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SAÚDE DA MULHER/GINECOLOGIA mfebar@gmail.com @marc.alen30 Marcus Felipe O. B. Alencar Medicina - Unifaminas PRODUTOR PROPEDÊUTICA DA GRAVIDEZ Na primeira consulta de pré-natal se faz uma anamnese geral. Daí pra frente direciona para a anamnese obstétrica. • IDENTIFICAÇÃO o IDADE: Saber a idade da paciente: > 35 anos é considerada primípara idosa; < 15 é considerada gestante precoce. ▪ A fertilidade começa com a menarca. ▪ Entre 18 e 20 anos até os 30 anos é o período de melhores condições para a gravidez. ▪ > 35 anos: aumento expressivo de anomalias fetais e distorcias (alterações durante o trabalho de parto) o ETNIA: pacientes da raça negra tem mais pretensão a doenças cardiovasculares como HAS. ▪ Apresentação pélvica é mais comum nas mulheres negras e mestiças. o PROFISSÃO: mulheres que trabalham com produtos químicos devem ser afastadas da atividade laboral. ▪ Álcool, chumbo, nicotina, fósforo, etc. ▪ Profissões que exigem esforço físico. o ESTADO CIVIL: estudos mostram que pacientes com união estável tem uma gravidez mais tranquila. o NACIONALIDADE: verificar se ela mora na zona rural ou urbana, regiões de periferia sem estrutura adequada. o DOMICÍLIO: Pessoas que moram na região norte apresentam mais risco a malária, zika, doença de chagas, esquistossomose, etc. • ANTECEDENTES FAMILIARES E PESSOAIS: o História anterior de pré-eclâmpsia, hipertireoidismo ou outras condições que podem afetar a gestação. o Diabetes melitus, Doença Hipertensiva Específica da Gravidez (DHEG) o História do parceiro o História da infância o Menarca • HPP: o Enfermidades anteriores, cirurgias. ANAMNESE OBSTÉTRICA ANTECEDENTES OBSTÉTRICOS + HISTÓRIA DA GRAVIDEZ VIGENTE • Quantas gravidez já teve? • Quantas gestações? • Abortos? • Parto Cesáreo? • Peso do recém-nascido? CONCEITOS: Primigesta/Primigrávida: mulher que concebe pela primeira vez. (Ainda não teve o parto) Primípara: mulher que teve um parto ou que está na iminência de um parto. mailto:mfebar@gmail.com http://www.instagram.com/marc.alen30 SAÚDE DA MULHER/GINECOLOGIA mfebar@gmail.com @marc.alen30 Marcus Felipe O. B. Alencar Medicina - Unifaminas PRODUTOR Multigesta/Multigrávida: mulher que gestou muitas vezes, independente da duração da gravidez. Secundi, terci ou quarti gesta ou para: sufixo II gesta, III gesta, II para, III para Multípara: aquela mulher que já pariu acima de 3 vezes Paucípara: aquela mulher que pariu poucas vezes (até 3) Nulípara: mulher que nunca deu à luz. Nuligesta: mulher que nunca esteve grávida. GESTAÇÃO / PARTOS / ABORTOS Exemplos: G1 P0 A0 – Grávida Primigesta Nulípara G1 P1 A0 – Primípara (teve gestação e pariu) G1 P0 A1 – Nulípara (teve gestação, mas não pariu) Exemplos: Após o primeiro parto, gemelar, a paciente continua Igesta e Ipara (G1 P1 A0 – (Gemelar)). Dois abortos anteriores e está em curso a terceira gestação: IIIgesta e 0para (G3 P0 A2). *Até 21 semanas é considerado aborto* *Maiores riscos para a mãe e o concepto na gravidez e no parto, nas primíparas e naquelas que pariram mais de 4 vezes. As multíparas tem maior risco de atonia uterina: útero tem mais dificuldade de contrair e sangra com mais frequência. INTERVALO INTERPARTAL: o risco é reduzido quando o intervalo é de pelo menos 2 anos entre os partos. HISTÓRIA DA GRAVIDEZ ATUAL • Importante saber a DUM (para calcular a DPP) • Observar sinais subjetivos e objetivos da gestação. • Alterações dos diversos órgãos e aparelhos. • Início da movimentação fetal. (a partir de 18 semanas) mailto:mfebar@gmail.com http://www.instagram.com/marc.alen30 SAÚDE DA MULHER/GINECOLOGIA mfebar@gmail.com @marc.alen30 Marcus Felipe O. B. Alencar Medicina - Unifaminas PRODUTOR EXAME FÍSICO OBSTÉTRICO • INSPEÇÃO o CABEÇA ▪ SINAL DE HALBAN: formação de lanugem junto aos limites do couro cabeludo. ▪ CLOASMA: pigmentação difusa ou circunscrita, mais nítidas nas zonas muito expostas à luz, de tonalidade escura (hormônio melanotrófico). Orientar pcte a usar filtro solar. o PESCOÇO ▪ Hipertrofia da tireóide, com aumento da circunferência do pescoço (+ evidente a partir do 5ª a 6º mês de gestação) o MAMAS ▪ Aumento do volume das mamas ▪ Colostro a partir da 16º semana. ▪ Sinal de Hunter: aréola ao redor da aréola primária, menos pigmentada e de limites imprecisos (aréola secundária ou gravídica). ▪ Tubérculos de Montgomery: tuberosidades ao redor da aréola primária. São glândulas mamárias acessórias ou sebáceas, hipertrofiadas. Costumam regredir no puerpério ▪ Umbilicação ou inversão do mamilo: o mamilo fica pra dentro e causa dificuldade para amamentar. mailto:mfebar@gmail.com http://www.instagram.com/marc.alen30 SAÚDE DA MULHER/GINECOLOGIA mfebar@gmail.com @marc.alen30 Marcus Felipe O. B. Alencar Medicina - Unifaminas PRODUTOR o Rede de Haller: maior percepção da rede venosa na superfície da pele da mama o ABDOME ▪ Globoso ou ovoide ▪ Cicatriz umbilical plana ou saliente ▪ Diástase dos retos abdominais anteriores ▪ Línea nigra: hiperpigmentação da linha alba. ▪ Estrias: • Recentes: cor violácea e fundo azulada. • Antigas: brancas ou nacaradas *Pode-se indicar qualquer óleo hidratante para a gestante. o MMII ▪ Dilatação circunscrita de vasos sanguíneos ou até mesmo varizes. ▪ Edema mailto:mfebar@gmail.com http://www.instagram.com/marc.alen30 SAÚDE DA MULHER/GINECOLOGIA mfebar@gmail.com @marc.alen30 Marcus Felipe O. B. Alencar Medicina - Unifaminas PRODUTOR o GENITÁLIA EXTERNA ▪ Sinal de Jacquemier ou Chadwik: escurecimento da entrada da vulva (rosada → cianótica, violácea ou azulada). ▪ Escurecimento da pele ao redor do ânus. • PALPAÇÃO o Altura uterina: medida a partir do púbis ao fundo uterino, sem comprimir, com a borda cubital da mão. ▪ Medir o arco uterino: indica aproximadamente a quantidade de semanas de gestação. ▪ Calcular a idade gestacional. ▪ Medir o crescimento do bebê. o Circunferência abdominal: realizada ao nível da cicatriz umbilical, sendo que na gestante a termo tem em torno de 90 a 92cm. Muito usada na gestante diabética que tem um aumento considerável de peso. o Manobras de Leopold-Zweifel: avalia a consistência uterina, regularidade da superfície uterina e o conteúdo uterino. Feita com mais facilidade no 3º trimestre. Realizada em 4 tempos: 24 cm = ~24 semanas mailto:mfebar@gmail.com http://www.instagram.com/marc.alen30 SAÚDE DA MULHER/GINECOLOGIA mfebar@gmail.com @marc.alen30 Marcus Felipe O. B. Alencar Medicina - Unifaminas PRODUTOR • AUSCULTA o A frequência cardíaca fetal (FCF) oscila entre entre 110 e 160 bpm, em média 140bpm. o Pode ser feita com Pinard (> 20 semanas) o Pode ser feita com o Sonar (>10-12 semanas) o A ausculta pode diagnosticar a apresentação fetal. gravidez gemelar ou ausência de batimento/morte fetal • TOQUE o Feito para avaliar o volume uterino quando ele ainda não se encontra acessível à palpação abdominal. Muito útil para o diagnóstico de gravidez. o Nas proximidades do parto avalia as condições do colo uterino, as relações entre a apresentação e a bacia. o No trabalho de parto, serve para acompanhar a dilatação cervical, a progressão fetal e determinar o tipo de apresentação, de posição e suas variedades. PROCEDIMENTOS COMPLEMENTARES • Dosagens hormonais o hCG = Gonadotrofina Coriônica Humana ▪ hCG positivo = GRAVIDEZ! ▪ Fenômeno Apical: elevação máxima dos níveis de hCG-b no sangue , em 10 semanas de amenorréia, que chega em valores médios de 50.000 mUI/ml. ▪ Diagnostica a mola hidatiforme. o Progesterona o Estriol o hPL = Lactogênio Placentário Humano • Amniocentese o Punção trans abdominal guiado pelo USG para aspirar o líquido amniótico. o Utilizada para diagnóstico genético.o Realizada na 16ª semana de gravidez. o Complicações: punções hemorrágicas, vazamento de líquido amniótico e corioamnionite. o Útil nos casos de polidramnia (excesso de líquido) • Microanálise de sangue fetal o Retirada de pequena gota de sangue do couro cabeludo do feto para determinação de pH, PCO2 e PO2 para o diagnóstico de asfixia durante o parto. Figura 1 hCG mailto:mfebar@gmail.com http://www.instagram.com/marc.alen30 SAÚDE DA MULHER/GINECOLOGIA mfebar@gmail.com @marc.alen30 Marcus Felipe O. B. Alencar Medicina - Unifaminas PRODUTOR • Fetoscopia o Punção no cordão umbilical (Cordocentese) guiado por USG. • Biopsia de Vilo Corial o Coleta de material do cório frondoso, guiado por USG, por via transabdominal. o Útil para diagnóstico genético no 1º trimestre. o Complicação: redução de membros quando realizada antes das 10 semanas de gestação. • Cordocentese o Coleta de sangue fetal guiada por USG (após 18-20 semanas) o Últil para diagnóstico genético. (Ex: eritroblastose fetal) o Complicações: bradicardia fetal, sangramento no local da punção, perda fetal, transmissão vertical de hepatites B e C, HIV. PROCEDIMENTOS ELETRÔNICOS • USG o Sonar doppler, doppler colorido, ecocardiografia fetal. o Não tem riscos pra mãe e pro feto. o Tipos: Convencional, 2D, 3D e 4D • Cardiotocografia o É o registro contínuo da frequência cardíaca fetal instantânea e da contratilidade uterina. • Ressonância Magnética e Tomografia computadorizada o Visualização da anatomia materna e fetal quando a USG é insuficiente para o diagnóstico. o TC é reservado para avaliar quadros de abdome agudo (risco de radiação) o RM não apresenta risco biológico para o feto. DIAGNÓSTICO DA GRAVIDEZ • CLÍNICO • LABORATORIAL • ULTRASSONOGRÁFICO 1. DIAGNÓSTICO CLÍNICO a. Sinais de presunção i. Amenorréia – 4 semanas. ii. Náuseas – 5 semanas. iii. Congestão e dor mamária: 5 semanas iv. Escurecimento da aréola primária, tubérculos de Montgomery: 8 semanas. v. Rede de Haller: 16 semanas. vi. Aréola secundária: 20 semanas. vii. Polaciúria: 6 semanas. b. Sinais de probabilidade i. Amenorréia após 10-14 dias de atraso menstrual. ii. Aumento do volume uterino: 6 semanas. iii. Alteração da consistência uterina (sinal de Hegar): 8 semanas mailto:mfebar@gmail.com http://www.instagram.com/marc.alen30 SAÚDE DA MULHER/GINECOLOGIA mfebar@gmail.com @marc.alen30 Marcus Felipe O. B. Alencar Medicina - Unifaminas PRODUTOR iv. Alteração do formato uterino: 8 semanas 1. Sinal de Piscacek: abaulamento e amolecimento no local da implantação. 2. Sinal de Nobile-Budin: Abaulamento dos fundos de saco laterais. 3. Sinal de Osiander: percepção dos batimentos do pulso vaginal nos fundos de saco, devido a hipertrofia do sistema vascular. v. Escurecimento da vulva (Sinal de Jacquemier ou Chadwik): 8 semanas. vi. Coloração violácea da mucosa vaginal (sinal de Kluge): 8 semanas. vii. Aumento do volume abdominal: 16 semanas. c. Sinais de certeza i. Batimentos cardiofetais e movimentação ativa. ii. A USG é capaz de rastrear os sinais de certeza com 8 semanas. iii. Rechaço fetal intrauterino ao impulsionar o feto com os dedos no fundo de saco anterior (sinal de Puzos): 14 semanas. iv. Percepção e palpação dos movimentos ativos do feto: 18 semanas. v. Palpação dos segmentos fetais: 18 semanas. vi. Ausculta dos BCF: 20-21 semanas com Pinard / 10-12 semanas com Sonar-Doppler. 2. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL a. Melhor parâmetro para diagnóstico de gravidez incipiente b. Identificação do b-hCG produzido pelo óvulo 1 semana após a fertilização. 3. DIAGNÓSTICO ULTRASSONOGRÁFICO a. Obrigatório USG transvaginal no 1º trimestre de gravidez. b. Saco gestacional: surge entre 4º e 5º semana na parte superior do útero. c. Vesícula vitelina: serve para nutrir o bebê até ele ter placenta; > 5 semanas d. Eco embrionário com pulsação (bcf): 6º semana. e. Placenta só começa a aparecer depois de 10-12 semanas. mailto:mfebar@gmail.com http://www.instagram.com/marc.alen30 SAÚDE DA MULHER/GINECOLOGIA mfebar@gmail.com @marc.alen30 Marcus Felipe O. B. Alencar Medicina - Unifaminas PRODUTOR USG mostrando o saco gestacional sem o embrião dentro. Pode-se afirmar: 4-5 semanas. USG mostrando o saco gestacional tópico, com a vesícula vitelínica USG mostrando o saco gestacional tópico, com a vesícula vitelínica e presença de embrião. USG doppler mostrando o saco gestacional tópico, com a vesícula vitelínica e presença de embrião com batimento cardíaco. mailto:mfebar@gmail.com http://www.instagram.com/marc.alen30 SAÚDE DA MULHER/GINECOLOGIA mfebar@gmail.com @marc.alen30 Marcus Felipe O. B. Alencar Medicina - Unifaminas PRODUTOR IDADE GESTACIONAL E DPP Formas de calcular a IG E DPP: • Última menstruação • Aumento do volume uterino • Ausculta fetal • Movimentos fetais • USG: padrão ouro ÚLTIMA MENSTRUAÇÃO • ATENÇÃO! A gravidez é datada do 1º dia do último período menstrual. • Duração média da gestação: 280 dias – 40 semanas • DPP: Data provável do parto • Regra de Nagele: adicionar 7 dias na DUM e mais 9 meses (ou menos 3 meses quando se faz o cálculo retrógrado) o Exemplo: DUM: 18/01/2021 Dia: 18 + 7 = 25 Mês: 01 + 09m = 10 ou 01 – 3 = 10 DPP: 25/10/2021 AUMENTO DO FUNDO UTERINO: • Útero pode ser palpado no abdome a partir de 12 semanas. • 16 semanas: fundo uterino pode ser palpado entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical. • 20 semanas: fundo uterino pode ser palpado a nível da cicatriz umbilical. • No termo: fundo uterino pode ser palpado nos rebordos costais. AUSCULTA FETAL: • 10 – 12 Semanas: sonar-doppler • 20 semanas: estetoscópio de Pinnard MOVIMENTOS FETAIS: • São percebidos a partir da 18ª semana de gestação. USG mostrando feto com placenta na parte superior do útero (espessamento) mailto:mfebar@gmail.com http://www.instagram.com/marc.alen30 SAÚDE DA MULHER/GINECOLOGIA mfebar@gmail.com @marc.alen30 Marcus Felipe O. B. Alencar Medicina - Unifaminas PRODUTOR USG: • 1º TRIMESTRE: a idade gestacional é calculada pela medida do comprimento cabeça- nádega (CCN), com precisão de aprox.. 5 dias • 12 a 20 SEMANAS: a idade gestacional é estimada pela medida do diâmetro biparietal (DBP), com precisão de +/- 10 dias. • Após 20 SEMANAS: as medidas sonográficas são imprecisas. “TERMO DE GRAVIDEZ” Definição: gravidez com 37 semanas + 0 dia a 41 semanas + 6 dias. *> de 42 semanas = pós-termo. *termo-precoce = 37 semanas + 0 dias a 38 semanas + 6 dias. *termo-completo = 39 semanas + 0 dias a 40 semanas + 6 dias. *termo-tardio = 41 semanas + 0 dia a 41 semanas + 6 dias. mailto:mfebar@gmail.com http://www.instagram.com/marc.alen30
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