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Aula 3- Direito Empresarial - Aula 05 _ Passei Direto

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Impresso por Andre, CPF 013.526.630-07 para uso pessoal e privado. Este material pode ser protegido por direitos autorais e não pode
ser reproduzido ou repassado para terceiros. 24/08/2020 14:09:58
Direito Empresarial para Auditor Fiscal da Receita Federal 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Gabriel Rabelo Aula 05– 
 
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 Art. 901. Fica validamente desonerado o devedor que paga título de crédito ao 
legítimo portador, no vencimento, sem oposição, salvo se agiu de má-fé. 
 
 Parágrafo único. Pagando, pode o devedor exigir do credor, além da entrega do 
título, quitação regular. 
 
 O título que configura venda a prazo pode, tão-logo vença, ser exigido. O 
 pagamento quando efetuado implica a extinção da obrigação que o título 
carrega consigo. 
 
 Assim, o pagamento pelo devedor desobriga todos aqueles que da relação 
 cambial tiveram parte. A exceção é a existência de má-fé por parte de quem 
paga. 
 
 E mais, uma vez efetuado o pagamento do título, pode o devedor exigir que o 
credor lhe entregue o título de volta. 
 
 Art. 902. Não é o credor obrigado a receber o pagamento antes do vencimento 
 do título, e aquele que o paga, antes do vencimento, fica responsável pela 
validade do pagamento. 
 
§ 1o No vencimento, não pode o credor recusar pagamento, ainda que parcial. 
 
 § No caso de pagamento parcial, em que se não opera a tradição do título, 2o
além da quitação em separado, outra deverá ser firmada no próprio título. 
 
Antes do vencimento, não precisa o credor aceitar o pagamento. Se o devedor o 
 fizer, e o fizer incorretamente, fica responsável pela validade do pagamento. 
 Afinal, como diz o brocardo jurídico, quem paga mal paga duas vezes. 
 
 Todavia, no vencimento, querendo o devedor fazer pagamento, ainda que 
parcial, não pode o credor recusar. 
 
 Se o pagamento for parcial, o título não é entregue ao devedor. Nesta hipótese, 
 deve ser feita uma quitação em separado, para ficar de posse do devedor, e, 
também, uma no próprio título, provando a quitação. 
 
 Vistas estas principais considerações gerais sobre os títulos de crédito, 
 passemos a falar sobre os títulos em espécie. 
 
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Direito Empresarial para Auditor Fiscal da Receita Federal 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Gabriel Rabelo Aula 05– 
 
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LETRA DE CÂMBIO 
 
 Inicialmente, estudaremos a letra de câmbio. Ela é o título de crédito mais 
antigo. Contudo, a letra de câmbio é título que aqui, em nosso país, se encontra 
em franco . desuso
 
A seguir, um modelo de letra de câmbio: 
 
Fonte: http://www.segundoprotestosbc.com.br/sbc/img_up/letracambio.jpg 
 
 Suponha-se que Alberto deve uma quantia X a Carlos, e que Breno deve uma 
 quantia X a Alberto. Uma solução viável para Alberto é emitir uma letra de 
 câmbio, figurando como sacador, contra Breno (sacado), que passará a dever 
 a quantia perante Carlos (tomador). 
 
 Embora neste exemplo três pessoas tenham existido, pode ocorrer de na nota 
 promissória sacador e tomador ou beneficiário serem a mesma pessoa. 
 
 Um dos motivos que torna a letra de câmbio um título de difícil utilidade prática 
é que depende ela do , do devedor. aceite do sacado
 
 No caso, enquanto Breno não aceitasse as condições de pagar a quantia para 
 Carlos não poderia ser de forma alguma responsabilizado nesta obrigação. 
 
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Teoria e exercícios comentados 
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 A letra de câmbio é regulada pela Lei Uniforme de Genebra e, uma vez emitida, 
 não nasce de imediato a obrigação cambial, sendo necessário que o sacador a 
entregue ao sacado, a fim de que a . Nasce a partir daí a obrigação. aceite
 
 Todavia, o aceite, por parte do sacado, é . Reprise-se: facultativo o aceite é 
 facultativo! Eis o grande motivo de essa figura cambial ser de raríssima 
utilização no dia-a-dia. 
 
São requisitos da letra de câmbio, segundo a Lei Uniforme de Genebra: 
 
Art. 1º - A letra contém: 
 
 1 - A palavra "letra" inserta no próprio texto do título é expressa na língua 
empregada 
para a redação desse título; 
2 - O mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada; 
3 - O nome daquele que deve pagar (sacado); 
4 - A época do pagamento; 
5 - A indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento; 
6 - O nome da pessoa a quem ou a ordem de quem deve ser paga; 
7 - A indicação da data em que, e do lugar onde a letra é passada; 
8 - A assinatura de quem passa a letra (sacador). 
 
 A letra em que se não indique a época do pagamento entende-se pagável à 
vista (LUG, art. 2º). 
 
 Na falta de indicação especial, o lugar designado ao lado do nome do sacado 
 considera-se como sendo o lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar do 
 domicílio do sacado (LUG, art. 2º). A letra pode ser pagável no domicílio de 
 terceiro, quer na localidade onde o sacado tem o seu domicílio, quer noutra 
localidade (LUG, art. 4º). 
 
 A letra sem indicação do lugar onde foi passada considera-se como tendo-o sido 
no lugar designado, ao lado do nome do sacador (LUG, art. 2º). 
 
 Toda a letra de câmbio, mesmo que não envolva expressamente a cláusula a 
 ordem, é transmissível por via de endosso (LUG, art. 11º). Quando o sacador 
 tiver inserido na letra as palavras "não a ordem", ou uma expressão 
 equivalente, a letra só é transmissível pela forma e com os efeitos de uma 
cessão ordinária de créditos (LUG, art. 11º). 
 
 Ainda sobre o endosso da letra, a lei uniforme de genebra prescreve o seguinte: 
 
 Art. 12 - O endosso deve ser puro e simples. Qualquer condição a que ele seja 
subordinado considera-se como não escrita. 
O endosso parcial é nulo. 
O endosso ao portador vale como endosso em branco. 
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 Como já frisamos, a letra de câmbio necessita de aceite. A letra pode ser 
 apresentada, até o vencimento, ao aceite do sacado, no seu domicílio , pelo 
portador ou até por um simples detentor (LUG, art. 21). 
 
 O aceite é escrito na própria letra. Exprime-se pela palavra "aceite" ou 
 qualquer outra palavra equivalente; . Vale o aceite é assinado pelo sacado
 como aceite a simples assinatura do sacado aposta na parte anterior da letra 
(LUG, art. 25). 
 
 O aceite é puro e simples, mas o sacado pode limitá-lo a uma parte da 
importância sacada (LUG, art. 26).Se recusado o aceite, considera-se que há vencimento antecipado do 
título. 
 
 Um último aspecto interessante sobre a letra é o seguinte: em função do 
 princípio da cartularidade, o crédito existe na medida em que está contido 
expressamente na cártula. 
 
Contudo, segundo a LUG: 
 
 Art. 67. O portador de uma letra tem o direito de tirar cópias dela. 
 A cópia deve reproduzir exatamente o original, com os endossos e todas as 
outras menções que nela figurem. Deve mencionar onde acaba a cópia. 
 A cópia pode ser endossada e avalizada da mesma maneira e 
produzindo os mesmos efeitos que o original. 
 
 Art. 68. A cópia deve indicar a pessoa em cuja posse se encontra o título 
original. Esta é obrigada a remeter o dito título ao portador legítimo da cópia. 
 Se se recusar a fazê-lo, o portador só pode exercer o seu direito de ação contra 
 as pessoas que tenham endossado ou avalizado a cópia, depois de ter feito 
 constatar por um protesto que o original lhe não foi entregue a seu pedido. 
 Se o título original, em seguida ao último endosso feito antes de tirada a cópia, 
 contiver a cláusula "daqui em diante só é válido o endosso na cópia" ou 
 qualquer outra fórmula equivalente, é nulo qualquer endosso assinado 
ulteriormente no original. 
 
 Com efeito, o título se torna documento necessário ao exercício do direito nele 
 mencionado. Então, como poderia alguém tirar cópia de uma nota e transferi-la 
 por endosso, apoderando-se da via original? Não contrariaria o princípio 
referido? Para a LUG não. 
 
 Essa questão foi abordada pelo CESPE no concurso para Juiz Substituto do TJ 
SE, em 2008, do seguinte modo: 
 
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 (Cespe/Juiz Substituto/TJ/SE/2008) Alfredo emitiu nota promissória em favor 
 de Pedro e estabeleceu que seu vencimento se daria 6 meses após o 
 vencimento do título. Entretanto, esqueceu-se de apor este acordo no título, 
 que foi emitido sem data de vencimento. Pedro, por sua vez, negociou a nota 
 promissória, colocando-a em circulação. A respeito da situação hipotética 
acima, assinale a opção correta. 
 
 a) Pedro pode tirar cópia da nota promissória e transferi-la por endosso, desde 
 que a cópia indique que o original encontra-se em sua posse. 
 
 Este item foi considerado correto pela banca. Embora remeta à nota 
promissória, o tratamento legislativo também se encontra na LUG . 
 
 
NOTA PROMISSÓRIA 
 
 A nota promissória, como já dito, é uma , que se promessa de pagamento
 consubstancia em um título de crédito emitido pelo . Ele é quem devedor
promete pagar determinada quantia a alguém. 
 
A seguir um modelo de nota promissória: 
 
 
 
Fonte: http://tabelionatoroquedomingues.com.br/images/servicos/np.jpg 
 
 Apenas duas figuras circundam a emissão da nota promissória: 
 
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a) Emitente, devedor, promitente, que é aquele que emite a NP. 
b) Tomador, beneficiário, que é aquele que se beneficia na relação cambial. 
 
 Para exemplificar a constituição de uma nota promissória citamos a seguinte 
 hipótese, Pedro empresta R$ 1.000,00 (mil reais) ao seu amigo Anderson, que 
 por sua vez se compromete a efetuar o pagamento do empréstimo em trinta 
 dias, assim sendo, emite Anderson uma nota promissória no valor do 
 empréstimo figurando Pedro como beneficiário, com vencimento para trinta dias 
da data. 
 
Segundo a LUG: 
 
Art. 75 - A nota promissória contém: 
 
 1 - Denominação "Nota Promissória" inserta no próprio texto do título e 
expressa na língua empregada para a redação desse título; 
 2 - A promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada; 
3 - A época do pagamento; 
4 - A indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento; 
5 - O nome da pessoa a quem ou a ordem de quem deve ser paga; 
 6 - A indicação da data em que e do lugar onde a nota promissória é passada; 
7 - A assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor). 
 
 A nota promissória em que não se indique a época do pagamento será 
considerada pagável à vista (LUG, art. 76). 
 
 Na falta de indicação especial, lugar onde o título foi passado considera-se 
 como sendo o lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o lugar do domicílio do 
subscritor da nota promissória (LUG, art. 76). 
 
 Na nota promissória não existe a figura do aceite, uma vez que emitida pelo 
próprio devedor. 
 
 É jurisprudência do STJ que a nota promissória não pode ser emitida ao 
 portador. A FGV, categoricamente, afirmou o seguinte no 2º concurso para 
 Agente Fiscal de Rendas do Estado do RJ (item incorreto): a nota promissória 
pode ser emitida ao portador. 
 
 Todavia, . Desta forma, nada impede que seja emitida em branco o credor 
 deve completar o título de boa-fé antes da cobrança ou protesto, sob pena 
 de não se conferir ao título natureza cambial (Ver in RT 591/220 e in RT 
 588/210). Torna-se nula a execução de nota promissória sem o preenchimento 
 de seus requisitos essenciais. A nota promissória não será nula, apenas perderá 
as características de título cambial (LUG, art. 76). 
 
Segundo o Decreto Lei 2.044/1908: 
 
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Art. 55. A nota promissória pode ser passada: 
I. à vista; 
II. a dia certo; 
III. a tempo certo da data. 
 
 Os títulos a dia certo ou a data certa são aqueles que devem ser pagos no dia 
neles previsto. 
 
 Nos títulos a tempo certo da data o prazo para vencimento começa a correr a 
partir do dia da emissão ou saque. 
 
 Já para a letra de câmbio, dispõe o decreto que: 
 
Art. 6º A letra pode ser passada: 
I. à vista. 
II. a dia certo. 
III. a tempo certo da data. 
IV. a tempo certo da vista. 
 
 Ainda, para os dois tipos de título (nota e letra), prescreve a LUG que 
 
 Art. 34 - A letra à vista é pagável a apresentação. Deve ser apresentada a 
 pagamento dentro do prazo de um ano, a contar da sua data. O sacador pode 
 reduzir este prazo ou estipular um outro mais longo. Estes prazos podem ser 
encurtados pelos endossantes. 
 
 O sacador pode estipular que uma letra pagável à vista não deverá ser 
 apresentada a pagamento antes de uma certa data. Nesse caso, o prazo para a 
apresentação conta-se dessa data. 
 
 
CHEQUE 
 
 O cheque é uma O cheque é regido pelaordem de pagamento à vista. Lei 
 7.357/85 (Lei do Cheque), e emitido pelo sacador (emitente) contra o 
 sacado (instituição bancária), em favor próprio ou de terceiro, e que incide 
sobre fundos que o sacador dispõe em poder do sacado. 
 
 Art. 3º O cheque é emitido contra banco, ou instituição financeira que lhe seja 
 equiparada, sob pena de não valer como cheque. 
 
 Art. 4º O emitente deve ter fundos disponíveis em poder do sacado e estar 
 autorizado a sobre eles emitir cheque, em virtude de contrato expresso ou 
 tácito. A infração desses preceitos não prejudica a validade do título como 
cheque. 
 § 1º - A existência de fundos disponíveis é verificada no momento da 
apresentação do cheque para pagamento. 
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Ainda, segundo a Lei do Cheque: 
 
 Art. 32 O cheque é pagável à vista. Considera-se não-escrita qualquer menção 
em contrário. 
 
 Os títulos de créditos podem ser classificados em dois aspectos quanto ao 
 modelo, modelo vinculado (cheque e duplicata) (nota e modelo livre 
promissória e letra de câmbio). 
 
Art. 1º O cheque contêm: 
 I - a denominação ‘’cheque’’ inscrita no contexto do título e expressa na língua 
em que este é redigido; 
II - a ordem incondicional de pagar quantia determinada; 
III - o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (sacado); 
IV - a indicação do lugar de pagamento; 
V - a indicação da data e do lugar de emissão; 
 VI - a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com poderes 
especiais. 
 
A seguir um de cheque com as características citadas acima: modelo
 
 
 
Fonte: https://www.tcn.com.br/nastur/ajuda/chequemodelo.gif 
 
 O sacado (banco) não se obriga ao pagamento do cheque, sendo a 
responsabilidade do emitente. 
 
 Art. 15º O emitente garante o pagamento, considerando-se não escrita a 
declaração pela qual se exima dessa garantia. 
 Art. 6º O cheque não admite aceite considerando-se não escrita qualquer 
declaração com esse sentido. 
 
 Levem para a prova: O BANCO SACADO NÃO RESPONDE PELA 
INEXISTÊNCIA OU INSUFICIÊNCIA DE FUNDOS. 
 
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 A responsabilidade do banco se dá somente quando do processamento de 
 pagamento indevido, como creditamento a cliente errado, que não seja 
 beneficiário do título, ou ainda no caso de pagamento de cheque falso, 
 falsificado ou alterado, exceto se houver dolo ou culpa do correntista, 
endossante ou beneficiário (LC, art. 39). 
 
 Dissemos que o cheque é uma ordem de pagamento à vista (LC, art. 32). Nos 
 dizeres do STJ “A emissão de cheque pós-datado, popularmente 
 conhecido como cheque pré-datado, não o desnatura como título de 
 crédito, e traz como única consequência a ampliação do prazo de 
apresentação”. 
 
 Desta forma, está incorreto o seguinte item apresentado no exame da Ordem 
 dos Advogados do Brasil/2004: O cheque é uma ordem de pagamento à vista, 
sendo que qualquer menção em contrário o inutiliza como título de crédito. 
 
 Como bem salientou o E. STJ, a única consequência é a ampliação do prazo de 
 apresentação do título. Não será o cheque desnaturado como título de crédito! 
 A emissão do cheque pré-datado é aceita como praxe, não havendo alicerce 
jurídico para tanto. 
 
 Então, o que temos de saber é o seguinte: o cheque é ordem de 
 pagamento à vista. Contudo, a emissão de cheque pré-datado é aceita 
 no Brasil, por ser praxe, trazendo como única conseqüência a 
 ampliação do prazo de apresentação, não o desnaturando como título 
de crédito! 
 
 A Súmula 370 do STJ propõe que “caracteriza dano moral a apresentação 
antecipada do cheque pré-datado". 
 
 Assim, encontra-se plenamente aceita em nossos tribunais pátrios a 
 possibilidade de emissão de cheque pré-datado, embora constitua verdadeiro 
costume . contra legem
 
Outro assunto interessante, diz respeito ao endosso dos cheques. 
 
 Art. 18 O endosso deve ser puro e simples, reputando-se não-escrita qualquer 
condição a que seja subordinado. 
 
Importantíssimo agora: 
 
Art. 18, § 1º São nulos o endosso parcial e o do sacado.
 
 A lei que instituía a Contribuição Provisória sobre a Movimentação ou 
 Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira - CPMF, 
 qual seja a Lei 9.311/96, permitia tão somente um único endosso nos cheques, 
 com o intuito de proibir a circulação de cheques sem o devido recolhimento do 
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 tributo. Ocorre que a referida lei não mais se encontra em vigor, podendo o 
cheque agora ser objeto de mais de um endosso. 
 
 Art. 20 - O endosso transmite todos os direitos resultantes do cheque. Se o 
endosso é em branco, pode o portador: 
 I - completá-lo com o seu nome ou com o de outra pessoa (torna o endosso em 
preto); 
II - endossar novamente o cheque, em branco ou a outra pessoa; 
 III - transferir o cheque a um terceiro, sem completar o endosso e sem 
endossar. 
 
 O detentor de cheque "à ordem’’ é considerado portador legitimado, se provar 
 seu direito por uma série ininterrupta de endossos, mesmo que o último seja 
 em branco. Para esse efeito, os endossos cancelados são considerados não-
 escritos (Lei do Cheque, artigo 22). 
 
 Art. 23 O endosso num cheque passado ao portador torna o endossante 
 responsável, nos termos das disposições que regulam o direito de ação, mas 
nem por isso converte o título num cheque ‘’à ordem’’. 
 
 Sobre a classificação dos cheques, existem diversos tipos de cheques, senão 
vejamos: 
 
 - CRUZADO: é o cheque em que o emitente apõe dois traços paralelos 
 no anverso do título (LC, art. 44). A principal finalidade do cruzamento é 
 impedir que um cliente saque o cheque no caixa, permitindo-se apenas que se 
 pague através de crédito em conta corrente. O parágrafo primeiro do art. 44 
 dispõe que se diz geral o cruzamento que contenha as duas linhas em branco, 
 ou que apenas contenha a palavra banco (sem especificações) entre as suas 
 linhas. Será especial o cruzamento se existir nome específico do banco entre as 
linhas do cruzamento. 
 
 - VISADO: também é conhecido por cheque bancário, cheque decaixa ou 
 cheque comprado. Está previsto no artigo 7º da Lei 7.357/85 (Lei do Cheque), 
 é aquele em que o emitente solicita ao banco (sacado) que vise, certifique, o 
 cheque, para pagamento durante o prazo em que o atestando haver fundos
título será apresentado. 
 
O CESPE, sobre o assunto, formulou a seguinte questão: 
 
 (Cespe/Defensor Público do Ceará/2008) Considere que, ao efetuar o 
 pagamento de um automóvel recentemente adquirido, Lucas tenha emitido 
 cheque em que, no verso, havia sido lançada declaração do banco indicando a 
 existência de provisão de fundos para a sua liquidação, durante o prazo de 
 apresentação do título de crédito. Nessa situação, o cheque utilizado por Lucas 
é considerado um cheque administrativo ou bancário.

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