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• - princípio da socialidade: procura superar o caráter individualista e egoísta que imperava na codificação anterior, no sentido de que os valores coletivos devem prevalecer sobre os interesses individuais; • - o triunfo da "socialidade", fazendo prevalecer os valores coletivos sobre os individuais, sem perda, porém, do valor fundante da pessoa humana. • CF/88: Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: • I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; • Função social dos contratos: Art. 421. A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato. (o contrato deve ser visualizado e interpretado de acordo com o contexto da razoabilidade, do equilíbrio social) • Obs: Lei 13.874/2019 – liberdade econômica – não afasta as normas de ordem pública • Função social da propriedade: Art. 1.228, §1º Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Função Social do Contrato 2 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 3 Relação entre as partes: • contexto interno do contrato, não existência de cláusulas abusivas. Não pode haver um grande desequilíbrio entre as partes: onerosidade excessiva para um e enriquecimento excessivo para outro. Ex: cobrança de multa abusiva Relação dos contratantes com 3ºs: • contrato não pode ser fonte de prejuízo para a sociedade. Ex: distribuição de amostras grátis de bebida alcoólica em frente ao Alcoólatras Anônimos. Locação de terreno para armazenamento de lixo tóxico sem tratamento. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 • STJ: RECURSO ESPECIAL Nº 1.840.428 - SP (2019/0289892-2) • Plano de saúde - Rescisão unilateral de contrato coletivo - Impossibilidade - Rompimento que fere os princípios da boa-fé, equidade contratual e função social, tendo em vista a natureza do serviço prestado que envolve a saúde de diversas pessoas - Prestação de serviço de saúde destinada a cada um dos beneficiários, que possuem direito individual à manutenção da avença - Possibilidade de denúncia do contrato que deve ser aferida por meio da interpretação analógica do inciso II, do parágrafo único, do artigo 13 da Lei n° 9.656/1998, sendo necessário que esteja presente uma das hipóteses referidas no dispositivo legal, o que não ocorreu na hipótese - Sentença reformada - Recurso provido. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 • Agravo de instrumento. Ação de obrigação de fazer. Plano de Saúde. Indeferimento do pedido de tutela provisória de urgência para determinar o restabelecimento do contrato de plano de saúde. Inconformismo. Cabimento. Presença dos requisitos para a concessão da tutela de urgência ao caso. A suspensão ou o cancelamento do plano de saúde por inadimplência durante a pandemia de COVID-19 pode, em tese, caracterizar prática abusiva. Observância da boa-fé objetiva, equilíbrio na relação de consumo e função social do contrato. Agravante teve o seu faturamento diretamente afetado pela brusca diminuição das operações aeroportuárias no aeroporto de Congonhas, local onde exerce suas atividades comerciais. Operadora de plano de saúde impedida de suspender ou rescindir o contrato com fundamento no inadimplemento do consumidor durante a pandemia de COVID-19. Decisão reformada. Agravo provido. • (TJ-SP - AI: 20983993520208260000 SP 2098399-35.2020.8.26.0000, Relator: Pedro de Alcântara da Silva Leme Filho, Data de Julgamento: 29/08/2020, 8ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 29/08/2020) Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Ofensas aos valores jurídicos, sociais, econômicos e morais – desrespeito á função social dos contratos – desrespeito às regras de ordem pública que pautam a sociedade- cláusulas antissociais • - cláusula de renúncia antecipada ao direito de indenização e retenção por benfeitorias necessárias em contrato de locação por adesão (cláusula nula) • - prazo de carência maior do que 24 horas para internação de urgência (covid-19) • - a recusa de renovação das apólices de seguro de vida pelas seguradoras em razão da idade do segurado é discriminatória • - responsabilidade da cervejaria (terceiro aliciador/cumplice), que desrespeita a existência de contrato, aliciando uma das partes. 6 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Enunciados: função social • I Jornada de Direito Comercial - Enunciado 21Nos contratos empresariais, o dirigismo contratual deve ser mitigado, tendo em vista a simetria natural das relações interempresariais. • I Jornada de Direito Civil - Enunciado 21A função social do contrato, prevista no art. 421 do novo Código Civil, constitui cláusula geral a impor a revisão do princípio da relatividade dos efeitos do contrato em relação a terceiros, implicando a tutela externa do crédito. • I Jornada de Direito Civil - Enunciado 22A função social do contrato, prevista no art. 421 do novo Código Civil, constitui cláusula geral que reforça o princípio de conservação do contrato, assegurando trocas úteis e justas. • I Jornada de Direito Civil - Enunciado 23A função social do contrato, prevista no art. 421 do novo Código Civil, não elimina o princípio da autonomia contratual, mas atenua ou reduz o alcance desse princípio quando presentes interesses metaindividuais ou interesse individual relativo à dignidade da pessoa humana. • I Jornada de Direito Civil - Enunciado 49Interpreta-se restritivamente a regra do art. 1.228, § 2º, do novo Código Civil, em harmonia com o princípio da função social da propriedade e com o disposto no art. 187.Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 • III Jornada de Direito Civil - Enunciado 166A frustração do fim do contrato, como hipótese que não se confunde com a impossibilidade da prestação ou com a excessiva onerosidade, tem guarida no Direito brasileiro pela aplicação do art. 421 do Código Civil. • IV Jornada de Direito Civil - Enunciado 360O princípio da função social dos contratos também pode ter eficácia interna entre as partes contratantes. • IV Jornada de Direito Civil - Enunciado 361O adimplemento substancial decorre dos princípios gerais contratuais, de modo a fazer preponderar a função social do contrato e o princípio da boa-fé objetiva, balizando a aplicação do art. 475. • V Jornada de Direito Civil - Enunciado 413Os bons costumes previstos no art. 187 do CC possuem natureza subjetiva, destinada ao controle da moralidade social de determinada época, e objetiva, para permitir a sindicância da violação dos negócios jurídicos em questões não abrangidas pela função social e pela boa-fé objetiva. • V Jornada de Direito Civil - Enunciado 414A cláusula geral do art. 187 do Código Civil tem fundamento constitucional nos princípios da solidariedade, devido processo legal e proteção da confiança, e aplica-se a todos os ramos do direito. • V Jornada de Direito Civil - Enunciado 431A violação do art. 421 conduz à invalidade ou à ineficácia do contrato ou de cláusulas contratuais. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 • V Jornada de Direito Civil - Enunciado 508Verificando-se que a sanção pecuniária mostrou-se ineficaz, a garantia fundamental da função social da propriedade (arts. 5º, XXIII, da CRFB e 1.228, § 1º, do CC) e a vedação ao abuso do direito (arts. 187 e 1.228, § 2º, do CC) justificam a exclusão do condômino antissocial, desde que a ulterior assembleia prevista na parte final do parágrafo único do art. 1.337 do Código Civil delibere a propositura de ação judicial com esse fim, asseguradas todas as garantias inerentes ao devido processo legal. • VI Jornada de Direito Civil - Enunciado 542A recusa de renovação das apólices de seguro de vida pelas seguradoras em razão da idade do segurado é discriminatória e atenta contra a função social do contrato. • VIII Jornada de Direito Civil - Enunciado 617O abuso do direito impede a produção de efeitos do ato abusivo de exercício, na extensão necessária a evitar sua manifesta contrariedade à boa-fé, aos bons costumes, à função econômica ou social do direito exercido. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 • - princípio da operabilidade:no sentido de facilitar a interpretação e aplicação dos institutos do Código Civil, por exemplo, pela adoção do sistema de cláusulas gerais; • - cláusulas gerais: meio hábil para permitir o ingresso de princípios e outras diretrizes jurídicas que preencham os conceitos jurídicos indeterminados para a aplicação da hipótese legal. • - maior flexibilização da legislação • “podem ser conceituadas como janelas abertas deixadas pelo legislador para preenchimento pelo aplicador do Direito, caso a caso. São exemplos de cláusulas gerais constantes do Código Civil de 2002: • - Função social do contrato – art. 421 do CC • - Função social da propriedade – art. 1.228, §1º, do CC • - Boa-fé – arts. 113, 187 e 422 do CC”... • Tartuce, Flavio. Manual de Direito Civil. Volume único. Editora Método.Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Diferença entre cláusula geral e conceito jurídico indeterminado CLÁUSULA GERAL CONCEITO JURÍDICO INDETERMINADO - a dúvida está no conteúdo da norma, no significado de alguma palavra ou expressão na redação do artigo de lei, e, também, na consequência legal da aplicação da norma. - a dúvida está só no conteúdo da norma, no significado de alguma palavra ou expressão do artigo legal, e não na consequência, que já está definida no artigo de lei. Exemplo de cláusula geral com conceito jurídico indeterminado: art. 421 do CC: A liberdade contratual será exercida nos limites da função social do contrato. Exemplo de conceito jurídico indeterminado: Atividade de risco: parágrafo único do art. 927, do CC - trata-se de cláusula geral, porque a consequência do não exercício da função social do contrato, não consta na norma, e, tal cláusula geral também apresenta um conceito jurídico indeterminado – função social – cujo conteúdo é indefinido. - não se trata de cláusula geral, porque a consequência da norma já está pré-determinada no próprio artigo, ou seja, a responsabilidade objetiva que vai recair sobre quem exercer atividade de risco. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Técnica legislativa de Miguel Reale na concepção do Código Civil de 2002 • As cláusulas gerais e os conceitos jurídicos indeterminados presentes em vários artigos do Código Civil de 2002, têm a finalidade de transferir ao julgador a tarefa de preencher o sentido das expressões indefinidas, bem como do efeito consequente da norma, diante do encaixe do caso concreto examinado. • Esse procedimento será concretizado pelo método da ontognoseologia jurídica de Miguel Reale: • - diante do fato, o julgador deverá reputar o valor – levando em conta a cultura, a tecnologia, a realidade e concepção social da época e do local, o momento histórico-, e, assim, preencher o conteúdo e a consequência da norma na sua aplicação ao caso concreto. • A técnica legislativa do Código Civil, permite maior interação entre os sistemas do ordenamento jurídico, possibilitando maior comunicação entre as disciplinas jurídicas, ademais a influência dos ditames constitucionais na legislação privada – Direito Civil Constitucional.Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Comparativo entre as legislações • CC de 1916: concebido a luz da teoria positivista de Hans Kelsen: o sistema é fechado, há uma pirâmide de normas fechada e estática. Deve haver o apego a literalidade da lei, pois a norma seria suficiente e o juiz a boca da lei. • CC de 2002: visão Realeana: o sistema é aberto e dinâmico em constantes diálogos entre fato, valor e norma. As clausulas gerais são abertas e devem ser analisadas caso a caso, tempo a tempo. • Tartuce, Flavio. Manual de Direito Civil. Volume único. Editora Método. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Direito Civil Constitucional: • Família, patrimônio e contrato – pilares estruturais da vida privada - na pós modernidade • Institutos do direito privado passaram a pertencer também à ordem constitucional • Interpretação da legislação infraconstitucional conforme os ditames constitucionais. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 • REFLEXOS DO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA • - o ser humano e a sua dignidade • - a afetividade , como valor essencial da família; • - a função social, como conteúdo e não apenas limite, da propriedade, nas dimensões variadas; • - o princípio da equivalência material e a tutela do contratante mais fraco, no contrato.” • Paulo Luiz Netto Lobo, Constitucionalização do Direito Civil. Revista de Informação Legislativa, ano 36, nº. 141, Brasília, 1999. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 • REFLEXOS DO OBJETIVO FUNDAMENTAL DA REPÚBLICA: A SOLIDARIEDADE SOCIAL: • CF, art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I- construir uma sociedade livre, justa e solidária; • - surgimento do Estado social – a fim de intervir nas relações privadas por meio de normas de ordem pública, de proteção ao hipossuficiente : dirigismo contratual – Obs: Lei 13.874/2019 – Liberdade econômica – não afasta a aplicação das normas de ordem pública • - interpretação e aplicação da legislação civil de acordo com os ditames constitucionais, e por meio de diálogo com as realidades social, política e econômica. • - valores e interesses coletivos em detrimento dos individuais • - paridade e equilíbrio • - denotação social dos institutos do Direito Privado (função social dos contratos: o contrato deve ser realizado de acordo com o contexto da razoabilidade – distanciamento da liberdade absoluta em contratar, a todo custo – Teoria da imprevisão – equilíbrio contratual); (função social da posse e da propriedade)Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 • - REFLEXO DO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA IGUALDADE OU ISONOMIA: • - CF, art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes(...) • - igualdade formal e material • - igualdade nas relações familiares Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Eficácia horizontal dos Direitos Fundamentais • - DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS – título II da Constituição Federal, a partir do art. 5º: inspirados pela dignidade humana e pragmaticamente operacionalizam o objetivo desse princípio fundamental, sendo meios de concretização da realização da pessoa humana. • - eficácia vertical dos Direitos Fundamentais: temos como sujeitos dos direitos fundamentais, o Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário) como destinatário e o cidadão como beneficiário desses direitos. • - eficácia horizontal dos Direitos Fundamentais: de ambos os lados, os sujeitos de direitos são os próprios cidadãos, o que implica alguma influência do âmbito dos direitos fundamentais na órbita civil. • Ao mesmo tempo os direitos fundamentais atuam como regras de proteção da atuação estatal em relação à dignidade do cidadão e também como direcionamento das relações entre os próprios particulares. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 DECISÕES DOS TRIBUNAIS Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 EMENTA: SOCIEDADE CIVIL SEM FINS LUCRATIVOS. UNIÃO BRASILEIRA DE COMPOSITORES. EXCLUSÃO DE SÓCIO SEM GARANTIA DA AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO. EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NAS RELAÇÕES PRIVADAS. RECURSO DESPROVIDO. I. EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NAS RELAÇÕES PRIVADAS. As violações a direitos fundamentais não ocorrem somente no âmbito das relações entre o cidadão e o Estado, mas igualmente nas relações travadas entre pessoas físicas e jurídicas de direito privado. Assim, os direitos fundamentais assegurados pela Constituição vinculam diretamente não apenas os poderes públicos, estando direcionados também à proteção dos particulares em face dos poderes privados. II. OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS COMO LIMITES À AUTONOMIA PRIVADA DAS ASSOCIAÇÕES. A ordem jurídico-constitucional brasileira não conferiu a qualquer associação civil a possibilidade de agir à revelia dos princípios inscritosnas leis e, em especial, dos postulados que têm por fundamento direto o próprio texto da Constituição da República, notadamente em tema de proteção às liberdades e garantias fundamentais. O espaço de autonomia privada garantido pela Constituição às associações não está imune à incidência dos princípios constitucionais que asseguram o respeito aos direitos fundamentais de seus associados. A autonomia privada, que encontra claras limitações de ordem jurídica, não pode ser exercida em detrimento ou com desrespeito aos direitos e garantias de terceiros, especialmente aqueles positivados em sede constitucional, pois a autonomia da vontade não confere aos particulares, no domínio de sua incidência e atuação, o poder de transgredir ou de ignorar as restrições postas e definidas pela própria Constituição, cuja eficácia e força normativa também se impõem, aos particulares, no âmbito de suas relações privadas, em tema de liberdades fundamentais. RE 201819 / RJ – Rio de Janeiro. STFGabriel Valadares de Morais - 02570879150 STF (2018) ADPF 548 Liberdade de expressão nas universidades Após um dos momentos mais tensos das eleições, o STF referendou liminar concedida pela ministra Cármen Lúcia para assegurar a livre manifestação do pensamento e das ideias em universidades. Em seu voto, seguido por unanimidade, a relatora salientou que os atos judiciais e administrativos questionados na ação contrariam a Constituição Federal de 1988 e destacou que a autonomia universitária está entre os princípios constitucionais que garantem toda a forma de liberdade. A ADPF foi ajuizada pela PGR contra decisões de juízes eleitorais que determinaram busca e a apreensão de panfletos e materiais de campanha eleitoral em universidades e nas dependências das sedes de associações de docentes. Os juízes também proibiram aulas com temática eleitoral e reuniões e assembleias de natureza política, impondo a interrupção de manifestações públicas de apreço ou reprovação a candidatos nas eleições gerais de 2018 em universidades federais e estaduais. As medidas teriam como embasamento jurídico a legislação eleitoral, no ponto em que veda a veiculação de propaganda de qualquer natureza em prédios e outros bens públicos (artigo 37 da Lei 9.504/1997). Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Indenização por abandono afetivo • TJ/RS: 70021427695 • APELAÇÃO CÍVEL. INDENIZAÇÃO DANOS MATERIAIS E MORAIS. ABANDONO DO FILHO. FALTA DE AMPARO AFETIVO E MATERIAL POR PARTE DO PAI. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. REDIMENCIONAMENTO. A responsabilidade civil, no Direito de Família, é subjetiva. O dever de indenizar decorre do agir doloso ou culposo do agente. No caso, restando caracterizada a conduta ilícita do pai em relação ao filho, bem como o nexo de causalidade e o dano, cabe indenização por danos materiais e morais. Nas demandas condenatórias, a verba honorária deve incidir sobre o valor da condenação. Inteligência do art. 20, § 3º, do CPC. RECURSO DO AUTOR PARCIALMENTE PROVIDO. APELAÇÃO DO REQUEIRDO IMPROVIDO”. (Apelação Cível Nº 70021427695, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Claudir Fidelis Faccenda, Julgado em 29/11/2007) Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 • Indenização falso positivo HIV • APELAÇÃO CÍVEL. RECURSO INTEMPESTIVO DE UM DOS APELANTES. NÃO CONHECIMENTO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. FALSO- POSITIVO DE HIV. FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO MÉDICO-HOSPITALAR DE REDE PRIVADA. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. DEMORA NA COLETA DE MATERIAL PARA CONTRAPROVA. Recurso de apelação interposto após o prazo de 15 dias úteis da publicação da sentença não merece conhecimento. Havendo resultados falso-positivos de HIV e não tendo sido coletado imediatamente novo material para a realização de contraprova, faz-se necessário reconhecer o defeito na prestação dos serviços apto a comprovar o dever de indenização pelos danos morais suportados pela mãe, que foi obrigada a suspender a amamentação de sua filha recém-nascida e iniciar tratamento com medicamentos pesados, até que o resultado de novo exame demonstrasse a ausência da infecção. Inexistindo impugnação quanto à existência dos danos morais, bem como quanto ao valor fixado, inexistem reparos a serem feitos na sentença. (Acórdão n.1059497, 20170310018435APC, Relator: ESDRAS NEVES 6ª TURMA CÍVEL, Data de Julgamento: 08/11/2017, Publicado no DJE: 14/11/2017. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 • Indenização por omissão de paternidade • STJ - REsp 922.462 - 3.ª Turma - j. 04.04.2013 - v.u - Rel. Ricardo Villas Bôas Cueva - DJe 13.05.2013 - Área do Direito: Civil; Família e Sucessões. INDENIZAÇÃO - Danos moral e material - Mãe que omite a verdadeira paternidade biológica de filho nascido durante o casamento - Cônjuge que pretende a repetição do montante pago a título de alimentos - Inadmissibilidade - Verbas que são destinadas à subsistência do menor e são irrepetíveis - Omissão, ademais, que viola o dever de boa fé e fere a dignidade do companheiro - Verba devida. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 RE nº 160.222-8 STF: constrangimento ilegal a revista em fábrica de lingerie: E M E N T A - I. Recurso extraordinário: legitimação da ofendida - ainda que equivocadamente arrolada como testemunha -, não habilitada anteriormente, o que, porém, não a inibe de interpor o recurso, nos quinze dias seguintes ao término do prazo do Ministério Público, (STF, Sums. 210 e 448). II. Constrangimento ilegal: submissão das operárias de indústria de vestuário a revista íntima, sob ameaça de dispensa; sentença condenatória de primeiro grau fundada na garantia constitucional da intimidade e acórdão absolutório do Tribunal de Justica, porque o constrangimento questionado a intimidade das trabalhadoras, embora existente, fora admitido por sua adesão ao contrato de trabalho: questão que, malgrado a sua relevância constitucional, já não pode ser solvida neste processo, dada a prescrição superveniente, contada desde a sentença de primeira instância e jamais interrompida, desde então. (RE n° 160.222-RJ, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ de 01/09/1995).Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 OFENSA AO PRINCÍPIO DA IGUALDADE - STF CONSTITUCIONAL. TRABALHO. PRINCÍPIO DA IGUALDADE. TRABALHADOR BRASILEIRO EMPREGADO DE EMPRESA ESTRANGEIRA: ESTATUTOS DO PESSOAL DESTA: APLICABILIDADE AO TRABALHADOR ESTRANGEIRO E AO TRABALHADOR BRASILEIRO. C.F., 1967, art. 153, § 1º; C.F., 1988, art. 5º, caput. I. - Ao recorrente, por não ser francês, não obstante trabalhar para a empresa francesa, no Brasil, não foi aplicado o Estatuto do Pessoal da Empresa, que concede vantagens aos empregados, cuja aplicabilidade seria restrita ao empregado de nacionalidade francesa. Ofensa ao princípio da igualdade: C.F., 1967, art. 153, § 1º; C.F., 1988, art. 5º, caput). II. - A discriminação que se baseia em atributo, qualidade, nota intrínseca ou extrínseca do indivíduo, como o sexo, a raça, a nacionalidade, o credo religioso, etc., é inconstitucional. Precedente do STF: Ag 110.846 (AgRg)- PR, Célio Borja, RTJ 119/465. III. - Fatores que autorizariam a desigualização não ocorrentes no caso. IV. - R.E. conhecido e provido. (STF - RE: 161243 DF, Relator: CARLOS VELLOSO, Data de Julgamento: 29/10/1996, Segunda Turma, Data de Publicação: DJ 19-12-1997 PP-00057 EMENT VOL-01896-04 PP-00756)Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Alteração no registro civil sem mudança de sexo ADI 4.275 (2018) O Supremo entendeu ser possível a alteração de nome e gênero no assento de registro civil mesmo sem a realização de procedimento cirúrgico de redesignação de sexo. A ação foi ajuizada pela PGR a fim de que fosse dada interpretação conforme à Constituição Federal ao artigo 58 da Lei 6.015/1973, que dispõe sobre os registros públicos, no sentido de ser possível a alteração de prenome e gênero no registro civil mediante averbação no registro original, independentemente de cirurgia de transgenitalização. Todos os ministros da Corte reconheceram o direito, e a maioria entendeu que não é necessária autorizaçãojudicial para a alteração. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 Sacrifícios de animais em rituais religiosos - Recurso Extraordinário 494.601 Um tema que, ao contrário de muitos que passam pelo tribunal, foi decidido de forma unânime, foi a constitucionalidade do sacrifício de animais em cultos religiosos. Os ministros julgaram improcedente um recurso que questionava lei estadual do Rio Grande do Sul que permite a sacralização de animais em rituais religiosos, destacando as religiões de matriz africana. A sessão de 28 de março foi marcada por discursos em defesa da liberdade religiosa e acompanhada de perto por representantes de religiões de matriz-africana que, com vestes típicas, ocupavam a maior parte das cadeiras no plenário. No fim do julgamento, os presentes aplaudiram de pé a decisão. O julgamento teve início ainda em 2018, mas foi interrompido por pedido de vista do ministro Luís Roberto Barroso. Por fim, a seguinte tese foi promulgada: “É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade religiosa, permite o sacrifício de Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 RELAÇÕES CONTRATUAIS E A PANDEMIA DO CORONAVÍRUS • PRINCÍPIO DA AUTONOMIA PRIVADA • - “poder do sujeito privado de autorregular-se, nos limites da lei (...) e que tem na Constituição da República sua expressão maior.” Heloísa Helena Barboza Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 • Redução de aluguel comercial até o fim do ano • O juiz Ademir Modesto de Souza, da 8ª Vara Cível do Foro Regional de Santana, aceitou parcialmente pedido de estabelecimento comercial e reduziu em 70% o valor do aluguel do local. A medida vale desde a data em que a empresa passou a trabalhar à portas fechadas, por conta das medidas de isolamento social determinadas pelos estados e municípios, até a reabertura do comércio. Após a retomada das atividades, a redução no valor do aluguel será de 30% e valerá até 30 de dezembro. • A requerente apresentou o pedido em razão da queda de seu faturamento em decorrência da suspensão parcial de suas atividades. Na decisão, o magistrado apontou que o contrato de locação não residencial constitui importante instrumento de promoção da atividade econômica e que é necessário avaliar os efeitos que o cumprimento do contrato, tal como pactuado, produzirá na vida social. “A impossibilidade de uso do imóvel objeto da locação pelo locatário, por força de decisão governamental, equivale à sua deterioração, pois, nesse caso, o locatário também fica privado do uso normal da coisa, embora por tempo determinado, daí sustentar a aplicação do artigo 567 do Código Civil para a redução do valor do aluguel dos contratos de locação afetados pela suspensão da atividade determinada pelo Poder Público”. Cabe recurso da decisão. • Processo nº 1009521-51.2020.8.26.0001 Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 • 1.- (...) 3.- Constituem objetivos da República Federativa do Brasil a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, a garantia do desenvolvimento nacional, a erradicação da pobreza e da marginalização, a redução das desigualdades sociais e regionais e a promoção do bem estar de todos (art. 4º), fundados na dignidade da pessoa humana e nos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa (art. 3º). Significa dizer um contrato de direito privado, em que pese o respeito à autonomia da vontade, não pode ser interpretado à luz dos exclusivos interesses das partes nele envolvidas, mas também em função dos reflexos que ele produz na sociedade. 4.- Inegavelmente, a crise pandêmica causada pelo COVID-19 está impactando e impactará severamente as relações sociais e privadas, exigindo do juiz, quando chamado a intervir no contrato, uma atuação voltada ao cumprimento de sua função social, notadamente para dar efetividade os princípios constitucionais que constituem o fundamento da República. Nesse sentido, cumpre avaliar os efeitos que o cumprimento do contrato, tal como pactuado, produzirá na vida social, e não apenas os efeitos que as partes dele esperam. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 • (...) Sustenta o Prof. CARLOS ALBERTO GARBI, que "o princípio da integridade do cumprimento da obrigação admite exceções. A sua flexibilização está diretamente ligada à boa-fé objetiva e aos deveres de cooperação e solidariedade", acrescentando que "a relativização das regras de adimplemento é, como visto, um imperativo de justiça nas relações obrigacionais e um fenômeno presente nos movimentos de universalização ocidental do direito privado. Não há mais aceitação no moderno direito contratual das posições absolutas fundadas na autonomia da vontade. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 • (...)"o credor não pode se furtar hoje ao dever de cooperação e solidariedade que a Constituição Federal e o princípio da boa-fé objetiva impõem à relação obrigacional. Deve emprestar a sua vontade, cooperativa e solidariamente, à modificação ou renegociação da obrigação que for necessária a dar ao devedor os meios para a execução da obrigação, porquanto o adimplemento do contrato não é um interesse que está submetido inteiramente à sua vontade, visto que tem reflexos sociais" (A Intervenção Judicial no Contrato em face do Princípio da Integridade da Prestação e da Cláusula Geral de Boa-Fé, Caderno de Doutrina da Escola Paulista da Magistratura, 2014, p. 224 e 227). Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 • Escrevendo sobre a "Covid-19 e os contratos de locação em shopping center", sustenta ALINE DE MIRANDA VALVERDE TERRA que a impossibilidade de uso do imóvel objeto da locação pelo locatário, por força de decisão governamental, equivale à sua deterioração, pois, nesse caso, o locatário também fica privado do uso normal da coisa, embora por tempo determinado, daí sustentar a aplicação do art. 567 do CC para a redução do valor d aluguel dos contratos de locação afetados pela suspensão da atividade determinada pelo Poder Público, pois, nos termos do referido dispositivo legal "se, durante a locação, se deteriorar a coisa alugada, sem culpa do locatário, a este caberá pedir redução proporcional do aluguel, ou resolver o contrato, caso já não sirva a coisa para o fim a que se destinava". (https://www.migalhas.com.br/depeso/322241/covid-19-e-os-contratos-de- locacao-em-shopping-center). Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 • Por outro lado, dispõe o art. 317 do CC que "quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigí-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação", ajuntando o art. 478 do mesmo Diploma Legal que "nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato...", enquanto o art. 479 desse mesmo Diploma prescreve que "a resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente as condições do contrato". Embora o art. 478 só permita a resolução do contrato em caso de onerosidade excessiva por motivos imprevisíveis e supervenientes e o art. 479 do Código Civil só admita a revisão do ajuste com a concordância de ambas partes, a conjugação desses dispositivos legais com o arts. 567, 421 e 422 do mesmo Diploma Legal estão a permitir ao juiz a intervenção excepcional no contrato, de forma a preservá-lo, mediante restabelecimento de seu equilíbrio econômico-financeiro e cumprimento de sua função social, ajustando-o aos princípios constitucionais já mencionados. Gabriel Valadares de Morais - 02570879150 PANDEMIA E A OFENSA AOS DIREITOS FUNDAMENTAIS • Exercício da Medicina de Catástrofe • - a escolha do paciente que vai utilizar o respirador, diante da inexistência de quantidade suficiente de aparelhos – “A escolha de Sofia” • - direito à vida • - direito à saúde • - dignidade da pessoahumana • - perda de uma chance – de cura • - responsabilidade civil do Estado? • - reserva do possível – de acordo com a capacidade financeira do Estado? Gabriel Valadares de Morais - 02570879150
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