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febre e termorregulação

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F e b r e , i n f l a m a ç ã o e i n f e c ç ã o | 1 
 
FEBRE E TERMORREGULAÇÃO 
1. Explicar a termorregulação: 
PARTE 1 – CONCEITOS INICIAIS 
→ TEMPERATURA CORPORAL NORMAL: 
Temperatura central: a temperatura dos tecidos 
profundos do corpo (temperatura central) permanece 
em níveis bastante constantes dia após dia, exceto 
quando a pessoa desenvolve doença febril. 
A pessoa nua pode ser exposta a temperaturas que 
variam de 13 a 60°C, no ar seco, e ainda manter sua 
temperatura central quase constante. 
A temperatura corporal se eleva durante o exercício e 
varia com as temperaturas extremas do ambiente. 
Temperatura da pele: A temperatura da pele, em 
contraste com a temperatura central, se eleva e 
diminui de acordo com a temperatura a seu redor. 
 
→ PRODUÇÃO DE CALOR: 
Quando a velocidade da produção de calor no corpo é 
superior à da perda de calor, o calor se acumula no 
corpo e a temperatura corporal se eleva. 
Inversamente, quando a perda de calor é maior, tanto 
o calor corporal como a temperatura corporal 
diminuem. 
Fatores envolvidos com a produção de calor corporal: 
• Intensidade do metabolismo basal de todas as 
células do corpo; 
• Intensidade do metabolismo causada pela 
atividade muscular; 
• Metabolismo extra causado pelo efeito da 
tiroxina (tireoide). 
• Metabolismo extra causado pelo efeito da 
epinefrina, norepinefrina e pela estimulação 
simpática sobre as células; 
• Metabolismo extra necessário para digestão, 
absorção e armazenagem de alimentos (efeito 
termogênico dos alimentos). 
 
→ PERDA DE CALOR: 
Grande parte do calor produzido pelo corpo é gerada 
nos órgãos profundos, especialmente no fígado, no 
cérebro e no coração, e nos músculos esqueléticos 
durante o exercício. 
A seguir, esse calor é transferido dos órgãos e tecidos 
profundos para a pele, onde ele é perdido para o ar e 
para o meio ambiente. 
 
→ SISTEMA DE ISOLAMENTO DE CALOR NO CORPO: 
A pele, os tecidos subcutâneos e, em especial, o tecido 
adiposo, atuam em conjunto como isolantes do corpo. 
O tecido adiposo é importante porque conduz apenas 
um terço do calor conduzido pelos outros tecidos, ou 
seja, mantendo a temperatura corporal/ aquecendo. 
Esse isolamento realizando pela pele e anexos é um 
meio eficiente de manter a temperatura central 
normal, mesmo que a temperatura da pele se 
aproxime da temperatura do ambiente. 
 
→ A IMPORTÂNCIA DO FLUXO SANGUÍNEO NA 
TERMORREGULAÇÃO: 
Vasos sanguíneos estão profusamente distribuídos por 
baixo da pele. Sendo que, a velocidade do fluxo 
sanguíneo no plexo venoso da pele pode variar 
imensamente —de valores próximos a zero, até cerca 
de 30% do débito cardíaco. 
A alta velocidade do fluxo (vasoconstrição) na pele faz 
com que o calor seja conduzido do centro do corpo 
para a pele com grande eficiência. 
Enquanto a redução da velocidade do fluxo 
(vasodilatação) para a pele, diminui a condução do 
calor do centro para as periferias. 
 
→ ATUAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO: 
A condução de calor para a pele pelo sangue é 
controlada pelo grau de vasoconstrição das arteríolas e 
das anastomoses arteriovenosas que suprem sangue 
para os plexos venosos da pele. 
Essa vasoconstrição é controlada quase 
completamente pelo sistema nervoso simpático, em 
resposta às alterações da temperatura central do corpo 
e alterações da temperatura ambiente. 
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PARTE 2 – TERMORREGULAÇÃO 
→ PAPEL DO HIPOTÁLAMO: 
No hipotálamo (especificamente as regiões dos nervos 
pré-ópticos do hipotálamo anterior e o hipotálamo 
posterior) situa-se o sistema de controle central, que 
regula a temperatura do corpo ao integrar os impulsos 
térmicos provenientes de quase todos os tecidos do 
organismo (temperatura central + temperatura da 
pele), o que é considerado como temperatura corporal 
média. 
Quando esse valor excede ou fica abaixo da faixa limiar 
de temperatura, ocorrem respostas termorreguladoras 
autonômicas, que mantêm a temperatura do corpo em 
valor adequado. 
Esse controle termorregulatório é semelhante no 
homem e na mulher, mas diminui no idoso e em 
pacientes gravemente enfermos. 
De acordo com a temperatura corporal o hipotálamo 
se dirigi impulsos para o córtex cerebral, levando a 
modificações comportamentais e autonômicas no 
indivíduo: 
• Calor: quando ocorre aquecimento da área pré-
óptica do hipotálamo as reações autonômicas são 
vasodilatação cutânea (regulada pela bradicinina e 
óxido nítrico, facilitando a transferência de calor 
central para a pele) e a sudorese mediada por 
inervação colinérgica. 
• Frio: quando no termostato hipotalâmico há 
indicação de temperatura corporal fria, impulsos 
do hipotálamo se dirigem para o córtex cerebral, 
dando ao indivíduo a sensação de frio, logo, o 
resultado é uma modificação comportamental 
levando o individuo procurar se aquecer. Também 
ocorre respostas autonômicas como atividades 
motoras (tremores) gerando calor e aumento do 
metabolismo (liberação de T3 e T4) que também 
realizam a produção de calor. 
 
→ RECEPTORES CUTÂNEOS E INTERNOS LEVANDO 
INFORMAÇÃO DA TEMPERATURA PARA O 
HIPOTÁLAMO: 
Receptores cutâneos: a pele, é mais rica em 
receptores para o frio, portanto a pele é mais 
importante na identificação de temperaturas mais 
baixas. 
Quando a pele é resfriada, alguns reflexos corporais 
são iniciados: 
• Calafrios, aumentando a contração muscular e 
gerando calor; 
• Inibição da sudorese; 
• Vasoconstrição da pele. 
 
Receptores dos órgãos internos: há também 
termorreceptores em órgãos internos como a medula 
espinhal, vísceras abdominais ou ao redor de grandes 
veias da região superior do abdome e do tórax. 
Assim como os receptores da pele, são mais sensíveis a 
temperaturas mais baixas, provavelmente pois são 
adaptados a identificarem com mais precisão ocasiões 
de hipotermia. 
Contudo, esses receptores identificam apenas a 
temperatura central do corpo, e não a temperatura 
cutânea. 
 
Resposta ao hipotálamo: 
Os sinais advindos tanto dos receptores periféricos 
(cutâneo e central)) vão da área pré-óptica até a região 
posterior do hipotálamo. 
Nesse local os sinais são combinados e integrados a fim 
de controlar as reações de produção e de conservação 
de calor do corpo. 
Quando os centros hipotalâmicos de temperatura 
detectam que a temperatura do organismo está muito 
alta ou muito baixa, eles instituem os procedimentos 
apropriados para a diminuição ou para a elevação 
dessa temperatura. 
 
• Mecanismos de diminuição da temperatura: 
 
▪ Vasodilatação dos vasos cutâneos: os vasos 
sanguíneos da pele se dilatam intensamente. 
Essa dilatação é causada pela inibição dos 
centros simpáticos no hipotálamo posterior. A 
dilatação total pode aumentar a transferência 
de calor para a pele por até oito vezes. 
▪ Sudorese: ocorre pela estimulação da área 
pré-óptica hipotalâmica anterior, por meio do 
calor excessivo. Com isso, as fibras nervosas 
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colinérgicas liberam acetilcolina que agem nas 
glândulas sudoríparas. 
▪ Diminuição da produção de calor: redução dos 
processos que produzem o calor, como 
calafrios, que levam aos tremores musculares 
e termogênese química. 
 
• Mecanismos de aumento da temperatura: 
 
▪ Vasoconstrição dos vasos cutâneos: essa 
vasoconstrição é causada pela estimulação dos 
centros simpáticos hipotalâmicos posteriores. 
▪ Piloereção: significa “pelos eriçados”. O 
estímulo simpático faz com que os músculos 
eretores dos pelos se contraiam, colocando os 
pelos na posição vertical. Esse mecanismo não 
é tão importante em seres humanos, mas 
permite que eles retenham uma espessa 
camada de “ar isolante” próximo à pele, de 
modo que a transferência de calor para o meio 
ambiente, diminui significativamente. 
▪ Aumento da termogênese (produção de 
calor):a produção de calor pelos sistemas 
metabólicos é aumentada, como na promoção 
de calafrios, excitação simpática e secreção de 
tiroxina (tireoide). 
 
• Controle comportamental da temperatura: 
Além dos mecanismos subconscientes para o controle 
da temperatura corporal, o corpo tem outro 
mecanismo de controle da temperatura ainda mais 
potente. Este é o controle comportamental da 
temperatura (consciente). 
Sempre que a temperatura corporal interna se eleva, 
sinais oriundos das áreas de controle da temperatura 
no cérebro dão à pessoa sensação física de 
hiperaquecimento, com isso a pessoa faz os ajustes 
ambientais apropriados para restabelecer o conforto, 
como sair de ambiente quente 
Inversamente, sempre que o corpo se esfria, sinais da 
pele e, provavelmente, também de receptores 
corporais profundos desencadeiam a sensação de 
desconforto pelo frio, com isso a pessoa faz os ajustes 
ambientais apropriados para restabelecer o conforto, 
como o uso de roupas bem isoladas em tempos frios. 
 
PARTE 3 – PONTO DE AJUSTE 
O “ponto de ajuste” corresponde à temperatura na 
qual, acima dela, os mecanismos de perda de calor 
prevalecerão; e abaixo dela, os mecanismos de ganho 
de calor. 
Em humanos, a temperatura considerada normal para 
adultos saudáveis compreende valores próximos aos 
37 ºC (ponto de ajuste). 
 
2. Analisar a febre: 
→ CONCEITO: 
Febre significa temperatura corporal acima da faixa 
normal de variação (36°C até 37,5°C) – axilar, podendo 
ser causada por anormalidades no cérebro 
propriamente dito ou por substâncias tóxicas que 
afetam os centros reguladores da temperatura 
(hipotálamo). 
Elas incluem doenças bacterianas, tumores cerebrais e 
condições ambientais que podem resultar em uma 
internação do paciente. 
 
→ PIROGÊNIOS: 
Pirogênios são substâncias que podem fazer com que o 
ponto de ajuste do termostato hipotalâmico se eleve, 
causando a febre. As substâncias principais são 
proteínas, produtos da degradação das proteínas, e 
algumas outras substâncias, especialmente toxinas. 
Os pirogênios podem ser classificados em exógenos ou 
endógenos: 
• Pirógenos exógenos: substâncias que não 
fazem parte do organismo normal, como 
microrganismos, seus produtos e toxinas. 
Esses produtos estimulam as células do 
nosso organismo a produzirem os 
pirógenos endógenos (componentes 
endógenos). 
• Pirógenos endógenos: são polipéptides 
produzidos pelo por monócitos e 
macrófagos no local na lesão/ inflamação 
ou sistematicamente, e percorrem o corpo 
até atingirem o centro termorregulador do 
hipotálamo. Como exemplo desse tipo de 
pirógenos tem-se a IL-1 alfa e beta. 
 
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A interleucina 1 (IL-1) é uma interleucina pró-
inflamatória. Existem duas formas de IL-1: IL-1 alfa e IL-
1 beta com atividades biológicas quase indistinguíveis, 
sendo um importante agente do grupo das citocinas e 
o principal agente mediador na resposta imune contra 
invasão bacteriana, inflamação e infecções. 
 
→ FISIOLOGIA DA FEBRE: 
Alguns experimentos em animais demonstraram que 
alguns pirogênios, quando injetados no hipotálamo, 
podem atuar diretamente sobre o centro de regulação 
da temperatura no hipotálamo e aumentar seu ponto 
de ajuste. 
Ou de forma indireta, os pirogênios podem necessitar 
de várias horas de latência antes de causar seus efeitos. 
Esse fato é válido para vários pirogênios bacterianos, 
especialmente as endotoxinas das bactérias gram-
negativas. 
---------------------------- 
PARTE 1 – liberação de citocinas: 
Quando as bactérias ou os produtos da degradação das 
bactérias estão presentes nos tecidos ou no sangue, 
eles são fagocitados pelos leucócitos do sangue. 
Após digerem os produtos bacterianos os leucócitos 
(macrófagos e células killers) liberam citocinas, grupo 
diferenciado de moléculas peptídicas de sinalização. 
Sendo uma das mais importantes dessas citocinas a 
interleucina-1 (IL-1). 
 
PARTE 2 – ativação do hipotálamo: 
A interleucina-1 é liberada pelos macrófagos para os 
líquidos corporais e, ao chegar ao hipotálamo, quase 
imediatamente ativa os processos produtores de febre 
aumentando, por vezes, a temperatura corporal, por 
valor significativo em apenas 8 a 10 minutos. 
A interleucina-1 inicialmente cause febre pela indução 
da formação de prostaglandinas (principalmente a 
prostaglandina E2), que atua no hipotálamo para 
desencadear a reação da febre. 
 
PARTE 3 – hipotálamo ativado: 
Com o novo set point (ponte de ajuste) da 
temperatura, nervos eferentes, principalmente 
simpáticos, inervam os vasos periféricos. Há, então, 
vasoconstrição que impede a perda de calor. Há 
acionamento de musculo e gordura para produzir 
calor. 
O hipotálamo envia sinais ao córtex cerebral com 
mensagens comportamentais, como a busca por 
lugares aquecidos, roupas e atitudes posturais. Tudo 
isso para que a periferia atinja a nova temperatura do 
hipotalâmica. 
Com isso, a temperatura pode elevar de 2 a 3 graus 
Celsius. Caso não seja suficiente, tremores são ativados 
para aumentar a produção de calor. 
 
 
→ CARACTERÍSTICAS DA FEBRE: 
• Calafrios: 
Quando o ponto de ajuste do centro de controle de 
temperatura no hipotálamo é subitamente alterado do 
nível normal para um nível mais alto do que o normal, 
a temperatura corporal geralmente leva várias horas 
para atingir o novo ponto de ajuste da temperatura. 
Como a temperatura do sangue agora é menor do que 
o ponto de ajuste do controlador hipotalâmico da 
temperatura, ocorrem as respostas usuais que causam 
a elevação da temperatura. Durante esse período, a 
pessoa experimenta calafrios e sente frio intenso, 
mesmo que sua temperatura já esteja acima do 
normal. 
Além disso, a pele fica fria devido à vasoconstrição e a 
pessoa treme. Os calafrios continuam até que a 
temperatura corporal chegue ao ponto de ajuste 
Microrganismos 
(ag. pirogênicos 
exogenos)
são fagocitados 
por macrófagos 
e linfócitos
Com isso ocorre a 
liberação de 
pirógenos 
endogenos (IL-1, IL-
6, TNF)
Essas citocinas 
pirogênicas chegam 
as fibras pré-óptica 
do hipotalamo 
anterior
E no endotélio do sangue que 
banha essa região libera o 
acido araquidonio, que realiza 
a síntese de prostaglandina E2 
A prostaglandina 
E2 se difunde pela 
área pré-optica, 
ativa o AMP cíclico 
Com isso, muda o ponto 
de ajuste da temperatura 
no hipotalamo e provoca 
a febre. 
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hipotalâmico de 39,4°C. A partir desse ponto, a pessoa 
não apresenta mais calafrios e não sente frio ou calor. 
 
• Crise ou rubor: 
Se o fator que está causando a alta da temperatura for 
removido, o ponto de ajuste do controlador da 
temperatura hipotalâmico será reduzido para valor 
mais baixo, e talvez volte ao normal. 
Com isso, ocorre sudorese intensa e o 
desenvolvimento súbito de aquecimento da pele por 
causa da vasodilatação generalizada. Essa mudança 
súbita de eventos no estado febril é conhecida como 
“crise” ou, mais apropriadamente, “rubor”. 
 
• Intermação: 
Quando a temperatura corporal se eleva além de 
temperatura crítica, na variação entre 40,5 e 42,2°C, a 
pessoa, provavelmente, desenvolverá uma 
intermação. 
Os sintomas incluem desorientação, desconforto 
abdominal, algumas vezes, acompanhado por vômitos, 
às vezes, delírios, com eventual perda da consciência 
se a temperatura corporal não for rapidamente 
diminuída. 
 
→ CARACTERÍSTICAS DA FEBRE: 
• Início: 
▪ Súbito: percebe-se de um momento para 
outro a elevação da temperatura. Nesse 
caso, a febre se acompanha quase sempre 
dos sinais e sintomas que compõem a 
síndrome febril. 
▪ Gradual: a febre pode instalar-se de 
maneira gradual e o paciente nem 
perceber seu início. Em algumas ocasiões, 
predomina um ou outro sintoma da 
síndrome febril, prevalecendo cefaleia, a 
sudorese e a inapetência.• Intensidade: (temperatura axilar) 
▪ Febre leve ou febrícula: até 37,5°C; 
▪ Febre moderada: de 37,6° a 38,5°C; 
▪ Febre alta ou elevada: acima de 38,6°C. 
 
• Evolução: 
▪ Febre contínua: aquela que permanece 
sempre acima do normal com variações de 
até 1 °C e sem grandes oscilações; 
▪ Febre irregular ou séptica: registram-se 
picos muito altos intercalados por 
temperaturas baixas ou períodos de 
apirexia; 
▪ Febre remitente: há hipertermia diária, 
com variações de mais de 1 °C e sem 
períodos de apirexia; 
▪ Febre intermitente: a hipertermia é 
ciclicamente interrompida por um período 
de temperatura normal; isto é, registra-se 
febre pela manhã, mas esta não aparece à 
tarde; ou então, em 1 dia ocorre febre, no 
outro, não. 
▪ Febre recorrente ou ondulante: 
caracteriza-se por período de temperatura 
normal que dura dias ou semanas até que 
sejam interrompidos por períodos de 
temperatura elevada. 
 
• Término: 
▪ Crise: quando a febre desaparece 
subitamente. Neste caso costumam 
ocorrer sudorese profusa e prostração. 
▪ Lise: significa que a hipertermia vai 
desaparecendo gradualmente, com a 
temperatura diminuindo dia a dia, até 
alcançar níveis normais. 
 
3. Descrever os locais de aferição da temperatura 
corporal: 
É possível medir a temperatura em três locais do 
corpo: 
• Oral (na boca): coloca-se o termômetro sob a 
língua e, com os lábios, mantém-se o termômetro 
fixo, que deve ser mantido nessa posição durante 
três minutos. (padrão normal: 36,3°C a 37,4°C) 
 
 
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• Retal: para esse método, utiliza-se um termômetro 
retal. Esse é recomendado para bebês, pois não 
são capazes de segurar o termômetro na boca de 
forma segura. (padrão normal: 37°C a 38°C) 
 
 
• Axilar (sob a axila): é o método mais utilizado. 
Coloque o termômetro sob a axila, com o braço 
pressionado contra o corpo, durante cinco minutos 
antes da leitura. (padrão normal: 35,8°C a 37°C). 
 
 
4. Diferenciar febre de hipertemia e hipotemia: 
→ FEBRE: 
Alteração do ponto de ajuste hipotalâmico. A febre é 
uma elevação da temperatura corporal que ultrapassa 
a variação diária normal e ocorre associada ao 
aumento do ponto de ajuste hipotalâmico, de 37ºC 
para 39ºC. Essa elevação ocorre em resposta a um sinal 
químico (pirógeno endógeno) lançado como parte da 
resposta inflamatória, com liberação de mediadores 
como a interleucina-1B e interleucina-6. 
 
→ HIPERTEMIA: 
O ponto de ajuste hipotalâmico está normal, porém o 
calor não pode ser dissipado ou está sendo mais 
produzido. 
A hipertermia é o aumento da temperatura corporal 
devido a um desequilíbrio entre a produção e a 
dissipação de calor. 
A hipertermia diferencia-se do estado febril porque 
nela o limiar térmico hipotalâmico está preservado e o 
aumento da temperatura corporal ocorre por excesso 
de produção ou falência na dissipação de calor ou, 
ainda, por disfunção do centro termorregulador 
A hipertermia pode ser causada tanto por fatores 
externos, como exposição ao sol, permanência numa 
banheira quente por longo tempo, proximidade a 
locais muito aquecidos ou por fatores internos, em 
virtude de alguma doença. 
 
→ HIPOTEMIA: 
Hipotermia é a temperatura corporal reduzida que 
acontece quando um corpo dissipa mais calor do que 
produz internamente durante tempo suficientemente 
prolongado. Nos seres humanos, é definida como uma 
temperatura padrão do corpo abaixo de 35,0 ºC. 
 Na hipotermia pode haver de arrepios, confusão 
mental até paradas cardíacas. 
 
5. Descrever a farmacodinâmica e a farmacocinética 
dos anti-térmicos: 
Antipirético ou antitérmico é um medicamento que 
previne ou reduz a febre, diminuindo a temperatura 
corporal que está acima do normal. Entretanto, eles 
não vão afetar a temperatura normal do corpo se uma 
pessoa que não tiver febre o ingerir. 
Os alvos dos antitérmicos: 
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• Reduz a produção de mediadores pró-
inflamatórios (prostaglandina E2, por meio da 
inibição da ciclooxigenase); 
• Aumenta a produção local de moléculas anti-
inflamatórias; 
 
→ ASPIRINA: 
Além de sua ação antitérmica possui também ação 
anti-inflamatória e analgésica. 
• Dosagem: 
o Crianças: 50-75 mg/kg/dia, de 4/4 
horas ou de 6/6 horas. 
▪ Melhor ação anti-inflamatória, 
recomenda-se a dose de 75-
100 mg/kg/dia, de 6/6 horas. 
o Adultos: para adultos a dose indicada 
é de 300-900 mg, de 4/4 horas ou de 
6/6 horas. 
• Reações adversas: 
o úlcera gástrica, hemorragia digestiva; 
o quadros de anafilaxia, asma, rinite, 
urticária. 
Síndrome de Reye: 
A causa da síndrome de Reye ocorre geralmente depois 
de uma infecção por determinados vírus, como os da 
influenza ou catapora, sobretudo em crianças que 
tomam aspirina durante essas infecções. Devido a esse 
aumento no risco de desencadear a síndrome de Reye, 
aspirina não é recomendada para crianças, exceto para 
o tratamento da doença de Kawasaki. Na atualidade, 
raramente, a aspirina é utilizada para o combate à 
febre em crianças. Com a diminuição do seu uso, 
praticamente não mais se observa a Síndrome de Reye. 
 
→ DIPIRONA: 
Trata-se de medicamento com potente ação 
antitérmica e analgésica, mas destituído de ação anti-
inflamatória. 
• Dosagem: 
o Crianças: 10-12 mg/kg, ou 0,4-0,6 
gota/kg. (Na prática tem-se observado 
que a dose usada é de uma gota 
por/kg, o que vale dizer, quase que o 
dobro da dose preconizada). 
o Adultos: 0,5-1g três vezes ao dia. 
• Reações adversas: 
o hipotensão, broncoespasmo, urticária, 
o sonolência, cansaço, cefaléia, 
anafilaxia. 
 
→ IBUPROFENO: 
É um anti-inflamatório não hormonal que possui, além 
da ação anti-inflamatória, ação antitérmica e 
analgésica. 
Foi liberado nos EUA para uso em crianças maiores de 
seis meses de idade. 
• Dosagem: 
o Crianças: 5-10 mg/kg de 6/6 horas. 
• Reações adversas: 
o úlcera gástrica, hemorragia digestiva e 
perfuração tem sido relatada, sendo, 
entretanto, raras na criança; 
o Outras reações são a inibição 
reversível da função plaquetária. 
 
→ PARACETAMOL: 
Quando indicada, a droga pode ser dada a recém-
nascidos e às gestantes, sendo o medicamento o mais 
indicado nestas situações. 
• Dosagem: 
o Crianças: 10-15 mg/kg de 6/6 horas ou 
até de 4/4 horas, tomando-se o 
cuidado de não ultrapassar a dose de 
75 mg/kg/dia. 
o Adultos: 1 comprimido (de 500mg ou 
de 750 mg) de 6/6 horas ou até de 4/4 
horas. 
• Reações adversas: 
o O paracetamol é considerado o 
antitérmico mais seguro, com 
pouquíssimos eventos adversos como 
erupções cutâneas, urticária, 
angioedema e anafilaxia. 
o As contraindicações são: não utilizar o 
paracetamol em pacientes com 
desidratação importante, desnutrição 
grave, jejum prolongado e em 
pacientes com hepatopatias crônicas. 
 
 
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6. Explicar convulsão febril: 
É toda convulsão que ocorre em vigência de doença 
infecciosa febril com temperatura maior ou igual 38 °C. 
Excluindo-se as infecções do SNC, como meningites e 
encefalites e os desequilíbrios hidroeletrolíticos. 
 
→ EPIDEMIOLOGIA: 
• É mais comum em lactentes e pré-escolares. 
• Relacionado à história familiar com um padrão 
autossômico dominante já demonstrado. 
Obs. O pico de incidência varia de 9 a 18 meses, 
independentemente de localização geográfica, raça, 
sexo ou condições socioeconômicas. Cabe lembrar que 
CF raramente podem ocorrer antes dos 3 meses e após 
os 5 anos de idade. 
 
→ FISIOLOGIA: 
• A origem da CF ainda não é compreendida, sabe-
se, no entanto, que a febre, a idade e a 
predisposição genética são os fatores importantes. 
• Hipótese: acredita-se que o desencadeamento da 
convulsão pela febre esteja associado à 
imaturidade natural do cérebro, que apresenta um 
limiar mais baixo de resistência à hipertermiae 
excitabilidade neuronal elevada. 
• O modo de herança não é claro, mas evidenciando 
ligação com vários cromossomos, por exemplo, os 
cromossomos 19p e 8q 13-21. 
 
→ CLÍNICA: 
• A convulsão febril é tônico-clônica com duração de 
alguns segundos até 15 minutos. 
• O período pós ictal é marcado por sonolência 
passageira. 
• O exame neurológico da criança é inteiramente 
normal após a crise. 
• A investigação clínica deve visar a localização da 
infecção, seja ela uma amigdalite, otite ou doença 
exantemática. 
Convulsão Febril Típica: 
• curta duração, únicas e precoces em uma 
mesma doença febril; 
• não se acompanham por fenômenos 
neurológicos. 
 
Convulsão Febril Atípica: 
• Também chamadas de complexas ou 
complicadas: 
• São crises com duração > 10 min, parciais, que 
se repetem durante o mesmo episódio febril, e 
acompanhadas por sinais neurológicos. 
 
→ DIAGNÓSTICO: 
• O diagnóstico da CF é clínico, porém não é fácil de 
definir na primeira apresentação. 
• A hipótese é reforçada quando a crise é típica, o 
exame neurológico é normal, o paciente já 
apresentou uma ou mais CF e há relato de casos 
semelhantes em parentes de 1o grau. 
• Criança com < 6 meses com convulsão + febre, a 
punção lombar (PL) deve ser SEMPRE realizada. 
Mesmo que uma otite média seja identificada no 
exame físico, não é possível excluir a possibilidade 
de meningite sem a punção lombar. 
→ TRATAMENTO: 
• O tratamento da CF, na maioria das vezes, é 
limitado à fase aguda, quando estão indicados 
antitérmicos e medicação específica para a doença 
febril. 
• Nos casos de crise prolongada, a criança deverá ser 
levada a um serviço de emergência. O tratamento 
anticonvulsivante com benzodiazepínicos 
(Diazepam) é considerado na emergência para as 
crianças que apresentam crise convulsiva com 
duração superior a cinco minutos.

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