entre os próprios particulares.
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
DECISÕES DOS 
TRIBUNAIS
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
EMENTA: SOCIEDADE CIVIL SEM FINS LUCRATIVOS. UNIÃO BRASILEIRA DE
COMPOSITORES. EXCLUSÃO DE SÓCIO SEM GARANTIA DA AMPLA DEFESA E DO
CONTRADITÓRIO. EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NAS RELAÇÕES
PRIVADAS. RECURSO DESPROVIDO. I. EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NAS
RELAÇÕES PRIVADAS. As violações a direitos fundamentais não ocorrem somente no
âmbito das relações entre o cidadão e o Estado, mas igualmente nas relações travadas
entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado. Assim, os direitos fundamentais
assegurados pela Constituição vinculam diretamente não apenas os poderes públicos,
estando direcionados também à proteção dos particulares em face dos poderes privados. II.
OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS COMO LIMITES À AUTONOMIA PRIVADA DAS
ASSOCIAÇÕES. A ordem jurídico-constitucional brasileira não conferiu a qualquer
associação civil a possibilidade de agir à revelia dos princípios inscritosnas leis e, em
especial, dos postulados que têm por fundamento direto o próprio texto da Constituição da
República, notadamente em tema de proteção às liberdades e garantias fundamentais. O
espaço de autonomia privada garantido pela Constituição às associações não está imune à
incidência dos princípios constitucionais que asseguram o respeito aos direitos
fundamentais de seus associados. A autonomia privada, que encontra claras limitações de
ordem jurídica, não pode ser exercida em detrimento ou com desrespeito aos direitos e
garantias de terceiros, especialmente aqueles positivados em sede constitucional, pois a
autonomia da vontade não confere aos particulares, no domínio de sua incidência e
atuação, o poder de transgredir ou de ignorar as restrições postas e definidas pela própria
Constituição, cuja eficácia e força normativa também se impõem, aos particulares, no
âmbito de suas relações privadas, em tema de liberdades fundamentais.
RE 201819 / RJ – Rio de Janeiro. STFGabriel Valadares de Morais - 02570879150
STF
(2018) ADPF 548
Liberdade de expressão nas universidades
Após um dos momentos mais tensos das eleições, o STF referendou liminar
concedida pela ministra Cármen Lúcia para assegurar a livre manifestação
do pensamento e das ideias em universidades. Em seu voto, seguido por
unanimidade, a relatora salientou que os atos judiciais e administrativos
questionados na ação contrariam a Constituição Federal de 1988 e destacou
que a autonomia universitária está entre os princípios constitucionais que
garantem toda a forma de liberdade.
A ADPF foi ajuizada pela PGR contra decisões de juízes eleitorais que
determinaram busca e a apreensão de panfletos e materiais de campanha
eleitoral em universidades e nas dependências das sedes de associações de
docentes. Os juízes também proibiram aulas com temática eleitoral e
reuniões e assembleias de natureza política, impondo a interrupção de
manifestações públicas de apreço ou reprovação a candidatos nas eleições
gerais de 2018 em universidades federais e estaduais.
As medidas teriam como embasamento jurídico a legislação eleitoral, no
ponto em que veda a veiculação de propaganda de qualquer natureza em
prédios e outros bens públicos (artigo 37 da Lei 9.504/1997).
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Indenização por abandono afetivo 
• TJ/RS: 70021427695
• APELAÇÃO CÍVEL. INDENIZAÇÃO DANOS MATERIAIS E MORAIS.
ABANDONO DO FILHO. FALTA DE AMPARO AFETIVO E MATERIAL POR
PARTE DO PAI. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. REDIMENCIONAMENTO. A
responsabilidade civil, no Direito de Família, é subjetiva. O dever de indenizar
decorre do agir doloso ou culposo do agente. No caso, restando
caracterizada a conduta ilícita do pai em relação ao filho, bem como o
nexo de causalidade e o dano, cabe indenização por danos materiais e
morais. Nas demandas condenatórias, a verba honorária deve incidir sobre o
valor da condenação. Inteligência do art. 20, § 3º, do CPC. RECURSO DO
AUTOR PARCIALMENTE PROVIDO. APELAÇÃO DO REQUEIRDO
IMPROVIDO”. (Apelação Cível Nº 70021427695, Oitava Câmara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Claudir Fidelis Faccenda, Julgado em
29/11/2007)
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
• Indenização falso positivo HIV
• APELAÇÃO CÍVEL. RECURSO INTEMPESTIVO DE UM DOS APELANTES. NÃO
CONHECIMENTO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. FALSO-
POSITIVO DE HIV. FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO MÉDICO-HOSPITALAR
DE REDE PRIVADA. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. DEMORA NA
COLETA DE MATERIAL PARA CONTRAPROVA. Recurso de apelação interposto
após o prazo de 15 dias úteis da publicação da sentença não merece conhecimento.
Havendo resultados falso-positivos de HIV e não tendo sido coletado
imediatamente novo material para a realização de contraprova, faz-se
necessário reconhecer o defeito na prestação dos serviços apto a comprovar o
dever de indenização pelos danos morais suportados pela mãe, que foi
obrigada a suspender a amamentação de sua filha recém-nascida e iniciar
tratamento com medicamentos pesados, até que o resultado de novo exame
demonstrasse a ausência da infecção. Inexistindo impugnação quanto à
existência dos danos morais, bem como quanto ao valor fixado, inexistem reparos
a serem feitos na sentença. (Acórdão n.1059497, 20170310018435APC, Relator:
ESDRAS NEVES 6ª TURMA CÍVEL, Data de Julgamento: 08/11/2017, Publicado no
DJE: 14/11/2017.
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
• Indenização por omissão de paternidade
• STJ - REsp 922.462 - 3.ª Turma - j. 04.04.2013 - v.u - Rel. Ricardo Villas Bôas
Cueva - DJe 13.05.2013 - Área do Direito: Civil; Família e Sucessões.
INDENIZAÇÃO - Danos moral e material - Mãe que omite a verdadeira
paternidade biológica de filho nascido durante o casamento - Cônjuge
que pretende a repetição do montante pago a título de alimentos -
Inadmissibilidade - Verbas que são destinadas à subsistência do menor e são
irrepetíveis - Omissão, ademais, que viola o dever de boa fé e fere a
dignidade do companheiro - Verba devida.
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
RE nº 160.222-8 STF: constrangimento ilegal a revista em fábrica
de lingerie:
E M E N T A - I. Recurso extraordinário: legitimação da ofendida -
ainda que equivocadamente arrolada como testemunha -, não
habilitada anteriormente, o que, porém, não a inibe de interpor o
recurso, nos quinze dias seguintes ao término do prazo do Ministério
Público, (STF, Sums. 210 e 448). II. Constrangimento ilegal:
submissão das operárias de indústria de vestuário a revista
íntima, sob ameaça de dispensa; sentença condenatória de
primeiro grau fundada na garantia constitucional da intimidade e
acórdão absolutório do Tribunal de Justica, porque o
constrangimento questionado a intimidade das trabalhadoras,
embora existente, fora admitido por sua adesão ao contrato de
trabalho: questão que, malgrado a sua relevância constitucional, já
não pode ser solvida neste processo, dada a prescrição
superveniente, contada desde a sentença de primeira instância e
jamais interrompida, desde então. (RE n° 160.222-RJ, Rel. Min.
Sepúlveda Pertence, DJ de 01/09/1995).Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
OFENSA AO PRINCÍPIO DA IGUALDADE - STF
CONSTITUCIONAL. TRABALHO. PRINCÍPIO DA IGUALDADE.
TRABALHADOR BRASILEIRO EMPREGADO DE EMPRESA ESTRANGEIRA:
ESTATUTOS DO PESSOAL DESTA: APLICABILIDADE AO TRABALHADOR
ESTRANGEIRO E AO TRABALHADOR BRASILEIRO. C.F., 1967, art. 153, § 1º;
C.F., 1988, art. 5º, caput. I. - Ao recorrente, por não ser francês, não obstante
trabalhar para a empresa francesa, no Brasil, não foi aplicado o Estatuto do
Pessoal da Empresa, que concede vantagens aos empregados, cuja
aplicabilidade seria restrita ao empregado de nacionalidade francesa. Ofensa
ao princípio da igualdade: C.F., 1967, art. 153, § 1º; C.F., 1988, art. 5º, caput). II.
- A discriminação que se baseia em atributo, qualidade, nota intrínseca ou
extrínseca do indivíduo, como o sexo, a raça, a nacionalidade, o credo
religioso, etc., é inconstitucional. Precedente do STF: Ag 110.846 (AgRg)-
PR, Célio Borja, RTJ 119/465. III. - Fatores que autorizariam a desigualização
não ocorrentes no caso. IV. - R.E. conhecido e provido.
(STF - RE: 161243 DF, Relator: CARLOS VELLOSO, Data de Julgamento:
29/10/1996, Segunda Turma, Data de Publicação: DJ 19-12-1997 PP-00057
EMENT VOL-01896-04 PP-00756)Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Alteração no registro civil sem mudança de sexo
ADI 4.275 (2018)
O Supremo entendeu ser possível a alteração de nome e gênero no
assento de registro civil mesmo sem a realização de procedimento
cirúrgico de redesignação de sexo.
A ação foi ajuizada pela PGR a fim de que fosse dada interpretação conforme à
Constituição Federal ao artigo 58 da Lei 6.015/1973, que dispõe sobre os
registros públicos, no sentido de ser possível a alteração de prenome e gênero
no registro civil mediante averbação no registro original, independentemente de
cirurgia de transgenitalização.
Todos os ministros da Corte reconheceram o direito, e a maioria entendeu que
não é necessária autorizaçãojudicial para a alteração.
Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
Sacrifícios de animais em rituais religiosos - Recurso Extraordinário
494.601
Um tema que, ao contrário de muitos que passam pelo tribunal, foi
decidido de forma unânime, foi a constitucionalidade do sacrifício
de animais em cultos religiosos. Os ministros julgaram
improcedente um recurso que questionava lei estadual do Rio Grande
do Sul que permite a sacralização de animais em rituais religiosos,
destacando as religiões de matriz africana.
A sessão de 28 de março foi marcada por discursos em defesa da
liberdade religiosa e acompanhada de perto por representantes de
religiões de matriz-africana que, com vestes típicas, ocupavam a maior
parte das cadeiras no plenário. No fim do julgamento, os presentes
aplaudiram de pé a decisão.
O julgamento teve início ainda em 2018, mas foi interrompido por
pedido de vista do ministro Luís Roberto Barroso. Por fim, a seguinte
tese foi promulgada: “É constitucional a lei de proteção animal que,
a fim de resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício de
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RELAÇÕES CONTRATUAIS E A PANDEMIA 
DO CORONAVÍRUS
• PRINCÍPIO DA AUTONOMIA PRIVADA
• - “poder do sujeito privado de autorregular-se, nos limites da lei (...) e que
tem na Constituição da República sua expressão maior.” Heloísa Helena
Barboza
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• Redução de aluguel comercial até o fim do ano
• O juiz Ademir Modesto de Souza, da 8ª Vara Cível do Foro Regional de Santana,
aceitou parcialmente pedido de estabelecimento comercial e reduziu em 70% o
valor do aluguel do local. A medida vale desde a data em que a empresa passou a
trabalhar à portas fechadas, por conta das medidas de isolamento social
determinadas pelos estados e municípios, até a reabertura do comércio. Após a
retomada das atividades, a redução no valor do aluguel será de 30% e valerá até 30
de dezembro.
• A requerente apresentou o pedido em razão da queda de seu faturamento em
decorrência da suspensão parcial de suas atividades. Na decisão, o magistrado
apontou que o contrato de locação não residencial constitui importante
instrumento de promoção da atividade econômica e que é necessário avaliar os
efeitos que o cumprimento do contrato, tal como pactuado, produzirá na vida
social. “A impossibilidade de uso do imóvel objeto da locação pelo locatário, por
força de decisão governamental, equivale à sua deterioração, pois, nesse caso, o
locatário também fica privado do uso normal da coisa, embora por tempo
determinado, daí sustentar a aplicação do artigo 567 do Código Civil para a redução
do valor do aluguel dos contratos de locação afetados pela suspensão da atividade
determinada pelo Poder Público”. Cabe recurso da decisão.
• Processo nº 1009521-51.2020.8.26.0001
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• 1.- (...) 3.- Constituem objetivos da República Federativa do Brasil a construção
de uma sociedade livre, justa e solidária, a garantia do desenvolvimento
nacional, a erradicação da pobreza e da marginalização, a redução das
desigualdades sociais e regionais e a promoção do bem estar de todos (art. 4º),
fundados na dignidade da pessoa humana e nos valores sociais do trabalho e
da livre iniciativa (art. 3º). Significa dizer um contrato de direito privado, em
que pese o respeito à autonomia da vontade, não pode ser interpretado à
luz dos exclusivos interesses das partes nele envolvidas, mas também em
função dos reflexos que ele produz na sociedade. 4.- Inegavelmente, a crise
pandêmica causada pelo COVID-19 está impactando e impactará severamente
as relações sociais e privadas, exigindo do juiz, quando chamado a intervir no
contrato, uma atuação voltada ao cumprimento de sua função social,
notadamente para dar efetividade os princípios constitucionais que constituem
o fundamento da República. Nesse sentido, cumpre avaliar os efeitos que o
cumprimento do contrato, tal como pactuado, produzirá na vida social, e não
apenas os efeitos que as partes dele esperam.
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• (...) Sustenta o Prof. CARLOS ALBERTO GARBI, que "o princípio da integridade
do cumprimento da obrigação admite exceções. A sua flexibilização está
diretamente ligada à boa-fé objetiva e aos deveres de cooperação e
solidariedade", acrescentando que "a relativização das regras de
adimplemento é, como visto, um imperativo de justiça nas relações
obrigacionais e um fenômeno presente nos movimentos de universalização
ocidental do direito privado. Não há mais aceitação no moderno direito
contratual das posições absolutas fundadas na autonomia da vontade.
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• (...)"o credor não pode se furtar hoje ao dever de cooperação e solidariedade
que a Constituição Federal e o princípio da boa-fé objetiva impõem à relação
obrigacional. Deve emprestar a sua vontade, cooperativa e solidariamente, à
modificação ou renegociação da obrigação que for necessária a dar ao devedor
os meios para a execução da obrigação, porquanto o adimplemento do
contrato não é um interesse que está submetido inteiramente à sua vontade,
visto que tem reflexos sociais" (A Intervenção Judicial no Contrato em face do
Princípio da Integridade da Prestação e da Cláusula Geral de Boa-Fé, Caderno
de Doutrina da Escola Paulista da Magistratura, 2014, p. 224 e 227).
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• Escrevendo sobre a "Covid-19 e os contratos de locação em shopping center",
sustenta ALINE DE MIRANDA VALVERDE TERRA que a impossibilidade de uso
do imóvel objeto da locação pelo locatário, por força de decisão
governamental, equivale à sua deterioração, pois, nesse caso, o locatário
também fica privado do uso normal da coisa, embora por tempo determinado,
daí sustentar a aplicação do art. 567 do CC para a redução do valor d aluguel
dos contratos de locação afetados pela suspensão da atividade determinada
pelo Poder Público, pois, nos termos do referido dispositivo legal "se, durante a
locação, se deteriorar a coisa alugada, sem culpa do locatário, a este caberá
pedir redução proporcional do aluguel, ou resolver o contrato, caso já não sirva
a coisa para o fim a que se destinava".
(https://www.migalhas.com.br/depeso/322241/covid-19-e-os-contratos-de-
locacao-em-shopping-center).
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• Por outro lado, dispõe o art. 317 do CC que "quando, por motivos imprevisíveis,
sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do
momento de sua execução, poderá o juiz corrigí-lo, a pedido da parte, de modo
que assegure, quanto possível, o valor real da prestação", ajuntando o art. 478
do mesmo Diploma Legal que "nos contratos de execução continuada ou
diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa,
com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos
extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do
contrato...", enquanto o art. 479 desse mesmo Diploma prescreve que "a
resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente
as condições do contrato". Embora o art. 478 só permita a resolução do
contrato em caso de onerosidade excessiva por motivos imprevisíveis e
supervenientes e o art. 479 do Código Civil só admita a revisão do ajuste com a
concordância de ambas partes, a conjugação desses dispositivos legais com o
arts. 567, 421 e 422 do mesmo Diploma Legal estão a permitir ao juiz a
intervenção excepcional no contrato, de forma a preservá-lo, mediante
restabelecimento de seu equilíbrio econômico-financeiro e cumprimento de sua
função social, ajustando-o aos princípios constitucionais já mencionados.
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PANDEMIA E A OFENSA AOS DIREITOS 
FUNDAMENTAIS 
• Exercício da Medicina de Catástrofe
• - a escolha do paciente que vai utilizar o respirador, diante da inexistência de 
quantidade suficiente de aparelhos – “A escolha de Sofia”
• - direito à vida
• - direito à saúde
• - dignidade da pessoahumana 
• - perda de uma chance – de cura 
• - responsabilidade civil do Estado?
• - reserva do possível – de acordo com a capacidade financeira do Estado?
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