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CAP 15 HUPP- PRINCÍPIOS DO TRATAMENTO E PREVENÇÃO DAS INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS. Projeção da glora infectante: estágios: 1. primeiros três dias dos sintomas, um edema mole, pastoso, levemente sensível representa o estágio de inoculação, no qual os estreptococos invasores estão começando a colonizar o hospedeiro. 2. Após três a cinco dias, o edema torna-se endurecido, vermelho e altamente sensível, já que a flora mista infectante estimula a resposta inflamatória intensa do estágio de celulite. 3. Após cinco a sete dias após o início do edema, os anaeróbios começam a predominar, causando abscesso liquefeito no centro da área edemaciada. 4. Finalmente, quando o abscesso drena espontaneamente pela pele ou mucosa, ou é cirurgicamente drenado, o estágio de resolução inicia conforme o sistema imune destrói as bactérias infectantes e o processo de cicatrização e reparo acontece. Diferença entre as fases relacionadas com duração, dor, tamanho, definição periférica e consistência à palpação, presença de secreção purulenta, bactérias infectantes e perigo potencial Origem das infecções odontogênicas: • periapicais (+comum) → como resultado da necrose pulpar e invasão bacteriana subsequente do tecido periapical.Uma vez que o tecido torna-se inoculado pela bactéria e uma infecção ativa é estabelecida. A infecção se dissemina pelo osso esponjoso até encontrar uma lâmina cortical. Se a lâmina cortical for fina, a infecção perfurará o osso e penetrará nos tecidos moles circunjacentes. O tratamento da polpa necrótica por meio de terapia endodôntica convencional ou da extração do dente resolverá a infecção. → Portanto, o tratamento primário da infecção pulpar é a terapia endodôntica ou a extração dentária, em vez dos antibióticos que apenas paralizariam a infecção que se recidivaria. Duas opções de progressão: 1. o osso vestibular suprajacente ao ápice do dente é delgado, comparado com o osso no aspecto palatino do dente. Portanto, conforme o processo infeccioso progride, ele se dirige para os tecidos moles vestibulares. 2. o dente está muito inclinado, o que resulta em um osso vestibular espesso e em um osso palatino relativamente delgado. Nessa situação, à medida que a infecção se propaga do osso para o tecido mole, ela é observada como um abscesso palatino. Ocasionalmente, um abscesso palatino surge do ápice de um incisivo lateral gravemente inclinado ou da raiz palatina de um primeiro molar ou pré-molar superior Ocasionalmente, os pacientes não procuram tratamento para essas infecções, e o processo rompe espontaneamente e drena, resultando em resolução ou cronicidade da infecção. A infecção recorre se o sítio de drenagem espontânea fecha. Algumas vezes, o abscesso estabelece uma fístula crônica que drena para a cavidade oral ou para a pele. Enquanto a fístula continuar a drenar, o paciente não sentirá dor. A solução do problema é o tratamento da causa, ou endodontia ou extração. • Periodontais → como resultado da bolsa periodontal profunda que possibilita a inoculação da bactéria nos tecidos moles subjacentes. Princípios: • determinar a gravidade da situação, a quanto tempo a infecção está presente, a quanto tempo ele apresenta dor (onde ela se iniciou e como se disseminou), determinar a progressão da infecção, o cd deve perguntar sobre perda de função (trismo, dificuldade de mastigar, de deglutir -disfagia ou respirar-dispneia). Perguntar se o paciente se sente cansado, com febre, fraco, com mal-estar ( O mal-estar costuma indicar uma reação generalizada à infecção moderada a grave. O cirurgião-dentista deve questionar sobre tratamentos profissionais prévios e automedicação → Ocasionalmente, o cirurgião-dentista pode atender um paciente que recebeu tratamento de emergência de dois a três dias antes e que foi encaminhado a um cirurgião-dentista pelo médico plantonista. O paciente pode negligenciar o conselho de buscar tratamento até que a infecção se torne grave. • Exame físico: obter os sinais vitais do paciente, incluindo temperatura(em infecções graves as temperaturas podem chegar a 38ºc) , pressão sanguínea, taxa de pulso (em infecção comum subir mais que 100bpm) e frequência respiratória. Observar aparencia do paciente, se esta fatigado. Buscar na cabeça e pescoço sinais cardinais da infecção. Pede para pac abrir a boca. Areas de edema devem ser paupadas: checar sensibilidade, quantidade de calor local e consistência do edema (mole, pastoso, flutuação, firme) • exame radiografico: + comum periapicais e panoramicas (por causa da abertura de boca limitada, sensibilidade ou outras circunstâncias atenuantes) • fazer a distinção entre os estágios para saber como proceder 1. inoculação: Tumefações muito moles, levemente sensíveis, edematosas → podem ser curadas pela remoção da causa odontogênica, com ou sem antibióticos de suporte; 2. celulite: edemas endurados → requerem remoção da causa dentária da infecção mais incisão, drenagem e antibióticos. Trata-se da apresentação mais grave. É a fase mais dolorosa.A gravidade da celulite aumenta conforme a firmeza à palpação aumenta. 3. abscesso: flutuação central → requerem remoção da causa dentária da infecção mais incisão, drenagem e antibióticos. É sinal de resistência elevada do hospedeiro à infecção. • Avaliar os mecanismos de defesa do hospedeiro. Doenças Metabólicas não Controladas: Diabetes não controlado, Etilismo, Desnutrição, Doença renal em estágio terminal Doenças que Suprimem o Sistema Imune:Vírus da imunodeficiência humana/síndrome da imunodeficiência adquirida, Linfomas e leucemias,Outras malignidades • Doenças congênitas e imunológicas adquiridas. Terapias Imunossupressoras:Quimioterapia contra o câncer, Corticosteroides, Transplante de órgão. • Produtos farmaceuticos que comprometem a defesa do organismo • determinar se o paciente deve ser encaminhado p bucomaxilo ou se o cd pode resolver em seu consultório. • Objetivo primário Tratamento cirurgico da infecção: retirar a causa. • Objetivo secundário: promover drenagem da secreção purulenta acumulada e resíduos necróticos. • Indicações para Teste de Cultura e Sensibilidade Antibiótica • Infecção disseminada além do processo alveolar • Rápida progressão da infecção • Terapia prévia, antibiótica múltipla • Infecção não responsiva (após mais de 48 horas) • Infecção recorrente • Comprometimento das defesas do hospedeiro. • osteomielite. • suspeita de actinomicose. • DRENAGEM CIRÚRGICA:A incisão deve ser pequena, usualmente não passando de 1 cm de comprimento, uma pinça hemostática fechada curva é inserida através da incisão dentro da cavidade do abscesso. Esta é, então, aberta em diversas direções para romper quaisquer pequenas loculações (cavidades de secreção purulenta) que não foram abertas pela incisão inicial. Um pedaço do dreno de comprimento adequado para atingir a profundidade da cavidade do abscesso é preparado e inserido dentro da cavidade usando uma pinça hemostática. O dreno é, então, suturado a uma margem da incisão com um fio não reabsorvível. (dreno deve permanecer por 2-5dias até acabar de drenar) É crítico ter em mente que o método principal de tratamento das infecções odontogênicas é realizar a cirurgia para remover a fonte da infecção e drenar os espaços anatômicos afetados pela celulite endurada ou pelo abscesso. Sempre que um abscesso ou celulite é diagnosticado, o cirurgião-dentista deve drená-lo. O fracasso em fazê-lo pode resultar em piora da infecção e insucesso em resolvê-la, mesmo que sejam administrados antibióticos. • Suporte médico para o paciente ANTIBIÓTICOPROFILAXIA • escolher e prescrever o antibiótico apropriado.(empiricamente: bactericidas) 1. Determina se realmente há necessidade de antibiótico, pela gravidade, pela fase, se a progressão foi rapida, se foi adequado o tratamento (retirada da causa), se o estado de defesa do paciente é bom. Casos em que é necessário prescrever: - infecção de inicio agudo com tumefação difusa, mais comum celulite.-paciente imunologicamente comprometido. -infecção progrediu afetando espaços faciais profundos. -pericoronarite grave. -paciente com osteomielite casos em que é contra-indicado a prescrição: -abcesso de tamanho reduzido e crônico, que não tem eprda de função e permite que a causa seja retirada. -abcesso localizado com pouca ou nenhuma tumefação facial -alveolite seca. -pericoronarite branda. -multiplas extrações quando o paciente tem bom sistema imune. • Terapia empírica → utilizada até acabar os sinais e sintomas + 24/48hs. DROGA VIA ORAL DOSE DOSE DE ATAQUE Amoxicilina 500mg de 8/8hs 1g 1 hora antes da cirurgia Clindamicina 300mg 8/8hs 600mg 1 hora antes Paciente com alergia a penicilina Azitromicina 500mg 8/8hs 500mg 1 hora antes Usada quando paciente tem mais risco de desenvolver infecção. ALÉM DOS ANTIBIÓTICOS, NO GRUPO DOS ANTIMICROBIANOS TEMOS OS ANTISSÉPTICOS, QUE SÃO LARGAMENTE UTILIZADOS NA ODONTOLOGIA. CLOREXIDINA (pré e pós- operatório) ÁGUA MORNA E SAL IODOPOLVIDONA PVPI 10% COM 1% DE IODO Bochecho após 24hs 2x ao dia. Bochecho após 24hs 3/4x ao dia Cirurgias hospitalares, mais comum dar alergia por causa do iodo. É mais barato que a clorexidina. • 2 ou 4% na pele • 0,2 ou 0,12 % bochecho e mucosa. • PVPI + degermante: usado na pele. • PVPI + agua: usado na mucosa. • PVPI + álcool: usado na pele. Pacientes com risco de Endocardite venosa: • Válvula cardíaca protética • Endocardite infecciosa prévia • Doença cardíaca congênita (DCC)* • DCC cianótica não reparada, incluindo desvio e condutos paliativos • Defeito cardíaco congênito reparado completamente com material ou dispositivo protético, colocado por cirurgia ou intervenção por meio de cateter, durante os primeiros seis meses após o procedimento† • DCC reparada com defeitos residuais no sítio ou adjacente ao sítio de um trajeto protético ou dispositivo protético (o que inibe a endotelização) • Receptores transplantados cardíacos que têm valvulopatia cardíaca Quando fazer a Profilaxia para Endocardite: Quando forem realizar procedimentos dentários que envolvem manipulação do tecido gengival ou a região periapical dos dentes ou perfuração da mucosa oral (exceto anestesia em tecidos não infectados) Como é a profilaxia para Endocardite: Administração de 2 g de amoxicilina oralmente 1h antes do procedimento.A amoxicilina é o medicamento de escolha, pois é mais bem absorvida pelo trato GI e fornece níveis plasmáticos maiores e mais sustentáveis.É eficaz na destruição dos estreptococos do grupo viridans, que incluem os organismos que mais comumente causam EI após bacteremias oriundas da cavidade oral. ANTI-INFLAMATÓRIOS: tratamento de dor febre e inflamação CORTICOESTERÓIDES ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS. Controla o edema causando menos dor. Quando paciente tem histórico de gastrite, ulceras gastrointestinais, e hipersensibilidade. • Dexametazona 4mg. • Nimesulida: 100mg de 12/12hs • Celecoxibe: • Diclofenaco:50mg de 8/8hs ou 75mg de 12/12hs. • Ibuprofeno: 400mg de 8/8hs ou 600mg de 6/6hs. CI: doenças fúngicas, herpes, doenças psicóticas, tuberculose, gastrite, glaucoma, imunodeprimido, hipersensivilidade, diabéticos, cardiopatas, infecções agudas. ANALGÉSICOS ANAGÉSICOS DE AÇÃO CENTRAL Cuidado que pode causar sono/euforia, dependência... ANALGÉSICOS DE AÇÃO PERIFÉRICA • Tramal • Tilex • Dipirona 500mg 4/4hs. • Paracetamol/tylenol 750mg 4/4hs. Obs.: em cirurgias não utiliza mais nem AAS (aspirina) e nem Toragesic. TIPOS DE RECEITUÁRIOS RECEITUÁRIOS R. BRANCO SIMPLES R. BRANCO ESPECIAL R.AZUL Nº VIAS 2 VIAS (1 pac + 1 prontuário) 3 VIAS (1 pac+1 prontuário+1farmárcia) 3 VIAS (1pac +1 prontuário+1farmácia) OQ PODE PRESCREVER • Anti- inflamatórios • Analgésicos de ação periférica • bochechos de antissépticos • Antibióticos • Analgésicos de ação central: Tramal Tilex (Ansiolíticos) • Diazepam • Midazolam: 15mg (1cp) 1 hora antes da cirurgia em jejum. • Lorazepam