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A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas. É definida pela história de sintomas respiratórios, tais como sibilos, dispneia, desconforto torácico retroesternal e tosse, os quais variam com o tempo e na intensidade. As vias aéreas são hiper-responsivas de uma forma que o estímulo causa uma resposta que leva à obstrução do fluxo aéreo intrapulmonar generalizada e variável, reversível espontaneamente ou com tratamento. Esse estreitamento brônquico intermitente e reversível é causado por: • Contração do músculo liso brônquico • Edema da mucosa • Hipersecreção da mucosa O ciclo contínuo de agressão e reparo acaba gerando alterações estruturais irreversíveis, havendo remodelamento das vias aéreas. Os sintomas são bastante variáveis e podem ser desencadeados por irritantes inespecíficos (fumaças, odores fortes e exercício) ou por aeroalérgenos (ácaros e fungos). • A exposição ao tabagismo passivo, tanto em crianças como em adultos, aumenta o risco de exacerbações e dificulta o controle da asma. Além disso, o tabagismo aumenta a gravidade da asma. • A asma tem forte associação com a rinite alérgica e a dermatite atópica, de forma que – em alguns casos – podemos solicitar alguns testes alérgicos. o Testes in vivo (testes cutâneos) o Testes in vitro (IgE específica) Na ausculta respiratória, podemos identificar sibilos (expiratórios), traduzindo que há uma obstrução do fluxo aéreo, que pode ser confirmada pela espirometria, um método objetivo e – portanto – útil no diagnóstico e no controle da doença, pois quantifica dois parâmetros importantes: o VEF1 (volume expiratório forçado no 1° segundo) e a CVF (capacidade vital forçada). No paciente asmático, é comum que haja uma redução da relação VEF1/CVF, mas – caso isso não aconteça – não podemos excluir o diagnóstico. Além disso, é importante lembrar que não é um exame feito em crianças menores de 6 anos, pela dificuldade na sua execução, ratificando que, apesar de ser importante, não é um procedimento obrigatório para confirmação diagnóstica. Além da espirometria, temos as medidas seriadas do PFE (pico de fluxo expiratório), que medem a variação diurna exagerada nos pacientes com asma, sendo necessário obter medidas matinais e vespertinas durante 2 semanas. O teste de broncoprovocação confirma ou afasta a suspeita de asma e é realizado por meio de inalação de substâncias broncoconstritoras, como metacolina, carbacol e histamina. Se houver uma queda significativa no VEF1 (>20%), podemos confirmar a asma. Nos casos de teste de broncoprovocação por exercício, porém, a confirmação do quadro é feita quando há uma diminuição maior de 10% do VEF1. 50% das crianças apresentam pelo menos 1 episódio de sibilância nos primeiros anos, mas a maioria delas não desenvolverá asma, algumas das características que podem prever se essa sibilância recorrente irá persistir na vida adulta, são: • Diagnóstico de eczema em < 3 anos • Diagnóstico de rinite em < 3 anos • Pai ou mãe com asma • Sibilância sem resfriado (virose) • Eosinofilia sanguínea > 3% (na ausência de parasitoses) O diagnóstico da asma é, portanto, baseado na clínica. Como manifestações clínicas mais comuns, temos: • Episódios frequentes de sibilância (+1 vez/mês) • Tosses ou sibilos que ocorrem à noite ou cedo pela manhã o Provocados por riso, choro intenso ou exercício • Tosse sem relação evidente com viroses respiratórias • Presença de atopia (rinite ou dermatite atópica) • História familiar de asma e atopia • Boa resposta a β2 agonistas associados ou não a corticoides Controle ≠ Gravidade 1. O objetivo do tratamento da asma deve ser alcançar e manter o controle da doença, evitando riscos futuros, como exacerbações e perda acelerada da função pulmonar. Esse controle é influenciado pela adesão ao tratamento e/ou pela exposição aos fatores desencadeantes e diz respeito às limitações clínicas atuais do paciente, isto é, quão limitante é a asma para ele hoje? Essa avaliação sempre é feita em relação às últimas 4 semanas e nela analisamos as seguintes características: • Sintomas diurnos • Despertares noturnos • Necessidade de medicação de alívio • Limitação de atividades físicas • Intensidade da limitação ao fluxo aéreo Com base nesses parâmetros, a asma pode ser classificada em controlada, parcialmente controlada e não controlada, a depender da pontuação marcada. A avaliação periódica do controle da asma é um importante marcador dinâmico do nível da doença e o principal parâmetro para o julgamento da necessidade de ajuste no plano de tratamento do paciente. 2. Já a gravidade refere-se à quantidade de medicamentos necessária para atingir o controle da asma, refletindo uma característica intrínseca da doença e que pode ser alterada lentamente com o tempo. O tratamento da asma foi divido em etapas, permitindo visualizar o incremento do tratamento de controle à medida que aumenta a gravidade da asma. A principal causa de falta de controle da asma é a baixa adesão ao tratamento, decorrente de fatores voluntários (medos e mitos sobre o tratamento) e de fatores involuntários (falta de acesso ao tratamento ou dificuldade no uso do dispositivo). GRAVIDADE DA ASMA LEVE → etapa 2 MODERADA → etapa 3 GRAVE → etapas 4 e 5 Comorbidades - como refluxo gastroesofágico, obesidade, disfunção de cordas vocais, rinossinusite crônica, polipose nasal, ansiedade, depressão, apneia do sono, DPOC, aspergilose broncopulmonar alérgica, bronquiectasias, asma piorada ou causada por exposição ocupacional - podem piorar o controle da doença. A base do tratamento medicamentoso da asma é constituída pelo uso de corticoide inalatório (CI) associado ou não a um β2-agonista de longa duração (LABA). • O tratamento de controle da asma é dividido em etapas de I a V, nas quais a dose de CI é aumentada progressivamente e/ou outros tratamentos de controle são adicionados. Corticoide inalatório (CI) • A dose do CI pode ser reduzida para uma dose mínima, objetivando utilizar a menor dose para manter o controle da asma. • O uso de CI pode causar efeitos adversos locais, como irritação da garganta, disfonia e candidíase. o A higiene oral após a inalação de cada dose do CI diminui o risco desses efeitos adversos. o O risco de efeitos adversos sistêmicos é muito baixo. CI associado a LABA • A associação de CI com um LABA é o tratamento de controle preferencial nas etapas III a V da asma, ou seja, quando o tratamento com CI isolado não é suficiente para atingir e manter o controle da doença. • Essa associação resulta em um efeito sinérgico dessas drogas, o que possibilita uma maior eficácia anti- inflamatória com uma menor dose de CI e, consequentemente, com menos efeitos adversos. LABA • O uso de LABA como monoterapia na asma está contraindicado por aumentar o risco de hospitalização e morte por asma. • Seu uso é indicado, preferencialmente, em crianças > 4 anos. Sempre que possível, devemos tentar reduzir a dose dos medicamentos, para não utilizarmos mais do que o necessário. Entretanto, isso não significa a retirada da medicação, a cessação do uso de CI, por exemplo, é contraindicada por aumentar esse risco de exacerbação. Em pacientes bem controlados com CI + LABA, a mudança para CI em monoterapia aumenta significativamente o risco de exacerbações. Portanto, não se recomenda a retirada do LABA em pacientes controlados com a associação CI + LABA. Além da associação CI + LABA, temos outros medicamentos que têm um papel importante, seja no alívio dos sintomas, como o β2 agonista de curta duração (SABA), ou como uma opção ao tratamento de controle de primeira linha, ou ainda com a adição do tratamento de manutenção anterior naqueles pacientes que não atingiram o controle. Montelucaste • O montelucaste é um antileucotrieno que atua bloqueando a broncoconstrição e reduzindo a inflamação da via aérea.O montelucaste associado ao CI está incluído como outra opção de tratamento nas etapas II a IV da GINA. O montelucaste também pode ser adicionado à associação CI + LABA na tentativa de melhorar o controle da asma (etapa IV) e pode ser uma opção ao uso de SABA na asma induzida por exercício, sendo usado diariamente ou de forma intermitente. A dose recomendada para asmáticos de 2 a 5 anos de idade é de 4 mg; de 6 a 14 anos é de 5 mg; e ≥ 15 anos é de 10 mg, uma vez ao dia. SABA • SABA é indicado como opção de medicação de resgate em todas as etapas do tratamento da asma. O uso de SABA por demanda (sempre associado a CI) é eficaz no alívio imediato dos sintomas e na prevenção em curto prazo dos sintomas induzidos por exercício. • A frequência de uso de SABA é um dos parâmetros que definem qual tratamento de manutenção é o mais apropriado, e a redução do seu uso é uma das metas do tratamento da asma. Nos últimos anos, o omalizumabe (anti-IgE), e mais recentemente, o tiotrópio (anticolinérgico) e o mepolizumabe (anti-IL-5) tornaram-se alternativas de tratamento para crianças de 6-11 anos com asma grave. • O anti-IgE é importante para pacientes atópicos e, de preferência, deve ser usado em pacientes > 6 anos. • Etapa I: sempre que for necessário, usar SABA e associar CI, durante o período de sintomas. • Etapa II: o tratamento preferencial é com CI contínuo em doses baixas. • Etapa III: tratamento com CI em doses moderadas ou CI em doses baixas associado a LABA. • Etapa IV: pacientes sem controle da doença na etapa III devem manter o tratamento de controle e ser encaminhados para um especialista, que irá avaliar a necessidade de aumentar a dose do CI e/ou associar tiotrópio. • Etapa V: tiotrópio, omalizumabe e mepolizumabe são opções para essa etapa, conforme a avaliação fenotípica da asma e a experiência clínica do especialista. o Após muitos anos como primeira opção, o uso de corticoide oral (CO) em doses baixas tornou- se a última opção para associação nessa etapa do tratamento. ▪ O uso prolongado de CO pode causar efeitos adversos graves, entre eles, retardo do crescimento em crianças, glaucoma, catarata, diabetes mellitus, osteoporose, infecções e bloqueio do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal. ▪ Algumas estratégias, como o uso do CO em baixas doses e/ou em dias alternados podem minimizar esses riscos. ➔ Estudos mostram que o uso regular de CI na infância causa uma redução transitória da velocidade de crescimento e parece resultar em uma pequena redução na estatura final, mas os seus benefícios no controle da asma superam os potenciais efeitos adversos no crescimento. ESCOLHA DOS DISPOSITIVOS INALATÓRIOS DE ACORDO COM A IDADE FAIXA ETÁRIA DISPOSITIVOS < 4 anos Inalador pressurizado dosimetrado (IP) + espaçador com máscara facial 4 a 6 anos IP + espaçador com bocal ≥ 6 anos IP + espaçador com bocal ou Inalador de pó seco (IPo) Adultos IP ou IPo Tratamento da crise asmática • As crises devem ser tratadas com SABA, repetindo - se necessário - a mesma dose a cada 20 min. Se usar mais de 6 jatos de salbutamol nas 2 primeiras horas, pode-se associar anticolinérgico (brometo de ipratrópio). • O uso de CO nas crises não é recomendado de rotina, devendo ser restrito às crises com necessidade de atendimento de urgência. Nesses casos, priorizar doses baixas e o menor número de dias possível (1-2 mg/kg por dia de prednisona/prednisolona por 3-5 dias). A asma grave é definida como aquela que permanece não controlada com o tratamento máximo otimizado ou que necessita desse tratamento para evitar que a doença se torne não controlada, apesar da supressão ou minimização dos fatores que pioram o controle da asma. O tratamento máximo significa o uso de doses altas de CI e de um 2° medicamento de controle no ano anterior ou o uso de CO em ≥ 50% dos dias no ano anterior. Imunização No Brasil, a vacinação contra influenza está indicada para pacientes com asma, uma vez que o vírus está associado a maior morbidade nesses pacientes. Asmáticos são mais susceptíveis à infecção pneumocócica, especialmente aqueles com asma grave Plano de ação O plano de ação deve ser dividido em quatro tópicos: • tratamento da asma controlada no dia a dia; • quando, como e por quanto tempo usar a medicação de resgate e aumentar o tratamento de controle; • quando usar CO; e • quando procurar auxílio médico de emergência ou urgência. CORTICOIDES INALATÓRIOS Fluticasona Budesonida Beclometasona Mometasona CORTICOIDES ORAIS Prednisona Prednisolona Deflazacort β2 LONGA AÇÃO (LABA) Formoterol (dupla ação) Salmeterol β2 CURTA AÇÃO (SABA) Salbutamol Fenoterol ANTICOLINÉRGICO Brometo de ipratrópio ANTILEUCOTRIENO Montelucaste CRISE ASMÁTICA A exacerbação é um episódio agudo ou subagudo de progressiva dificuldade respiratória com tosse, sibilância e dor ou desconforto torácico ou combinação de todos esses sintomas, acompanhada por diminuição ao fluxo expiratório, que pode ser quantificado por medidas de função pulmonar e ou de O2. A crise aguda de asma ou exacerbação aguda da asma é um evento que requer imediata ação tanto por parte do paciente (ou responsável) quanto por parte do médico, de modo a evitar desfechos como hospitalização, internação em UTI e até óbito. Para que seu tratamento inicie o mais rápido possível é importante que classifiquemos essa crise em leve/moderada, grave ou muito grave, pois assim definiremos a melhor conduta. Na emergência, uma dica prática é atentar inicial e primeiramente para a saturação de oxigênio, pois – assim – conseguiremos classificar de forma rápida. No entanto, não podemos esquecer de associar à quadro clínico, que é soberana, uma vez que o aparelho de oximetria pode, por exemplo, estar com defeito. O paciente deve ser avaliado (FR, FC, satO2) antes do tratamento broncodilatador inicial, iniciando a administração de O2 se estiver indicada. Iniciar então o β2 e fazer nova administração 15-20 min depois (1-2 puffs por inalador dosimetrado com espaçador ou nebulização; podendo chegar a 2-4 puffs ou mais, a critério médico e sob monitorização cardiorrespiratória contínua, enquanto for necessária). Sinais, sintomas e evolução clínica também devem ser monitorados por todo o tempo que o paciente estiver na emergência. Os casos com sinais de piora e progressão da crise durante 4 h de tratamento na sala de emergência devem ser avaliados quanto à necessidade de hospitalização ou encaminhamento à UTI ➔ Outras terapias disponíveis na UTI incluem infusões intravenosas de sulfato de magnésio, metilxantina e mistura hélio-oxigênio. A falta de resposta ao tratamento pode causar deterioração e desenvolvimento de insuficiência respiratória, necessitando o paciente de intubação e suporte ventilatório. INDICAÇÃO DE UTI Hipercapnia, acidose ou hipoxemia Níveis elevados de lactato sérico Hipotensão arterial ou arritmias PFE < 30% do valor previsto ➔ SatO2 < 92% = Internação ➔ Sem sinais de gravidade + SatO2 > 95% + VEF1 ≥ 70% do valor previsto = Alta IOT em urgência = quetamina MANEJO DA CRISE AGUDA NA SALA DE EMERGÊNCIA • Medicação de resgate por via inalatória: o Sat O2 > 94-95 %. o O2 sob a forma de máscara ou cateter. o Nebulização com β2 adrenérgico: ▪ Fenoterol ou Salbutamol: 3 nebulizações (uma a cada 15-30 min) com salbutamol gotas ou fenoterol gotas, terbutalina gotas, não ultrapassando 10 gotas. • Monitorar: frequências respiratória e cardíaca e a saturação de O2. • Se SatO2 > 91 e < 94%: O2 sob a forma de máscara ou cateter, além de β2 adrenérgico, esteroide e anticolinérgico. • No caso de não haver melhora, administrar β2 adrenérgico intermitente de hora em hora ou a cada 2 h ou continuamente e associaranticolinérgico, manter esteroide, além de verificar a presença ou não de infecção bacteriana. 1. Qual das seguintes medicações se classificam como β2 agonistas de longa duração? a) Salbutamol e Fenoterol b) Salmeterol e Formoterol c) Fenoterol e Formoterol d) Salbutamol e Formoterol e) Salbutamol e Salmeterol 2. Criança de 8 anos, atópica, pais atópicos, portadora de asma em tratamento com uso de montelucaste 4mg diariamente, corticoide inalatório em dose baixa, salbutamol diário 200mcg a cada 6h via inalatória e orientação de controle ambiental com adesão correta ao tratamento, evolui com manutenção do quadro de sibilância, restrição moderada de atividades rotineiras e sem crises noturnas. Qual a conduta de escolha para a manutenção mais adequada para o caso? a) Manter a medicação e aguardar a evolução b) Iniciar broncodilatador β2 agonistas de longa ação c) Aumentar o corticosteroide inalatório para doses moderadas d) Aumentar a dosagem do corticosteroide para dose máxima e) Iniciar teofilina oral 3. Menina de 9 anos está em seguimento ambulatorial por quadro de sibilância recorrente, iniciada aos 6 meses. Os episódios são desencadeados por infecções virais, mudança de temperatura ambiental e exposição a alérgenos (poeira e fumaça). Foi internada 3 vezes devido a exacerbações, e a última internação foi aos 6 anos de idade. Nas últimas 4 semanas, a mãe refere que a criança tem apresentado tosse e cansaço durante a noite, acordando 1 vez por semana devido a esses sintomas. Durante o dia, a criança fica bem, faz suas atividades habituais sem dificuldades, participando, inclusive, das aulas de educação física da escola. A mãe refere que a criança não faz uso de broncodilatador há mais de 6 meses. Qual é a classificação da asma dessa paciente? a) Parcialmente controlada b) Intermitente moderada c) Persistente leve d) Episódica descontrolada 4. Com relação ao conceito, fenótipos e tratamento da doença asma, é correto afirmar que: I – É uma doença heterogênea, não inflamatória, associada à obstrução variável do fluxo aéreo reversível com ou sem tratamento, hiper-responsividade brônquica e quadro clínico variável em frequência e intensidade. II – Os dispositivos inalatórios disponíveis para o tratamento da asma liberam os medicamentos diretamente nas vias respiratórias inferiores, o que proporciona maior concentração local da substância administrada e menor risco de absorção sistêmica. III – Os beta-2-adrenérgicos de ação rápida são considerados como as drogas de eleição no tratamento de alívio do paciente em crise asmática e corticoide sistêmico em todas as crises. IV – A asma com início na infância associada à doença alérgica, seja no paciente ou familiar de 1° grau, responde bem ao tratamento de controle com corticoide inalatório, diferente dos casos de início tardio, especialmente em mulheres, que exigem altas doses de corticoide inalatório ou podem ser refratários a eles. Estão corretas: a) I, II, III b) II, III, IV c) I, II, IV d) II, IV e) III, IV 5. Pré-escolar apresentando quadro de asma persistente moderada. Qual melhor tratamento para a prevenção das crises. a) β2 de curta duração e corticoide inalatório em altas doses b) β2 de longa duração e corticoide oral c) β2 de longa duração e corticoide inalatório em altas doses d) β2 de longa duração e corticoide inalatório em baixas doses e) β2 de curta duração e corticoide oral 6. Menor com 8 anos de idade e história de tosse, dispneia e sibilância recorrente há 3 anos. Refere cerca de 6 crises no último ano, sendo a última há 1 mês, com necessidade de internamento hospitalar por 3 dias. Faz uso de medicações apenas durante as crises - prednisolona e B2 de curta duração - com boa resposta. Usou antibiótico para tratamento de infecção respiratória no último episódio. Genitora refere, também, tosse intermitente no período intercrise, sono irregular com chiado noturno, dificuldades de aprendizagem na escola, prurido nasal e espirros recorrentes, principalmente ao acordar. Pai com histórico de HAS e tabagismo. Mãe com asma desde a adolescência. Diante da história, assinale a alternativa CORRETA. a) A espirometria antes e após o uso de broncodilatador deve ser realizada nessa criança, e a presença de uma espirometria normal ou a ausência de resposta ao broncodilatador em uma espirometria com padrão obstrutivo serviriam para afastar o diagnóstico de asma. b) A dosagem de IgE total, IgE específica ou testes cutâneos de hipersensibilidade imediata indicam os alérgenos responsáveis pela asma e são indispensáveis para o adequado diagnóstico e manejo do tratamento. c) O tratamento inicial desse paciente deve incluir um curso breve de corticosteroide oral e β2 agonista de curta duração, por cinco a sete dias, seguidos do uso contínuo de corticoide nasal, β2 agonista de curta duração e antagonista dos receptores dos leucotrienos. d) O tratamento inclui a orientação sobre os cuidados com o ambiente, o estabelecimento de um plano terapêutico para as crises, o uso de corticoide inalatório em altas doses e o seguimento regular para avaliação da resposta ao tratamento. e) O uso do β2 agonista de longa duração é uma possibilidade nos casos de controle inadequado com o corticoide inalatório, nas crianças com mais de 4 anos, e sempre em associação com o corticoide inalatório. 7. Uma adolescente de 13 anos de idade procura o ambulatório de pediatria por apresentar dificuldade para prática de atividades físicas na escola. Já apresenta um diagnóstico de asma desde os 4 anos de idade e ultimamente não tem comparecido ao pediatra. Relata ainda que tem tido necessidade de uso de medicação mais de três vezes por semana, e tosse persistente com despertares noturnos. Ao exame físico, apresenta sibilos inspiratórios ao esforço. A classificação clínica nesse caso é de: a) Asma moderada b) Asma parcialmente controlada c) Asma induzida por exercício d) Asma não controlada 8. O que caracteriza a chamada “marcha atópica”? a) O estigma de caminhar encontrado nos atópicos, elevando o calcanhar ao fim de cada passo b) A forma de evolução do desenvolvimento infantil que passa do sentar diretamente para andar, transpassando a fase de engatinhar devido ao eczema acometer a face extensora dos joelhos. c) O espectro variável de manifestações da atopia na infância que inicia com eczema atópico, seguido de asma e evoluindo posteriormente para rinite alérgica d) A evolução natural da atopia que costuma remitir suas manifestações de forma espontânea na adolescência. 9. Uma criança de 6 anos com diagnóstico de asma parcialmente controlada: a) Apresenta menos de 2 sintomas diurnos por semana, nenhuma limitação das atividades, nenhum sintoma ou despertar noturno, necessidade de medicações de alívio menor que 2 vezes por semana, PFE ou VEF1 de 90% do predito para a idade. b) Apresenta nenhum sintoma diurno por semana, nenhuma limitação das atividades, 1 despertar noturno por semana, necessidade de medicações de alívio menor que 2 vezes por semana, PFE ou VEF1 de 75% do predito para a idade. c) Apresenta mais de 2 sintomas diurnos por semana, nenhuma limitação das atividades, 1 despertar noturno por semana, necessidade de medicações de alívio menor que 2 vezes por semana, PFE ou VEF1 de 75% do predito para a idade. d) Apresenta mais de 2 sintomas diurnos por semana, nenhuma limitação das atividades, nenhum sintoma ou despertar noturno, necessidade de medicações de alívio menor que 2 vezes por semana, PFE ou VEF1 de 75% do predito para a idade. e) Ficou internada durante 3 dias devido a um quadro de broncoespasmo. 10. Uma criança de seis anos sabidamente asmática é atendida no pronto-socorro com dispneia moderada,embora consciente não consegue completar frases, faz uso da musculatura acessória para respirar, apresenta FR 40 irpm, FC 125 bpm, SatO2 92% e na ausculta pulmonar, presença de sibilos expiratórios difusos. A classificação da intensidade da crise de asma e a medida inicial de tratamento são respectivamente: a) Crise moderada e β2 agonista por via inalatória associado ao corticoide injetável simultaneamente b) Crise moderada e β2 agonista por via inalatória associado à administração de oxigênio por cateter nasal a dois litros por minuto c) Crise grave e β2 agonista por via inalatória associado ao corticoide injetável simultaneamente d) Crise grave e β2 agonista por via inalatória associado à administração de oxigênio por cateter nasal a dois litros por minuto GABARITO 1) B 6) E 2) B 7) D 3) A 8) C 4) D 9) B 5) D 10) D
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